DETECÇÃO DE ANTIMICROBIANOS NO LEITE CRU DE LATÕES

Resumo

No período compreendido entre abril de 1984 a junho de 1985 colheu-se 749 amostras de leite cru de latões nas “plataformas de recepção” das indústrias laticinistas localizadas na bacia leiteira de Goiânia e postos de resfriamento no interior do Estado de Goiás. Naquela oportunidade, encontrou-se uma prevalência de 7,47% de resíduos de antimicrobianos nesse alimento o que evidenciou a inexistência de uma preocupação maior por parte do Serviço de Inspeção Federal — Ministério da Agricultura, estabelecimentos de leite, assim como, dos produtores com a qualidade do produto e conseqüentemente com a saúde pública, em relação à presença desses resíduos. Os resultados comparativos relacionados aos tipos de inspeção federal existentes nos estabelecimentos de leite, distância aproximada, em km, da propriedade à “plataforma de recepção”, horário de chegada dos latões à mesma e períodos de seca e chuva mostraram que a maior freqüência de amostras positivas ocorreu nas indústrias de laticínios sob inspeção federal permanente, nas propriedades localizadas a uma distância de até 50 km da indústria e nos latões que chegaram tarde à “plataforma de recepção". Por outro lado, constatou-se a adição voluntária e fraudulenta de antimicrobianos no leite, por parte do transportador, para evitar sua acidificação. Isto pode ter refletido na maior freqüência de casos positivos observados no período de seca em vez do período de chuva como era esperado.