Coremática: um olhar geográfico sobre o espaço
DOI:
https://doi.org/10.5216/bgg.v38i2.54616Resumo
É notório o já estabelecido diálogo entre a geografia e a cartografia, uma vez que esta última surge da primeira
como forma de comunicação por meio da representação gráfica. Todavia, a evolução dessas áreas conduziu à especialização e ao afastamento entre elas. Na cartografia, a contribuição de diversas ciências, sobretudo as exatas, ressignificou as bases de produção de mapas euclidianos, sistematizados e informativos. Assim, as
representações da cartografia passaram não mais a atender ntegralmente aos interesses da geografia, pois não priorizam as espacialidades. A subutilização do potencial cartográfico para fins geográficos incentivou novas formas de representação do espaço. Entre elas, destaca-se a coremática, por constituir mais que um método, ao se ater aos princípios da fundamentação geográfica; nela, as bases euclidianas deixam de constituir um conceito fundamental na criação de modelos gráficos, embora não as ignore. Este artigo trata desse afastamento entre geografia e cartografia, cotejando a coremática como possibilidade de representação no contexto da cartografia geográfica. Apresenta-se aqui ainda o estudo dos conflitos socioambientais em curso na Serra do Gandarela e entorno, serra essa localizada no Quadrilátero Ferrífero (MG), como pano de fundo para se demonstrar a contribuição da modelização coremática na análise de fatos e fenômenos do ponto de vista geográfico.