OCORRÊNCIA DE TUBERCULOSE
Helder de Moraes Pereira1, Hamilton
Pereira Santos2, Danilo Cutrim Bezerra3, Ana Cristina
Costa Aragão4 e Vanessa Evangelista de Sousa4
1-
Médico Veterinário, doutor, Professor do Curso de
Medicina Veterinária, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. E-mail: helderpereirap@yahoo.com.br (autor correspondente)
2-
Médico Veterinário, Mestre, Professor do Curso de
Medicina Veterinária, UEMA.
3-
Médico Veterinário, Mestrando
4-
Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária da
UEMA
PALAVRAS-CHAVE: Búfalos, enfermidade infecciosa, tuberculinização.
ABSTRACT
TUBERCULOSIS IN BUFFALOES
(BUBALUS BUBALIS – LINNEUS, 1758) RAISED IN THE
Tuberculosis is a chronic
granulomatous infection which mainly affects cattle and buffalo herds. It is
characterized by the progressive development of nodular lesions called tubers,
which may be found in any organ or tissue. Therefore, this study evaluates the
incidence of tuberculosis in buffaloes raised in a farm located in Arari,
Maranhão. A total of 155 animals (147 males and 8 females) were tested by
comparative cervical tuberculin test (CCT). They were of Murrah and Murrah
mestizo breeds and different age groups. No animals presented any clinical
signs; however, 21 had positive reactions (13,54%); 12,9% males and 0,64%
females. Regarding age, the highest frequency was observed in animals aged 4 to
7 years old (18,18%), between 0 and 3 years old (14,03%), and more than 7 years
old (11,84%). We conclude that this herd showed high incidence of positive
animals, suggesting a need to develop public health measures for tuberculosis
control.
KEYWORDS:
INTRODUÇÃO
O Brasil possui o 11º maior rebanho de búfalos representando 0,71% do
percentual mundial. (GARCIA, 2005). Os primeiros animais foram introduzidos no
ano de 1890, da raça Carabao na Ilha de Marajó. No Maranhão a bubalinocultura
iniciou no final dos anos 50 na região da baixada maranhense. O estado tem um
rebanho de 77.000 cabeças, sendo o maior rebanho da região Nordestes (IBGE,
2007).
São deficientes as informações cientificas sobre a sanidade dos
rebanhos bubalinos no país, uma vez que se consideram estes animais de alta
rusticidade, sendo considerados resistentes a varias enfermidades que acometem
os demais ruminantes. Entretanto, os búfalos são susceptíveis a vários agentes
etiológicos sejam infecciosos ou parasitários que acometem principalmente os
bovinos (MOTA et al., 2002).
A tuberculose é uma enfermidade infectocontagiosa de caráter crônico,
caracterizada pela formação de granulomas específicos, denominados tubérculos e
seu agente etiológico é o Mycobacterium
bovis. As lesões nodulares podem acometer vários órgãos como linfonodos,
pulmões, baço e fígado (OLIVEIRA et al., 2007).
Estudo realizado em búfalos abatidos em matadouro demonstrou uma
prevalência de 60,3% de lesões compatíveis com tuberculose, principalmente nos
pulmões. A maioria dos bubalinos não manifesta sinais clínicos, porém nos casos
em que estes se manifestam se assemelham aos dos bovinos, bem como as lesões
anatomopatológicas (FREITAS, 2001).
Por ser uma enfermidade de alto contágio é de suma importância o
diagnostico. O teste de tuberculinização tem sido o método empregado atualmente
para o diagnostico da tuberculose, sobretudo o comparativo cervical conforme
recomendação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e
Tuberculose (BRASIL, 2003).
Devido ao grande interesse dos bubalinocultores no melhoramento
sanitário dos rebanhos no estado do Maranhão é que este trabalho teve como
objetivo descrever a ocorrencia da tuberculose em bufalos em uma propriedade no
município de Arari, Maranhão.
MATERIAL E MÉTODOS
Região
A cidade de Arari é uma das cidades que compõe a Baixada Maranhense
juntamente com outros 20 municípios está a 7m de altitude, área 1.100,285 km²,
temperatura média variando de 30° a 40°, com população de 12.580 habitantes
(IBGE, 2007).
Experimento
Foram testados 155 bubalinos sendo 147 fêmeas e
oito machos de uma propriedade do município de Arari. O rebanho era constituído
de animais da raça Murrah e mestiço de Murrah de diferentes faixas etárias.
Estes búfalos foram submetidos à prova de tuberculinização comparada, sendo
empregada a tuberculina PPD aviária e PPD bovina, na concentração de 1 mg de
proteína por mL (32.500 UI) e 0,5 mg de proteína por mL (25.000 UI) por dose,
respectivamente. A aplicação das tuberculinas foi intradérmica na região
cervical, a aviária anterior a PPD bovina em locais previamente tricotomizados,
cerca de
RESULTADOS
E DISCUSSÃO
Dos 155 animais submetidos à prova alérgica de
tuberculinização, nenhum apresentava sinais clínicos, entretanto, 21 tiveram
reações positivas, com uma freqüência de 13,54 %. Este resultado foi superior
aos obtidos por FREITAS et al. (2001) que encontraram no estado de São Paulo
freqüência de animais positivos por meio do isolamento bacteriano de 7,7 % e
reagentes a tuberculinização comparada de 8,11 %, respectivamente, e inferior
aos obtidos por MOTA, (2002) que estabeleceu a prevalência de 20,4 % em animais
da Amazônia submetidos à reação alérgica. Este resultado foi superior aos
obtidos por MELO et al. (1965) e PORTUGAL et al. (1971), que encontraram no
Estado de São Paulo freqüência de animais reagentes à tuberculinização de 15,2%
e 6,04%, respectivamente.
Houve uma freqüência de animais positivos de 12,9
% e 0,64% para fêmeas e machos respectivamente. Estes dados diferem dos
descritos por FREITAS et al. (2001), que encontraram 3,5% para fêmeas e 4,2%
para machos. A freqüência em um matadouro que abateu 62,1% de fêmeas apresentou
a prevalência em 1997 de 1,2 % (BAPTISTA, 2004). Quanto à idade, a maior
freqüência foi observada nos animais de faixa etária de 4 - 7 anos com 18,18 %
(n= 4), 14,03% (n= 8) entre 0 e 3 anos e 11,84% (n= 9) para animais maiores
que 7 anos.
CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos em uma
propriedade do município de Arari, Maranhão pode-se concluir que: houve uma
maior freqüência de fêmeas positivas; animais na faixa etária de
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