RESUMO
Objetivou-se com este estudo quantificar a produção e a participação de
aquênios, folhas, colmo e capítulo, bem como a produção de matéria
verde e seca de dois híbridos de girassol para produção de silagem.
Foram utilizados dois híbridos de girassol: Helio 251 (H251) e Helio
360 (H360), implantados em resteva de aveia. A avaliação produtiva da
cultura realizou-se pela contagem de 12 pontos de cinco metros
lineares/ha de cada híbrido e a composição das plantas foi realizada
com cinco amostras. O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado e as médias analisadas pelo teste Tukey. O H251 apresentou
maior quantidade de plantas/m linear e por hectare (3,99 contra 3,12
plantas/m; 49.953,95 contra 38.342,10 plantas/ha, respectivamente, para
H251 e H360). Os capítulos do H360 foram mais pesados, quando expressos
em matéria verde (MV) (303,79 g/planta) e seca (MS) (56,88 g/planta),
consequentemente, apresentando maior peso de aquênio (151,09 e 100,12
g/planta, para MV e MS), quando comparado com o H251. O híbrido H360
apresentou maior peso de colmo, quando expresso em MV (120,95 contra
61,27 g/planta) e MS (48,58 contra 29,01 g/planta). Os maiores pesos de
capítulo, aquênios e caule apresentados pelo H360 resultaram em plantas
mais pesadas, além de superioridade na produção de MS/ha.
____________
PALAVRAS-CHAVE: aquênio; capítulo; colmo; folha; matéria seca; matéria verde.
ABSTRACT
AGRONOMIC AND PRODUCTIVE ASPECTS OF SUNFLOWER HYBRIDS (Helianthus annus L.) HELIO 251 AND HELIO 360
This study had as objective to quantify achenes, leaves, stem and
capitulum production and participation, as well as green and dry matter
production of two sunflower hybrids for silage production. Two
sunflower hybrids, Helio 251 (H251) and Helio 360 (H360), were used and
implanted under oat stubble. The counting of twelve points with five
linear meters/hectare of each hybrid was carried out to evaluate hybrid
production and five samples were taken to evaluate plant composition. A
complete randomized experimental design was used and the averages were
analyzed by Tukey test. H251 hybrid presented higher plants per linear
meter and per hectare (3.99 vs. 3.12 plants/m; 49,953.95 vs. 38,342.10
plants/ha, for H251 and H360, respectively). H360 capitulum were
heavier than the ones from H251, when expressed in green (303.79
g/plant) or dry (56.88 g/plant) matter basis, consequently, it showed
heavier achenes (151.09 and 100.12 g/plant, respectively, for green and
dry matter). H360 presented higher stem weight, when expressed in green
(120.95 vs. 61.27 g/plant) or dry (48.58 vs. 29.01 g/plant) matter
basis. The higher weights of capitulum, achene and stem presented by
H360 resulted in heavier plants and superiority on dry matter
production per hectare.
____________
KEYWORDS: achenes, capitulum; dry matter; green matter; leaves; stem.
INTRODUÇÃO
O girassol (
Helianthus annus
L.) vem ocupando espaço de outras culturas pela possibilidade de ser
destinado à produção de biodiesel, além de fornecer subprodutos, como
torta ou farelo, que podem servir de alternativa para alimentação de
ruminantes. Dentre as vantagens da cultura do girassol incluem-se a
maior resistência à seca, devido a sua alta capacidade de extrair água
do solo, estimada em 92% contra 64% do sorgo (BREMMER
et al.,
1986); resistência ao frio e geadas, devido à ampla adaptabilidade às
diferentes condições edafoclimáticas (SOUZA, 1998; LEITE
et al.,
2005); amplitude da época de plantio no Brasil (julho à fevereiro),
permitindo a implantação de outras culturas de verão (produção de grãos
e forrageiras) após a sua colheita. Na depressão central do Rio Grande
do Sul, o cultivo do girassol é mais recomendado nos meses de julho a
setembro, após o cultivo da aveia, que é utilizada no pastejo dos
animais e, também, como cobertura vegetal para a cultura subsequente.
Após a colheita do girassol, que ocorre de novembro a janeiro, a área
pode ser utilizada para a implantação de outras lavouras de grãos, como
milho, sorgo e soja ou aproveitada para o plantio de pastagens de verão
como o milheto ou sorgo para pastejo, otimizando a produção por área
agricultável.
Além dessas vantagens, a planta do girassol ainda pode ser destinada
para produção de volumoso, tanto na forma de silagem como de capineira,
demonstrando alta qualidade, especialmente pelo maior conteúdo de
proteína (TOMICH
et al.,
2004). A elaboração da silagem de girassol pode ser justificada pela
conservação da forragem, fazendo com que haja maior disponibilidade de
alimento para os bovinos em momentos em que as adversidades climáticas
interferem na disponibilidade de forragem. Segundo DEMARCHI
et al.
(1995), à medida que a exploração torna-se mais tecnificada, procurando
obter melhores índices zootécnicos e maior rentabilidade econômica, os
produtores têm adotado sistematicamente a conservação da forragem em
silos. A silagem de girassol, como alternativa para a alimentação de
ruminantes, vem sendo estudada há alguns anos por pesquisadores
(MCGUFFEY & SCHINGOETHE, 1980; THOMAS
et al., 1982; KERCHER
et al.,
1985), demonstrando potencial nutricional. Entretanto, suas
características agronômicas para produção de silagem são pouco
conhecidas, já que a maioria dos híbridos pesquisados é destinada à
produção de grãos.
Para avaliação das culturas destinadas à produção de silagem é
necessário considerar a produção de biomassa e o valor nutritivo da
silagem, entre outras características (SOUZA
et al.,
2003). A participação dos componentes da planta está condicionada ao
número de plantas por unidade de área, em função do cultivar utilizado,
do estágio de desenvolvimento fenológico, entre outros (MELLO
et al.,
2006). O girassol possui a característica de produzir alta quantidade
de matéria verde e seca, além de bons teores de nitrogênio amoniacal;
entretanto, a qualidade em relação aos valores do pH é considerada
mediana (TOMICH
et al., 2004).
Por possuir grande diversidade genética, o estudo dos híbridos de girassol mais adequados para cada região é essencial (MELLO
et al.,
2006), visto que os diferentes cultivares de girassol, implantados na
mesma época, podem se comportar de maneira diferenciada quanto à
produção e rendimento de seus componentes. Sendo assim, torna-se
importante o estudo comparativo das características agronômicas dos
cultivares presentes no mercado. Para tanto, o presente trabalho teve
como objetivo quantificar a produção e a composição de aquênios,
folhas, colmo e capítulo de dois híbridos de girassol (
Helianthus annus L.) Helio 251 e Helio 360.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Laboratório de Bovinocultura de Corte da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), localizado na região
fisiográfica denominada depressão central, com altitude média de 95 m,
latitude de 29º43’ Sul e longitude 53º42’ Oeste. Segundo a
classificação de Köppen, o clima é “Cfa”, subtropical úmido com
estiagem no verão, temperatura média mensal máxima de 22ºC e mínima
variando entre 3 e 18ºC, e precipitação média anual variando de 1300 a
1800 mm. O solo é classificado como Argissolo Vermelho Distrófico
Arênico, pertencente à unidade de mapeamento São Pedro (STRECK
et al.,
2002). A análise de solo foi realizada pelo Departamento
de Solos do Centro de Ciências Rurais da UFSM
com os seguintes resultados: pH = 5,8; Ca = 7,5 cmol/dm³;
Mg = 5,5 cmol/dm³; H+Al = 3,5
cmol/dm³; saturação%: Al = 0; base = 77; índice
SMP = 6.2; %MO = 3,3 %; argila = 24; textura = 3, S = 4,0
mg/dm³; P-Mehlich = 35,8; K = 128 mg/dm³; CTCpH7 = 14,8; Cu = 1,9
mg/dm³; Zn = 6,2 mg/dm³; B = 0,4 mg/dm³.
Foram utilizados dois híbridos de girassol (
Helianthus annus
L.): Helio 251 (H251), híbrido simples com aquênios de cor estriada e
Helio 360, (H360) híbrido triplo com aquênios de cor estriada preto,
implantados em resteva de aveia (
Avena strigosa
Screb.) dessecada com 200 L/ha de calda contendo 3 litros de glifosato
(480 g/L). As lavouras de girassol foram implantadas em 22 de setembro
de 2005 em uma área de seis hectares (ha), subdividida em três ha para
cada híbrido. Foram utilizadas cinco sementes/metro linear, com
espaçamento entre linhas de 0,8 m. Para adubação de base, utilizaram-se
300 kg/ha de adubo na formulação 10-18-20 de NPK e 0,5% de boro. Para
adubação de cobertura foram utilizados 45 kg de nitrogênio/ha aplicados
50 dias após o plantio.
A colheita foi realizada 113 dias após a semeadura, quando as plantas
do H251 e H360 apresentavam-se em estágio R9, caracterizadas pela
maturação fisiológica, com os aquênios maduros, brácteas
castanho-amareladas, folhas da base secas, capítulo com o dorso
amarelado e com a frente voltada para o solo, mostrando 42,97% e 39,87%
de matéria seca (MS), respectivamente. A avaliação produtiva da cultura
foi realizada através da contagem em 12 pontos de cinco metros
lineares/ha de cada híbrido, para determinação do número de plantas por
metro linear (pl/m) e por ha (pl/ha). Após, coletaram-se cinco
amostras, representadas por cinco plantas dos híbridos de girassol, que
foram pesadas para determinação do peso da planta em gramas, e medidas
individualmente para determinação da altura da planta tomada a cinco cm
do solo até a inserção do capítulo; do diâmetro do colmo a cinco cm do
solo; do diâmetro do capítulo e do número de folhas por planta. A
avaliação das variáveis – produção de matéria verde (MV) de aquênios,
folhas, colmo, capitulo sem aquênios por ha – foi realizada no momento
da colheita, tomando os pesos das partes integrantes da planta para
determinação da produção em MV. Posteriormente, as partes de cada
planta foram colocadas em estufa de ar forçado a 55ºC por 72 horas para
determinação da produção desses componentes expressos em MS/ha.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, composto por
dois tratamentos (híbridos de girassol H251 e H360), com 36 repetições
(pontos de coleta). Os dados coletados para cada parâmetro foram
submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste F
em nível de 5% de significância. Para a realização das análises
estatísticas foi utilizado o programa estatístico SAS (1997).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na
Tabela 1,
observa-se que o cultivar H251 apresentou maior população de plantas
por metro linear e por hectare (3,99 e 49.953) em relação ao cultivar
H360 (3,12 e 38.342), demonstrando que o primeiro híbrido apresenta
melhor germinação e manutenção de plantas até o momento da colheita do
que o segundo, uma vez que o estande/ha introduzido foi de 62.500
plantas/ha para ambos os híbridos.
A altura da planta e o diâmetro do caule não diferiram (P>0,05;
Tabela 1)
entre os híbridos estudados. O aumento da altura das plantas, bem como
o decréscimo do diâmetro do caule pode ser ocasionado pelo aumento da
densidade populacional, gerando maior competição intraespecífica que se
estabelece nessa condição, especialmente pela luz incidente (NEPOMUCENO
& SILVA, 1992). A altura da planta já foi correlacionada com
índices de produtividade para culturas de sorgo e milho (PIZZARRO,
1978; ZAGO, 1997) e o diâmetro de caule, quando aumentada sua
participação, pode diminuir a qualidade do material, principalmente por
se tratar de uma estrutura lignificada, interferindo na digestibilidade
da fibra. Outros autores também correlacionam essas medidas com fatores
relacionados à implantação da cultura, sendo assim, CASTRO
et al.
(1999) afirmam que o método de incorporação do nitrogênio antes da
semeadura também influencia na altura da planta e no diâmetro de colmo.
No presente experimento, o nitrogênio foi aplicado da mesma forma aos
dois cultivares, podendo ter gerado a similaridade entre a altura das
plantas e o diâmetro de caule para os híbridos estudados.
O cultivar H251 apresentou maior diâmetro de capítulo (
Tabela 1)
que o cultivar H360 (174,65 contra 138,22 mm, respectivamente). A
importância do diâmetro do capítulo está relacionada com a quantidade
de aquênios produzidos, podendo diferir entre os híbridos presentes no
mercado. HECKLER (2002) e TOMICH
et al.
(2003), avaliando 24 e 13 híbridos de girassol, respectivamente, não
constataram diferença (P>0,05) no diâmetro de capítulo, encontrando
valores médios de 162,9 e 173,0 mm, respectivamente. Em relação ao
número de folhas, o cultivar H360 apresentou maior quantidade de folhas
por planta (25,74 contra 23,58 para o cultivar H251). Segundo TOMICH
et al.
(2003), é desejável que os híbridos de girassol destinadas à produção
de silagem apresentem menor participação de caule, que é formado pela
altura e diâmetro de caule, e maior participação de capítulo e folha.
Ao se analisar a
Tabela 2,
observa-se que o cultivar H360 apresentou maior peso de aquênios por
planta (151,09 contra 60,98 g, respectivamente, para H360 e H251),
mesmo apresentando menor diâmetro de capitulo. Isso se refletiu no
melhor preenchimento do capitulo elevando seu peso por planta para este
mesmo híbrido (303,79 contra 129,59 g, respectivamente, para H360 e
H251;
Tabela 2).
O cultivar H360 ainda apresentou maior peso da planta (596,54 g) em
relação ao cultivar H251 (281,09 g), o que pode ter sido ocasionado
pelo maior peso de aquênios e de colmo (
Tabela 2), já que não houve alteração do peso de folhas entre os híbridos testados.
Quando essas variáveis foram analisadas em relação à matéria seca (MS),
notou-se que o cultivar H360 apresentou maior peso de aquênios por
planta (100,12 g) que o cultivar H251 (43,61 g), como pode-se
visualizar na
Tabela 3,
o que levou a uma maior participação de capítulos na MS por planta do
primeiro (56,88 g). Devido ao maior peso de aquênios e capítulo por
planta, maior estrutura foi necessária para sustentar o capítulo,
observando-se maior peso de colmo quando expresso em MS/planta (48,58
g;
Tabela 3). Pode-se notar maior peso por planta na MS para o cultivar H360 (222,79 g;
Tabela 3) em relação ao cultivar H251 (115,08 g;
Tabela 3),
demonstrando que, dentre as diferenças encontradas para as partes da
planta, o peso do capítulo e colmo contribuíram significativamente para
o maior peso total da planta (P=0,0089).
As produções em kg/ha de aquênio, folhas, caule e capítulo não foram
influenciadas pelos híbridos estudados, produzindo em média 4.420;
1.271; 3.705 e 9.061 kg de MV/ha, respectivamente (
Tabela 4).
No entanto, quando expressos em MS/ha, maior produção de aquênios foi
observada para o cultivar H360 (3.839,00), o que levou a uma maior
produção de matéria seca de capítulos por hectare (2.180,89), como pode
ser observado na
Tabela 4. As produções em kg MS/ha de aquênios e capítulo (
Tabela 4)
foram superiores (P=0,0461 e P=0,0408) para o H361 (3.839,0 e 2.180,89
kg MS/ha, respectivamente) em relação ao H251 (2.178,69 e 1.315,54 kg
MS/ha, respectivamente). Rendimento médio de 2.066 e 2.053 kg MS/ha de
aquênios são relatados por CASTRO
et al. (1999) e CARVALHO & PISSAIA (2002).
O rendimento dos aquênios é dependente das condições edafoclimáticas (CARVALHO & PISSAIA, 2002), como constatado por CASTRO
et al.
(1999) em anos consecutivos de plantio de girassol em mesma área. Além
do tamanho e peso dos aquênios, a concentração de óleo e a visitação de
insetos polinizadores podem influenciar no seu rendimento. No presente
estudo, as condições climáticas e a polinização dos cultivares foram
semelhantes, visto que foram cultivados no mesmo período e foram
introduzidas duas caixas/ha de abelhas Apis mellifera para favorecer a
polinização das plantas, sendo assim, o fator que mais influenciou o
rendimento por ha dos aquênios foi o peso dos mesmos (
Tabela 3).
HECKLER (2002), estudando 24 híbridos de girassol, constatou que o peso
de aquênios foi responsável pelo maior rendimento de aquênios/ha;
entretanto, considera que o diâmetro do capítulo seja responsável pelo
rendimento de grãos/ha. No entanto, o presente estudo constatou que
mesmo que o cultivar H251 tenha apresentado maior diâmetro de capítulo (
Tabela 1), apresentou menor rendimento de aquênios/ha (
Tabela 4).
Mesmo demonstrando diferenças (
Tabela 2) entre os híbridos para o peso das partes da planta, a produção total de matéria verde por hectare foi semelhante (P=1266;
Tabela 4)
para os híbridos testados, apresentando média de 18,5 ton. Em relação à
produção de matéria seca por hectare, mesmo que o cultivar H360 tenha
apresentado menor população de plantas (
Tabela1),
o maior peso individual das plantas proporcionou maior produção total
de matéria seca (8,5 contra 5,7 ton de MS/ha, respectivamente, para
H360 e H251; P<0,10). Produções semelhantes ao deste estudo foram
encontradas por REZENDE
et al. (2002) e TOMICH
et al.
(2003), sendo que os primeiros encontraram híbridos produzindo 7,21 ton
de MS/ha de silagem e os últimos relataram produções de 5,9 ton de
MS/ha. Em seu estudo, REZENDE
et al.
(2003) observaram produções médias de 8,2 e 8,9 ton MS/ha em lavouras
com população de plantas de 40 e 60 mil, respectivamente.
A produção das lavouras de girassol também pode ser influenciada pelos
problemas com as plantas daninhas, sendo relatadas perdas de 23% a 70%
no rendimento de grãos, em razão da presença de espécies do tipo
monocotiledôneas e dicotiledôneas (VIDAL & MEROTTO JÚNIOR, 2001).
De acordo com os estudos realizados por GIMÉNEZ & RIOS (1986), a
infestação de plantas daninhas foi mais severa até 30 dias após a
emergência. A convivência do girassol com plantas daninhas até 21 dias
após a emergência (DAE), segundo relatado por BRIGHENTI
et al.
(2004), não causou efeito sobre o rendimento da cultura. No presente
trabalho, houve grande infestação de monocotiledônias,
predominantemente o papuã, no intervalo de 21 a 30 DAE, o que pode ter
prejudicado a produtividade dos híbridos.
Segundo MCDONALD
et al.
(1991), o conteúdo relativamente baixo de MS encontrado nas silagens de
girassol é considerado fator limitante da cultura, que pode estar
relacionado a colheitas precoces e utilização de cultivares que mantêm
alta umidade em determinada porção da planta, mesmo em avançados
estádios de maturação. Constata-se, na
Tabela 5,
que os híbridos possuíam teor de MS (41,42%) acima do recomendado pela
literatura para a ensilagem (30 a 35%), justificando esse fato em
função do monitoramento da MS realizado na lavoura, que deu ênfase ao
capítulo que continha considerável presença de água na sua
constituição, enquanto os aquênios e principalmente as folhas
apresentavam alta concentração de MS. De acordo com VAN SOEST (1994), a
obtenção de silagem com teores entre 30 e 35% favorece o
desenvolvimento de fermentações láticas, consideradas ideais no
processo de ensilagem.
A ensilagem de plantas com teores abaixo de 30% de MS pode provocar
perdas por lixiviação de até 8% de nutrientes, além de favorecer a
fermentação acética e butírica; no entanto, a ensilagem com teores
acima de 35% dificulta a compactação do material ensilado, permitindo
respiração intensa da forragem picada, levando à ocorrência de
fermentação alcoólica ou glicídica (CONSENTINO, 1978). De acordo com
KUNG & SHAVER (2001), para que o processo fermentativo seja
comprometido e os valores de pH estejam elevados é necessário que a MS
seja superior a 50%.
CONCLUSÃO
O híbrido Hélio 251 apresentou maior quantidade de plantas/ha, mas
essas apresentaram menor participação de aquênios, colmo e capítulo em
relação ao híbrido Hélio 360.
O híbrido Hélio 360 mostrou superioridade na produção de matéria seca
por hectare mostrando ser mais adequado para ensilagem que o híbrido
Hélio 251.
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17/07/2009
Protocolado em: 27 mar. 2010. Aceito em: 27 jan. 2011.