Os saberes das águas: interculturalidade e sócio-hidrodiversidade no Cerrado brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.5216/sec.v24.67334Resumo
Neste artigo, abordaremos a sócio-hidrodiversidade de povos indígenas e tradicionais da bacia Tocantins-Araguaia com o duplo objetivo de reconhecer seus saberes sobre as águas e contrapor estas percepções ao desenvolvimentismo do modelo agroexportador e mega-hidráulico dominante. Partindo de uma perspectiva pós-colonial, realizamos a escuta a partir de atores situados na região da Chapada dos Veadeiros, no Nordeste goiano, tendo entrevistas semiestruturadas, observação direta e participante como estratégias metodológicas. Exploramos os saberes de sujeitos provenientes dos quilombos do Moinho (Alto Paraíso de Goiás), Capela (Cavalcante) e do município de Colinas do Sul, bem como as cosmovisões dos avá-canoeiros. Como resultados, sublinhamos a importância do diálogo interepistêmico e intercultural para a ressignificação das águas do Cerrado brasileiro em favor de seu uso mais sustentável, o que pode trazer novas respostas aos dilemas civilizatórios que nos expõem a variadas crises.
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