DOI:
10.1590/1809-6891v19e-50399
ZOOTECNIA
RELAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DA PROPRIEDADE E ALIMENTAÇÃO DOS
ANIMAIS NA OCORRÊNCIA DE LEITE INSTÁVEL NÃO ÁCIDO NO PLANALTO NORTE DE
SANTA CATARINA
RELATIONSHIP BETWEEN FARM STRUCTURE AND ANIMAL FEED IN UNSTABLE
NON-ACID MILK OCCURRENCE IN PLANALTO NORTE OF SANTA CATARINA
Joana Gerent Voges1*
Nadine Cristina Felipus1
Luan de Oliveira Canabarro2
Deise Aline Knob1
Daniele Cristina da Silva Kazama2
André Thaler Neto1
1Universidade do Estado de Santa Catarina,
Florianópolis, SC, Brasil.
2Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC,
Brasil.
*Autora para correspondência - joanavoges@yahoo.com.br
Resumo
O teste do álcool é amplamente utilizado na recepção dos laticínios para a
verificação da estabilidade do leite cru. O leite que não é estável no
teste e não apresenta acidez elevada é definido como leite instável não
ácido (LINA). A sua ocorrência tem característica multifatorial e pode
estar relacionada ao manejo nutricional inadequado. Este estudo objetivou
avaliar a influência da infraestrutura da propriedade e da alimentação dos
animais sobre a ocorrência de LINA. A infraestrutura foi caracterizada
através de questionário guia semiestruturado. Analisou-se a composição
centesimal do leite das propriedades, resistência ao teste do álcool,
acidez titulável e o pH. Foram consideradas LINA as amostras que
precipitaram em concentração de álcool menor ou igual a 72%, com acidez e
pH normais. Nos alimentos coletados, determinou-se o teor de fibra em
detergente neutro. Os dados foram avaliados através de análise fatorial e
de agrupamento utilizando o pacote estatístico SAS. O uso de suplementos
alimentares volumosos e concentrados, com consequente melhoria da
produtividade animal e maior teor de lactose no leite foi relacionado com
menor ocorrência de LINA nas condições estudadas. A ocorrência de LINA
apresentou pouca relação com a infraestrutura das propriedades e com a
estação do ano.
Palavras-chave: estabilidade do leite; produtividade; suplementação
alimentar; teste do álcool
Abstract
The alcohol test is largely used in the dairy reception platform in order
to verify raw milk stability. Milk that is not stable in the test and does
not present high acidity is defined as unstable non-acid milk (UNAM). Its
occurrence has a multifactorial characteristic and may be related to
inadequate nutritional management. This study aimed to evaluate the
influence of farm structure and animal feed on the occurrence of UNAM. The
farm structure was characterized by means of a semi-structured
questionnaire guide. Milk composition of the farms, resistance to alcohol
test, titratable acidity and pH were analyzed. UNAM samples were those
that precipitated at alcohol concentration less than or equal to 72%, with
normal acidity and pH. Neutral detergent fiber was determined in the feed
collected. Data were evaluated using factor and cluster analysis by using
SAS statistical package. The use of roughages and concentrated food
supplements with consequent improvement of animal productivity and higher
lactose content in milk were associated with lower occurrence of UNAM
under the studied conditions. The occurrence of UNAM had little relation
with the farm structure and with the season of the year.
Keywords: alcohol test; feed supplementation; milk stability;
productivity.
Recebido em: 24 de novembro de 2017
Aceito em: 22 de fevereiro de 2018
Introdução
A região do Planalto Norte de Santa Catarina tem como umas das principais atividades agrícolas o cultivo de fumo. Porém, a área plantada e, também, a produção de tabaco vêm diminuindo a cada ano na região, possivelmente devido às várias dificuldades atreladas a esse cultivo, enquanto a produção leiteira vem crescendo significativamente(1). De 2010 a 2014, a Microrregião de Canoinhas, a mais expressiva da região, apresentou um crescimento em produção de mais de 63%, com 79 milhões de litros de leite produzidos, 2,7% do total produzido no estado(1,2).
A Instrução Normativa 62/2011 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(3) estabelece, como parâmetros físico-químicos de qualidade do leite cru refrigerado, que este deve apresentar acidez titulável entre 0,14 e 0,18 g ácido lático/100 mL de leite. Também estabelece a obrigatoriedade da realização do teste do álcool antes da coleta de leite cru refrigerado, devendo apresentar estabilidade na concentração mínima de 72% (v/v), sendo que o leite que precipita neste teste não deve ser coletado(3).
O teste do álcool é amplamente utilizado nas plataformas de recepção dos laticínios visando à verificação da estabilidade térmica do leite cru. A prova avalia a estabilidade da caseína submetida à desidratação provocada pelo álcool simulando o tratamento térmico(4). A caseína, proteína mais importante do leite bovino, é secretada em agrupamentos de várias moléculas de caseína ligadas a íons, como o fosfato de cálcio, formando as micelas de caseína. As principais frações dessa proteína são αs1, αs2, β e κ-caseína e ocorrem numa proporção quantitativa de aproximadamente 4:1:4:1(5-7). A κ-caseína constitui a fração hidrofílica da micela de caseína, impedindo a agregação das micelas. Porém, quando, por algum motivo, há degradação dessa fração da caseína, ocorre a desestabilização das micelas, que coagulam(6,8,9), podendo originar o leite instável não ácido (LINA).
O LINA apresenta perda da estabilidade da caseína quando submetido ao teste do álcool sem apresentar acidez elevada, ou seja, possui acidez titulável entre 0,14 e 0,18 g ácido lático/100 mL e pH entre 6,6 e 6,8(4,10). O LINA não é desejado pela indústria, pois acredita-se que ele não resista ao processamento térmico, especialmente Ultra High Temperature (UHT), podendo comprometer o funcionamento e a limpeza dos equipamentos na indústria e provocar prejuízos à cadeia produtiva do leite(11-13).
A ocorrência de LINA tem característica multifatorial e a maior parte dos estudos realizados indica relação com o manejo nutricional inadequado(14-16). O efeito da sazonalidade na frequência de LINA varia conforme a região do país e a produção de alimentos, estando sua ocorrência associada a períodos de baixa disponibilidade de pastos e de forragens de baixa qualidade, época em que há maiores chances de ocorrer restrição alimentar(4,17,18). Assim, os componentes da dieta e o equilíbrio entre eles são importantes para manter a estabilidade do leite.
Outros fatores que podem influenciar na estabilidade do leite são a hidrólise enzimática da caseína por micro-organismos psicrotróficos proteolíticos, a alta contagem de células somáticas, o excesso de íons cálcio, a alteração no pH do leite, o desequilíbrio entre sais e, ainda, fatores que alteram o equilíbrio ácido-base de animais, tais como distúrbios gastrointestinais, distúrbios renais, dietas desequilibradas e o insucesso dos mecanismos fisiológicos compensatórios(17,19-22).
onsiderando a característica multifatorial da ocorrência de LINA, o uso de técnicas multivariadas é conveniente para examinar os fatores envolvidos, uma vez que as análises convencionais podem capturar o efeito de apenas um ou dois fatores. Assim, o presente estudo objetivou avaliar a influência conjunta da alimentação dos animais e da infraestrutura das propriedades leiteiras sobre a ocorrência de LINA na região do Planalto Norte de Santa Catarina.
Material e Métodos
A pesquisa foi desenvolvida em propriedades de cooperados de três cooperativas de leite da agricultura familiar dos municípios de Major Vieira, Papanduva e Monte Castelo, na região do Planalto Norte de Santa Catarina. Foram avaliadas 66 propriedades leiteiras no inverno e 69 no verão, resultando um total de 135 amostras analisadas, sendo que as diferenças no número de propriedades de uma coleta para a outra se devem à entrada de produtores nas cooperativas.
As propriedades participantes foram visitadas duas vezes, uma no inverno (julho de 2013) e outra no verão (fevereiro de 2014). Em cada visita foram coletadas amostras de leite diretamente dos tanques resfriadores e do alimento fornecido aos animais, incluindo pastagens, silagens e alimentos concentrados. Nas duas estações, as propriedades foram caracterizadas por meio de um questionário guia semiestruturado, aprovado no Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina com Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 12185013.6.0000.0121, abordando manejo alimentar e caracterização da propriedade e da produção leiteira por perguntas objetivas direcionadas ao produtor ou por visualização do entrevistador, principalmente quando relativas às instalações e equipamentos.
O leite foi homogeneizado antes de cada coleta ligando a agitação do tanque de expansão por cinco minutos ou, no caso de refrigeradores de imersão, utilizando um agitador manual para homogeneizar os tarros por, pelo menos, dez segundos(23). A coleta do leite foi feita com concha coletora de aço inoxidável, flambada com álcool 96%, imediatamente antes de cada coleta. No caso de refrigeradores de imersão, com mais de um tarro, foram coletados números iguais de amostras de cada tarro que foram misturadas em um recipiente de aço inoxidável para depois uma amostra composta ser acondicionada nos frascos de coleta. Os frascos, de 100 mL, foram identificados e colocados em caixa isotérmica com gelo reciclável para mantê-los em temperatura máxima de 7 ºC. Em seguida, as caixas foram encaminhadas ao Laboratório de Análise de Alimentos da Universidade do Contestado - Campus Canoinhas, Marcílio Dias (na coleta de verão) ou ao Laboratório de Microbiologia de Alimentos do Instituto Federal de Santa Catarina - Campus Canoinhas (na coleta de inverno).
Em cada propriedade, foram coletadas duas amostras de leite: uma para composição (gordura, lactose, proteína, nitrogênio ureico no leite (NUL) e caseína) e outra para a realização das análises físico-químicas do leite (teste do álcool, acidez titulável e pH).
As amostras de leite para análise de gordura, lactose, proteína, NUL e caseína foram acondicionadas em frascos-padrão para coleta contendo o conservante bronopol. As amostras foram analisadas por leitura de absorção infravermelha (equipamento BENTLEY - 2000)(24) pelo Laboratório do Programa de Análises do Rebanho Leiteiro (PARL) da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH) em Curitiba-PR, participante da Rede Brasileira de Qualidade do leite.
No teste de estabilidade do leite ao álcool foi avaliada a concentração de álcool etílico em que ocorre a precipitação do leite. Para tal, foram pipetadas soluções alcoólicas crescentes de 58 a 80% (v/v), com intervalos de 2% em uma placa de Petri com o mesmo volume de leite e, após homogeneização, foi avaliada a presença de grumos na placa. Foram consideradas como leite instável não ácido (LINA) as amostras de leite que precipitaram em concentração de álcool menor ou igual a 72%, com acidez e pH normais (entre 14 e 18 ºD e entre 6,6 e 6,8, respectivamente)(3). A determinação da acidez titulável foi feita através do teste de Dornic descrito pela IN 68(25) e o pH do leite foi medido com um pHmetro portátil (Sanxin SX711)(25).
As amostras de alimentos secos foram acondicionadas em sacos plásticos e levadas ao laboratório. As amostras de alimentos úmidos foram acondicionadas em caixas de isopor em temperatura em torno de 7 °C e levadas ao laboratório. As amostras de pastagens foram coletadas por meio da técnica do quadrado de 0,25 m²(26) lançado nos piquetes em que as vacas se encontravam, sendo cinco pontos coletados em cada piquete. O pasto foi cortado rente ao solo em toda a área do quadrado, pesado e acondicionado em sacos de papel para transporte até o laboratório.
As silagens, pastagens e demais alimentos úmidos foram pré-secos em estufa com ventilação forçada a 55 ºC por 72 horas e, posteriormente, assim como os alimentos secos, moídos com peneiras com crivos de 1 mm e acondicionados em potes plásticos em freezer -20 °C para posteriores análises químicas no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural da Universidade Federal de Santa Catarina. A determinação do teor de fibra em detergente neutro (FDN) foi realizada de acordo com Van Soest et al.(27).
Os dados foram avaliados por análise multivariada fatorial e de agrupamento, usando o pacote estatístico SAS(r) versão 9.2, e previamente padronizados pelo procedimento STANDARD. A análise fatorial foi realizada pelo procedimento FACTOR, considerando dois fatores e a rotação da matriz Promax. Para a análise de agrupamento, foram utilizados os procedimentos FASTCLUS, DISCRIM e CLUSTER, empregando-se o método de Ward, baseado na distância Euclidiana. A comparação entre os grupos formados foi realizada por análise multivariada de variância (MANOVA), utilizando o procedimento GLM, sendo as médias dos grupos comparadas pelo teste Tukey-Kramer, ao nível de significância de 5%.
A infraestrutura das propriedades foi caracterizada pelas seguintes variáveis: estrutura da sala de ordenha (estrutura de madeira, de alvenaria sem azulejo e de alvenaria com azulejo), tipo de ordenha (ordenha manual, equipamento mecanizado balde ao pé e totalmente mecanizado) e número de animais. A produção de leite/vaca/dia foi utilizada como indicador da especialização em produção leiteira. A alimentação das vacas foi caracterizada pelo tipo de concentrado fornecido (não suplementa, suplementa só com energético e suplementa com energético e proteico), pela quantidade de suplementação volumosa e pelo FDN da pastagem. Por fim, para descrever a qualidade do leite foram selecionadas as variáveis: concentração de álcool em que ocorre a precipitação do leite, ocorrência de LINA e teores de gordura, caseína, lactose e NUL. Para fins estatísticos, algumas variáveis foram divididas em classes com intuito de auxiliar na análise dos resultados. A variável produção de leite/vaca/dia foi dividida em: até 10 L, de 10 a 15 L e acima de 15 L; e a quantidade de volumoso em: não suplementa, até 15 kg/dia e acima de 15 kg/dia.
Resultados e Discussão
As estações inverno e verão foram bem definidas na região durante a execução do trabalho, com temperatura média de 8,3 ºC e amplitude térmica de 3,9 ºC a 13,8 ºC no inverno e temperatura média de 23,7 ºC com amplitude de 17,2 ºC a 31,8 ºC no verão. A precipitação pluviométrica média diária foi de 9,5 mm no inverno e de 1,1 mm no verão (dados meteorológicos disponibilizados pela EPAGRI/CIRAM).
As propriedades possuíam em média oito vacas em lactação, variando de uma a 50, com produção média diária de 105 litros, variando de 5 a 1100 litros de leite. A área média das propriedades era de 25 ha, variando de 5 a 145 ha. Os animais eram, em sua maioria, mestiços Jersey e Holandês, porém havia também vacas mestiças com Gir e Pardo Suíço. O tempo em que os produtores envolvidos no estudo trabalhavam na atividade leiteira variava de um a 35 anos, com média de 10 anos na atividade.
As propriedades participantes apresentavam, em média, um pequeno número de vacas e baixa produção de leite/vaca/dia (Tabela 1), um indicativo de pequenas unidades produtoras, com baixo nível de tecnificação. Poucas propriedades utilizavam a suplementação volumosa (geralmente silagem de milho) além das pastagens e a utilização de suplementação concentrada era variada, com média de 3,34 kg/vaca/dia, o que pode ajudar a explicar a baixa produtividade leiteira. A qualidade das pastagens se mostrou bem variada, com uma média de 46,93% de FDN. A FDN é uma medida do conteúdo total de fibra insolúvel do alimento que interfere na qualidade da dieta e no consumo, visto que dietas a base de volumosos têm geralmente baixa densidade energética e o consumo poderá ser limitado, por exemplo, pelo efeito do enchimento ruminal(28). Segundo Moreira et al.(29), existe uma relação inversa entre o conteúdo de fibras dos alimentos e o seu valor energético, sendo inverso também ao consumo voluntário dos animais, porém ele é essencial para o funcionamento normal do rúmen e o aporte de energia. Do total de amostras analisadas, 25% eram de LINA, sendo que, em média, a precipitação do leite no teste do álcool ocorreu em concentração alcoólica de 73,06% (Tabela 1).
A ocorrência de LINA é menor ou próxima à relatada em outros estudos do país, como o de Battaglini et al.(17), que relataram que, das 353 amostras de leite coletadas diretamente de resfriadores em seis municípios da microrregião de Ivaiporã e Sapopema-PR, 43,6% eram LINA. Das 334 amostras de leite a granel coletadas de fazendas que forneciam leite para um laticínio localizado no nordeste do estado de São Paulo no outono, inverno e primavera, 23% foram instáveis ao álcool 72%(30). Ao verificar a qualidade do leite armazenado nos silos para leite cru de uma usina de beneficiamento da região metropolitana da Porto Alegre-RS nos meses de agosto e setembro de 2008, Ciprandi et al.(31) classificaram 34% das 92 amostras coletadas como LINA. Em um estudo realizado em 51 propriedades leiteiras da região do Vale do Braço do Norte-SC, a ocorrência de LINA foi de 29%(32).
Em uma primeira análise fatorial foi relacionada à ocorrência de LINA com a infraestrutura da propriedade, sendo que a soma dos dois primeiros fatores explicou 58,48% da variação total (Tabela 2). O fator 1 representa a relação positiva entre as variáveis de estrutura da propriedade (número de vacas, estrutura da sala de ordenha e tipo de ordenha), demonstrada pela igualdade de suas cargas fatorais. O fator 2 representa a relação inversa entre a produção de leite/vaca/dia nas diferentes propriedades e a ocorrência de LINA, demonstrada pela oposição de suas cargas fatorais. As elevadas comunalidades demonstraram a alta relevância de cada variável utilizada nesta análise e a importância destas para o estudo.
O primeiro fator indica que as propriedades com menos animais apresentam menores investimentos em estrutura e tecnologia, assim como as propriedades maiores podem investir mais nesses pontos. Ao avaliar a eficiência produtiva das propriedades leiteiras, Nero et al.(33) também constataram que a maioria dos produtores tinha pequena quantidade de animais em lactação, baixa produção e produtividade por vaca. Por outro lado, as variáveis relacionadas à infraestrutura da propriedade não apresentaram relação com a ocorrência de LINA, a qual, por sua vez, apresentou relação negativa à produção de leite/vaca/dia (fator 2), indicando que propriedades com animais menos produtivos apresentam maior ocorrência de LINA. Isso pode estar relacionado aos fatores nutricionais, já que a subnutrição pode aumentar a apoptose das células epiteliais mamárias e reduzir a capacidade produtiva dos animais, modificar a composição e o pH sanguíneos, causando mudanças na composição do leite relacionadas à sua capacidade de resistir à desidratação alcoólica(15).
Em uma segunda análise fatorial foram avaliadas as relações entre a ocorrência de LINA, a alimentação dos animais e a composição do leite, sendo que a soma dos dois primeiros fatores explicou 42,98% da variação total (Tabela 3). No fator 1, as variáveis com maior carga fatorial foram estação do ano e teor de FDN da pastagem e, com representatividade um pouco menor, o teor de nitrogênio ureico no leite (NUL), suplementação volumosa e teor de lactose. No fator 2, as variáveis com maior carga fatorial foram os teores de gordura e caseína, a suplementação com concentrado, a produtividade e ocorrência de LINA.
A relação entre as variáveis do fator 1 mostra que, no verão, as pastagens apresentaram maior teor de FDN. O FDN elevado é característico das forragens tropicais e, segundo Gerdes et al.(34), em algumas espécies os teores aumentam ainda mais no verão devido à rápida elongação da haste das gramíneas nesta época. As características dos alimentos volumosos disponíveis nessa época do ano (pastagem mais fibrosa e menor utilização de forragem conservada) apresentaram relação com menores teores de lactose no leite. A concentração de lactose no leite cru é influenciada por múltiplos fatores como a contagem de células somáticas, a ordem de parição e a estação do ano, devido à variação sazonal na qualidade e na quantidade de alimentos. Uma deficiência nutricional acarretada por redução quali-quantitativa de volumosos em algumas épocas do ano pode representar diminuição significativa nos teores de lactose no leite(35). A carga fatorial negativa para nitrogênio ureico do leite (NUL) significa que os teores foram mais elevados no inverno. Nessa estação, a presença de pastagens com maior teor de proteína bruta, como aveia (Avena spp.) e azevém (Lolium multiflorum), pode ter influenciado no maior teor de NUL, assim como pode ter influência a falta de sincronização entre as taxas de degradação de carboidratos e proteínas, com consequente baixa produção de proteína microbiana(36).
No fator 2, a maior produção de leite está relacionada a menores teores de sólidos do leite, como a gordura e a caseína, e vice-versa. Dietas com maior suplementação concentrada e, consequentemente maior teor de energia estão relacionadas à maior produção e estabilidade do leite ao teste do álcool, com redução de LINA(37), que, por sua vez, estão relacionadas negativamente aos teores de gordura e caseína. Isso pode estar relacionado à menor produção de leite/vaca/dia nas condições de menor oferta alimentar, o que reduz a produção leiteira, aumentando os teores de proteína e gordura, enquanto o teor de lactose não apresenta relação com a produção(35). Essa maior produção de leite/vaca/dia foi obtida, na sua maioria, em propriedades que utilizavam suplementação concentrada, principalmente energética e proteica, a qual, por sua vez, estava associada às amostras de leite estável, com menor ocorrência de LINA. Estando a ocorrência de LINA associada à baixa produção e suplementação somente energética. Marques et al.(15) mostram que os animais que receberam suplementação concentrada com melhor balanço nos níveis de energia e proteína produziram leite mais estável.
Foram formados três grupos distintos na análise de agrupamento pelas variáveis estrutura da sala ordenha, tipo de ordenha, número de vacas, produção/vaca/dia, suplementação volumosa, teor de FDN da pastagem, ocorrência de LINA e teores de caseína, lactose e gordura (Tabela 4). De acordo com essa análise, existem dois grupos com baixa prevalência de LINA (grupos 2 e 3). Desses, o grupo 2, com apenas cinco observações, é formado pelos maiores produtores com características distintas dos demais, que possuíam melhor estrutura de sala de ordenha, equipamento de ordenha mecanizado, maior número de vacas e maior produção/vaca/dia. Essas propriedades possuíam forragens com menor FDN, o que indica a melhor qualidade das pastagens. Propriedades leiteiras com produção em escala maior utilizam maior quantidade de alimentos de melhor qualidade, apresentam nível tecnológico produtivo superior e, provavelmente, um melhor desempenho de ordenha e manejo sanitário, com efeitos positivos sobre a produção e composição do leite(38-40). O menor teor de sólidos no leite do grupo 2 é provavelmente efeito da diluição desses componentes, visto que esse grupo se difere dos demais pela maior produção.
Os grupos 1 e 3, formados por propriedades menores e com infraestrutura de produção mais modesta, distinguem-se pela ocorrência de LINA, sendo que o primeiro apresentou ocorrência em 37% das propriedades contra 9% no grupo 3. Esses grupos não diferiram quanto à estrutura de ordenha, número de vacas e produção/vaca/dia, porém o grupo 1 possuía menor tecnificação do equipamento de ordenha. Embora a análise fatorial não tenha apresentado relação direta entre a ocorrência de LINA e a estrutura da propriedade (Tabela 2), a análise de agrupamento demostrou que as condições relacionadas à maior instabilidade do leite são mais comuns em propriedades com ordenha menos tecnificadas.
Em relação ao grupo 1, o grupo 3, que apresenta menor ocorrência de LINA, é o que mais utiliza suplementação volumosa na alimentação dos animais, além de ter pastagens de melhor qualidade, indicado pelo menor teor de FDN. O grupo 3 tinha também maior teor de caseína, lactose e gordura no leite produzido. Isso pode estar associado a um melhor manejo nutricional, manutenção da qualidade e da constância dos alimentos durante o ano(14). Estratégias de alimentação envolvendo o uso de silagem, suplementos vitamínicos e minerais, calcário, sal e disponibilidade de pasto relacionam-se positivamente com a concentração de lactose, sendo essas estratégias principalmente utilizadas por propriedades com maior número de vacas e maior produtividade(39). Oliveira et al.(29) verificaram que o leite estável apresenta maiores teores de caseína e lactose que o instável. A porcentagem mais elevada de caseína deve-se possivelmente ao maior aporte de nutrientes e aos maiores teores de proteína nos alimentos fornecidos(14).
Conclusão
O uso de suplementos alimentares volumosos e concentrados, com consequente melhoria da produtividade animal e maior teor de lactose no leite estão relacionados com a menor ocorrência de LINA nas condições das propriedades de agricultura familiar do Planalto Norte de Santa Catarina. A ocorrência de LINA apresenta pouca relação com a infraestrutura das propriedades e com a estação do ano.
Agradecimentos
À Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (FAPESC) pelo financiamento do estudo. Aos produtores rurais das cooperativas CAFLEMAV, COAFAPA e COOPERLEITE pela colaboração no estudo e pelo propósito de se aperfeiçoarem a partir dos resultados da pesquisa. Ao Laboratório de Análise de Alimentos da Universidade do Contestado - Campus Canoinhas, Marcílio Dias e ao Laboratório de Microbiologia de Alimentos do Instituto Federal de Santa Catarina - Campus Canoinhas, pela disponibilização da estrutura para realização das análises laboratoriais durante o período de coletas.
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