CONSUMO DE NUTRIENTES E BALANÇO HÍDRICO EM EQUINOS RECEBENDO DIETAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE INCLUSÃO DE FENO DE ALFAFA
Leonir Bueno Ribeiro1, Carlos Eduardo Furtado2, Roberta Ariboni Brandi3, Andréa Cristina Souza Paula4, Cleiton Luiz Tonello5, Daniel Augusto Afonso6
1- Mestre em Zootecnia, UEM/ Maringá. – leonirbueno@hotmail.com
2 - Professor Doutor da Universidade Estadual de Maringá – UEM. DZO - Departamento de Zootecnia.
3 - Professora Doutora do Departamento de Zootecnia - FZEA/USP
4 - Zootecnista, Universidade Estadual de Maringá - UEM
5 - Zootecnista, Escola Superior de Agronomia de Paraguaçu Paulista - ESAPP
6 - Aluno do curso de Zootecnia da Escola Superior de Agronomia de Paraguaçu Paulista - ESAPP
Objetivou-se avaliar o consumo de
nutrientes e o balanço hídrico em equinos em mantença, alimentados com
fenos convencionais. Utilizaram-se seis equinos machos com idade média
de nove anos e PV de 361,16 ± 12 kg, em delineamento quadrado latino
(6x6), alojados em gaiolas de metabolismo. Os tratamentos foram FTT:
100% Feno de Tifton, FTO: 80% Feno de Tifton + 20% de Feno de Alfafa,
FTS: 60% Feno de Tifton + 40% de Feno de Alfafa, FTQ: 40% Feno de
Tifton + 60% de Feno de Alfafa, FTV: 20% Feno de Tifton + 80% de Feno
de Alfafa, FAT: 100% de Feno de Alfafa. As quantidades de alimentos
fornecidos foram de 2,25 % do PV, obtendo-se sobras. Para o consumo de
água, utilizaram-se bebedouros com fornecimento de água à vontade. Os
consumos de PB, EE e MM aumentaram à medida que o feno de alfafa foi
incrementado nas dietas indicando que esses elementos estão
relacionados à composição química das dietas. Os valores de consumo e
de excreção de água foram influenciados pela composição química da
dieta, influenciando diretamente no consumo de água em relação à
matéria seca (litros/kg de MSI) e no balanço hídrico. Com relação ao
consumo e excreção de água, observou-se que em todos os tratamentos os
animais apresentaram-se em balanço hídrico positivo. O tratamento FTT
apresentou uma menor excreção fecal e urinária de água em relação aos
demais tratamentos.
____________
PALAVRAS-CHAVE: Alimentação; cavalos; hidratação; nutrição.
The objective of this study was to
evaluate the nutrients intake and water balance of horses in
maintenance, fed with conventional hay. Six male horses with an average
age of nine years and live weight of 361.16 ± 12 kg were used, in a
latin square design (6x6), housed in metabolism cages. The treatments
were FTT: 100% Hay of Tifton, FTO: 80% Hay of Tifton + 20% Hay of
Alfalfa, FTS: 60% Hay of Tifton + 40% Hay of Alfalfa, FTQ: 40% Hay of
Tifton + 60% Hay of Alfalfa, FTV: 20% Hay of Tifton + 80% Hay of
Alfalfa, FAT: 100% Hay of Alfalfa. The quantities of food provided were
2.25% of BW in order to obtain surplus. To determine the water intake,
drinkers with water supply ad libitum were used. The intakes of DM, CP,
EE and MM increased (P ≤ 0.05) as alfalfa hay amount was increased in
the diets, indicating that these elements are related to the diets
chemical composition. Similarly, NDF and ADF intake decreased (P ≤
0.05) as alfalfa hay was increased in the diets. The values of water
intake and excretion were influenced by the chemical composition of the
diet, influencing water intake in function of the dry matter (liters/
kg of DM) and the water balance. Regarding water intake and excretion,
the animals were in positive water balance in all treatments. The FTT
treatment had a lower urinary and fecal excretion of water compared to
the other treatments.
____________
KEYWORDS: Feeding; horse; hydration; nutrition
INTRODUÇÃO
Em algumas provas equestres como enduro e as marchas, nas quais o
animal percorre longas distâncias, o aporte de nutrientes e de
eletrólitos mantidos em seu trato digestório é fundamental para que o
animal possa concluir eficientemente as provas. Muitos nutricionistas
recomendam o uso de fenos de gramíneas ao invés do tradicional feno de
alfafa, pois este apresenta teor proteico que possibilita maior gasto
energético para realizar o metabolismo proteico e, consequentemente,
maior excreção de água. Aproximadamente 90% da perda de peso
representam mudanças no balanço dos fluídos, sendo a perda de peso
durante as provas de enduro largamente atribuída à desidratação (LEWIS,
2000; NRC, 2007).
Dentre os nutrientes requeridos, a água, muitas vezes por ser
“abundante e barata”, é negligenciada e, segundo NYMAN & DAHLBORN
(2000), os equinos submetidos ao esforço físico têm grande aumento na
produção de calor devido à ineficiência do metabolismo energético.
Logo, observa-se em animais que realizam exercícios de moderada e alta
intensidade de 40 a 60 vezes mais calor que o produzido pelo
metabolismo basal, sendo a sudorese a principal via de dispersão desse
calor nos equinos em que o volume de suor depende em parte da
intensidade do exercício, da distância, do tipo de andamento, do
terreno e da quantidade de peso carregado, influenciando diretamente no
consumo de água (EATON, 1994; ERIKSON, 1996; GOER
et al. 2000). No entanto, é difícil predizer as necessidades de consumo de água em cavalos de competição (NRC, 2007).
Desta forma, objetivou-se avaliar o consumo de nutrientes e o balanço
hídrico em equinos adultos, quando submetidos a dietas de fenos
convencionais com diferentes níveis de inclusão de feno de alfafa.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no setor de Equideocultura da Fazenda
Experimental de Iguatemi, da Universidade Estadual de Maringá-UEM.
Utilizaram-se seis equinos machos mestiços com idade média de nove anos
e peso vivo de 361,16 ± 12 kg, em delineamento experimental em quadrado
latino (6x6), alojados em gaiolas de metabolismo.
Os tratamentos foram constituídos por seis dietas experimentais de diferentes proporções de feno de tifton 85 (
Cynodon dactylon) e feno de alfafa (
Medigaco sativa
sp.), sendo FTT: 100% Feno de Tifton, FTO: 80% Feno de Tifton + 20% de
Feno de Alfafa, FTS: 60% Feno de Tifton + 40% de Feno de Alfafa, FTQ:
40% Feno de Tifton + 60% de Feno de Alfafa, FTV: 20% Feno de Tifton +
80% de Feno de Alfafa, FAT: 100% de Feno de Alfafa. As quantidades de
alimentos fornecidos foram da ordem de 2,25 % do PV dos animais
distribuídos em três refeições diárias (8:00; 15:00 e 21:00) de forma à
obtenção de sobras, permitindo a realização dos cálculos de consumo. As
análises químicas das amostras das dietas foram realizadas conforme
metodologia e técnicas descritas por AOAC (1990), SILVA (2002) e VAN
SOEST (1991) e estão apresentadas na
Tabela 1.
O período experimental teve duração total de 66 dias, sendo sete dias
de adaptação às dietas e quatro dias para a coleta dos dados. Para
determinar o consumo de água, o volume foi obtido com uso de bebedouros
graduados (tipo balde) e com fornecimento de água à vontade. As
temperaturas do ambiente foram mensuradas com uso de termômetro (tipo
coluna de mercúrio), concomitantemente ao fornecimento das dietas,
obtendo-se média de 20,3ºC. Os dados obtidos foram avaliados por meio
de análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade, usando-se o programa computacional Sistema de
Análises Estatísticas e Genéticas – versão 9.1 (UNIVERSIDADE FEDERAL DE
VIÇOSA, 2008)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observa-se na
Tabela 2
que, consumo de matéria seca (CMS), o consumo de proteína bruta (CPB),
o consumo de extrato etéreo (CEE) e o consumo de matéria mineral (CMM)
aumentaram (P≤ 0,05) à medida que o feno de alfafa foi incrementado nas
dietas, indicando que os valores obtidos podem estar relacionados
principalmente com a composição química das dietas (PB, FDN e FDA),
sustentado pela similaridade dos teores de matéria seca entre os
tratamentos (FRAPE, 1998; LEWIS, 2000; NRC, 2007). Os equinos podem
aumentar o consumo de matéria seca, no intuito de atender às
necessidades energéticas; contudo, a inclusão de óleo pode tornar
dietas mais palatáveis e aumentar as densidades energéticas, além das
características dos alimentos em teores energéticos e densidades
(EATON, 1994; NRC, 2007).
Por outro lado, o consumo de FDN e FDA diminuiu (P≤0,05) à medida que o
feno de alfafa foi incrementado nas dietas. Para os tratamentos com
maior nível de feno de tifton observou-se menor consumo de nutrientes,
indicando que os equinos podem aumentar o consumo de matéria seca no
intuído de atender às exigências nutricionais; contudo, ficam limitados
pelos teores da fração fibrosa da dieta (FDN e FDA).
O consumo de matéria seca do presente trabalho variou entre os
tratamentos de 1,52 a 1,98 % PV. Segundo o NRC (1989), os equinos
consomem diariamente de 1,5 a 3,0% de seu peso vivo na base da matéria
seca dependo da quantidade disponível, qualidade e estágio fisiológico
das plantas. Quando a exigência energética do animal não é atendida
pelo aporte dietético exclusivo a partir de forrageiras em regime “
ad libitum”,
recomenda-se no mínimo 1,0% do PV de volumosos e a suplementação com
concentrado. O NRC (2007) recomenda para animais em mantença consumo de
matéria seca de 2,0 % PV.
A
Tabela 3
apresenta em litros/dia o consumo de água (CAG), consumo de água da
dieta (CAD), relação entre litros por kg de matéria seca ingerida
(RLM), excreção fecal de água (EFA), excreção urinária de água (EUA) e
o balanço hídrico (BAH). Os valores de CAG, CAD, EFA e EUA aumentaram
(P≤ 0,05) à medida que o feno de alfafa foi incrementado nas dietas. O
consumo de água (CAG + CAD) e a excreção de água (EFA + EUA) foram
influenciados tanto pela composição química das dietas (PB, FDN e FDA)
como pelo consumo de nutrientes (MS, PB, FDN e FDA), justificado pelo
arraste de fluídos pela fração fibrosa nas fezes (FRAPE, 1998). Apesar
de a excreção de nitrogênio não ter sido mensurada no presente
trabalho, sugere-se que o maior consumo de água nas dietas com nível
crescente de feno de alfafa possa estar relacionado com a maior
necessidade de excreção nitrogenada (NRC, 2007).
Para o consumo de água (CAG), observa-se que houve diferença
significativa entre os tratamentos, sendo que o tratamento FAT
apresentou o maior valor, 32,42 litros/dia, seguido dos tratamentos
FTO, FTS, FTQ, FTV, com valor médio de 26,55 litros/dia. Os valores
observados no presente estudo estão acima dos encontrados por GALZERANO
et at. (2006) e BRETAS
et al.
(2007) para dietas composta de tifton e tifton associado a alfafa, que
encontraram 13,13 e 19,24 litros/ dia, respectivamente. O consumo
de água pelos equinos pode estar relacionado principalmente com o teor
de matéria seca e proteico das dietas às quais os animais estão sendo
submetidos e, observando-se a
Tabela 1,
pode-se inferir que os animais tiveram um menor consumo de nitrogênio
quando alimentados com a dieta FTT em relação às demais, o que pode ser
devido à maior necessidade de excreção de nitrogênio. Segundo OLIVEIRA
et al.
(2003), o metabólito de maior excreção na urina é a uréia proveniente
do metabolismo hepático da amônia absorvida no intestino grosso e
oriunda do catabolismo dos aminoácidos e, para que haja condições
metabólicas para tal, consumos maiores de água são necessários.
FONNESBECK (1968) observou o consumo de água à vontade durante ensaios
de metabolismo com cavalos em mantença, sugerindo a possibilidade de
realização de equações de regressão que expliquem o consumo de água em
função da matéria seca ingerida, com grau elevado de confiança.
Com relação ao consumo de água da dieta (CAD), houve diferenças
significativas somente no tratamento FTT, no qual se observou o menor
valor de 0,547 litros/dia. Os demais não se diferenciaram
estatisticamente, apresentando valor médio de 0,703 litros/dia. A
ingestão de água da dieta está relacionada com o teor de matéria seca
ou o total de alimento ingerido, assim como o consumo de água também
pode variar com o tipo de processamento do volumoso (triturado, moído,
peletizado) e com a forma de conservação (
in natura,
silagem, feno), isso porque a concentração dos nutrientes (proteína,
minerais, teor fibroso e de outros componentes) é diferente entre os
alimentos e suas formas de apresentação, afetando o consumo de água
(CUNHA, 1991; GALZERANO
et al. 2006; BRETAS
et al. 2007; NRC, 2007).
OLIVEIRA
et al. (2003)
relataram um consumo diário de água, com média de 3,88 litros/kg de
MSI, fornecendo dietas com diferentes relações de concentrado:volumoso
para equinos. Segundo o NRC (2007), animais consumindo dietas completas
apresentam média de 2,9 L/kg MSI, recomendando-se o consumo mínimo de 2
a 3 L/kg MSI.
NYMAN & DAHLBORN (2000) relataram valores de ingestão de água em
equinos alimentados com dietas mistas de feno e aveia, entre 0,043 e
0,058 L/kg PV, valores inferiores aos obtidos no presente trabalho.
CYMBALUK (1989) relatou consumo de 2,7 a 5,5 litros de água/100 kg de
PV para cavalos mantidos em baias sob temperaturas moderadas. GOER
et al.
(2000), trabalhando com cavalos de peso médio de 500 kg, em atividade
física moderada, relataram um consumo de água em 8,2 L/ 100 kg de PV.
Para a relação entre consumo de água em litros por kg de matéria seca
ingerida (RLM), observa-se que houve diferença estatística (P ≤ 0,05)
entre os tratamentos, sendo que o tratamento FAT apresentou o maior
valor de 4,61 L/ kg de MSI, seguido pelo tratamento FTT com 4,06 L/ kg
de MSI. Os demais tratamentos não se diferenciaram entre si
apresentando um valor médio de 3,79 L/ kg de MSI. OLIVEIRA
et al.
(2003) relataram consumo diário de água com média de 3,88 litros/kg de
MSI, fornecendo dietas com diferentes relações de concentrado:volumoso
para equinos. Segundo o NRC (2007), animais consumindo dietas
exclusivas de feno ingerem água em uma proporção de 3,6 litros de água
por kg de MSI, enquanto que, para os animais alimentados com dietas
compostas por feno e concentrado, essa proporção é de 2,9:1,
recomendando-se o consumo de 2 a 3 litros de água/kg de MSI.
FRAPE (1998) destaca que o consumo de água por equinos alimentos com
fontes de feno esteja entre 2 a 4 litros/kg MSI. O consumo de água por
kg de matéria seca ingerida observado no presente trabalho encontra-se
um pouco acima; porém, é semelhante aos valores de consumo encontrados
por BRETAS
et al. (2007) de
2,56 e 3,91 L/ kg de MSI, respectivamente para dietas exclusiva de
tifton e tifton associado a alfafa. Destaca-se que o valor encontrado
por BRETAS
et al. (2007),
para dietas com tifton associadas com alfafa, é semelhante à média
encontrada no presente trabalho para os demais tratamentos (FTO, FTS,
FTQ e FTV) que não apresentaram diferenças significativas, obtendo-se
valor médio de 3,79 L/ kg de MSI. GALZERANO
et al. (2006) e BRETAS
et al.
(2007), em seus estudos obtiveram valores superiores aos observados por
PEARSON MERRITT (1991), no qual encontrou consumo de 1,92 litros/kg de
MSI; no entanto, os valores em geral estão de acordo com CYMBALUK
(1989), que encontrou valores de 3,21 e 3,42 litros/kg de MSI,
respectivamente.
A quantidade de água consumida e consequentemente excretada pelos
equinos está relacionada a diversos fatores, como já destacado
anteriormente, como a composição química dos alimentos associada
especialmente ao conteúdo de proteínas, minerais e fibras; porém, a
digestibilidade das dietas, a temperatura e a umidade relativa do ar, a
atividade física e o estágio fisiológico em que se encontram os animais
são vetores cumulativos sobre as perdas e têm que ser compensadas pela
ingestão de água (CYMBALUK, 1989; KRISTULA & McDONNELL, 1994;
McDONNELL & KRISTULA, 1996).
Segundo McDONNELL
et al.
(1999), equinos estabulados consumindo água em baldes, possivelmente
por exercer um estimulo físico e compulsivo ao consumo, podem
apresentar um aumento de ingestão de água em até 30% em relação a
animais recebendo água em bebedouros automáticos, o que poderia
explicar, dentre outros aspectos já citados, um possível aumento no
consumo de água por kg de matéria seca ingerida, em relação aos demais
autores.
Com relação à excreção fecal de água (EFA), pôde-se observar que houve
diferenças significativas, sendo que o tratamento que apresentou o
maior valor foi FTS com 15,08 litros/dia, seguido pelo tratamento FTO
com 13,73 litros/dia. Os valores encontrados no presente trabalho foram
superiores aos encontrados por BRETAS
et al.
(2007) que, trabalhando com equinos alimentados com dietas de tifton e
tifton associado a alfafa, encontrou valores de 4,28 e 7,93 litros/dia,
respectivamente. OLIVEIRA
et al.
(2003), relataram que, avaliando dietas para equinos com níveis
crescentes de feno de coast cross, o nível de volumoso na dieta não
afetou o consumo de água. No entanto, a excreção de água nas fezes foi
aumentada com a inclusão dietética do volumoso, influenciando o balanço
hídrico. Observando os valores apresentados na
Tabela 2, para CMS, CFDN e CFDA, para os tratamentos FTO e FTS, e comparando com os valores apresentados na
Tabela 3 para
os mesmos tratamentos, pode-se observar que os maiores valores de
consumo de matéria seca e consumo de fração fibrosa (FDN e FDA) foram
obtidos pelos tratamentos que apresentaram maior excreção fecal de
água. Dessa forma, pode se relacionar os maiores valores de excreção de
água via fezes à composição da dieta. CYMBALUK (1989) relata em seu
estudo que os maiores valores de excreção fecal de água se dão em
dietas compostas com fenos de gramíneas.
FONNESBECK (1968) relata que a excreção de água pelas fezes é a principal via de excreção pelos equinos; porém, GROENENDYK
et al.
(1988) demonstraram que equinos consumindo feno de alfafa excretam
principalmente pela urina. Isso indica que os valores obtidos estejam
relacionados principalmente com a composição química das dietas (PB,
FDN e FDA) e seus respectivos consumos (CMS, CPB, CFDN e CFDA),
sustentados pela similaridade dos teores de MS entre os tratamentos
(FRAPE, 1998; LEWIS, 2000; NRC, 2007).
Para a excreção urinaria de água (EUA), observou-se diferença (P≤ 0,05)
entre os tratamentos, sendo que o tratamento FAT apresentou o maior
valor de 8,83 litros/dia. O menor valor observado foi com o tratamento
FTT, que se apresentou com 2,50 litros/dia. Os valores apresentados
seguem o padrão descrito por FONNESBECK (1968) e GROENENDYK
et al. (1988).
Com relação ao consumo e excreção de água, observou-se que em todos os
tratamentos os animais apresentaram-se em balanço hídrico (BAH)
positivo. O tratamento FAT foi o que apresentou maior valor de balanço
hídrico (12,03 litros/dia); por outro lado, observou-se que esse
tratamento apresentou maior valor de excreção urinária de água,
consequentemente, maior consumo de água (litros), consumo de água
(litros) por kg de MSI, sugerindo que FAT ou dietas com teores maiores
de proteína bruta possam induzir a uma perda maior de eletrólitos se o
consumo de água não for adequado e atendido, possivelmente pela
necessidade de metabolização da fração protéica da dieta (LEWIS,
2000).
CYMBALUK (1989), avaliando equinos alimentados com dietas constituídas
exclusivamente por feno de gramínea ou leguminosa e/ou associados à
ração concentrada, observou valores de excreção de água nas fezes
próximos aos observados neste estudo. Tais valores referem-se ao
aumento da participação da fração fibrosa e fração protéica nas dietas.
OLIVEIRA
et al. (2003),
avaliando cavalos alimentados com dietas exclusivas de feno, observou
em seus estudos a maior ingestão de água, em comparação aos animais
alimentados com dietas mistas. Dietas com altos níveis de fibra podem
desenvolver um tempo menor de retenção no trato gastrintestinal, o que
pode levar aos aumentos no nível de perdas de água nas fezes, em
consequência, um aumento no consumo de água (RIBEIRO
et al., 2009).
CONCLUSÕES
Os consumos de PB, EE e MM aumentaram à medida que o feno de alfafa foi
incrementado nas dietas, indicando que esses valores estejam
relacionados à composição química das dietas. Os valores de consumo e
de excreção de água foram influenciados pela composição química da
dieta, influenciando diretamente no consumo de água em relação à
matéria seca (litros/kg de MSI) e influenciando no balanço hídrico. Com
relação ao consumo e excreção de água, observou-se que em todos os
tratamentos os animais apresentaram-se em balanço hídrico positivo. O
tratamento FTT apresentou uma menor excreção fecal de água e menor
excreção urinaria de água em relação aos demais tratamentos, sendo o
FAT o tratamento que apresentou maiores valores para ambos os
parâmetros.
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Protocolado em: 23 jul. 2009. Aceito em: 10 mar. 2011.