DOI: 10.1590/1089-6891v20e-52164
MEDICINA VETERINÁRIA



EFICÁCIA DE TOBRAMICINA E CIPROFLOXACINA CONTRA ISOLADOS BACTERIANOS DE OTITE EXTERNA CANINA EM UBERABA, MINAS GERAIS

EFFECTIVENESS OF TOBRAMYCIN AND CIPROFLOXACIN AGAINST BACTERIAL ISOLATES IN CANINE OTITIS EXTERNA IN UBERABA, MINAS GERAIS



Jandra Pacheco dos Santos1* ORCID- http://orcid.org/0000-0001-6922-2662
Álvaro Ferreira Júnior² ORCID- http://orcid.org/0000-0001-7648-2323
Carla Cunha Locce³ ORCID- http://orcid.org/0000-0002-6141-1570
Silvia Cassimiro Brasão¹ ORCID- http://orcid.org/0000-0003-3915-734X
Eustáquio Resende Bittar³ ORCID- http://orcid.org/0000-0002-7176-9920
Joely Ferreira Figueiredo Bittar³ ORCID- http://orcid.org/0000-0002-1813-9006



¹Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil.
²Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil
³Universidade de Uberaba, Uberaba, MG, Brasil
*Autora para correspondência - jandra.santos@yahoo.com.br



Resumo
A otite externa canina é uma doença comum e recorrente em cães domésticos. Embora não seja uma ameaça à vida do animal pode resultar no uso excessivo de antibióticos, aumento da resistência bacteriana e redução das opções de tratamento. Este estudo teve como objetivo determinar: as principais características (idade, raça e gênero) de cães afetados por otite externa; as bactérias mais frequentemente identificadas como associadas à enfermidade e seus perfis de resistência. Um total de 221 isolados bacterianos foi identificado por características morfotintoriais e testes bioquímicos, e posteriormente testado contra 11 antibióticos. Entre os 148 cães com diagnóstico de otite externa, 51,4% (76/148) eram machos e 48,6% (72/148) fêmeas. Os casos foram detectados principalmente em cães com idade acima de 7 anos (54,7%; 81/148). Entre as raças examinadas, poodles foram os mais acometidos (14,84%; 22/148). As bactérias mais encontradas foram: Staphylococcus coagulase negativa (StCN), 33,9% (75/221), Staphylococcus coagulase positiva (StCP), 19% (42/221), Proteus spp., 17,2% (38/221) e Pseudomonas aeruginosa, 9,5% (21/221) Resistência simultânea a mais de três classes de antimicrobianos foi mais frequentemente detectada em P. aeruginosa (61,9%; 13/21) e Proteus spp (39,47%; 15/38). Segundo os dados obtidos neste estudo, os antibióticos com maior capacidade de inibição do crescimento bacteriano in vitro foram tobramicina e ciprofloxacina.
Palavras-chave: antimicrobiano; infecção bacteriana; cães; orelhas; resistência.

Abstract
Canine otitis externa is a common and recurrent disease in domestic dogs. Although not being life threatening, it can result in the overuse of antibiotics, increased bacterial resistance and reduction of options for treatment. This study aimed to determine: the principal characteristics (age, race, and gender) of dogs affected by otitis externa; the most frequently bacteria identified as being associated with it and their antimicrobial resistance profiles. A total of 221 bacterial isolates were identified by morphological staining and biochemical processes and tested against eleven antibiotics. Among the 148 dogs diagnosed with otitis externa, 51.4% (76/148) were males and 48.6% (72/148) females. The cases were detected mainly in dogs with age above 7 years (54.7%; 81/148. Among the races examined, poodles were the most numerous (14.84%; 22/148). The most common bacteria found were: coagulase-negative Staphylococcus (StCN), 33.9% (75/221); coagulase-positive Staphylococcus (StCP), 19% (42/221); Proteus spp., 17.2% (38/221) and Pseudomonas aeruginosa, 9.5% (21/221). Simultaneous resistance to more than three classes of antimicrobials were most frequently detected in P. aeruginosa (61.9%; 13/21) and Proteus spp (39.47%; 15/38). According to data obtained from this study, two veterinary medications found to be most effective for topical treatment were tobramycin and ciprofloxacin.
Keywords: antimicrobial; bacterial infection; dogs; ear; resistance.

Recebido em: 13 de abril de 2018
Aceito em: 05 de junho de 2019


Introdução



A otite recorrente representa um problema frequente em cães atendidos em centros veterinários(1), o que resulta em uso excessivo de antibióticos. Os sinais clínicos são decorrentes da inflamação auricular e podem estar associados a um processo patológico complexo, incluindo uma combinação entre causas primárias (dermatite atópica, corpos estranhos), predisponentes (anormalidades conformacionais, excesso de pelos no canal auditivo) e perpetuadoras (bactérias e fungos)(2).

Os laboratórios de microbiologia devem realizar, periódica e sistematicamente, a identificação etiológica e testes de sensibilidade aos antimicrobianos para auxiliar na adequação do tratamento e acompanhar o perfil epidemiológico dos isolados bacterianos(3). Staphylococcus coagulase positiva (StCP) e Pseudomonas aeruginosa são bactérias frequentemente isoladas em situações de otite externa canina(4).

O tratamento dessa patologia é baseado na utilização de antibióticos, entre eles os aminoglicosídeos, as quinolonas, a associação amoxicilina/clavulanato e as cefalosporinas; entretanto, o uso incorreto e/ou prolongado desses fármacos pode selecionar bactérias resistentes aos antimicrobianos(5). A baixa eficácia do tratamento para otites, frente a bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, foi descrita para eritromicina, penicilina, neomicina e sulfas(6,7),enquanto os fármacos ciprofloxacina e tobramicina apresentaram maior capacidade de inibição do crescimento bacteriano(4). Os objetivos deste estudo retrospectivo foram determinar as principais características (raça, faixa etária e sexo) dos cães acometidos por otite externa, caracterizar as bactérias frequentemente isoladas e descrever o perfil de resistência antimicrobiana dos isolados bacterianos diagnosticados.


Material e métodos



Foi realizado um estudo observacional e descritivo com o uso de dados clínicos e microbiológicos de cães atendidos no Hospital Veterinário de Uberaba (HVU), Uberaba, Minas Gerais, Brasil, no período entre 2009 e 2013. Os critérios para inclusão foram: (i) diagnóstico clínico de otite externa; (ii) identificação bacteriana; (iii) teste de susceptibilidades aos antimicrobianos e (iv) no mínimo 15 dias sem antibioticoterapia antes da coleta do material. Como sinais clínicos de otite externa foram considerados: (i) presença de secreção na orelha; (ii) odor desagradável; (iii) hiperemia do canal auditivo e (iv) dor a palpação. Em 93 cães colheu-se amostras bilaterais separadamente, enquanto em 55 animais apenas uma amostra foi colhida, totalizando 148 cães e 241 condutos auditivos amostrados.

As amostras de secreção auricular foram coletadas através de swabs estéreis, após limpeza do excesso de secreção do pavilhão auricular com álcool 70%. Amostras de otite bilateral foram colhidas e cultivadas separadamente. O tempo transcorrido entre a colheita e o cultivo foi igual ou inferior a 30 minutos. As amostras foram cultivadas em Agar Sangue (Oxoid®) e MacConkey (Difco®), através de incubação em aerobiose a 37 ºC, por 24 a 72 horas. As placas com crescimento bacteriano tiveram suas colônias identificadas pelas suas características morfológicas, tintoriais e bioquímicas(8).

O Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos (TSA) foi realizado conforme o método Kirby-Bauer de difusão em disco, em Ágar Mueller Hinton (Difco®), com interpretação dos resultados de acordo com Clinical and Laboratory Standards Institute(9). O padrão intermediário de susceptibilidade foi classificado como resistente. Foram testados os seguintes antibióticos: amicacina (30µg); ampicilina (10µg); azitromicina (15µg); amoxicilina/ácido clavulânico (30µg); cefalexina (30µg); ceftiofur (30µg); ciprofloxacina (5µg); enrofloxacina (5µg); gentamicina (10µg); neomicina (30µg) e tobramicina (10µg). Cepas de Staphylococcus aureus (ATCC: 25923); Escherichia coli (ATCC: 25922) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC: 27853) foram empregadas como controle. A multirresistência foi considerada quando o isolado bacteriano apresentou resistência, de maneira combinada, a três ou mais classes distintas de antibióticos(7).


Resultados



No total, 148 cães foram identificados com sinais clínicos de otite externa, no período de 2009 a 2013. Entre esses animais 51,4% (76/148) eram machos e 48,6% (72/148) eram fêmeas. Os casos de otite externa foram detectados principalmente nos cães com idade igual ou superior a sete anos (54,7%; 81/148). Verificou-se o predomínio das raças definidas (68,8%; 102/148) e menor número de animais sem raça definida (31,2%; 46/148). Cães da raça poodle (14,84%; 22/148), seguidos por Cocker Spaniel (12,15%; 18/148) e Shit Zu (11/148; 7,4%) foram os mais acometidos (Figura 1).

Verificou-se o crescimento de microrganismos em 87,1% (210/241) das amostras, enquanto em 12,9% (31/241) não houve desenvolvimento de nenhuma colônia. Entre as placas com crescimento, 73,8% (155/210) apresentaram um único tipo de colônia de bactérias e em 15,7% (33/210) dois tipos visualmente diferentes, totalizando 221 bactérias isoladas. O desenvolvimento de leveduras sugestivas de Malassezia spp. ocorreu em 10,5% (22/210) dos cultivos em Ágar Sangue, como única cultura.

Houve o predomínio de bactérias Gram-positivas (65,6%; 145/221), sendo Staphylococcus coagulase negativa (StCN) e Staphylococcus coagulase positiva (StCP) as mais frequentes. Proteus spp. e Pseudomonas aeruginosa foram as bactérias Gram-negativas predominantes. Outras bactérias de menor ocorrência também foram isoladas (Tabela 1).

As colônias de StCN e StCP apresentaram menores porcentagens de resistência aos antibióticos amicacina, ceftiofur e a associação amoxicilina/clavulanato (Tabela 2). Proteus spp. e P. aeruginosa demonstraram elevada porcentagem de colônias resistentes para neomicina, cefalexina e azitromicina. A porcentagem de colônias resistentes para gentamicina foi semelhante entre os quatro gêneros de bactérias (Tabela 2).

Entre as colônias de P. aeruginosa, 61,9% apresentaram resistência simultânea a mais de três classes de antimicrobianos, enquanto que Proteus spp. revelaram 39,47% de suas colônias com esse mesmo perfil (Tabela 3).



Discussão



A caracterização da população canina deste estudo revelou concordância com outros autores, em relação às raças caninas mais frequentes com otite externa (OE)(4,11).Outro aspecto, o sexo dos animais não foi determinante para a ocorrência dessa patologia, como já relatado em outros trabalhos(4,10). Raças de cães com o canal auditivo revestido por grande quantidade de pelos e a produção excessiva de cerume e/ou elevada umidade local, mostraram predisposição à inflamação da orelha externa(2,11). Neste estudo, houve maior número de processos inflamatórios nas orelhas dos cães com mais de sete anos, sugerindo que a idade dos cães pode influenciar na ocorrência de OE. Essa aparente predisposição pode estar associada a endocrinopatias ou patologias imunomediadas dos cães idosos(2,11).

A ausência de crescimento bacteriano, observada em 12,9% das análises, não implicou na inexistência de inflamação do conduto auditivo(12). Nem todos os processos de OE canina são causados por bactérias, podem estar envolvidos outros microrganismos, como ácaros e fungos leveduriformes ou filamentosos(2). Os fungos requerem condições de cultivo diferentes das usadas para as bactérias(8).Todavia, foi identificado o desenvolvimento de leveduras sugestivas de Malassezia spp. em 10,5% dos cultivos em ágar sangue.

Lesões no epitélio do canal auditivo podem criar um ambiente adequado para a multiplicação excessiva da microbiota, seja residente ou transitória, levando à inflamação(12). Na OE canina, a identificação de bactérias Gram-positivas é mais comum do que as Gram-negativas(13), sendo bactérias do gênero Staphylococcus spp. as mais comumente isoladas(2,4,12,14). StCP são as mais encontradas na inflamação do canal auditivo canino(13,14). Entretanto, no presente estudo, a StCN foi mais frequente, corroborando outros estudos(4,15).

No contexto de saúde pública, devem ser acompanhadas de forma sistemática a biologia e a epidemiologia de StCN.(16,17) A transmissão dessa bactéria entre animais e humanos já foi descrita(5,18). StCN apresenta potencial para produzir infecções severas em indivíduos imunossuprimidos, incluindo humanos(19,20), e para transferir genes de multirresistência para outras bactérias comensais(21). Nesse estudo, 33,3% dos isolados de StCN foram resistentes a três ou mais classes de antibióticos.

Proteus spp. e P. aeruginosa estão entre as enterobactérias mais frequentemente isoladas do canal auditivo canino inflamado(4,22). O número elevado de identificações desses microrganismos na OE canina deve ser entendido como um complicador da inflamação(13,14).

Os aminoglicosídeos são considerados fármacos de primeira escolha para o tratamento de otites devido a sua eficácia(23). O antibiótico tobramicina ainda demonstrou eficiência na inibição das colônias de StCP e P. aeruginosa(4). A baixa eficiência de gentamicina e neomicina, que são antibióticos encontrados na maioria das formulações para tratamento das otopatias(24), reforça a necessidade do teste de sensibilidade(7). Apesar de sua elevada eficácia, a amicacina não está disponível em medicações veterinárias, mas pode ser utilizada em casos específicos(25). Talvez a grande variação observada na eficácia dos aminoglicosídeos testados seja decorrente da falta de critérios para escolha desses antibióticos.

Para as quinolonas, embora P. aeruginosa tenha sido resistente à enrofloxacina, conforme descrito em outros trabalhos(13,26,27), não foi verificado o mesmo fenômeno para ciprofloxacina neste estudo. O uso excessivo das quinolonas em procedimentos de antibioticoterapia dos cães pode explicar a resistência à enrofloxacina e, talvez no futuro, à ciprofloxacina(26,27).

Outros antimicrobianos, como penicilinas, cefalosporinas e macrolídeos possuem formulações para tratamento sistêmico de várias enfermidades nos animais, dentre elas, casos de otite. Essa via de administração fica normalmente restrita a casos em que a otite externa é grave, há presença de otite média e/ou o proprietário não consegue realizar o tratamento tópico(28).

No presente estudo, StCN e StCP foram sensíveis à associação amoxicilina/clavulanato, provavelmente devido à presença do inibidor da enzima beta-lactamase (clavulanato), que pode ter potencializado o efeito bactericida desse antibiótico(29). As bactérias Gram-negativas foram resistentes às cefalosporinas de primeira geração, possivelmente em decorrência do espectro de ação mais restrito desses antibióticos(23). A multirresistência intrínseca de Pseudomonas aeruginosa(8, 30) e a formação de biofilmes(31,32) são fatores que justificam as poucas opções para o seu tratamento. A azitromicina demonstrou eficácia variável contra StCP, StCN, Proteus spp. e P. aeruginosa, entretanto, ainda são escassas as informações sobre resistência bacteriana contra esse antibiótico(33). A resistência bacteriana é a sua capacidade de escapar de mecanismos bactericidas e bacteriostáticos de um antibiótico específico, o que se reflete nas suas características estruturais e funcionais(34). Nesse contexto, é justificada a adoção de protocolos de identificação da sensibilidade microbiana antes da eleição de um fármaco na terapêutica das infecções do conduto auditivo(35).

Os resultados desta pesquisa demonstram que cães de raça e com mais de sete anos de idade são mais frequentemente diagnosticados com OE, independente do sexo dos animais. Além disso, as bactérias Gram-positivas predominaram nos casos de OE canina, sendo StCN o microorganismo com maior número de isolamentos. As medicações de uso tópico são as mais usadas para otite, e nesse contexto, a tobramicina e a ciprofloxacina são os antibióticos mais indicados, de acordo com os dados in vitro obtidos neste estudo. Os dados apresentados também revelaram uma grande variação na sensibilidade aos antibióticos, com elevada porcentagem de resistência contra medicações comumente utilizadas na terapia de OE canina.

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