Práticas colaborativas em centros de parto normal: estudo qualitativo com enfermeiros

Autores

  • Adriano da Costa Belarmino Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: adrian_belarmino@hotmail.com.
  • Maria Eunice Nogueira Galeno Rodrigues Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: eunice.galeno@aluno.uece.br.
  • Luiza Jane Eyre de Souza Vieira Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: janeeyre@unifor.br.
  • Maria Rocineide Ferreira da Silva Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: rocineide.ferreira@uece.br.
  • Saiwori de Jesus Silva Bezerra dos Anjos Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: saiwori.anjos@uece.br. https://orcid.org/0000-0001-7559-8471
  • Antonio Rodrigues Ferreira Júnior Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, Ceará, Brasil. E-mail: arodrigues.junior@uece.br. https://orcid.org/0000-0002-9483-8060

DOI:

https://doi.org/10.5216/ree.v26.77017

Palavras-chave:

Práticas Interdisciplinares, Relações Interprofissionais, Centros de Assistência à Gravidez e ao Parto, Cuidados de Enfermagem, Enfermagem Obstétrica

Resumo

Objetivo: investigar as experiências de enfermeiros em relação às práticas colaborativas em centros de parto normal, à luz da Sociologia das Profissões. Métodos: estudo qualitativo realizado com enfermeiros que atuavam em centros de parto normal do Ceará, Brasil. Foram implementadas entrevistas por meio telefônico no período de abril a julho de 2020 e utilizado o Software Nvivo® Pro 12 para organizar as informações por categorização temática. Os resultados foram discutidos com base na Sociologia das Profissões. Resultados: participaram 13 enfermeiras do estudo, cujas experiências relatadas deram origem a duas categorias temáticas. A autonomia, o poder de decisão, a autovalorização e a valorização profissional permeiam as práticas colaborativas e a disputa de poder, a falta de confiança da equipe médica na competência dos enfermeiros representam desafios para a implementação de práticas colaborativas. Conclusão: apesar de pequenos avanços em autonomia, cooperação e comunicação na assistência ao parto normal, ainda persistem elementos dificultadores dessa forma de atuação, que residem em fenômenos socialmente construídos, o que pode comprometer os resultados para as mulheres e suas famílias.

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Publicado

30/12/2024

Edição

Seção

Artigo Original