2 - Professor Doutor da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA -
wmvale@hotmail.com
Objetivou-se com o presente estudo avaliar algumas características
reprodutivas como a involução uterina, a atividade ovariana no
pós-parto, o primeiro estro após o parto, e problemas reprodutivos em
fêmeas bubalinas criadas no sistema misto (várzea e terra / pastagem
artificial) em uma fazenda experimental do município de Belém ,
Pará, Brasil. Entre 2002 a 2005, um total de 167 períodos de
pós-parto de 62 búfalas foram avaliados através de um exame
clínico ginecológico e ultrassonografia. Os animais foram mantidos
durante a estação chuvosa (janeiro-junho), em pastagens artificiais e,
durante a estação seca (julho-dezembro), nas áreas de várzea, com
excelente disponibilidade de pastagem. A retomada da atividade
ovariana, verificada através da observação visual do primeiro estro do
período do pós-parto, ocorreu em média 47,06 ± 25,66 dias, enquanto que
a involução uterina verificada por palpação retal e exames
ultrassonográficos foi de 27,5 ± 7,77 dias. O número de casos de
abortamentos, retenção da placenta e morte embrionárias foram de 10
(5,90%), 13 (7,78%) e 14 (8,38%) casos, respectivamente, enquanto o
número de casos de infecção uterina foi de 18 (10,7%). A presença
de ovários não-funcionais no decorrer do período do pós-parto foi
observado em 26 (15,56%) casos, tendo sido encontrados dois (1,19%)
casos de hipoplasia do ovário, três (1,79%) casos de cistos ovarianos e
dois (1,19%) casos de salpingite.
____________
PALAVRAS-CHAVE: Atividade ovariana, búfalos, cio pós-parto, distúrbios reprodutivos, eficiência reprodutiva.
ABSTRACT
UTERINE INVOLUTION, OVARIAN ACTIVITY, FIRST POSTPARTUM ESTRUS AND REPRODUCTIVE DISORDERS IN BUFFALOES
The aim of the present study was to evaluate some reproductive
characteristics such as uterine involution, ovarian activity and first
estrus after parturition, and reproductive disorders in buffaloes
reared in the mixed system (floodplain and land / artificial pasture)
in an experimental farm of Belém, Pará State, Brazil. A total of
62 female buffaloes and 167 postpartum periods were evaluated between
2002 to 2005 through gynecological and ultrasound examination. Animals
were kept on artificial pasture during the rainy season (January-June)
whereas on the floodplain areas with excellent availability of pasture
during the dry season (July-December). The resumption of ovarian
activity, verified by visual observation of the first estrus, was in
average 47.06 ± 25.66 days, while the uterine involution verified by
rectal palpation and ultrasound examination was 27.5 ± 7.77 days. The
number of cases of abortion, retained placenta and embryonic death were
10 (5.90%), 13 (7.78%) and 14 (8.38%) cases, respectively, while the
number of cases of uterine infection was 18 (10.7%). Regarding
nonfunctional ovaries, 26 (15.56%) cases were found and two (1.19%)
cases of ovarian hypoplasia, three (1.79%) cases of ovarian cysts and
two (1.19%) cases of salpingitis were observed.
____________
KEYWORDS: Buffaloes, postpartum ovarian activity, reproductive disturbances, reproductive efficiency.
INTRODUÇÃO
Segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e Alimentação (FAO, 2005), o Brasil apresentava um rebanho
bubalino de 1.200.700 cabeças em 2004. De acordo com o Ministério da
Agricultura (BRASIL, 2005) e o Censo Agropecuário (IBGE, 2005) relativo
ao ano de 2003, o efetivo do rebanho bubalino apresentava 1.149.000
cabeças, sendo que esses animais se distribuíam pelas cinco regiões do
país nas seguintes quantidades/proporções: Norte - 722.299 (62,9%),
Nordeste 106.117(9,2%), Sudeste 104.449 (9,1%), Sul 151.071 (13,2%) e
Centro-Oeste 64.872 (5,6%).
Além do expressivo crescimento, pesquisas realizadas por diversos
grupos demonstraram que os bubalinos apresentam grande produtividade e
capacidade de adaptação às condições brasileiras (VALE, 1988; NOGUEIRA
et al., 1989b; VALE
et al., 1990; BARUSELLI
et al.,
1993). A exploração zootécnica de bubalinos caracteriza-se por
apresentar boa eficiência reprodutiva e rápido desenvolvimento ponderal
(VILLARES
et al., 1979; VALE, 1988; NOGUEIRA
et al., 1989;VALE
et al,
1990). Portanto, as causas de baixa eficiência reprodutiva podem ser
atribuídas a interações entre o genótipo e o meio ambiente incluindo-se
o clima, manejo, nutrição e doenças.
Por outro lado, vários trabalhos em diferentes países (OBI REDDY
et al., 1987;VALE, 1988; SHAH, 1990; VALE
et al., 1990; BARUSELLI
et al.,
1993; ZICARELLI, 1994) têm enfatizado que a eficiência reprodutiva nos
bubalinos é mais influenciada por fatores ambientais que genéticos.
Dentre eles, o fotoperíodo, a precipitação pluviométrica, a umidade
relativa do ar e a temperatura têm efeitos pronunciados sobre o
comportamento reprodutivo da espécie. A importância de cada um desses
fatores varia muito entre a situação geográfica, as condições de
criação e o sistema de manejo.
O desempenho produtivo e reprodutivo da búfala está intimamente
relacionado com a involução uterina e com a recuperação da atividade
ovariana no pós-parto, por meio do surgimento de um novo ciclo estral,
com crescimento de ondas foliculares, ovulação e fecundação (VALE &
RIBEIRO, 2005).
Estudos sobre involução uterina têm sido realizados em bovinos e
reportados por vários autores. Dentre os principais fatores que
influenciam a involução uterina são apontados o número de partos,
fatores climáticos, hormonais, nutricionais, presença constante do
bezerro ao pé da mãe e número de lactações (VALE, 1988; VALE
et al.,
1990; RIBEIRO, 1996). No Brasil, o estudo da involução uterina e da
atividade ovariana no período pós-parto foi reportado pela primeira vez
por VALE
et al., (1986), os
quais encontraram involução uterina e o primeiro ciclo estral pós-parto
ocorrendo, em média, aos 28,6 ± 6,6 e 42,0 ± 8,8 dias,
respectivamente.
Na região centro-sul do Brasil, em búfalas leiteiras da raça Murrah,
BARUSELLI (1992) encontrou uma média de 36,6 dias pós-parto para o
início da atividade ovariana, que foi marcada pela presença de um ciclo
luteínico de curta duração (9,9 dias). Na região amazônica, RIBEIRO
(1996), trabalhando com animais das raças Murrah e Mediterrânea criados
em regime semi-extensivo, reportou variação na duração da involução
completa do útero e cérvix. No mês de dezembro
foi de 41,7 ± 5,2 dias, enquanto que nos meses de janeiro,
fevereiro e março foi de 36,5 ± 4,8, 36,3 ± 5,0 e 34,4 ± 3,2
dias, respectivamente. O intervalo do parto ao primeiro estro observado
foi de 124 ± 30,06 dias e esteve relacionado à precipitação
pluviométrica e à oferta de pastagens. A involução uterina, medida pela
avaliação dos diâmetros da cérvix e do corno uterino gestante e não
gestante, em 580 observações, completou-se em média aos 37,2 ± 4,5 dias
após o parto.
O desempenho reprodutivo da búfala depende intimamente da involução
uterina, da continuidade da atividade ovariana no período pós-parto e
do desencadeamento da ovulação e fertilização. De acordo com RIBEIRO
(1996), a involução uterina na búfala ocorre com muita rapidez, sendo
que o tamanho do útero diminui marcadamente nos primeiros 14 dias
pós-parto, associado a uma concomitante descarga loquial rubra 24 a 96
horas após o parto e loquial alba entre o 16º e 21ºdia do
pós-parto.
Os ovários inativos e não funcionais são as causas mais importantes de
anestro em fêmeas bubalinas. O anestro pode acontecer devido a causas
nutricionais, relacionadas com proporção de energia, proteína, minerais
e estresse térmico, produzindo um bloqueio do eixo
hipotálamo-hipófise-ovário, com diminuição na circulação dos hormônios
folículo estimulante (FSH), luteinizante (LH) e estrógeno, os quais
contribuem para a inatividade ovariana (ZICARELLI, 1994). Portanto,
quanto mais rápida ocorrer a involução uterina e o surgimento do
primeiro cio no período do pós-parto, mais eficiente será a eficiência
reprodutiva, significando maior desempenho econômico do rebanho.
Assim, objetivou-se com o presente estudo avaliar a eficiência
reprodutiva através de características reprodutivas de bubalinos,
criados na Unidade de Pesquisa Bubalina “Dr. Felisberto Camargo” –
Embrapa Amazônia Oriental, por meio da investigação de registros de
partos e problemas reprodutivos duarante o periodo de 2002 a 2005.
MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho foi realizado na Unidade de Pesquisa Bubalina “Dr.
Felisberto Camargo” (01º 26’ 42.27” S e 48º 25’12.30” W), de
propriedade do Centro de Pesquisa da Amazônia Trópico Úmido
(CPATU-EMBRAPA), localizado em Belém, Pará, tipo climático tropical
chuvoso, classificado como Ami, com estação chuvosa (janeiro a junho) e
menos chuvosa (julho a dezembro), temperatura média anual de 26º C,
variando entre 22,6°C e 31,2°C. A umidade relativa do ar é em média de
84%, a precipitação pluviométrica anual é de 2.100mm e a insolação
anual total é de 2.091,5 horas.
Os dados foram colhidos durante os anos de 2002 a 2005. Foram
analisados um total 167 registros de partos e 62 fêmeas bubalinas das
raças Murrah, Mediterrânea e Murrah x Mediterrânea.
Os animais foram manejados em regime de pastejo contínuo, na época
menos chuvosa (julho a dezembro) e rotacionado intensivo na época mais
chuvosa (janeiro a junho), em pastagens nativas de terra inundável em
cuja composição botânica predominam gramíneas dos gêneros
Paspalum e pastagens cultivadas de
Brachiaria brizanta,
Brachiaria humidicola e
Panicum maximum (Tobiatã), nos quais permaneciam por aproximadamente três dias em cada piquete.
Os animais eram inseminados artificialmente com observação de cio e
eram submetidos a exame de diagnóstico de gestação por ultra-som após
30 dias da inseminação, caso não ficassem gestantes eram acasaladas com
o touro de repasse. Os animais gestantes eram reexaminados após 60 dias
para confirmação da gestação e verificação da taxa de morte
embrionária. Os animais com melhores escores de condição corporal (3,0
a 4,0) eram inseminados em tempo fixo através do uso de
hormonioterapia. O cio era observado diariamente por profissionais
experientes, pela manhã, meio dia e ao final da tarde, além do uso de
rufiões com busal marcador.
Todas as matrizes tiveram seus dados reprodutivos e produtivos
documentados em fichas individuais, durante os exames ginecológicos, os
quais eram realizados por médico veterinário qualificado duas vezes por
semana, através de palpação retal seguindo metodologia preconizada por
GRUNERT
et al. (2005) e exame
de ultra-som para a detecção de patologias reprodutivas, tais como
endometrites, ovários afuncionais, hipoplasia ovariana, cistos
foliculares e salpingites. Os dados de observações diárias eram
anotados pelos ordenhadores ou inseminadores, tais como: data do cio,
data do parto, abortamentos, retenção de placenta, coberturas,
inseminações e touros utilizados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O 1º cio pós-parto, detectado pela manifestação clínica do cio, foi
verificado neste estudo por meio da observação visual e do uso de
rufiões com busal marcador e ocorreu em média aos 47,06 ± 25,66 dias.
Assim sendo, o 1º cio pós-parto, certamente está relacionado ao manejo
reprodutivo ao qual foram submetidos os animais do presente
experimento. Por sua vez, a involução uterina verificada pela palpação
retal foi de 27,5 ± 7,77 dias, como mostrado na
Tabela 1.
EL-FADALY (1980 a; 1980b), verificando o efeito da cria ao pé e ordenha
manual em búfalas egípcias leiteiras sobre a eficiência reprodutiva,
encontrou intervalo médio pós-parto para o primeiro cio de 59,69 ±
25,40 dias para as búfalas ordenhadas (22 a 120 dias) e, nas fêmeas com
bezerro ao pé, o intervalo foi de 75,19 ± 24,37 dias (38 a 135 dias).
Em revisão da espécie bubalina, SHAH
et al.
(1986) reportaram que a primeira ovulação pós-parto ocorreu aos 96 ± 22
dias para o búfalo do pântano e aos 60-90 dias para o búfalo do rio,
detectado pela análise de progesterona no plasma sanguíneo.
No Brasil, o estudo da involução uterina e da atividade ovariana no período do pós-parto foi relatado por VALE
et al.
(1986), os quais encontraram involução uterina e o primeiro ciclo
estral pós-parto ocorrendo em média aos 28,6 ± 6,6 e 42,0 ± 8,8 dias,
respectivamente, semelhante aos dados encontrados no presente estudo.
Os autores encontraram diferença entre o início da atividade ovariana
no período pós-parto entre os grupos de búfalas submetidas ou não à
separação dos bezerros à noite.
A literatura tem mostrado que as variações no tempo de anestro pós-parto dependem de inúmeros fatores (VALE, 1988; KHATTAB
et al., 1990; SHAH
et al.,
1990). Contudo, em condições nutricionais e ambientais favoráveis, a
atividade reprodutiva tende a se estabilizar por volta de 60 a 100 dias
após o parto (VALE, 1988; SIMARAKS & SUWANAKAMJAYA, 1991).
Na região centro-sul do Brasil, em búfalas leiteiras da raça Murrah,
BARUSELLI (1992), encontrou em média 36,6 dias pós-parto para o início
da atividade ovariana, que foi marcada pela presença de um ciclo
luteínico de curta duração (9,9 dias). O primeiro estro seguido de
comportamento foi observado em média aos 57,13 dias após o parto, com
variação de 24 a 100 dias. O mesmo autor encontrou a atividade ovariana
reiniciando-se a partir do 36º dia do pós-parto. Segundo o autor, o
primeiro cio comportamental ocorreu em média aos 57 dias, com variação
de 24 a 100 dias.
Por outro lado, resultados superiores foram encontrados na Região
Amazônica por RIBEIRO (1996) que, ao trabalhar com animais das raças
Murrah e Mediterrânea, criados em regime semi-extensivo, reportou o
intervalo do parto ao primeiro estro aos 124 ± 30,06 dias relacionado à
precipitação pluviométrica e à oferta de pastagens.
Em relação aos problemas reprodutivos como taxas de abortamento,
retenção de placenta e morte embrionária, durante os anos de 2002 a
2005, acompanhando 62 vacas e 167 partos, foram observados 10 (5,9%),
13 (7,78%) e 14 (8,38%) casos, respectivamente (
Tabela 2).
O abortamento em bubalinos tem sido associado a doenças como
neosporose, brucelose, leptospirose e rinotraqueíte infecciosa bovina
(IBR), as quais acometem os búfalos de modo semelhante aos bovinos
(LAU, 1990; FAINE
et al.,
1999), estando presentes em níveis elevados em búfalos da região
estudada, mas não há estimativas de taxas nem notícia de surtos
epidêmicos de abortamentos ocasionados pelas enfermidades acima
mencionadas.
VALE
et al. (1994) observaram
que, em um rebanho com 63 animais submetidos à inseminação artificial,
2,4% dos animais apresentaram retenção de placenta e 7,1% apresentaram
morte embrionária. BARUSELLI
et al. (1997) registraram uma taxa de 7 % de morte embrionária, sem causa definida.
O número de casos de infecção uterina, em um total de 167 partos, foi
de 18 (10,77%). No Brasil, são poucas as citações de ocorrência de
endometrites na búfala. RIBEIRO
et al. (1987), em estudos na mesma região encontraram 17 (2,70%) casos de endometrite crônica suave. VALE
et al. (1994) observaram que em um rebanho com 63 animais submetidos à inseminação artificial, 7,2% apresentavam infecção uterina.
Em relação aos ovários afuncionais, foram encontrados 26 casos ou 15,56
%, analisando um total de 62 animais, em diferentes épocas do ano.
Segundo DWIVEDI & SHIGH (1971), o ovário afuncional é a alteração
de maior frequência e importância apresentada pelo ovário da búfala.
Entretanto, as taxas encontradas neste trabalho foram inferiores aos
36,7% reportados por DESSOUKI & JUMA (1973); incidência inferior à
reportada por CHAUDHRY
et al. (1978), porém superior às encontradas por ELWISHY
et al. (1971).
RIBEIRO
et al. (1987)
registraram que os ovários afuncionais são alterações causadas
principalmente por erros de manejo, deficiências nutricionais e doenças
caquetizantes, sendo a alteração mais frequente no ovário da búfala,
com 102 (16,21%) casos, semelhante aos dados reportados neste estudo.
Foram observados 2 (1,19%) casos de hipoplasia ovariana em um total de
62 animais examinados, taxas superiores às citadas na literatura que
estabelece variação na incidência de hipoplasia ovariana entre 0,33% a
0,97% (SHALASH, 1958; RAO & KESAVAMURTHY, 1971).
Na búfala, a incidência de cisto folicular varia de 0,19% a 5,9% (SINGH
et al.,
1979), média semelhante aos dados apresentados neste estudo. De acordo
com RAO & KESAVAMURTHY (1971), a ocorrência de cisto folicular é
baixa em comparação com vacas bovinas leiteiras. Nessa espécie, os
cistos podem estar associados à ninfomania (ROBERTS, 1986), o que não
foi observado em búfalas por RAO & RAJYA (1976).
Foram observados 2 (1,19%) casos de salpingites neste estudo. De acordo
com a literatura, as salpingites são frequentemente secundárias a
processos inflamatórios no útero. As hidrossalpingites, por sua vez,
têm sido observadas não só em consequência da aplasia segmentar como
também devido à aderência das extremidades distal ou proximal, ou ao
longo de todo o oviduto (SHOKEIR, 1958; SHARMA
et al., 1967; DWIVEDI & SINGH, 1971; RAO & RAJYA, 1976; VALE
et al., 1988).
RIBEIRO
et al. (1987)
observaram 27 (4,29%) casos de alterações de oviduto, incidência
superior à encontrada na presente pesquisa; porém, somente 2 (0,31%)
casos de salpingites. As alterações de oviduto em búfalas ocupam lugar
de destaque como causa da baixa eficiência reprodutiva nesta espécie
(BHATTACHARYA, 1974). Esses autores indicam a existência de uma relação
entre o nível de inflamação uterina e a aparição de alterações de
oviduto.
Com base na palpação retal, a primeira ovulação foi observada aos 38 ±
2 e 69 ± 21 dias em búfalas leiteiras no Egito e na Índia,
respectivamente (EL-FADALY, 1980 a; 1980b; CHAUHAN
et al., 1977). EL-FOULY
et al.
(1976) encontraram diferenças significativas em búfalas com ou sem
bezerro ao pé no reinício da atividade ovariana e no primeiro cio
pós-parto.
CONCLUSÃO
O primeiro cio pós parto está diretamente relacionado ao tipo de manejo
ao qual estão submetidos os animais, apresentando-se, neste estudo, em
média aos 47,06 dias, já a involução uterina apresentou-se aos 27,5
dias dentro do intervalo apresentado na literatura. Assim, pelo tipo de
manejo utilizado, foi possível proporcionar uma melhoria na eficiência
reprodutiva do rebanho estudado. Desta forma, pode-se inferir que o
tipo de manejo reprodutivo proporcionado foi sem dúvida um fator
fundamental para a diminuição do período de intervalo entre partos e do
primeiro cio.
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Protocolado em 05 mar. 2010. Aceito em: 17 fev. 2011.