Teologia da Libertação: problematizando os projetos históricos da democracia e dos direitos humanos
DOI:
https://doi.org/10.5216/sec.v23i.59897Resumo
A teologia da libertação e o cristianismo de libertação continuam a inspirar movimentos sociais na América Latina. Seguindo a distinção analítica e histórica de Michael Lowy entre cristianismo de libertação (surgido na década de 1950) e a teologia da libertação (surgida na década de 1970), este artigo busca problematizar os projetos históricos de democracia e direitos humanos em relação à práxis do cristianismo de libertação e à reflexão da teologia da libertação. A teologia da libertação emergiu na América Latina durante o período das ditaduras e clamou por libertação. Nem a democracia, nem os direitos humanos foram seu projeto histórico central, mas sim a libertação. Ademais, o cristianismo de libertação, que inclui o legado de Camilo Torres, agora busca ‘defender a democracia’ e ‘apoiar direitos humanos’ nas suas lutas contemporâneas, apesar do fato de o projeto democrático claramente ter decepcionado a maioria dos latino-americanos. Tanto a redemocratização como as “ondas de governos rosas” não foram direcionadas para a libertação. No início do primeiro governo do Partido dos Trabalhadores no Brasil, Frei Betto – um influente teólogo da libertação – disse ‘ganhamos uma eleição, não fizemos uma revolução’. Em diálogo com Ivan Petrella, este artigo sugere que a teologia da libertação precisa ‘ir além’ das grandes narrativas de democracia e direitos humanos para restabelecer um projeto histórico de libertação ligado à ideia de ‘imaginação institucional’ do filósofo brasileiro, Roberto Mangabeira Unger.
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