DOI: 10.5216/cab.v12i3.5533

EFEITO DA TEMPERATURA E DOS ALIMENTOS PROTÉICO E LIPÍDICO NOS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO OVARIANA E ESTÁGIOS DE MUDA DO Macrobrachium acanthurus (WIEGMANN, 1836)

 

José Carlos Gastelú1, Jaqueline Oliveira2, Luis Otavio Brito3, Alfredo Olivera Galvez4, Maria Gloria Moreira5

 

1Dr. Biologo, pesquisador Larvi Aqüicultura e Projetos Ltda, Barreiras, RN
2Dr Aquicultura, pesquisadora Larvi Aqüicultura e Projetos Ltda, Barreiras, RN
3Msc Recursos Pesqueiros e Aquicultura, Extencionista do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, Recife, PE -
engpescalo@hotmail.com, luis.otavio@ipa.br
4Dr. Aquicultura, Professor do Departamento de Pesca e Aqüicultura, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE.

5Dr. Professora do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.


RESUMO

O conhecimento da fisiologia reprodutiva do camarão Macrobrachium acanthurus em relação a fatores controlados, como alimentos processados e variações de temperaturas, ajudaria a desenvolver técnicas de cultivo, garantindo sua sobrevivência. Com o objetivo de contribuir para esse conhecimento, fêmeas de M. acanthurus foram submetidas ao efeito das temperaturas de 20, 25 e 30oC e de três alimentos (lipídico, protéico e comercial). Em seguida, os efeitos nos níveis de glicose, proteínas totais e lipídios totais na hemolinfa, tanto na maturação ovariana como nos estágios de muda, foram analisados. Os resultados mostraram que, nos estágios de muda, os níveis dos nutrientes na hemolinfa, em geral, aumentaram conforme os animais chegam ao estágio de muda D, com o aumento da temperatura. Nos estádios de maturação ovariana, os nutrientes na hemolinfa aumentaram conforme se aproximavam ao estádio III. Os níveis de glicose e proteínas totais aumentaram com o incremento da temperatura, enquanto que os níveis de lipídios totais diminuíram a 30oC. Dentre os alimentos, o lipídico induziu ao aumento de glicose e proteínas totais na hemolinfa e os alimentos comercial e protéico induziram ao aumento de lipídios totais.
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PALAVRAS-CHAVE: fisiologia; glicose; hemolinfa; lipídios total; proteína total.

 

EFFECT OF TEMPERATURE AND FOOD PROTEIN AND LIPID IN STAGES OF OVARIAN MATURATION AND STAGES OF MOLTING Macrobrachium acanthurus (WIEGMANN, 1836)

 ABSTRACT

Knowing the reproductive physiology of the prawn Macrobrachium acanthurus in relation to controlled factors, such as processed food and temperature variations, would help to develop culture techniques, assuring its survival. Aiming at the finding some data on this subject, females of M. acanthurus were submitted to the effect of three temperatures (20, 25 and 30oC) and three types of food (lipidic, proteic and commercial). Following this procedure, the effects of haemolymph glucose, total protein and total lipid levels on ovarian maturation as well as in the moulting stages were analyzed. Results showed that nutrient levels usually increased as the animals reached D stage and the temperature increased. The nutrient levels also increased as animals reached stage III of ovarian maturation. Glucose and total protein levels increased with increasing temperature, while total lipid levels diminished at 30oC. Lipid food produced an increase in the haemolymph glucose and total proteins, while lipid and commercial food produced an increase in total lipids. In spite of that, results showed no significant differences among moulting stages and ovarian maturation, when measured at the same temperature.
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KEYWORDS: glucose; haemolymph; physiology; total lipid; total protein.

INTRODUÇÃO

 O camarão Macrobrachium acanthurus (WEIGMANN, 1836), decápode pertencente à família Palaemonidae, é conhecido como “camarão canela”, “pitu” ou “camarão de água doce”. É uma espécie omnívora encontrada desde Geórgia nos Estados Unidos até o Sudeste do Brasil e Oeste da Índia (ALBERTONI et al., 2003).

O ciclo reprodutivo dos crustáceos está constituído por maturação gonadal, liberação dos gametas, incubação dos ovos e eclosão das larvas (PINHEIRO, 1983). Na produção massiva, as taxas de fecundidade e de fertilidade das espécies cultiváveis tornam-se importantes, visto serem esses fatores determinantes para o cultivo (AQUACOP, 1986).

Quanto à maturação gonadal, há fatores exógenos e endógenos que interferem na fisiologia dos crustáceos. Dentre os exógenos, frequentemente citados, estão o controle da estabilidade da qualidade química da água (WILDER et al., 2009), como pH e oxigênio dissolvido (CHENG et al., 2003), fotoperíodo, qualidade e intensidade de luz (ARAÚJO & VALENTI, 2011), temperatura da água (GARCIA-GUERRERO, 2010), salinidade (HUONG et al., 2010), ablação do pedúnculo ocular (CUNHA & OSHITO, 2010) e alimentação (SAMUEL et al., 1999); entre os fatores endógenos estão o estágio de desenvolvimento (CHAVEZ & MAGALHÃES, 1993), estágio de muda (LOBÃO et al., 1996), energia e as reservas de nutrientes necessárias para a reprodução (SHANJU & GERALDINE, 2011). Tais fatores levam a mudanças fisiológicas nos decápodes, induzindo modificações metabólicas e hormonais.

O aumento da temperatura estimula o rápido desenvolvimento dos ovos, causando efeito direto nos processos fisiológicos e bioquímicos (GARCIA-GUERRERO, 2003). Por causa da temperatura o tempo requerido para o desenvolvimento dos ovos aumenta ou reduz (MANUSH et al., 2006). De acordo com D’ABRAMO et al. (2003), temperaturas entre 27 a 31oC, e TIDWELL et al (2005), de 27 a 32oC favorecem a maturação ovariana e a desova do M. rosenbergii.

De acordo com WOUTERS et al. (2001), é necessário o armazenamento suficiente de nutrientes, para o início da reprodução de camarões, e dietas ricas em lipídios são importantes para a maturação gonadal. O incremento de lipídios nas reservas do hepatopâncreas, segundo GONZALES-BARO & POLLERO (1988), poderia indicar a qualidade do alimento ingerido. Os lipídios e as proteínas são sintetizados e mobilizados para o desenvolvimento dos ovários; já o glicogênio, presente no hepatopâncreas, diminui no início da maturação ovariana, sendo usado para a síntese de lipídios e ácidos nucléicos (Adiyodi, 1985). Segundo NEWMAN et al. (1982), estudos realizados com M. rosenbergii evidenciaram que o maior consumo de alimentos ocorre a uma temperatura de 28 a 33,7oC e uma maior eficiência de assimilação de lipídios e carboidratos dá-se entre 25 a 31,9oC.

Com o presente estudo, objetivou-se determinar o efeito dos alimentos protéicos, lipídicos e da temperatura nos estádios de maturação ovariana e estágios de muda.

 MATERIAL E MÉTODOS

 O experimento foi desenvolvidos no Centro de Biologia Marinha (CEBIMar) da Universidade de São Paulo (USP) e no laboratório de Morfologia da Universidade Federal de Santa Catarina, no Município de Florianópolis – Brasil.

Para este experimento foram utilizados tanques de 250 litros de volume total, pintados internamente com tinta epóxica de cor preta. Em todos os tanques foram colocadas uma entrada de água doce e outra de ar. Os tanques estavam ligados a um biofiltro, constituindo um sistema fechado contínuo. Foram utilizados 12 tanques por temperatura (20, 25 e 30ºC), com nove camarões por unidade experimental para os três alimentos (protéico, lipídico e comercial).

As fêmeas íntegras de M. acanthurus foram coletadas aleatoriamente na região de São Sebastião, litoral norte do Estado de São Paulo (aproximadamente 23o 49’S; 45o 27’ W), no riacho Pitangueiras, que tem sua desembocadura no canal de São Sebastião.

O experimento manteve um fotoperíodo aproximado de 12 horas de luz natural indireta e artificial direta e 12 horas de escuro, segundo o indicado para a maturação ovariana (CHAVEZ et al., 1991).

Para os experimentos foram utilizados três alimentos, sendo um alimento protéico com 35,65 % de proteína bruta e 12,1 % de lipídios totais; outro alimento lipídico com 16,02 % de lipídios e 25,95 % de proteína bruta totais; e um terceiro alimento, a ração comercial, caracterizada por apresentar 30% de proteína bruta e 9 % de lipídios totais (Tabela 1).

Os alimentos lipídico e protéico foram formulados seguindo as características determinadas para dietas de camarões de água doce do gênero Macrobrachium rosenbergii (NEW, 2002; MITRA & MUKHOPADHYAY, 2005). O alimento comercial utilizado para camarão de água doce foi uma ração bastante utilizada nas fazendas de cultivo do camarão M. rosenbergii.

Os efeitos dos alimentos protéico, lipídico e comercial foram estudados, ao mesmo tempo, os camarões foram submetidos a três temperaturas, 20, 25 e 30oC, observando-se os estádios de maturação ovariana e os estágios de muda. Os efeitos dos alimentos foram analisados segundo os níveis de proteínas totais, lipídios totais e glicose na hemolinfa.

Os nutrientes analisados na hemolinfa foram proteínas totais, lipídios totais e glicose. As coletas de hemolinfa, dissecção para coleta dos ovários e a observação para definir os estágios de muda foram realizadas a partir do 30o dia após o início da alimentação.

As análises de proteínas totais, lipídios totais e glicose foram feitas, respectivamente, segundo os métodos do biureto, da sulfofosfovanilina e da glicose oxidase. Nesses métodos colorimétricos utilizaram-se kits da marca Doles® reagentes, com leitura feita em espectrofotômetro (Coleman 295®) a 550, 530 e 510 nm respectivamente.

Os valores obtidos em absorbância foram convertidos à concentração mediante a relação da absorbância obtida sobre a absorbância do padrão utilizado, multiplicado pela concentração do padrão. Essas reações coradas seguem a lei de Beer, sendo portanto a relação absorbância–concentração do tipo linear.  A glicose, as proteínas totais e os lipídios totais foram expressos em mg/100 mL, g/100 mL e mg/100 mL de hemolinfa, respectivamente.

Após coletada a hemolinfa, os camarões foram sacrificados por imersão em água gelada (4oC) aproximadamente, por 3 minutos. Em seguida foram secos com papel absorvente, pesados e, então, a análise dos ovários e dos estágios de muda foi realizada.

As fêmeas foram dissecadas no cefalotórax na região dorsal com ajuda de uma tesoura de ponta fina e pinça, abrindo-se um retângulo na carapaça. O mesmo foi feito no primeiro segmento abdominal, permitindo observar claramente todo o comprimento do ovário, o qual foi retirado cuidadosamente.

Para a observação dos estádios de maturação ovariana, de acordo com CARVALHO & PEREIRA (1981) e PAULRAJ et al. (2008), foram realizadas técnicas histológicas, utilizando-se o fixador de Davidson onde os ovários íntegros ficaram entre 30 e 48 horas. Em seguida, o material foi incluído em blocos de parafina, cortados em micrótomo a uma espessura de 6 mm e corados com o corante de Gomori. Os estágios de muda foram identificados segundo HAYD et al. (2008), pela visualização das bordas e dos urópodos em microscópio.

Previamente, nos experimentos constatou-se a normalidade dos dados pelo teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov (ZAR, 1984), permitindo o uso da estatística paramétrica. Quando se encontraram diferenças estatísticas significativas na análise de variância, aplicou-se o teste de contraste de médias Student-Newman-Keuls (SNK) com nível de significância de 95 % a fim de identificar as diferenças.

As análises estatísticas foram realizadas com ajuda dos programas estatísticos Systat 5.0 para Windows e Statgraf 7.0.

 RESULTADOS

 Nas análises dos estágios de muda, no momento da coleta dos dados, não se observou o estágio “B” em nenhum das fêmeas. Nas análises dos estádios de maturação ovariana, as amostras com estádio IV (pós-desova) foram encontradas apenas em alguns exemplares, com pouca frequência, impossibilitando as análises estatísticas, sendo necessária a exclusão desses dados dos experimentos.

As observações das cerdas e bordas do endopódito do urópodo permitiram determinar os estágios de muda. Nessas notou-se que, em geral, são vistos dois ou três estágios diferentes num mesmo animal, mas para efeito de determinação prevalece aquele estágio que se encontra em maior proporção.

As tentativas para determinar os estádios de maturação dos ovários por meio de sua observação externa não foram conclusivas, obtendo-se um erro de 40 % quando comparado à identificação histológica. Os métodos de análise de proteínas totais, lipídios totais e glicose na hemolinfa mostraram-se adequados e de fácil manejo, permitindo visualizar as reações coradas.

Em termos gerais, houve diferenças significativas entre os níveis de nutrientes analisados na hemolinfa (p<0,05) variando, em alguns casos, com os diferentes estádios de maturação e estágios de muda por efeito da temperatura ou do alimento. Por meio da regressão múltipla, foi possível visualizar o efeito combinado das diferentes temperaturas e alimentos nos níveis de nutrientes dos estágios de muda e dos estádios de maturação ovariana na hemolinfa, observando-se certa semelhança entre eles.

Os níveis de glicose na hemolinfa, quando analisados de forma geral, apresentaram efeito significativo pelos estágios de muda, estádio de maturação, temperatura e a interação dos tratamentos (Tabela 2). Esses níveis foram maiores nos estágios de muda “C” e “D” e nos estádios de maturação II e III (SNK, p<0,05). Observou-se que nessas temperaturas (20, 25 e 30 oC) a interação dos alimentos com os estágios de muda e estádios de maturação ovariana afeta também os níveis de glicose na hemolinfa. Na temperatura de 20oC, os níveis de glicose sanguínea foram diferentes estatisticamente por efeito dos alimentos, aumentando quando os animais receberam os  alimentos lipídico e protéico (Tabela 3).

No que diz respeito aos níveis de proteínas totais na hemolinfa, uma análise geral dos efeitos de todos os tratamentos (temperaturas, alimentos, estágios de muda, estádios de maturação ovariana e as interações destes) permite verificar que tanto os estágios de muda quanto os estádios de maturação influenciaram significativamente nos níveis deste nutriente. A temperatura tem efeito significativo nas proteínas totais quando relacionadas aos estágios de muda (p<0,05). O estágio de muda “D”, a temperatura de 30oC e os estádios de maturação II e III  promoveram os maiores níveis de proteínas totais (SNK, p<0,05).

Observou-se também que as interações dos alimentos com os estágios de muda e com os estádios de maturação apresentaram efeito significativo nos níveis de proteínas totais na hemolinfa (Tabela 4).

Os níveis de proteínas sanguínea, na temperatura de 20oC, mostraram que os alimentos, os diferentes estágios de muda, os estádios de maturação ovariana e a interação dos estágios de muda com os alimentos induzem a um aumento das proteínas totais (p<0,05), sendo os maiores níveis um efeito do alimento lipídico, do estágio “D” e dos estádios II e III.  Os menores níveis foram encontrados por efeito do estágio de muda “A” (SNK, p<0,05).

Na temperatura de 25oC, os níveis de proteínas totais foram afetados pelos estágios de muda e os estádios de maturação ovariana (p<0,05), observando-se  os maiores níveis no estágio “D” e nos estágios III e II (SNK, p<0,05).

Em relação à temperatura de 30oC, os níveis de proteínas totais não apresentaram efeito significativo para nenhum dos tratamentos (Tabelas 5).

Em relação aos lipídios totais na hemolinfa, quando analisados em termos gerais, observou-se que nos estágios de muda os níveis de lipídios foram estatisticamente diferentes (p<0,05), encontrando-se os maiores níveis nos estágios “C” e “D” (SNK, p<0,05). Os tratamentos interagidos também foram significativos (p<0,05) sobre os níveis de lipídios totais na hemolinfa (Tabela 6). As análises dos níveis de lipídios totais na hemolinfa, em cada temperatura estudada, mostraram que a 20 e 25oC os estágios de muda e estádios de maturação ovariana influenciaram significativamente os níveis de lipídios totais (p<0,05), sendo maiores a 20oC  no estágio “D” e no estágio III , e a  25oC nos estágios “D” e “C” e nos estágios III e II (SNK, p<0,05).  Na temperatura de 30oC, os estágios de muda e os alimentos influenciaram significativamente os níveis desse nutriente (p<0,05), alcançando os maiores valores no estágio “C” e quando as fêmeas foram alimentadas com o alimento comercial (Tabela 7).

Mesmo observando-se que em todos os resultados obtidos as concentrações dos níveis sanguíneos de nutrientes nos diferentes estágios de muda e estádios de maturação ovariana foram próximas, a análise de correlação múltipla entre a muda e a maturação em cada temperatura estudada mostrou correlação positiva a 25 e 30oC. Tal resultado indica que conforme aumentam os níveis dos nutrientes dos estágios de muda, também aumentam nos estádios de maturação. A 20oC só houve correlação positiva significativa (p<0,05) em relação aos lipídios totais (Tabela 8).

DISCUSSÃO

Em termos gerais, não há um consenso entre autores sobre os níveis de proteína bruta e lipídios totais que os alimentos para camarões de água doce devem conter. No presente experimento, considerou-se como alimento lipídico e protéico aqueles que continham níveis destes nutrientes próximos aos maiores indicados na literatura.

Em relação aos lipídios nas dietas, CAVALLI et al. (1999) indicam um nível de 10%; VENKATARAMANI et al. (2002), entre 9,8 e 10,2%; BEHANAN & MATHEW (2004), 11%; MITRA & MUKHOPADHYAY (2005), entre 3 e 7%. Com respeito aos níveis de proteína bruta, CHOWDHURY et al. (2008) indica 35%; MITRA & MUKHOPADHYAY (2005) recomendam entre 38 e 40% para reprodutores, entre 28 e 30% para adultos (4 a 6 meses) e entre 35 e 37% para juvenis (2 a 4 meses); HABASHY (2009) recomenda entre 25 e 35% e DAVASSI (2011) indica melhores crescimentos entre 30 a 45%.

No presente trabalho, foi observado que a temperatura tem efeito nos níveis dos nutrientes estudados na hemolinfa, tanto nos estágios de muda como nos estádios de maturação. Isso está relacionado ao fato de os camarões serem animais ectotérmicos, atuando a temperatura como fator ambiental cujas variações induzem ou retardam seu desenvolvimento (MANUSH et al., 2006).

Em relação aos níveis de nutrientes analisados na hemolinfa, os resultados indicaram variações estatísticas significativas, em alguns casos devido à temperatura, em outros por causa dos alimentos e dos estágios de muda ou estádios de maturação ovariana. Segundo SORIA et al. (2006), os níveis de açúcar na hemolinfa nos diferentes estádios de maturação foram similares, porém a composição foi diferente. Em relação às variações dos níveis de proteínas e carboidratos, estariam relacionadas com a transição metabólica ao longo do ciclo de muda, influenciado pela condição imunológica dos crustáceos.

WILDER et al. (2009), examinando as concentrações de Na+ e Ca2+ durante os ciclos de muda na hemolinfa de Macrobrachium rosenbergii, observaram que a concentração de Na+ aumentou significativamente do estágio B para o D2, enquanto as concentrações de Ca2+ na hemolinfa reduziram significativamente do estágio A para C0 e aumentaram significativamente para o estágio E.

SHANJU & GERALDINE (2011) observaram declínio gradual nos níveis de proteína total na hemolinfa para as espécies de Macrobrachium malcolnsonii, rosenbergii e lamarrei dos estágios iniciais para maduro.

Com referência aos níveis de glicose, os resultados indicaram que eles variam na hemolinfa das fêmeas de M. acanthurus por causa dos estágios de muda nas temperaturas de 25 e 30oC. Para a espécie em estudo, essa variação provavelmente estaria relacionada ao aumento e ao transporte, na hemolinfa, de mucopolissacarídios. Estes, na epiderme, seriam estocados ou utilizados imediatamente para síntese de quitina. Isso ocorre a partir do glicogênio estocado no hepatopâncreas durante o estágio “C” (intermuda) e o estágio “D 0” (pré-muda) (Passano, 1960).

Na temperatura de 20oC, não houve variação de glicose provavelmente devido ao menor metabolismo, indicando que, em baixas temperaturas, o processo de muda estaria retardado pela falta de material para síntese de quitina.

O transporte de glicose via hemolinfa se inicia no estágio de muda “D” (Passano, 1960). Isso foi observado pelo aumento dos níveis desse nutriente nas temperaturas de 25 e 30oC, porém também aconteceu no estágio de muda “C”, diferentemente do esperado. No entanto, a migração de glicose nesse estágio poderia estar relacionada com a necessidade deste nutriente para a síntese de glicoproteínas nos ovários, característico do estágio de maturação II (II.1, pré-vitelogênese, e início de II.2, na 1a vitelogênese) (HARRISON, 1990). Esse estágio de maturação é paralelo ao estágio de muda “C” no processo de desenvolvimento. Quando ambas as fases de muda e maturação acontecem simultaneamente, a muda passa ser uma muda pré-nupcial. 

Em relação aos níveis de proteínas totais, a temperatura teve efeito significativo nos diferentes estágios de muda, porém não se observou diferença na maturação. Isso sugere que a temperatura tem maior efeito sobre o crescimento, aumentando os níveis de proteínas totais. Esse aumento é necessário para processos de formação de tecidos novos, acelerados em temperaturas mais elevadas. Na maturação gonadal, as necessidades protéicas seriam constantes em todas as temperaturas, independente dos estádios de maturação.

Segundo CHAND & SAHOO (2006), outro importante fator que influencia os níveis de proteínas totais é o estresse causado pela exposição dos animais a altas concentrações de nitrito na água; neste caso a qualidade da água manteve-se constante pelo uso de biofiltros, sendo as variações protéicas na hemolinfa afetadas pelos estádios de maturação e muda. SORIA et al. (2006) demonstram que a concentração de proteína e composição dos aminoácidos livres não se diferenciam significativamente na hemolinfa de juvenis e adultos de camarões de água doce; entretanto, os aminoácidos não essenciais demonstram diferença de acordo com os estádios de maturação

As variações ocorridas nos níveis de proteínas totais na hemolinfa, nas temperaturas de 20 e 25oC, por causa dos estágios de muda e maturação, caracterizaram as maiores necessidades no metabolismo deste nutriente na fase de pré-muda (D) e no ovário maduro (III). Segundo CHANG & O’CONNOR (1983), na fase de pré-muda, os níveis de proteínas na hemolinfa aumentam como consequência da redução do volume muscular, ficando maior com o aumento da temperatura, como observado no presente trabalho. CHENG et al. (2001) observaram diferença nos níveis de proteína da hemolinfa nos diferentes ciclos de muda para M. rosenbergii, porém não foi observado diferença significativa entre fêmeas e machos entre 17 e 48g.

Segundo CHENG et al. (2003b), temperaturas de 25 e 30ºC proporcionaram maior atividade do patógeno Lactococcus garvieae no cultivo de Macrobrachium rosenberggi, causando uma maior mortalidade quando comparado à temperatura de 20 e 35ºC. No presente experimento não se observou mortalidade por efeito das variáveis, nem características patológicas que poderiam afetar os resultados.

Durante o desenvolvimento ovariano, o aumento de proteínas totais nos estádios de maturação estaria relacionado ao transporte das mesmas ao ovário. Segundo Harrison (1990), há uma grande migração, tanto de fosfolipoproteínas (presentes nos estádios de maturação II.2 e II.3) como de vitelogenina exógena (caroteno-glicolipoproteína, principal constituinte do vitelo, presente nos estádios de maturação II.3 e maduro III), aumentando o volume dos ovócitos.

Durante as ecdises e a pós-muda inicial (A1), há um ingresso de água no organismo, para aumentar o volume corpóreo. Isso ocasiona um estresse hiposmótico nas células dos tecidos dos crustáceos de água doce e nos eurialinos que se encontram em áreas de baixa salinidade; como resposta, há uma hidrólise das proteínas da hemolinfa originárias dos músculos e também uma liberação de aminoácidos livres intracelulares para manter o equilíbrio osmótico das células. Esses aminoácidos mantêm assim a concentração de solutos no fluído extracelular (Mantel et al., 1975).

Nesse sentido, é interessante indicar que os mesmos aminoácidos que participam como reguladores no estresse hiposmótico, geralmente produto da hidrólise de proteínas na hemolinfa na fase de pré-muda, são atrativos nutricionais. Além de se encontrarem nos fluídos extracelulares quando do ingresso de água no processo da muda e pós-muda inicial, podem ser excretados para o meio externo, processo durante o qual pode ocorrer o canibalismo.

Na temperatura de 30oC, não se observou diferença nos níveis das proteínas totais, devido à alteração do metabolismo por causa da elevada temperatura. Isso sugere a necessidade de proteína em igual proporção para os diferentes estágios de muda e estádios de maturação, provavelmente pela formação de novos tecidos, tanto gonadal quanto muscular, num processo mais acelerado pelas características ectotérmicas dos crustáceos.

Com referência aos lipídios, eles se constituem na fonte de energia para suportar os processos da muda e maturação. Nos resultados dos níveis de lipídios totais na hemolinfa, constatou-se a variação significativa destes como efeito da muda e, nas temperaturas de 20 e 25oC, o estágio “D” (pré-muda) apresentou os maiores valores. Chang & O’Connors (1983) indicam que, nesse estágio, há um aumento da síntese de ácido graxo “de novo” como reserva energética, necessária ao processo da muda. Segundo Passano (1960), os lipídios, nesse estágio de muda, aumentam no hepatopâncreas em até sete vezes. Essas observações corroboram os resultados obtidos neste trabalho, indicando um mesmo comportamento nesta espécie.

Na temperatura de 30oC, no estágio de muda “C”, também observou-se um incremento de lipídios totais na hemolinfa dos camarões, podendo  estar relacionado ao aumento do metabolismo, e indicando a estocagem de lipídios característica neste estágio. Segundo Chang & O’Connors (1983), neste estágio ocorre um aumento da capacidade de esterificação dos ácidos graxos.

A maturação ovariana também teve influência nos níveis de lipídios totais na hemolinfa, nas temperaturas de 20oC e 25oC. Os maiores níveis desse nutriente observado no ovário maduro (III) certamente foram devido ao incremento de vitelogenina exógena (caroteno-glicolipoproteína sintetizada fora do ovário), que é transportada para o ovário. Esse principal componente do vitelo é uma macromolécula, que apresenta alto teor de fosfolipídios na sua constituição, sendo identificada pelo método de análise usado, independentemente dos outros componentes presentes.

Na temperatura de 30oC, a maturação ovariana não afetou os níveis de lipídios totais, indicando a mesma necessidade para todos os estádios de maturação. Mesmo assim, a tendência observada foi uma maior elevação dos níveis de lipídios no estágio imaturo (I), provavelmente por estarem os ovários ainda em reorganização, havendo transporte de lipídios provenientes do ovário para outros tecidos.

A influência dos alimentos sobre os aspectos estudados, nos experimentos com as fêmeas de M. acanthurus, ficou constatada através do efeito do alimento lipídico sobre os níveis da glicose e proteínas totais na hemolinfa, à temperatura de 20oC, e do alimento comercial sobre o efeito dos lipídios totais pelos estágios de muda, a 30oC.

Os resultados mostram claramente a importância da qualidade do alimento, tanto para a muda quanto para a maturação. SAMUEL et al. (1999) relatam que a qualidade nutricional das rações fornecidas para machos de Macrobrachium malcolmsonii influencia na performance reprodutiva. Nesse estudo os autores encontraram um bom desempenho reprodutivo nos camarões alimentados com farinha de marisco (48,82% proteína bruta e 4,01 % de lipídios), farinha de lula(58,69% proteína bruta e 5,46 % de lipídios) e ração comercial para camarões marinhos.

CAVALLI et al. (2001) observaram que o nível total de lipídios no ovário de Macrobrachium rosenbergii aumenta com a maturação, sendo o requerimento de lipídeos para o desenvolvimento do ovário dependente da imediata ingestão de dietas com esse nutriente. Em geral, os resultados obtidos pelos autores demonstram substancial aumento dos níveis de lipídios com o aumento do índice gonadossomático.

Sendo os lipídios importante fonte de energia para os crustáceos, dietas com altos níveis desse composto, como no caso do alimento lipídico testado, podem não conter quantidades suficientes de carboidratos como fonte de glicose, que é ainda mais necessária quando há síntese de quitina. Essa deficiência seria contornada pela via da gliconeogênese, que, a partir do oxalato, forma glicose, o que poderia explicar o aumento deste nutriente quando utilizado o alimento lipídico a 20oC.

No processo da maturação ovariana, independentemente dos alimentos oferecidos, observou-se que os níveis de proteínas totais mantêm-se altos na hemolinfa nos estádios de maturação (II) e maduro (III). Esses níveis altos corroboram o mencionado por HARRISON (1990), que indica haver uma necessidade de estocagem desse nutriente no ovário para o início da vitelogênese (II). Quando a vitelogênese está avançada (III), ocorre transporte de vitelogenina exógena, geralmente do hepatopâncreas para o ovário.

A influência dos alimentos lipídico e protéico, induzindo altos níveis de glicose na temperatura de 20oC, pode ser devida a deficiências de carboidratos nos camarões, que são supridas por proteínas e lipídios, pois os esqueletos de carbono dos aminoácidos não essenciais asseguram a formação de glicose, bem como ácidos graxos.

Os níveis altos de lipídios na hemolinfa, encontrados nos presentes experimentos, a 30oC, por efeito do alimento comercial, poderiam sugerir que esse alimento não conteria quantidades adequadas desse nutriente (balanceamento inadequado para M. acanthurus) ou não seriam de boa qualidade, induzindo os carboidratos presentes a formarem lipídios (via liponeogênese). Isso se nota mais no período em que o camarão se alimenta, tornando necessária a estocagem de nutrientes, sobretudo de lipídios, que são fundamentais para dar continuidade aos processos tanto da muda como da maturação gonadal.

Segundo Harrison (1990), parte da dieta lipídica e protéica absorvida é diretamente metabolizada pelas células “M” do hepatopâncreas, reestruturada e liberada na hemolinfa como lipoproteínas. A glicose pode ser absorvida diretamente do estômago. Esses nutrientes, por efeito da maturação, se estocariam no ovário na fase de pré-vitelogênese para formar as glicoproteínas e atuariam também como precursores no metabolismo intermediário na produção de aminoácidos não essenciais e energia. No caso da muda, os níveis de glicose circulante são maiores no início da pré-muda como precursor para síntese de quitina (Passano, 1960).

O acúmulo de reservas nutritivas, em relação à muda, inicia-se com a alimentação nos estágio B2 tardio e C1. Todo nutriente que não é utilizado se armazena no hepatopâncreas. Nesse caso, o glicogênio triplica, as reservas protéicas aumentam e os lipídios passam a constituir, em geral, a maior parte do material estocado.

No processo da maturação, o acúmulo das reservas no ovário se inicia no estágio de maturação II,1. Nos estágios de muda citados, segundo Passano (1960), a água, absorvida no início da pós-muda começa a ser substituída por tecido e o conteúdo de água baixa de 80% para 68% no corpo dos decápodes. Nesse período, a quantidade e a qualidade do alimento ingerido durante o período de alimentação é fundamental e os alimentos ingeridos são a principal fonte dos nutrientes. Tendo em vista as condições do presente experimento, em que não se permitiu o aproveitamento de alimentos naturais, a observação de mudas, o desenvolvimento gonadal, assim como o crescimento das fêmeas estudadas permitem admitir que os alimentos ingeridos foram eficientes para suprir os nutrientes adequados na fase em que os animais se alimentavam. 

No estágio de muda D2, os decápodes deixam de se alimentar até o início do estágio B2. Nesse período, as reservas do hepatopâncreas são utilizadas para formar o novo exoesqueleto e cobrir todas as necessidades metabólicas (PASSANO, 1960).

No caso da maturação ovariana, a estocagem dos nutrientes nos ovários propicia o início do processo de vitelogênese durante o período em que os animais não se alimentam, havendo também necessidade de nutrientes exógenos serem transportados para dar continuidade à maturação. Os níveis de nutrientes estudados flutuaram em função dos diferentes estágios de muda e estádios de maturação, o aumento ou diminuição de determinados nutrientes na hemolinfa permitiu identificar a fase de desenvolvimento e o estado nutricional em que as fêmeas de M. acanthurus se encontravam.

 CONCLUSÕES

Os alimentos processados influenciaram nos níveis de nutrientes na hemolinfa, favorecendo a síntese de tecido ovariano e a produção de quitina. O alimento lipídico induziu um aumento de glicose e proteínas totais na hemolinfa, já o alimento protéico aumentou os níveis de glicose e lipídios totais, enquanto o alimento comercial produziu um aumento de lipídios totais. O alimento lipídico é mais eficiente para a muda e maturação ovariana.

A temperatura alta acelera o crescimento, aumentando os níveis de proteínas totais na hemolinfa. Os níveis de glicose aumentam no início da maturação ovariana e nos estágios finais da muda. Os níveis de lipídios totais e proteínas totais são maiores nos estádios de maturação e estágios de muda mais avançados.

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Protocolado em: 11 fev. 2009.   Aceito em: 08 jul. 2011