A Ninfa, o Limite, a sublevação do desejo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5216/v.v19.58836

Palavras-chave:

Limite, Ninfa, Pathosformel, Georges Didi-Huberman, Aby Warburg

Resumo

Este artigo tem como objetivo pensar o filme Limite, de Mário Peixoto, em diálogo com alguns desdobramentos da pesquisa sobre as sublevações que vem sendo desenvolvida, ao longo dos últimos anos, pelo filósofo e historiador da arte francês Georges Didi-Huberman. Limite nos apresenta o que chamamos uma sublevação do desejo – que encontra na imagem da Ninfa, tal como vista pelo historiador da arte alemão Aby Warburg, uma de suas máximas expressões. Essa sublevação do desejo seria construída a partir do protagonismo do elemento fluido, com o que nele há de inapreensível, tempestuoso e metamórfico, a costurar os muitos limiares que suspendem esse filme rítmico entre vida e morte, imobilidade e movimento, exuberância e melancolia, lamento e revolta.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maura Voltarelli Roque, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo, Brasil, ma_voltarelli@yahoo.com.br

A pesquisadora possui graduação em Comunicação Social/Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2010), mestrado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (2014) e doutorado em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (2019). Atua principalmente na área de Teoria Literária, Crítica Literária e poesia moderna e contemporânea brasileira, com estudos sobre a poeta Dora Ferreira da Silva, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Donizete Galvão e Carlito Azevedo. Seus trabalhos mais recentes têm se voltado para um diálogo entre a palavra e a imagem por meio do estudo da imagem da Ninfa, pensada por autores como Aby Warburg, Georges Didi-Huberman e Giorgio Agamben, na literatura brasileira. É autora do livro Nymphé e outros poemas (2014), publicado pela Editora Medita. Atualmente, desenvolve pesquisa de pós-doutorado junto ao Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo (USP).

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Ninfas. Trad. Renato Ambrosio. São Paulo: Hedra, 2012a (Coleção Bienal).

ARASSE, Daniel. Désir sacré et profane. Le corps dans la peinture de la renaissance italienne. Paris: Les Editions du Regard, 2015d.

BATAILLE, Georges. L’Érotisme. Paris: Les Éditions de Minuit, 1957.

BATAILLE, Georges. Les Larmes d’Éros. Paris: J.Pauvert Éditeur, 1961.

CALASSO, Roberto. A literatura e os deuses. Trad. Jônatas Batista Neto. São Paulo: Cia das Letras, 2004a.

CALASSO, Roberto. La locura que viene de las ninfas. Trad. Tresa Ramírez Vadillo e Valerio Negri Previo. Madrid, Espanha: Sexto Piso, 2008.

DELEUZE, Gilles. L’abécédaire de Gilles Deleuze. Realização: Pierre-André Boutang, Michel Pamart. Entrevista: Claire Parnet. Paris: Éditions Montparnasse, 2004b.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Ouvrir Vênus. Nudité, rêve, cruaté. Paris: Gallimard, 1999.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Ninfa moderna – essai sur le drapé tombé. Paris: Éditions Gallimard, 2002.

DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. Prefácio de Stéphane Huchet; tradução de Paulo Neves. 2ª ed. São Paulo: Editora 34, 2010.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Que emoção! Que emoção? Tradução de Mariana Pinto dos Santos. Lisboa: KKYM, 2015a.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Ninfa fluida – essai sur le drapé-désir. Paris: Éditions Gallimard, 2015b.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Invenção da histeria: Charcot e a iconografia da Salpêtrière. Tradução: Vera Ribeiro. 1ª ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015c.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Par les Désirs (Fragments sur ce qui nous soulève). In: Soulèvements. Paris: Éditions Gallimard/Jeu de Paume, 2016.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Ninfa profunda – essai sur le drapé-tourmente. Paris: Éditions Gallimard, 2017.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Désirer, Désobéir – Ce qui nous soulève, 1 Paris: Les Éditions de Minuit, 2019a.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Ninfa dolorosa – Essai sur la mémoire d’un geste. Paris: Éditions Gallimard, 2019b.

FREUD, Sigmund. Obras Completas, volume 14: Além do princípio do prazer. Tradução e notas: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

FREUD, Sigmund. Obras completas, volume 4: A Interpretação dos sonhos. Tradução: Paulo César de Souza. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019c.

HUGO, Victor. Les Travailleurs de la mer. Edição apresentada e comentada por Yves Gohin. Paris: Éditions Gallimard, 1980.

ROSA, João Guimarães. “A terceira margem do rio” in: Primeiras estórias. 14ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

WARBURG, Aby. Ninfa Fiorentina. Fragmentos de um projecto sobre Ninfas. Tradução: A. Morão. In: Ymago. Lisboa: KKYM, 2012b. Disponível em: http://www.proymago.pt/Warburg--Txt-3. Acesso em: 22 mai. 2016.

WARBURG, Aby. “O Nascimento de Vênus e A Primavera”. In: Histórias de fantasma para gente grande. Leopoldo Waizbort (Org.). Tradução: Lenin Bicudo Bárbara. São Paulo: Companhia das Letras, 2015e.

Downloads

Publicado

2022-05-23

Como Citar

ROQUE, M. V. A Ninfa, o Limite, a sublevação do desejo. Visualidades, Goiânia, v. 19, 2022. DOI: 10.5216/v.v19.58836. Disponível em: https://revistas.ufg.br/VISUAL/article/view/58836. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos