O ALIMENTO-MERCADORIA E A FOME NO BRASIL

THE FOOD AS A COMMODITY AND THE HUNGER IN BRAZIL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/bgg.v41.69103

Resumo

O Brasil tem privilegiado o agronegócio em detrimento da agricultura familiar. Na rede de produção do agronegócio, o alimento é tratado não como um direito social, mas como uma mercadoria cujo propósito primordial é auferir lucro. O objetivo deste artigo é contribuir para o debate sobre a relação intrínseca entre a difusão do agronegócio e a fome no Brasil. Nosso ponto de partida são alguns pilares que sustentam o alimento como mercadoria, tais como os dos ultraprocessados e os da concentração econômica na produção e distribuição destes. A metodologia foi estruturada com base nos fundamentos da pesquisa qualitativa para a construção de uma análise crítica. Concluímos que paralelamente ao aumento da produção e da produtividade do agronegócio, temos o crescimento de pessoas sem acesso à alimentação, evidenciando que tais processos são faces de uma mesma moeda.  Inferimos também que os ultraprocessados estão sob o domínio de um pequeno número de corporações transnacionais, que cada vez mais definem o que comemos. Constatamos ainda que enquanto a fome aumentou de forma exponencial durante a pandemia de COVID-19, as corporações agroindustriais alimentares e de supermercados estão entre as empresas que mais lucram nesse período.

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Biografia do Autor

DENISE ELIAS, Universidade Estadual do Ceará, (UECE), Fortaleza, Ceará, Brasil, deniselias@alumni.usp.br

Geógrafa e Doutora em Geografia Humana pela USP

Professora do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UECE

Coordenadora do grupo de pesquisa / CNPq GLOBAU (Globalização, agricultura e urbanização)

Pesquisadora das redes de pesquisa: ReCiMe, Reagri e Observatório das Metrópoles

Publicado

2021-06-03 — Atualizado em 2021-11-18

Versões

Como Citar

ELIAS, D. O ALIMENTO-MERCADORIA E A FOME NO BRASIL: THE FOOD AS A COMMODITY AND THE HUNGER IN BRAZIL. Boletim Goiano de Geografia, Goiânia, v. 41, n. 1, 2021. DOI: 10.5216/bgg.v41.69103. Disponível em: https://revistas.ufg.br/bgg/article/view/69103. Acesso em: 28 mar. 2024.