The
objective of this study was to evaluate the effects of using sorghum
silages with and without tannin as a substitute for corn silage on
performance and carcass characteristics of feedlot sheep. We used 18
whole, Santa Ines, male lambs, distributed in a completely randomized
design with three treatments: silage tannin in grain sorghum (SCT),
silage sorghum without tannin in grain (SST); and corn silage (SM). The
forage: concentrate ratio was 70:30, and we used a commercial
concentrate with 19% CP and 75% TDN. The dry matter intake (DMI) for
the treatment SCT, SST, and SM were 1.03, 1.20 and 0.85 kg / day,
respectively, and the SCT was similar to the others, but the SST was
higher than SM. The sheep which consumed the SST diet had higher
average daily weight gain (DWG) and total average gain (153.72 g and
8.61 kg) than those consuming SCT (111.19 and 6.23 kg) and SM (94.40 g
and 5.46kg). There was no difference in feed conversion (FC) between
diets. The carcass traits were not influenced by the type of silage
consumed. The SCT can be used as the only roughage in the diet of sheep
in confinement, without changing the DMI, FC and carcass
characteristics. However, animals that consumed the SST had higher DWG.
---------------------------
KEYWORDS: carcass finishing; consumption; feed conversion; lambs;
weight gain.
INTRODUÇÃO
A ovinocultura tem se mostrado com grande potencial
para o aumento da oferta de proteína animal de alta qualidade, porém,
em muitas regiões do país, a atividade é ainda de pouca expressão, em
decorrência da estrutura de comercialização e da baixa qualidade das
carnes normalmente oferecidas aos consumidores. Para que a atividade se
torne nacionalmente importante, é necessário, além de melhorar a
comercialização, aumentar os índices produtivos e a qualidade do
produto oferecido.
Segundo PIRES et al.
(2006), os cordeiros constituem a categoria ovina que possui a carne de
maior aceitabilidade pelo mercado consumidor, haja vista suas melhores
características de carcaça e a melhor qualidade da carne. No entanto, o
sistema de criação adotado no Nordeste brasileiro, predominantemente
extensivo, resulta muitas vezes em baixos índices produtivos e produtos
de qualidade inferior a daqueles nos quais são empregadas tecnologias
mais modernas. Esse acontecimento é devido, principalmente, à escassez
de forragem de boa qualidade durante o ano.
Desta forma, a conservação de forragens verdes na
forma de silagem é uma estratégia para contornar o problema de escassez
de pasto no período de estiagem. Para confecção de silagens, o milho
tem sido a forrageira que mais se destaca quanto aos aspectos
nutricionais e de adequação ao processo fermentativo.
A cultura do sorgo contribui com grande parte da
área total cultivada para silagem no Brasil, destacando-se por
apresentar produtividade de matéria seca (t MS/ha/ano) mais elevada que
a do milho, principalmente em condições marginais de cultivo, como nas
regiões de solos de baixa fertilidade natural e locais onde é frequente
a ocorrência de estiagens longas (ROCHA JÚNIOR et
al., 2000).
O ponto crítico da cultura do sorgo é o ataque de
pássaros que, em muitas regiões, pode ser responsável por grande perda
de grãos. Para minimizar essas perdas, as empresas produtoras de
sementes desenvolveram híbridos de sorgo com tanino no grão, sendo um
composto de sabor adstringente, o que limita o consumo pelos pássaros.
Atualmente, essas empresas vêm descartando os
cultivares com tanino em função, principalmente, da baixa procura por
parte dos produtores, que acreditam que a presença do composto reduz o
desempenho dos animais. Entretanto, esse é um fato comprovado para
monogástricos, existindo poucas evidências e estudos quanto ao
desempenho dos ruminantes.
Objetivou-se com este estudo avaliar os efeitos da
utilização de silagens de sorgo com e sem tanino em substituição à
silagem de milho sobre o desempenho e características de carcaça de
cordeiros terminados em confinamento.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Setor de
Caprino-ovinocultura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –
UESB,
campus Juvino
Oliveira, Itapetinga-BA, no período de junho a agosto de 2006. Foram
utilizados 18 cordeiros machos não castrados, da raça Santa Inês com
peso médio inicial de 22
Kg e 60 dias de idade, alojados em baias
individuais (2m²) providas de comedouros e
bebedouros.
Os animais foram distribuídos em delineamento
inteiramente ao acaso (DIC), de forma aleatória, sendo três
tratamentos: SCT – silagem de sorgo com tanino no grão; SST – silagem
de sorgo sem tanino no grão e SM - silagem de milho. A relação
volumoso:concentrado para todos os tratamentos
foi de 70:30, com base na matéria seca dos ingredientes. Foi utilizado
concentrado comercial, linha ovinos, composto por farelo de soja,
milho, mistura mineral, uréia e sulfato de
amônia, formulado para atingir um total de 19% de proteína bruta e 75%
de nutrientes digestíveis totais (NDT).
O cultivo dos híbridos de sorgo e do milho
utilizados para a produção das silagens foi conduzido na Fazenda
Primavera, localizada no município de Itapetinga, Sudoeste da Bahia,
cujas coordenadas geográficas são: 15° 18’ 14’’ de latitude sul e 40°
12’ 20’’ de longitude
oeste. A altitude é de 301 metros em relação ao
nível do mar, o clima da região é o tropical, com chuvas regulares,
mais pronunciadas no verão com pluviosidade média de 900 mm anual e
temperatura média de 30,5°C, com máxima de 43°C e a mínima de
18°C, com o período de chuvas compreendido entre os meses de novembro a
março e período de inverno com chuvas de menor intensidade.
Os híbridos de sorgo utilizados neste estudo foram o 740, granífero de
ciclo precoce sem tanino no grão, e o 8419,
granífero
de ciclo precoce com tanino no grão. A cultivar de milho foi a BR5033.
Os 18 cordeiros utilizados na pesquisa foram
vermifugados
antes de se iniciar o período
experimental. A alimentação foi fornecida duas vezes ao dia,
ad
libitum, em horários pré-estabelecidos (7
e 17 h) e em quantidade ajustada para manter 10% de sobras. Os animais
foram confinados por 70 dias, sendo 14
dias de adaptação e 56 dias para avaliação de desempenho. Após o
período de adaptação, os animais foram pesados a cada 14 dias, sendo
calculados o ganho de peso médio diário (GPMD = ganho de
peso total/período experimental) e a conversão alimentar (CA =
consumo de matéria seca/ ganho de peso).
Durante o
período experimental, a cada 14 dias, foram coletadas
amostras dos alimentos fornecidos e das sobras, as quais foram
identificadas e acondicionadas em
freezer a
-20ºC, para posteriores análises laboratoriais. Todas as
amostras foram pré-secas em estufa com circulação forçada de ar a ±
55°C por 72 horas e,
posteriormente, trituradas em moinho tipo
Willey com peneira
de crivos de 1 mm. A seguir, foram
acondicionadas em frascos identificados para determinação das
concentrações de MS, MO, MM, FDN, FDA, PB e EE, segundo SILVA &
QUEIROZ (1992). Os carboidratos totais (CT) foram calculados segundo
SNIFFEN (1992), em que CT (%) = 100 – (%PB + %EE + %MM), enquanto que
os carboidratos não-fibrosos (CNF),
conforme fórmula descrita por HALL (2000), CNF = 100- (%PB+ %FDN +
%EE+%MM).
Ao final do período experimental, três animais de
cada tratamento foram pesados, para obter peso vivo sem jejum (PVSJ) e
logo após, submetidos a uma dieta hídrica por 18 horas para a obtenção
do peso vivo com jejum (PVCJ).
Os animais foram abatidos na sala de abate da
Unidade Experimental em Caprinos e Ovinos – UECO da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia/
Campus Itapetinga. Após o
abate, o aparelho gastrintestinal dos animais foi esvaziado para
obtenção do peso do corpo vazio (PCV = peso vivo ao abate - conteúdo
gastrintestinal), visando determinar o rendimento verdadeiro, que é a
relação entre o peso da carcaça quente (PCQ) e PCV (SAÑUDO &
SIERRA, 1986).
Após a evisceração, o peso de carcaça quente (PCQ)
foi registrado, sendo as mesmas levadas para câmara de refrigeração a
5°C,
onde permaneceram por 24 horas suspensas pelas articulações tarso
metatarsianas e, ao final desse período, foi obtido o peso de carcaça
fria (PCF), calculando-se então, a partir deste, a porcentagem de perda
de peso por resfriamento [PPR%=PCQ-PCF)/PCQ
x 100]. As outras variáveis foram obtidas por cálculo de rendimento da
carcaça quente (RCQ%= PCQ/PVCJ x 100), rendimento comercial ou
rendimento da carcaça fria (RCF%= PCF/PVCJ x 100) e rendimento
verdadeiro (RV%= PCQ/PCVZ x 100).
Após as avaliações acima, foi realizada a medida da
espessura de gordura subcutânea (EGS), tomada acima do músculo
Longissimus lumborum, na altura da
inserção da 12ª e 13ª
costelas, sendo feita uma incisão horizontal e uma vertical em forma de
L, com posterior desprendimento dessa gordura, e medição utilizando-se
paquímetro.
Através de avaliação subjetiva das carcaças, segundo
metodologia de COLOMER-ROCHER (1988), foram avaliadas as seguintes
variáveis: espessura de gordura de cobertura - ECG (1,0 para a
excessivamente magra e 5,0, para excessivamente gorda); e grau de
conformação – CONF (1,0 para conformação muito pobre, e 5,0 para
excelente).
O experimento foi projetado em delineamento
inteiramente ao acaso (DIC), com três tratamentos e seis repetições. A
análise de variância foi realizada utilizando-se o PROC GLM do programa
estatístico SAS (SAS, 1991). O nível de probabilidade para aceitação ou
rejeição no teste de hipótese foi de 5%. As médias corrigidas foram
comparadas pelas diferenças mínimas significativas obtidas
utilizando-se o teste Tukey a 5% de
probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A composição química dos volumosos e concentrado
utilizados para confecção das dietas experimentais encontra-se na
Tabela 1. Observa-se que o teor
de MS variou de 38,82% no tratamento
silagem de sorgo com tanino (SCT) a 43,75% na silagem de milho (SM),
valores considerados altos tendo em vista que a recomendação da
porcentagem ideal de MS é de 28 a 35% tanto para o consumo como para a
produção e a conservação (CRUZ et al.,
2008). Esses valores altos provavelmente se devem ao fato de que os
materiais foram colhidos todos em um mesmo dia (105 dias de cultivo),
estando principalmente o milho em um estádio de maturação mais avançado.
O teor de proteína bruta (PB) foi próximo entre as
silagens e, como esperado, a silagem de milho revelou valor
numericamente inferior (6,11%) às demais silagens, mas dentro dos
níveis normalmente encontrados 4 a 7% (VILELA, 1985). Todas as
silagens, portanto, estiveram acima do mínimo desejado para garantir
fermentação ruminal adequada, que, segundo VAN SOEST (1994), é de 6%.
Em relação ao teor de fibra em detergente neutro
(FDN) das silagens de sorgo, foram registrados 71,63% para SST e 73,25%
para SCT. Os valores de FDN das silagens de sorgo encontrados por PESCE
et al. (2000), que analisaram vinte
genótipos de sorgo, variaram de 53,5% a 59,3%, valores inferiores aos
obtidos no presente estudo. Analisando a silagem de milho, a FDN foi
64,01%, se comparado ao estudo de MIZUBUTI et
al
. (2002), também se apresenta elevado. Os dados de
FDA para SM, SST, SCT, foram 29,33% 33,44% e 34,92%, respectivamente,
apresentando comportamento bastante parecido com o estudo de PESCE et
al. (2000), que obtiveram valores para
silagens de sorgo variando entre 31,0% a 34,6%.
Comparando-se o teor de tanino da planta inteira com
o das silagens (
Tabela 2), observa-se que a
ensilagem provocou redução significativa nos teores de tanino. No
híbrido 740, sem tanino no grão, o teor de
taninos condensados foi de 0,20 eq.g leucocianidina/kg MS antes e 0,10
eq.g leucocianidina/kg
MS depois da ensilagem. Já em relação ao híbrido 8419 com tanino no
grão, os valores
variaram de 3,50 eq.g leucocianidina/kg
MS para 0,80 eq.g leucocianidina/kg
MS. Esses resultados estão de acordo com CUMMINS (1971), que observou
decréscimo da concentração de taninos em grãos de sorgo após processo
de fermentação. De acordo com McSWEENEY et al. (2001), a redução no
teor de tanino está,
provavelmente, associada à inativação do composto pelas condições
ácidas em meio anaeróbico, normalmente encontradas em silagens.
As concentrações de taninos condensados nos
volumosos avaliados foram baixas, mesmo no híbrido
8419 classificado como sorgo com tanino, o que explica a falta
de efeito mais consistente sobre os parâmetros avaliados neste estudo.
A presença do tanino no grão de sorgo depende da
constituição genética do material. Caso os genótipos possuam os genes
dominantes B1 e B2, este sorgo é considerado com presença de tanino
(MAGALHÃES et al., 1997). No passado, era
comum encontrar classificação de sorgo dos grupos I, II e III,
representando teores baixos, médios e altos de tanino. Atualmente, o
sorgo grão é classificado da seguinte forma: sorgo com ou sem tanino.
Percentuais de tanino abaixo de 0,70% no grão, verificados em algumas
análises laboratoriais, são devido a outros fenóis e não ao tanino
condensado, e, portanto, não são
prejudiciais à dieta alimentar dos animais.
A composição bromatológica
(
Tabela 3) das dietas
experimentais variou em função da composição das
silagens, chamando atenção para os valores de MS e CNF que tenderam a
ser maiores na dieta com SM, enquanto que, os
teores de FDN e FDA tenderam a ser menores nessa dieta.
As médias de CMS diário das dietas SCT (1,03 kg) e SM (0,85 kg) (
Tabela
4) não diferiram entre si (P>0,05), porém a da SST (1,20
kg) foi
superior (P<0,05) a da SM. As médias de CMS encontram-se dentro do
padrão recomendado pelo NRC (2007) para ovinos desta categoria, a qual
varia de 0,63 a
1,2 kg
MS/animal/dia. CABRAL et al. (2008),
trabalhando com estimativas dos requisitos nutricionais
de ovinos em condições brasileiras, estimou médias de CMS de 0,81 e
0,91kg/dia para animais ganhando 150g/dia e com peso corporal médio de
20 e 25kg, respectivamente.
Os valores de CMS encontrados no presente estudo
foram superiores aos observados por SIMON et
al. (2008), que obtiveram CMS de 0,782 kg/d para ovinos mestiços Santa
Inês, com peso vivo médio semelhante (23 kgPV),
alimentados com silagem de sorgo com 0,75% de tanino na MS, com mesma
relação volumoso:concentrado (70:30).
O tanino presente nos grãos do genótipo 8419 e
ensilado não respondeu por nenhum efeito depressivo sobre o CMS, não
evidenciando seu efeito adstringente, que seria responsável por reduzir
o consumo como mencionaram CUMMINS (1971) e DEMARCHI et al. (1995).
Esses autores observaram também
que essa seria uma das principais causas do baixo desempenho animal
quando alimentado por silagem de sorgo em comparação a silagem de
milho. Em outras pesquisas desenvolvidas no Brasil, com espécies
arbóreas do Nordeste, foi possível observar reduções no consumo
voluntário dos ovinos, e tal redução foi associada também à adaptação
dos animais e microorganismos do rúmen aos
efeitos inibitórios dos taninos (GODOY et al 2004).
De acordo com VAN SOEST (1994), existe alta
correlação negativa entre FDN e o consumo de matéria seca pelos
ruminantes, fato que não ocorreu neste trabalho. A silagem de milho,
neste experimento, apresentou menor percentagem de FDN e, apesar disso,
resultou em menor consumo pelos animais. Esses eventos indicam que
outros fatores, como digestibilidade, tamanho de partícula, taxa de
passagem, pH, produtos da fermentação das
silagens e ocorrência de fungos, podem estar relacionados ao consumo em
animais alimentados com silagem (WARD, 1965). Portanto, a qualidade dos
alimentos oferecidos é extremamente importante no arraçoamento de
animais, devendo-se atentar para as condições adequadas de armazenagem
e conservação de volumosos e de grãos.
Em relação ao ganho de peso, os ovinos consumindo a
dieta SST apresentaram maior (P<0,05) ganho médio diário e total
(153,72 g e 8,61 kg) que
aqueles consumindo as dietas SCT (111,19g e 6,23kg) e SM (94,40g e
5,46kg). Do mesmo modo, CASTRO et al.
(2007) relataram maior ganho de peso médio diário para ovinos
alimentados com silagem de sorgo em comparação ao milho (123,08 e 74,36
g/dia, respectivamente).
BUENO et al.(2000) avaliaram o desempenho de cordeiros da raça Suffolk
desmamados aos 60 dias e confinados,
alimentados com silagem de milho (30,1% de MS; 7,6% de PB e 59,1% de
FDN), silagem de sorgo granífero (31,3% de
MS; 9,2% de PB e 63,3% de FDN) ou feno de gramínea (92,2% de MS; 7,5%
de PB e 77,9% de FDN) e verificaram que os animais alimentados com
silagem de milho ou de sorgo mostraram maior ganho de peso diário e
menor idade de abate que os alimentados com feno e atribuíram os
resultados à variação do FDN das plantas, sendo esta a causa do menor
desempenho dos animais alimentados com feno de gramínea. A conversão
alimentar foi melhor para os animais
alimentados com silagem de sorgo sem tanino (7,88 kg), enquanto os
valores para silagem de sorgo com tanino e silagem de milho foram 9,24
e 10,92, respectivamente. No entanto, CASTRO et
al. (2007) encontraram valores para CA de 12,12 e 8,34 kg para
ovinos consumindo dietas a base de silagem de sorgo e milho,
respectivamente, evidenciando a superioridade da SM em relação a SG.
Em relação aos resultados referentes às
características de carcaça (
Tabela 5), verifica-se que o
tipo de
silagem consumida não influenciou (P>0,05) as variáveis estudadas,
confirmando o estudo desenvolvido por CUNHA et
al. (2001), que não encontaram diferenças
para os rendimentos de carcaça (quente, frio e verdadeiro) em função do
tipo de volumoso consumido.
O período de jejum promove perdas e, neste estudo, o
peso médio ao abate foi1,32 kg ou 4,42% menor que o
peso obtido na origem, 18 h antes. Esse valor se encontra na faixa
citada por OSÓRIO (1999) de perdas de peso vivo de 17 a 18 horas. Visto
que não só o período de jejum ocasiona perdas, mas também as condições
de transporte até o abatedouro, é
interessante que as ondas de acabamento de ovinos sejam próximas aos
abatedouros, para que não haja aumento dessas perdas.
As variáveis PCQ, PCF, RCQ e RCF foram semelhantes
às encontrados por PIRES et al. (2006), que
avaliaram as características de carcaças de ovinos alimentados com
silagem de sorgo e concentrado na proporção de 25,06% da MS total da
dieta. O RV variou entre 52,63% (SST) a 57,58% (SM), concordando com
SAÑUDO & SIERRA (1986) que encontraram o rendimento de carcaça
variando entre 45 e 60%.
Não houve efeito (P>0,05) no grau de cobertura de
gordura (GCG), conformação (CONF) e gordura subcutânea (GS) (
Tabela
6),
para os cordeiros consumindo diferentes tipos de silagens
Com relação à espessura de gordura, o valor médio
encontrado foi 1,47
mm, para ovinos consumindo silagem de sorgo com
peso médio ao abate de 29,29 kg, e 0,80 mm para
silagem de milho com peso médio ao abate de 26,83 kg,
resultados inferiores aos obtidos por CUNHA et
al.
(2001), que encontraram valores de 1,52 mm para
silagem de milho com peso de 31,1 kg e
1,55 mm para a
silagem de sorgo com peso de 30,6 kg<, apesar de não ter
ocorrido diferença significativa (P>0,05). Observa-se tendência de
maior GS nas carcaças dos animais que receberam silagem de sorgo com
tanino.
Apesar de os resultados indicarem semelhanças entre
as silagens de sorgo, quanto aos parâmetros nutricionais e de carcaça,
o desempenho dos animais expressos em termos de ganho de peso, sugere
que a SST foi mais eficiente que a SCT; entretanto, o efeito pode não
ser atribuído à presença desse composto, tendo em vista a baixa
concentração na silagem (3,56 eq-g de
ácido tânico/kg MS) e sim às características inerentes as porções
vegetativas das plantas e o perfil fermentativo das silagens.
CONCLUSÕES
A silagem de sorgo sem tanino resultou em melhores
resultados de desempenho, sendo que os animais desse tratamento
apresentaram maior ganho de peso médio diário e mesmo consumo de
matéria seca que a silagem de sorgo com tanino e a silagem de milho,
obtendo assim melhor índice de conversão alimentar.
Em relação às características de carcaça, a silagem
de sorgo com tanino pode ser utilizada sem restrição alguma, uma vez
que o tanino presente nos grãos do genótipo 8419 e ensilado não
respondeu por nenhum efeito depressivo sobre as características de
carcaça.
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Protocolado em: 25 nov. 2009 Aceito em: 25 fev. 2012.