Mobilizando competências para o gerenciamento do cuidado de enfermagem

Autores

  • Lucieli Dias Pedreschi Chaves Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
  • Sílvia Helena Henriques Camelo Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
  • Ana Maria Laus Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto

DOI:

https://doi.org/10.5216/ree.v13i4.13406

Palavras-chave:

Diagnóstico de enfermagem, Criança hospitalizada, Cuidado da criança

Resumo

O trabalho multiprofissional apresenta-se como um desafio nas instituições de saúde. Pressupõe uma dinâmica em bases coletivas sem, contudo, perder a singularidade de saberes e profissões. Requer uma perspectiva ampliada de atuação para além dos aspectos técnico-assistenciais e gerenciais, na lógica de inserção em um sistema de saúde que tem como um dos princípios filosóficos a integralidade da atenção.

Por sua vez, a integralidade da atenção pressupõe a constituição de redes de serviços que viabilizem o cuidado integral em unidades de saúde com recursos de diferentes densidades tecnológicas, contemplando ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde e visando atender ao ser humano em suas dimensões biopsicossociais. As características peculiares relacionadas à integralidade e à gerência do cuidado constituem-se em importantes inquietações a serem respondidas pela enfermagem.

Historicamente cuidar e gerenciar podem ser consideradas as principais dimensões do trabalho do enfermeiro, porém configuram-se em processos pouco articulados. Na atualidade, vivenciamos um paradigma emergente, que se refere ao gerenciamento focado no cuidado de enfermagem, em uma ótica que articule gerência e assistência, tendo como centralidade o usuário do serviço de saúde e o cuidado em uma abordagem que extrapole o tecnicismo em direção à integralidade da atenção.

Tal situação requer dos enfermeiros conhecimentos, habilidades e atitudes para a compreensão do processo saúde-doença em uma dimensão ampliada, que favoreça o cuidado resolutivo. Faz-se necessária a mobilização de competências para além do âmbito clinico que possibilite o enfermeiro assumir o papel de gerenciar o cuidado. Essa atuação deve considerar a relevância da dimensão biológica sem, contudo, reduzir o usuário a esta, ou seja, considerar uma abordagem que privilegie a integralidade da atenção e incorpore ao cuidado as dimensões psico-emocional-social e espiritual.

Considerando o atual contexto, o enfermeiro utiliza-se de dispositivos tecno-assistenciais-organizacionais tais como o acolhimento com classificação de risco e a avaliação do grau de dependência que, a partir de diferentes abordagens, proporcionam o conhecimento da demanda de cuidados, possibilitam mudanças no planejamento e execução da atenção à saúde, favorecem o acesso, a humanização, o aperfeiçoamento do trabalho em equipe, a responsabilização e o vínculo.

A utilização desses dispositivos tecno-assistenciais-organizacionais implica em investimento individual e coletivo dos enfermeiros para assegurar uma prática diferenciada a partir de uma base sólida de conhecimentos que se converta em ações assistenciais e gerenciais. Também traz novas possibilidades para o trabalho do enfermeiro, na perspectiva de assumir papel de destaque na equipe de saúde, na participação dos processos decisórios e na alocação de recursos humanos, materiais e tecnológicos.

Nesse sentido, entendemos que o desenvolvimento de pesquisas pode incrementar o conhecimento sobre gerenciamento do cuidado, para atender novas demandas da sociedade, com vistas a impactar as práticas de saúde e enfermagem e a consolidar o SUS, bem como sinalizar novos horizontes, particularmente nos aspectos de atenção básica e de alta complexidade, duas dimensões das redes de atenção à saúde responsáveis por um grande contingente populacional e que emprega expressivo número de enfermeiros.

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Biografia do Autor

Lucieli Dias Pedreschi Chaves, Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professor Doutor, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), Universidade de São Paulo (USP). Pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Hospital e Enfermagem Ribeirão Preto, SP, Brasil. E-mail: dpchaves@eerp.usp.br.

Sílvia Helena Henriques Camelo, Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professor Doutor, EERP, USP. Pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Hospital e Enfermagem Ribeirão Preto, SP, Brasil. E-mail: shcamelo@eerp.usp.br.

Ana Maria Laus, Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto

Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professor Doutor, EERP, USP. Pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Hospital e Enfermagem Ribeirão Preto, SP, Brasil. E-mail: analaus@eerp.usp.br.

Publicado

31/12/2011

Edição

Seção

Editorial