FRONTEIRA AMAZÔNICA E PLANEJAMENTO NA ÉPOCA DA DITADURA MILITAR NO BRASIL: INUNDAR A HILEIA DE CIVILIZAÇÃO - DOI 10.5216/bgg.V30i1.11191
DOI:
https://doi.org/10.5216/bgg.v30i1.11191Resumo
O presente estudo tem como objetivo examinar o significado do antigo projeto geopolítico, baseado na retórica da ocupação territorial, durante a época da ditadura militar no Brasil (1964-1985). Tal projeto adquire um novo caráter a partir do uso de teorias e conceitos em voga na época, como é o caso das teses de François Perroux sobre os polos de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, buscando uma maior expansão territorial do Estado brasileiro, a Amazônia converte-se no foco das políticas de ocupação do território. Neste trabalho, pretende-se realçar o quanto a projeção econômica do Estado em direção ao norte do país não somente foi um dos argumentos mais difundidos do período desenvolvimentista como também contribuiu – dentro da lógica geopolítica – para a ocupação predatória da região. O debate sobre a problemática aqui discutida resulta em uma contribuição para pensar o passado e o presente daqueles territórios concebidos como “vazios” na América Latina, a exemplos do sertão no caso do Brasil e do deserto no caso Argentino.