DOI: 10.5216/cab.v13i2.5732
INDICADORES
FECAIS DE BOVINOS NELORE ALIMENTADOS COM
DIETAS DE ALTA PROPORÇÃO DE CONCENTRADO
Hélio
Louredo
da Silva1, Aldi Fernandes de Souza França1,
Flávio
Geraldo Castro Ferreira2, Éder de Sousa Fernandes3,
Aline
Landim4, Eduardo Rodrigues Carvalho5
INTRODUÇÃO
Métodos
de processamento para reduzir o tamanho da
partícula ou alterar a matriz proteica que cimenta grânulos de amido,
incrementariam a extensão da digestão no rúmen e no intestino delgado.
Dados de
desempenho de bovinos em crescimento alimentados com grãos de milho e
sorgo
processados indicaram que o amido usado foi 42% mais eficientemente, se
digerido de preferência no intestino delgado e não no rúmen (OWENS et
al.,
1986).
Por
conseguinte, é necessário predizer o fluxo e
desaparecimento do amido no intestino delgado no momento de formular
uma dieta.
Baseados em métodos atuais, meios adequados e confiáveis de avaliações
da
digestão no intestino delgado não estão disponíveis.
Sem a habilidade para precisamente descrever
e predizer a digestão do amido no intestino delgado não se consegue
otimizar a
eficiência digestiva do amido. Pode-se somente esperar um resultado,
evitando-se
a excreção fecal do amido, pelo processamento do grão e manejo
alimentar (LEDOUX
et al. (1985) demonstraram que o pH fecal e
ruminal não foram influenciados pelos níveis de feno. Ao contrário, o
desempenho dos animais e o pH das fezes não aumentaram à medida que o
nível de
feno subiu de 4 para 24% na dieta. Posto que o consumo se manteve
constante em
1,7% do peso corporal no ensaio de metabolismo, esse dado sugere que o
consumo
do amido de milho não foi suficientemente alto para diminuir o pH
fecal. Por
outro lado, RUSSELL et al. (1981) informaram uma alta correlação entre
o pH
fecal e o consumo de amido em novilhos alimentados com dietas de alto
concentrado.
TURGEON
et al. (1983) concluíram que a percentagem
de amido fecal e pH fecal não foram influenciados pelo tamanho da
partícula. O
amido fecal diminuiu linearmente conforme o nível da forragem aumentou
na
dieta. Uma relação negativa entre amido fecal e pH fecal (r = -0,42)
foi
observada. Entretanto, nem o amido fecal nem pH fecal foram altamente
correlacionados ao desempenho animal.
LEE
et al. (1982) observaram que a correlação entre
pH e amido fecal foi de -0,86, -0,34, -0,31 e -0,54 para 56, 84, 112 e
140 dias
do período de alimentação, respectivamente, ocorrendo correlação
significativa
somente para 56 dias. O amido fecal tendeu a ser maior à medida que a
proporção
de MGI foi aumentada na dieta. Em geral, houve uma tendência para pH
fecal mais
alto ser associado com baixo conteúdo de amido fecal. Portanto, pH
fecal pode
ser um indicador útil de avaliação do amido geral em ruminantes alimentados com dietas de alto concentrado,
porém, não em todos os casos.
O
objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de
dietas de alta proporção de concentrado
sobre os indicadores fecais de bovino
Nelore macho em confinamento.
CONCLUSÕES
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