Estresse e transtornos mentais comuns em trabalhadores de enfermagem

Autores

  • Jorge Luiz Lima da Silva Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Estresse, Transtornos mentais, Equipe de enfermagem, Saúde do trabalhador, Ambiente de trabalho.

Resumo

O estresse é referido em estudos científicos como fator relevante no processo de determinação de agravos à saúde, incluindo os trabalhadores da saúde. O trabalho da equipe de enfermagem a coloca sob tensão e à mercê de riscos, dentre os quais os psicossociais e emocionais. Este estudo objetivou analisar a exposição ao estresse no trabalho, tendo como desfecho a ocorrência de transtornos mentais comuns (TMC) entre profissionais de enfermagem. Trata-se de um estudo seccional realizado com 1182 trabalhadores de um hospital federal localizado no Município do Rio de Janeiro. A variável independente ¾ estresse no trabalho ¾ foi investigada através da escala resumida Job Stress Scale, adaptada para o português por Alves e colaboradores. O Modelo Demanda-Controle de Karasek e Theorell foi utilizado para avaliar as dimensões psicossociais estudadas. A variável dependente TMC foi avaliada de acordo com a versão reduzida do Self Reporting Questionnaire. A prevalência de TMC encontrada foi 23,6%, sendo 20,9% entre os trabalhadores permanentes e 26,4% entre temporários (p= 0,027). As maiores prevalências de TMC foram observadas no sexo feminino, entre os mais jovens, de maior escolaridade e sem filhos. Profissionais com trabalho de alta exigência (alta demanda e baixo controle) apresentaram 3,6 vezes (IC 95%: 1,95-6,61) mais TMC do que aqueles com trabalho de baixa exigência (baixa demanda e alto controle). Em relação as variáveis laborais, as maiores prevalências observadas foram para profissionais com turno misto, alta carga horária e esforço físico acima da média encontrada. Na análise estratificada das categorias de estresse e do grau de demanda e controle no trabalhado, foi observado nítido gradiente tipo dose resposta. Foi constatada associação entre a exposição às dimensões de estresse e suspeição de TMC, após o controle do confundimento introduzido pelas variáveis, sexo, idade, carga horária, turno, grau de esforço físico no trabalho e vínculo empregatício. Os resultados apontam para a necessidade de medidas de intervenção na organização do trabalho, com o intuito de diminuir o estresse no trabalho promovendo a saúde mental.

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Biografia do Autor

Jorge Luiz Lima da Silva, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Pós-Graduado em Ativação de Processos de Mudanças ENSP/FIOCRUZ. E-mail: jorgeluizlima@vm.uff.br.


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Publicado

15/05/2017

Edição

Seção

Resumo