Espécies de Phlebotominae (Diptera: Psychodidae,) da fazenda São José, município de Carmo, Estado do Rio de Janeiro, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5216/rpt.v37i4.5673Abstract
Nesta pesquisa foram estudados aspectos da ecologia e biologia dos flebotomíneos, na Fazenda São José, município de Carmo, situado a 118 km da capital do estado do Rio de Janeiro. O local que serviu de apoio logístico para a
realização desta pesquisa foi a casa onde ocorreu o caso autóctone humano de leishmaniose tegumentar americana. Durante dois anos (1994-1995; 2006-2007), foram realizadas capturas mensais em três sítios de coletas: intradomicílio, peridomicílio e na floresta. A tarefa foi realizada com capturador de Castro, lanterna e armadilha luminosa, modelo falcão e CDC, colocadas no peridomícilio e na floresta. Foram capturados e identificados 5.814 flebotomíneos de 16 espécies do gênero Lutzomyia: Lutzomyia intermedia (Lutz & Neiva, 1912), L. whitmani (Antunes & Coutinho, 1939), L. migonei (França, 1920), L. ayrozai (Barretto & Coutinho, 1940) L. davisi (Root, 1934), L. carrerai carrerai (Barretto, 1966), L. lenti (Mangabeira, 1938), L. cortelezzii (Brèthes, 1923), L. sordellii (Shannon & Del Ponte, 1927), L. quinquefer (Dyar, 1929), L. lanei (Barretto & Coutinho, 1941), L. fischeri (Pinto, 1926), L. monticola (Costa Lima, 1932), L. lutziana (Costa Lima, 1932), L. aragaoi (Costa Lima, 1932), L. sp e 5 espécies de Brumptomyia (França & Parrot, 1921): B. brumpti (Larrouse, 1920), B. cardosoi (Barretto & Coutinho, 1941a), B. avellari (Costa Lima, 1932), B. guimaraensis (Coutinho & Barretto, 1941a), B. nitzulescui (Costa Lima, 1932). Lutzomyia intermedia foi predominante (97,7%), com elevada freqüência entre 18h e 20h. Em seguida foi avaliada a influência da sazonalidade e do ciclo lunar na fauna estudada, ficando constatado que L. intermedia predominou em todas as estações do ano e nas diferentes fases da lua, sendo mais significativas as médias encontradas no verão e no inverno. Na análise das fases da lua, a lua cheia e a nova apresentaram resultados relevantes, sendo coletada uma quantidade considerável de espécies na segunda fase (2006/2007). Foram analisados tipos e sítios de coletas e freqüência horária, evidenciando-se a presença acentuada, porém irregular, no intra e peridomicílio, de L. intermedia em dois ecótopos pesquisados. Resultados expressivos foram encontrados. As maiores médias horárias de L. intermedia ocorreram em 1994, porém houve uma maior riqueza da fauna e das espécies/vetores de Leishmania em 2006. Ficou demonstrado que a variedade das espécies resultou das mudanças ambientais ocorridas entre os períodos estudados. Destacamos, então, a presença marcante de L. intermedia no interior da residência e ressaltamos, ainda, a coleta de um elevado número de exemplares machos. Portanto, L. intermedia está plenamente adaptada ao ambiente modificado pelo homem. Os estudos demonstraram que L. intermedia está envolvida no ciclo de transmissão do agente etiológico da leishmaniose tegumentar americana na localidade.
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