O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a verminose em caprinos e ovinos mantidos em pastagens de
Panicum maximum
Jacq. na época chuvosa do ano. Quantificaram-se a densidade de massa
seca (MS) dos diferentes estratos (0-15, 15-30 e acima de 30 cm) da
pastagem e a contaminação da forragem por larvas infectantes de
nematódeos gastrintestinais (L3). Os quarenta animais foram submetidos
a exames coprológicos mensais (OPG e coprocultura) no período chuvoso
do ano. O experimento foi realizado em Barreiras, BA, sendo delineado
em parcelas subdivididas distribuídas ao acaso, com dez repetições na
pastagem e vinte nos animais, de outubro de 2003 a março de 2004, ao
passo que as amostragens ocorreram nos meses de dezembro a fevereiro. O
número total de larvas infectantes/kg MS não variou com o estrato,
obtendo-se a média de 22,2 L3/kg MS. Na forragem, identificaram-se
larvas L3 de
Haemonchus sp. e
Trichostrongylus
sp., refletindo os resultados das coproculturas. Caprinos apresentaram
maior contagem de OPG (2602) do que os ovinos (865), demandando maiores
cuidados sanitários.
PALAVRAS-CHAVES: Coprocultura, massa seca, nematódeos, OPG.
ABSTRACT
WORM DISEASE ON GOATS AND SHEEP RAISED ON Panicum maximum Jacq. PASTURES IN THE RAINY SEASON
The objective of this work was to evaluate the worm disease on goats and sheep kept on
Panicum maximum
Jacq. pastures, in the rainy season of the year. The dry matter density
(DM) of different layers (0-15, 15-30 and above 30 cm) of
Panicum maximum
Jacq. pastures, and the forage contamination by gastrintestinal
nematode infective larvae (L3) were quantified. Forty animals were
submitted monthly to coproparasitological examinations (ECG and
coproculture) during the rainy season. The experiment was carried out
in Barreiras-Bahia-Brazil, in a split-plot design, with 10
replications on pastures and 20 replications on animals, from October
of 2003 to March of 2004, and samples were taken from December to
February. The number of infective larvae per kg/DM did not change with
the grass layer, with average of 22.2 L3/kg DM. On the forage,
Haemonchus sp. and
Trichostrongylus
sp. L3 larvae were indentified, reflecting the coproculture results.
Goats showed higher ECG counting (2602) than Sheep (865), demanding
more sanitary care.
KEYWORDS: Coproculture, dry matter, ECG, nematodes.
INTRODUÇÃO
Na região Nordeste, encontram-se 93% dos caprinos e 58% dos ovinos do
Brasil, tendo o Estado da Bahia cerca de quatro e três milhões de
cabeças, respectivamente, sendo o maior rebanho caprino e segundo
rebanho ovino do território brasileiro (IBGE, 2006). Apesar da elevada
importância socioeconômica da caprinovinocultura, constata-se que a
maioria dos criatórios apresenta baixos índices produtivos, devido,
entre outros, à alimentação e sanidade.
A forragem produzida na pastagem é a fonte mais barata de alimentos
para viabilizar a produção de pequenos ruminantes. Entretanto, nesse
ecossistema, a verminose é considerada o principal problema sanitário
na criação de caprinos (BOMFIM & LOPES, 1994) e ovinos (AMARANTE,
2001), sendo que a infecção do hospedeiro ocorre por meio da pastagem
contaminada com a forma larval infectante (L3). Dentre os helmintos,
considerando-se a distribuição geográfica e os danos econômicos, os
nematódeos gastrintestinais são mais significativos.
Gramíneas forrageiras eretas apresentam estruturas que permitem certa
penetração de raios solares nas bases das plantas, que poderia reduzir
o número de ovos e larvas infectantes pela dessecação (BUENO
et al.,
2008). Estrutura da pastagem conceitua-se como a disposição horizontal
e vertical que a forragem apresenta-se aos animais, sendo variável com
o genótipo, idade da planta, época do ano e manejo, além de afetar
diretamente o comportamento ingestivo (CARVALHO
et al., 2007; PAULA
et al., 2009).
No semiárido brasileiro, os caprinos e ovinos geralmente são criados
juntos. A associação de diferentes espécies animais em lotação múltipla
é prática antiga, cujos objetivos são o controle biológico de plantas
indesejáveis, o aproveitamento de áreas topograficamente inacessíveis,
a manipulação biológica da vegetação, a oferta de forragem com alto
valor nutritivo aos animais em produção, a estabilização da vegetação
manipulada (ARAÚJO FILHO & CRISPIM, 2002), além do controle de
nematódeos gastrintestinais (AMARANTE, 2001). A utilização mais
intensiva dos recursos pode ser possível considerando as diferenças
anatômicas, fisiológicas e comportamentais das espécies envolvidas,
utilizando a forragem produzida de maneira complementar (ARAÚJO FILHO
& CRISPIM, 2002). Contudo, em relação às nematodioses, não há
benefício direto da associação das espécies caprina e ovina, dada a
ocorrência de infecção cruzada (QUADROS & VIEIRA, 2009). Quando
mantidos em pastagens exclusivas de gramíneas, considerando os hábitos
alimentares ramoneiador, dos caprinos, e mais pastejador, dos ovinos,
as espécies podem comportar-se diferentemente em relação ao grau de
infecção por nematódeos gastrintestinais (POMROY
et al., 1986).
Sendo base do sistema alimentar dos ruminantes, as plantas forrageiras
concentram de 80% a 90% da produção anual de massa seca (MS) na época
quente e chuvosa do ano, considerando a maior parte do território
nacional, consequentemente melhor período de utilização. A
estacionalidade é marcante em
Panicum maximum
Jacq., no qual ocorre drástica redução quantitativa e qualitativa da
forragem, diminuindo a capacidade de suporte (CORRÊA & SANTOS,
2003).
Com o presente trabalho objetivou-se avaliar a verminose em caprinos e ovinos mantidos em pastagens de
Panicum maximum Jacq. na época chuvosa do ano.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Fazenda Cabanha Santo Ângelo, no
município de Barreiras (12º09’S de latitude, 45º00’W de longitude e 439
m de altitude), na região oeste do Estado da Bahia. Utilizaram-se três
piquetes de aproximadamente 1,0 ha de
Panicum maximum
Jacq., o primeiro do cv. Mombaça, que fora irrigado para suprimento de
forragem aos animais da propriedade no período seco do ano, ao passo
que o segundo e o terceiro, dos cvs. Tanzânia e Mombaça,
respectivamente, eram mais recentes, os quais, um a um, foram
submetidos à lotação de quarenta animais – vinte ovinos e vinte
caprinos. As amostragens foram realizadas após o tempo mínimo de
permanência dos animais nos piquetes de 21 dias. A primeira delas
ocorreu no final de dezembro e no início de janeiro. As demais, em
fevereiro e março.
A tipologia climática do município de Barreiras é de subúmido a seco,
na classificação de Thornthwaite & Matther, com pequeno excedente
hídrico, megatérmico (evapotranspiração > 1.140 mm) e com chuvas de
primavera/verão. Os dados meteorológicos foram oriundos do Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET). As chuvas praticamente iniciaram-se
em novembro, mas intensificaram-se em janeiro e fevereiro (
Tabela 1).
Comparado à média histórica, o índice pluviométrico foi baixo nos meses
de outubro e novembro, intensificando-se em dezembro, janeiro e março.
s da raça Anglonubiana e mestiças, fora do período periparto, com
massas corporais estimadas em 45 e 50 kg PV, respectivamente, e idade
variando de 1,5 a 3 anos. O propósito da criação desses animais era
produção de carne, e o manejo foi semelhante, permanecendo em lotação
associada. Durante a noite, eram presos em instalações rústicas e no
início da manhã, aproximadamente às 7 h 30 min, tiveram acesso ao
piquete, dispondo de água e mistura mineral ad libitum.
A MS das frações lâminas foliares verdes (folha), colmos + bainhas
(colmo) e material morto dos estratos de 0-15, 15-30 e acima de 30 cm,
da parte aérea dos capins, foi determinada pelo corte, separação e
secagem da forragem contida em quadrado de 0,5 m de lado (0,25 m2), em
dez touceiras por piquete, seguindo linhas transectas imaginárias. A
secagem das amostras, para cálculo do percentual de matéria seca e da
MS/estrato (kg/ha), foi realizada em estufa com circulação forçada de
ar, a 60ºC por 72 horas (SILVA & QUEIROZ, 2002).
O percentual de cobertura do solo pelo capim, plantas daninhas e área
descoberta foi estimado visualmente por dois observadores, em avaliação
não destrutiva, utilizando-se quadrado com 1m de lado, em oito pontos
por piquete (ANDRADE
et al.,
2005). Não houve influência do observador (p>0,05) na avaliação
visual da cobertura do solo. Os valores de cobertura do solo pelo capim
foram multiplicados pela MS/ha de cada estrato, transformando-se os
dados conforme o perfil de ocupação do solo.
A altura das plantas foi medida em vinte pontos por piquete, com o
auxílio de régua graduada em centímetros. Dividindo-se a MS dos
componentes morfológicos de cada estrato pela altura, calculou-se a
densidade de folhas, colmos e material morto (kg MS/ha/cm).
Uma subamostra, de aproximadamente 200 g da forragem de cada estrato,
foi utilizada para extração das larvas infectantes, pela técnica
adaptada de MARTIN
et al.
(1990). As amostras do capim foram colhidas de 9 às 10 h da manhã,
levando-as ao Laboratório no câmpus IX-UNEB, situado a 12 km da Fazenda
Experimental, para pesagem e colocação em baldes contendo 10 L de água
por dezoito horas. Em seguida, o capim foi retirado e o líquido
remanescente permaneceu decantando por mais seis horas, para ser
sifonado até restar aproximadamente 300 mL, o qual foi posto em
aparelho de Baermann. Após 24 horas, coletaram-se 15 mL do decantado em
tubo de ensaio e, depois de, no mínimo 24 horas em geladeira, 3 mL
foram pipetados para identificação e contagem das larvas infectantes
(KEITH, 1953) em câmara de vidro, acrescidos de três gotas de lugol
fraco (1%), utilizando microscópio ótico com aproximação de 10x e 30x.
O número de larvas na MS da subamostra foi convertida para kg de MS.
CASTRO
et al. (2003), ao utilizarem a técnica de Baermann em
Paspalum notatum
Flugge, relataram quantidades consideráveis de sujidades, as quais
podem dificultar a identificação e a contagem de larvas infectantes. No
presente trabalho, ocorreu esse problema, principalmente nos estratos
com grande quantidade de material morto.
Os animais experimentais foram naturalmente infectados por nematódeos
gastrintestinais, não sendo submetidos à aplicação de anti-helmíticos
desde noventa dias antes do experimento até o final do experimento. As
fezes dos animais foram colhidas na mesma ocasião das amostragens no
piquete. Para a contagem de OPG, utilizou-se solução saturada de
cloreto de sódio (NaCl) e realizou-se leitura no microscópio óptico em
câmara McMaster (GORDON & WHITLOCK, 1939). Parte das amostras de
fezes foi utilizada para coprocultura (ROBERT & O’SULLIVAN, 1950),
usando como substrato a serragem úmida ou vermiculita. As larvas foram
classificadas pelo gênero (KEITH, 1953).
Realizou-se o experimento segundo delineamento inteiramente casualizado
em esquema de parcela subdividida, com dez repetições, para medidas dos
efeitos dos estratos (0-15, 15-30 e acima de 30 cm) sobre a densidade
de MS de folhas, colmos e material morto, além da concentração de
larvas infectantes de nematódeos gastrintestinais. Entretanto,
utilizaram-se vinte repetições (animal como unidade experimental),
quando avaliado o efeito da espécie caprina ou ovina sobre a contagem
de OPG e resultados das coproculturas. Foram amostradas três épocas de
avaliação, com medidas repetidas no tempo, dentro da época chuvosa do
ano, conforme regime pluvial da região dos cerrados baianos.
Os dados obtidos na contagem de OPG e de larvas infectantes/kg MS obtidos foram transformados em log
10
(x + 1) e submetidos à análise de variância pelo teste F, sendo as
médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade,
utilizando-se o Programa Estatístico ESTAT, da UNESP-Jaboticabal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A altura média da gramínea forrageira não atingiu 1 m, evitando-se o
fenômeno de rejeição da forragem pelos animais. No manejo de pastagens
com pequeno ruminantes, recomendam-se alturas de entrada dos animais
nos piquetes quando o capim atingir medidas inferiores à do focinho dos
animais, conforme SANTOS
et al.
(2002). Segundo esses autores, dado o hábito social gregário dos
ovinos, quando o capim supera 1 m há grande rejeição de forragem, pois
eles buscam uns aos outros ao redor das cercas, adentrando-se
relativamente pouco ao interior do piquete.
A altura do capim de 36 a 75 cm, observada neste trabalho, foi semelhante à observada por BRÂNCIO
et al. (2003) (35-80 cm), comparando-se os cultivares Tanzânia, Mombaça e Massai de
P. maximum sob pastejo de bovinos, em área de cerrados.
A cobertura do solo por gramíneas forrageiras, situada entre 57,6% e 71,2 % (
Tabela 2), foi considerada satisfatória, quando comparada aos 52%-60 %, observados por ANDRADE
et al. (2005), em avaliação dos capim-tanzânia, estrela-africana e andropógon sob pastejo ovino.
A densidade de folhas foi menor no estrato basal em relação aos superiores (
Tabela 3),
semelhante ao observado por HOLDERBAUN & SOLLENBERG (1992) nas
metades basal (25 kg/ha/cm) e superior (36 kg/ha/cm) do capim-hemártria
(
Hemarthria altissima (Poir.)
Stapf & Hubbard). A variação de 10,4 a 84,8 kg/ha/cm, dos
diferentes estratos, encontrada no presente trabalho, foi próxima dos
30 a 100 kg/ha/cm relatada por SOLLEMBERGER & BURNS (2001) para
gramíneas forrageiras tropicais e de 7 a 221 kg/ha/cm observada por
RÊGO
et al. (2001) em capim-tanzânia manejado com diferentes alturas por bovinos.
Foi evidenciada alta densidade de colmos no estrato abaixo da altura de resíduo pós-pastejo para cultivares de maior porte de
P. maximum, como Tanzânia e Mombaça (
Tabela 3). HOLDERBAUM
et al.
(1992) observaram maiores densidades de colmos na metade inferior do
capim-hemártria em relação ao topo, sendo de 222 e 74 kg/ha/cm,
respectivamente. Altas densidades de colmos podem ocasionar alterações
na ingestão e redução da qualidade da dieta. Dificuldades de manejo de
gramíneas forrageiras tropicais são reconhecidas, em virtude, entre
outros, da alta variação sazonal de crescimento, do alongamento e
formação dos colmos (DA SILVA & NASCIMENTO JÚNIOR, 2007).
A densidade de material morto concentra-se nos estratos inferiores (
Tabela 3),
tendo relação com o percentual de utilização da forragem produzida. O
sombreamento na base das plantas, intra ou interespecífica, pode
acelerar a morte dos tecidos e, considerando na morfogênese o
crescimento acropetalar dos perfilhos, as folhas baixeiras senescem
primeiro, pois têm idade fisiológica mais avançada (DA SILVA &
NASCIMENTO JÚNIOR, 2007). A estrutura da pastagem e a proporção de
forragem verde, em oposição à morta, são os dois fatores de maior
influência na seleção da dieta pelos herbívoros, apesar da importância
de fatores sensoriais (gosto, odor e textura) (FAGUNDES
et al., 1999).
A grande variação na estrutura da pastagem, observada no presente
trabalho, corrobora a de SOLLEMBERGER & BURNS (2001), que
verificaram alto grau de heterogeneidade na distribuição horizontal e
vertical em pastagens tropicais, tanto em termos quantitativos quanto
qualitativos.
Na pastagem foram identificadas larvas infectantes de nematódeos
gastrintestinais dos gêneros Haemonchus sp. e Trichostrongylus sp. (
Figura 1), semelhante ao observado por AMARANTE & BARBOSA (1998), em capim-coast-cross (
Cynodon dactilon (L.) Pers.) sob lotação ovina na região de Botucatu, Estado de São Paulo.
O número de larvas infectantes de
Haemonchus sp. +
Trichostrongylus sp. (total) não variou estatisticamente com o (P>0,05) com o estrato do capim (
Figura 1a), com média de 22,2 L3/kg MS, valor semelhante ao observado por MACEDO
et al.
(2002), em pastagem de capim-tanzânia, manejada com ovinos, no oeste do
Paraná. O produto da média do número de larvas/kg MS e MS/ha do capim
resultou em 577 mil larvas/ha, indicativo da contaminação do pasto e
das boas condições ambientais da eclosão e desenvolvimento das larvas.
MISRA & RUPRAH (1972) observaram migrações de larvas de
H. contortus a alturas, em geral, de 12,5 a 15 cm, podendo atingir de 17,5 a 22,5 cm nos dias mais chuvosos.
Não houve efeito significativo do estrato sobre o número de larvas infectantes de
Trichostrongylus sp., com média de 9,7 L3/kg MS (
Figura 1a). Entretanto, o de
Haemonchus spp. foi afetado pela interação entre estrato e mês da amostragem (
Figura 1b).
Em dezembro, a forragem estava bem mais contaminada (P<0,05) no
estrato basal, em comparação aos meses subsequentes. Possivelmente, a
irrigação e permanência de alguns animais na época seca no pasto tenham
influenciado o grau contaminação.
A contagem de OPG foi maior (P<0,05) nos caprinos (2602) do que nos
ovinos (865). Entretanto, deve-se observar que se utilizaram ovinos de
uma raça resistente, em relação aos caprinos, de uma raça susceptível.
Portanto, não é possível generalizar estes resultados.
Em se tratando de infecções mistas, a contagem de OPG na faixa de
50-800 é classificada como uma infecção de grau leve, de 800-1200,
moderado, e acima de 1.200, pesado. Em relação à ação exclusiva do
gênero
Haemonchus sp., esse valores são de 100-2000, 2000-7000 e > 7000; e
Trichostrongylus sp., de 100-500, 500-2000 e > 2000, para leve, moderado e pesado, respectivamente (HANSEN & PERRY, 1994).
A influência do comportamento alimentar sobre o número de larvas
infectantes ingerido é hipótese para explicar as diferenças na
intensidade de infecção por nematódeos entre espécies, ou raças (HOSTE
et al., 2001). Caprinos mantidos em pastagens exclusivas de gramíneas foram mais infectados por nematódeos do que ovinos (POMROY
et al.,
1986). No entanto, efeito inverso foi observado quando tiveram a
possibilidade do ramoneio, em vegetação botânica heterogênea
(VERCRUYSSE, 1983).
Tanto caprinos quanto ovinos apresentaram nas coproculturas maior prevalência (44-94%) de nematódeos do gênero
Haemonchus sp., com crescimento acentuado da participação de
Trichostrongylus sp. no final das “águas” (
Figura 3). Sendo reconhecidamente o
H. contortus
um nematódeo de alta prevalência na criação de caprinos (BOMFIM &
LOPES, 1994) e ovinos (AMARANTE, 2001), o transporte de animais que vem
ocorrendo acentuadamente do Nordeste para início de plantel em outras
regiões brasileiras pode levar à disseminação do parasito, se as
condições ambientais forem adequadas ao seu desenvolvimento.
As prevalências dos nematódeos gastrintestinais obtidas neste trabalho foram semelhantes às relatadas por AMARANTE
et al. (1996), referentes aos ovinos em lotação associada aos bovinos, bem como por MARTIN NIETO
et al.
(2003), relativos aos ovinos mantidos em pastagens com capins de
hábitos de crescimento distintos, e BORGES (2003), em marrãs caprinas
leiteiras, sob criação semi-intensiva.
CONCLUSÕES
Foram identificadas, na forragem, larvas infectantes de
Haemonchus sp. e
Trichostrongylus
sp. em densidades variáveis nos diferentes estratos da pastagem. Nesse
contexto, ovinos e caprinos pastejando associadamente apresentaram
graus infecção moderado e alto, respectivamente, com notáveis
prevalências de
Haemonchus sp.,
Trichostrongylus sp.
AGRADECIMENTOS
Ao professor Alvimar José da Costa, extensivos à equipe do Centro de
Pesquisa em Parasitologia (CPPAR) da Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias, Universidade Estadual Paulista (FCAV-UNESP), câmpus de
Jaboticabal, pelo treinamento das metodologias fundamentais à
realização deste trabalho.
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Protocolado
em: 30 nov. 2006. Aceito em: 15 jun.
2010.