Diversidade e desigualdade em um contexto de fragmentação socioespacial: avanços e recuos
DOI:
https://doi.org/10.5216/ag.v12i2.51811Resumo
Resumo
O artigo busca problematizar a relação dialética entre diversidade e desigualdade em uma perspectiva geográfica e em um contexto de fragmentação socioespacial. Parte-se da premissa de que pensar em diversidade social remete às particularidades do social, enquanto refletir sobre desigualdade social requer, em termos mais gerais, uma análise da estrutura social. Em um primeiro momento, e a partir de dados de pesquisa realizada pela ONG britânica OXFAM Brasil e da divulgação do relatório “A distância que nos une – Um retrato das desigualdades brasileiras”, em 2017, diversidade e desigualdade são articuladas enquanto categorias para a reflexão sobre conquistas e retrocessos no contexto brasileiro. A seguir, a categoria “classe social” vai ser operacionalizada para refletir sobre o empreendedorismo popular em bairros e cidades do estado da Bahia, a partir da sistematização de dados de nossas próprias pesquisas. Por fim, busca-se aprofundar a discussão sobre o processo de fragmentação socioespacial nos diferentes recortes e escalas abordados bem como sobre a possibilidade de ação política em um contexto adverso de fragmentação.
Palavras-chave: Diversidade, desigualdade, fragmentação socioespacial, classe social, ação política, Bahia, Brasil.
Abstract
The article aims to discuss the dialectical relationship between diversity and inequality in contexts of socio-spatial fragmentation through a geographical perspective. We start from the premise that thinking about social diversity refers itself to the particularities of the social phenomenon whilst reflecting on social inequality requires, in broad terms, an analysis of the social structure. Initially, based on research results by the British NGO OXFAM Brazil and their report "The distance that unites us: an overview of Brazilian inequalities", we sought to articulate inequality and diversity as categories to reflect on the Brazilian context, its achievements and setbacks. Next, based on the systematized data of our own researches, we operationalized the category “social class” to meditate on popular entrepreneurship in various neighborhoods and cities in Bahia, Brazil. Ultimately, we tried to deepen the discussion about the process of socio-spatial fragmentation in the different spatial scales addressed and to reflect on the possibilities of political action in adverse contexts of fragmentation.
Keywords: Diversity, inequality, socio-spatial fragmentation, social class, political action, Bahia, Brazil.
Résumé
L 'article cherche à problématiser la relation dialectique entre diversité et inégalité dans une perspective géographique et dans un contexte de fragmentation socio - spatiale. En partant du principe que la réflexion sur la diversité sociale renvoie aux particularités du social, tandis que la réflexion sur l'inégalité sociale nécessite, en termes plus généraux, d´une analyse de la structure sociale. Initialement, sur la base des données de recherche de l'ONG britannique OXFAM Brésil et de la publication du rapport «La distance qui nous unit - Un portrait des inégalités brésiliennes», en 2017, la diversité et l'inégalité sont articulées en tant que catégories de réflexion sur les réussites et les échecs dans le contexte brésilien. Ensuite, la catégorie «classe sociale» sera opérationnalisée pour réfléchir sur l'entrepreneuriat populaire dans les quartiers et les villes de l'État de Bahia, basé sur la systématisation des données issues de nos propres recherches. Enfin, nous cherchons à approfondir la discussion sur le processus de fragmentation socio-spatiale dans les différentes découpes et échelles abordées ainsi que sur la possibilité d'une action politique dans un contexte de fragmentation adverse.
Mots-clés: Diversité, inégalité, fragmentation socio-spatiale, classe sociale, action politique, Bahia, Brésil.
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