uTILIZAÇÃO da Monensina SÓDICA na Prevenção da
Acidose Láctica Ruminal INDUZIDA em Caprinos (Resultados Preliminares)
E-mail: eldinemneto@hotmail.com
(Autor correspondente)
2. Médico Veterinário, Doutorando, Programa de
Pós-Graduação
3. Médico(a) Veterinário(a), Dr.(a), Clínica de
Bovinos, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Campus Garanhuns, Cx. Postal
152, Cep 55292901, Garanhuns, PE.
4. Médico Veterinário, Graduado, Programa de
Residência
PALAVRAS-CHAVE: Ácido láctico, fluido ruminal, ionóforos.
ABSTRACT
This study evaluates the effect of
monensin on diet digestibility and its efficacy in the prevention of ruminal
lactic acidosis experimentally induced in sheep. Permanent rumen cannulae were
implanted in 10 clinically healthy, castrated, mixed-breed male goats with a
mean weight of
KEY WORDS: Ionophores, lactic acid, ruminal fluid.
INTRODUÇÃO
O incremento na exploração de caprinos e a intensificação dos sistemas
de criação têm aumentado à incidência de distúrbios nutricionais e metabólicos,
o que está intimamente ligado à falhas no manejo nutricional, tanto com relação
à alimentação inadequada como a administração de forma excessiva. Em razão disto, a adoção de novas práticas de
manejo têm levado a modificação de hábitos alimentares, que podem acarretar no
surgimento de distúrbios fermentativos dos pré-estômagos, como a acidose
láctica ruminal, doença esta que tem sido cada vez mais incriminada nos
processos patológicos que acometem os ruminantes criados intensivamente (AFONSO,
2005).
Este trabalho tem por
finalidade estudar o comportamento clínico e laboratorial de caprinos
submetidos à incorporação da monensina na alimentação e avaliar os seus efeitos
na prevenção da acidose láctica ruminal induzida experimentalmente nestes
animais.
O trabalho foi
realizado na Clínica de Bovinos, Universidade Federal Rural de Pernambuco,
Campus Garanhuns - PE, no aprisco de experimentação de pequenos
ruminantes. Foram utilizados 10
caprinos, machos, castrados, mestiços (meio sangue) Anglo Nubiana x Saanen, com peso médio de
Em todos os animais foram
implantadas cânulas ruminais permanentes, segundo a técnica descrita por REICHERT
NETO (1996). Foi instituído um intervalo pós-operatório de quatro semanas para recuperação
dos animais, adaptação ao novo ambiente e manejo, antes que se procedesse a
indução da acidose ruminal. Neste período e durante toda a fase experimental,
os caprinos receberam uma dieta diária à base de farelo de soja (
Os caprinos foram divididos em dois grupos de cinco animais, um grupo controle (GC) e o (GM) da monensina sódica (Rumensin 100 - Elanco Química), administrada diretamente no rúmen, pela fístula, na dose diária de 33 mg/kg da dieta, por animal, no decorrer de 40 dias (BROWN & HOGUE, 1985).
Após a recuperação cirúrgica dos animais, uma semana antes da indução foram avaliadas as características clínicas e laboratoriais, por meio do exame do fluido ruminal observando cor, odor, consistência, pH, tempo de sedimentação e flotação (TAS), prova de redução do azul de metileno (PRAM) e dinâmica da fauna ruminal segundo DIRKSEN (1993) e MIRANDA NETO et al. (2005). A contagem do número de protozoários foi realizada empregando a metodologia recomendada por DEHORITY (1977).
O exame físico e a colheita das amostras para os
exames laboratoriais foram realizados por três dias, com a finalidade de se
estabelecer os valores médios do padrão fisiológico (momento controle – 0h)
para as variáveis estudadas. Após o período inicial de adaptação, a aplicação
do antibiótico foi mantida e, a acidose foi induzida nos caprinos fornecendo
como substrato
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A administração de sacarose diretamente no rúmen dos animais estudados desencadeou a acidose láctica ruminal de forma aguda simulando um processo fermentativo semelhante, por exemplo, a ocorrência natural de casos em caprinos associados ao consumo não intencional de quantidades elevadas de grãos, tubérculos, frutas ou subprodutos da indústria ricos em amido ou açúcares; como também, induzida pelo rápido aumento na quantidade de concentrado na dieta no início da lactação para se obter uma máxima produção de leite (CAO et al., 1987; BASAK et al., 1993; VIEIRA et al., 2006).
As alterações das características do fluido ruminal causadas pela acidose
láctica ruminal manifestaram-se, com intensidade variável, já a partir das quatro
horas PI nos caprinos de ambos os grupos estudados. A partir das oito horas PI
se observou o retorno do apetite e da ruminação já em alguns animais dos dois
grupos. O pH caiu para valores próximos a cinco, GC = 5,1 (12 h PI) e GM = 5,35
(8 h PI), a cor tornou-se verde leitosa, o odor levemente ácido e a
consistência levemente aquosa. O TAS reduziu seus valores a partir de 12 h PI
(GC = 3 minutos e GM = 2 minutos) e o tempo de realização da PRAM foi superior
a 15 minutos nos dois grupos. Os infusórios apresentaram uma redução na
contagem (GC = 12500 células e GM = 25000 células) e começaram a se
restabelecer a partir das 32 h PI no GC e 12 h PI no GM. Houve decréscimo até a
ausência na densidade e na motilidade da fauna. O teor de cloretos se elevou a
partir das 32 h PI em ambos os grupos (GC = 35,99 e GM = 34,53). Os animais do
GM ganharam peso no período pré-indução, porém, junto com os animais do GC,
perderam em média
Observou-se que o processo fermentativo induzido nos caprinos foi brando, principalmente no GM, porém causou alterações nas principais variáveis estudadas por diminuir os valores do pH interferindo diretamente na fauna e flora ruminal corroborando com outros autores, que estudando o mesmo distúrbio em outras espécies ruminantes, relatam que em poucas horas o distúrbio desencadeia modificações na flora microbiana ruminal, alterando o seu perfil, onde ocorre à rápida proliferação de bactérias Gram-positivas, produtoras de ácido láctico no rúmen, resultando na elevação deste ácido nas formas D (-) e L (+) (AFONSO et al., 2000; NAGARAJA & LECHTENBERG, 2007).
A produção e o acúmulo anormal de ácido láctico nas diferentes formas
levam a uma acidose ruminal, produzindo não somente alterações na
característica do conteúdo do rúmen como também um quadro de acidose metabólica
e de vários processos secundários que são potencialmente comprometedores a
produção animal (ORTOLANI, 1995; MIRANDA
NETO et al., 2005). Esta afirmação ratifica o que foi constatado neste estudo,
pois os animais apresentaram anorexia, sobrecarga líquida no rúmen, ausência da
ruminação, desidratação e perda de peso devido a diminuição e ausência de
ingestão de volumoso e água.
CONCLUSÃO
A utilização da monensina na dieta dos caprinos minimizou a severidade do quadro clínico da acidose láctica ruminal, porém para que se possa comprovar em definitivo os achados iniciais aguardamos o término do referido estudo.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pelo apoio financeiro (Edital Universal Processo no 470961/2007-4).
REFERÊNCIAS
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