REATIVAÇÃO DE LEISHMANIOSE DURANTE TRATAMENTO DE HEPATITE B CRÔNICA COM ALFAINTERFERONA 2B

Autores

  • Christini Takemi Emori Programa de Pós-Graduação em Ciências, Setor de Hepatologia, Disciplina de Gastroenterologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
  • Silvia Naomi de Oliveira Uehara Programa de Pós-Graduação em Ciências, Setor de Hepatologia, Disciplina de Gastroenterologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
  • Roberto José de Carvalho-Filho Setor de Hepatologia, Disciplina de Gastroenterologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
  • Ivonete Sandra de Souza e Silva Setor de Hepatologia, Disciplina de Gastroenterologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
  • Ana Cristina Amaral Feldner Setor de Hepatologia, Disciplina de Gastroenterologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
  • Valéria Pereira Lanzoni Setor de Hepatologia – Departamento de Patologia - Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
  • Antonio Eduardo Benedito Silva Setor de Hepatologia, Disciplina de Gastroenterologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
  • Maria Lucia Gomes Ferraz Setor de Hepatologia, Disciplina de Gastroenterologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5216/rpt.v44i3.38021

Palavras-chave:

Leishmaniose, hepatite B crônica, alfainterferona.

Resumo

Descreve-se aqui um caso de reativação de leishmaniose cutaneomucosa durante o tratamento com alfainterferona 2b (IFN) para hepatite B crônica (HBV). Relato do caso: Paciente masculino, 52 anos, natural da Bahia, procedente de São Paulo onde vivia há 30 anos, encaminhado por HBV. Na história epidemiológica, referiu-se a uma viagem há cinco anos para Porto Seguro-BA, sem apresentar outros fatores de risco. No exame físico para admissão, não havia evidências de doença hepática crônica. Sorologias pré-tratamento: HBsAg e HBeAg positivos, biópsia A0F0 (Metavir). Foi submetido a tratamento com IFN 5 milhões de UI/dia por 24 semanas. No final, apresentava-se HBV DNA detectável, sem soroconversão de HBeAg, porém evoluiu no quarto mês de tratamento com perda ponderal de 10 kg, astenia, sinais e sintomas de sinusite sem melhora clínica após antibioticoterapia. Foi encaminhado para a otorrinolaringologia com rouquidão persistente, destruição de septo nasal, com áreas de crostas, necrose local, alargamento nasal e lesão em palato mole, cuja biópsia mostrou processo inflamatório granulomatoso com necrose caseosa, sugestivo de leishmaniose. Sorologia para leishmaniose IgG 1/80 (IFI) e intradermorreação de Montenegro de 30 mm. Indicado antimoniato de meglumina IV por 30 dias, obteve melhora da rouquidão e das lesões de palato. Conclusão: O quadro clínico sugere reativação da leishmaniose induzida pelo IFN. Acredita-se que este seja o primeiro relato na literatura de reativação de leishmaniose muco-cutânea por uso de IFN, semelhantemente ao que ocorre com a tuberculose. Screening para leishmaniose deve ser realizado em paciente de região endêmica no pré-tratamento com IFN diante da possibilidade de reativação de infecção latente

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Publicado

2015-10-13

Como Citar

EMORI, C. T.; UEHARA, S. N. de O.; DE CARVALHO-FILHO, R. J.; DE SOUZA E SILVA, I. S.; FELDNER, A. C. A.; LANZONI, V. P.; SILVA, A. E. B.; FERRAZ, M. L. G. REATIVAÇÃO DE LEISHMANIOSE DURANTE TRATAMENTO DE HEPATITE B CRÔNICA COM ALFAINTERFERONA 2B. Revista de Patologia Tropical / Journal of Tropical Pathology, Goiânia, v. 44, n. 3, p. 343–349, 2015. DOI: 10.5216/rpt.v44i3.38021. Disponível em: https://revistas.ufg.br/iptsp/article/view/38021. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

RELATO DE CASO / CASE REPORT