Staphylococcus aureus e Staphylococcus aureus meticilina resistentes (MRSA) em profissionais de saúde e as interfaces com as infecções nosocomiais

Autores

  • Marinésia Aparecida Prado Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Enfermagem

Palavras-chave:

Staphylococcus aureus, MRSA, Trabalhador de saúde, Infecção hospitalar.

Resumo

O Staphylococcus aureus é importante microrganismo no ambiente nosocomial, disseminado principalmente pelas mãos dos profissionais de saúde. É com essa compreensão, que essa investigação foi desenvolvida, objetivando avaliar prevalência de Staphylococcus aureus e Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA) na saliva de profissionais das equipes médicas e enfermagem de instituição de saúde de Goiânia-GO, interfaces com infecções nosocomiais e caracterizar perfil fenotípico dos Staphylococcus aureus. Estudo realizado com equipes médicas e enfermagem, das unidades de terapia intensiva, clínica médica, clínica cirúrgica, ginecologia/obstétrica, centro cirúrgico da instituição em questão. Desenvolvido entre agosto 2005/julho 2006, por meio de coleta da saliva de 268 profissionais, em 3 períodos distintos, resultando 804 amostras semeadas em ágar manitol e as colônias desenvolvidas contadas, submetidas à fenotipagem e teste de suscetibilidade aos antimicrobianos, determinado pelo método de difusão de disco. Os resultados foram submetidos à análise quantitativa, utilizando-se programa Epi-Info (versão 3.3.2-Center for Disease Control). Foram analisadas 804 amostras de saliva; dessas os Staphylococcus aureus foram isolados de 404 amostras, correspondendo 227 profissionais colonizados. Identificou-se que 9,7%(26/268) dos investigados, eram portadores de MRSA. O fenótipo MLSB (macrolídeos, lincosaminas e estreptogaminas) foi detectado em 11,2%(46/409) dos Staphylococcus aureus. Destes, 8,7% resistentes à oxacilina. Dos profissionais colonizados por MRSA, 61,5% eram técnicos de enfermagem, 19,2% enfermeiros, 15,4% médicos e 3,8% auxiliares de enfermagem. Quanto ao local de trabalho destes, identificou-se (26,9%) na UTI clínica, (19,2%) clínica médica, (15,4%) UTIcirúrgica, (15,4%) clínicacirúrgica, (15,4%) clínica ginecologia/obstétrica e (7,7%) centro cirúrgico. A produção de lecitinase foi identificada em 48,5% dos Staphylococcus aureus isolados dos (130/268) profissionais que participaram das três coletas. Quanto à adesão dos profissionais aos equipamentos de proteção individual, durante a assistência direta ao cliente, verificou-se que 92,9% os utilizavam e 3,4% não, 3,7% dos questionários não foram recuperados. Quanto ao uso de EPI, a luva foi usada por 93,7% dos profissionais, máscara (92,9%), jaleco (88,4%). Apesar de somente 3,4% não utilizarem os EPI, essa conduta é preocupante, consideradas suas justificativas: desinteresse, esquecimento, comprometimento do visual. A colonização dos profissionais por Staphylococcus aureus meticilina resistentes é realidade, constituindo-se fonte potencial de infecção nosocomial grave, podendo ter impacto na saúde dos clientes, familiares e do profissional. Os resultados sinalizam fragilidade da adesão dos profissionais às medidas preventivas. Recomenda-se elaboração de estratégias específicas direcionadas aos profissionais acerca do MRSA, para que possam ser implementadas nas instituições de saúde, com vistas a melhorar adesão as medidas, à diminuição dos índices de infecções hospitalares.

Palavras chave: Staphylococcus aureus; MRSA; Trabalhador de saúde; Infecção hospitalar.

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Publicado

19/09/2009

Edição

Seção

Resumo