A ensilagem de grãos úmidos de milho
pode contribuir para solucionar os graves problemas de armazenagem de
grãos em fazendas, onde normalmente ocorrem grandes perdas qualitativas
e quantitativas em função do ataque de insetos e ratos. Além disso, a
colheita dos grãos para ensilar proporciona antecipação na liberação de
área agrícola com grandes benefícios em esquema com rotação de culturas
e/ou integração agricultura e pecuária, além de reduzir
significativamente as perdas no campo (JOBIM
, 2001).
Segundo NUMMER (2001), a colheita de grãos úmidos de milho deve ser
realizada quando este estiver com a umidade situada entre 30% e 40%,
sendo que os melhores resultados com silagens de grãos úmidos têm sido
obtidos com umidade entre 32% e 35%. Por sua vez, o tamanho de
partícula dependerá da espécie ou da categoria animal que se pretende
alimentar e do teor de umidade do grão. A moagem deve ser feita
imediatamente após a colheita de todo o grão. Preferencialmente, deve
ser moído e compactado no mesmo dia, visando a um produto de alta
qualidade. A compactação pode ser feita com tratores e tem fundamental
importância no resultado final da silagem. Uma boa silagem de grão
úmido deve ter, no mínimo, 900 kg de silagem por metro cúbico, sendo
que o ideal é ter entre 1.100 e 1.200 kg.
(1997) e
NUMMER (2001), a utilização de inoculante para silagem de grão úmido
tem melhorado o tempo de conclusão da fermentação, que varia entre
cinco e oito dias. Assim, com uma rápida fermentação, as perdas são
reduzidas. Quando não é utilizado inoculante, esperam-se, no mínimo, 28
dias, ou seja, são pelo menos vinte dias a mais fermentando e perdendo
qualidade. O milho colhido com 35% de umidade tem uma baixa
concentração de bactérias lácticas, o que leva à ocorrência de ácidos
butírico e propiônico, além de reações químicas que produzem CO2, água
e consomem energia. Consequentemente, o tempo de armazenagem da silagem
depende da compactação e da vedação do silo. Um silo fechado de forma
adequada pode armazenar a silagem de grão úmido por vários anos.
Entretanto, os produtores têm utilizado a silagem de grão úmido por um
período máximo de dois anos.
De acordo com VILELA (1998), os inoculantes utilizados em silagens de
grãos úmidos são bacterianos, compostos por bactérias acidoláticas
associadas ou não a complexos enzimáticos, constituídos por celulases,
amilases e hemicelulases, dentre outras. Esses aditivos são
estimulantes da fermentação e não nutritivos. O princípio básico de
atuação desses produtos consiste no aumento da disponibilidade de
açúcares simples, via complexo enzimático, para que as bactérias tenham
acesso, dessa forma, à produção de ácido láctico e rápida queda do pH
no material ensilado. Podem também inibir o crescimento de outros
microrganismos nas silagens, evitando a produção de micotoxinas, além
de proporcionar uma maior taxa de estabilidade aeróbia e/ou efeito
positivo ao ambiente do rúmen animal.
Nesse sentido, grande variedade de aditivos tem sido recomendada com o
intuito de se garantir melhor qualidade das silagens. Entretanto,
deve-se considerar a eficácia e a viabilidade do aditivo. Atualmente,
os inoculantes bacterianos são compostos por
e propionibactérias, enquanto os complexos enzimáticos são compostos
por hemicelulase, celulase, amilase, α-galactosidase e β-mananase
(JOBIM
, 2007).
Diversos autores observaram e acompanharam a dinâmica fermentativa de silagens inoculadas com
,
verificando rápida elevação do número desses microrganismos, elevada
produção de ácido lático, rápido declínio do pH e consumo de glicídeos
solúveis em três a sete dias de fermentação (BOLSEN
, 2007). Da mesma forma, WEINBERG
40788 melhora a estabilidade aeróbica, aumentando a concentração de ácido acético e diminuindo as populações fúngicas.
A ocorrência de fungos em silagens está associada, principalmente, a
falhas na compactação de materiais com alto conteúdo de matéria seca e
com tamanho das partículas (MUCK & SHINNERS, 2001; PEREIRA &
REIS, 2001). Os fungos, sobretudo as espécies dos gêneros
,
crescem nos fenos e nas silagens e produzem toxinas que podem acarretar
problemas aos animais. No entanto, uma grande quantidade de fungos
produtores de toxinas pode contaminar os cereais, principalmente em
regiões de clima tropical (McDONALD
, 1991; MAHANNA, 1994).
Fatores ambientais têm impacto predominante no crescimento de fungos,
pois estes são cosmopolitas na natureza, podendo subsistir em matéria
em decomposição, no solo, na vegetação e na água, desempenhando um
papel crítico na epidemiologia das micotoxicoses. Umidade relativa
muito elevada, substrato propício (rico em carboidrato), temperatura
adequada, pH superior a cinco e ambiente sem circulação constante de ar
favorecem o seu desenvolvimento. Consequentemente, de acordo com JOBIM
(2003), os maus-tratos nos processos de ensilagem, como o tipo de
processamento (quebra, moagem, laminação, amassamento), podem aumentar
essa quantidade de substrato disponível, e a má compactação, em
conjunto com uma quantidade elevada de matéria seca, podem propiciar
ambiente favorável para a produção de fungos e outros microrganismos
produtores de toxinas. É importante salientar que a produção de toxinas
só acontece em condições específicas de umidade, temperatura, substrato
conveniente e oxigênio apropriado, sendo que as condições ótimas para a
produção de toxinas são específicas para cada fungo. O fungo
produz uma toxina sob condições de baixa temperatura, enquanto o
Aspergillus flavus tem a habilidade de produzir toxinas a uma
temperatura de 25ºC e até mesmo sob condições desfavoráveis (MALLMANN,
1998).
Considerando a importância da ensilagem no contexto da armazenagem de
grãos em propriedades rurais e os problemas decorrentes da incidência
de microrganismos produtores de toxinas, o presente trabalho teve por
objetivo avaliar a influência de inoculante bacteriano e complexo
enzimático sobre a microbiota e a qualidade nutricional de silagens de
grãos úmidos de milho.
Desenvolveu-se o estudo no Centro de
Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas, no período de
outubro a dezembro de 2005, utilizando o híbrido de milho BRS 3551,
colhido no estágio de grão úmido, aos 92 dias de cultivo. Os grãos
foram fragmentados em partículas com 0,5 a 1,0 cm de diâmetro.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado,
desenvolvendo-se estudos dos seguintes tratamentos: 1) silagem de grãos
úmidos de milho sem inoculante; 2) silagem de grãos úmidos de milho com
inoculante bacteriano, composto de
Lactobacilos casei liofilizado e
Streptococcus faecalis;
3) silagem de grãos úmidos de milho com inoculante bacteriano mais
complexo enzimático, composto de α-galactosidase e β-mananase; 4)
silagem de grãos úmidos de milho apenas com complexo enzimático; com
cinco repetições em cada tratamento.
Procedeu-se ao enriquecimento das silagens de grãos úmidos de milho com um inoculante bacteriano composto de 750 mg de
Lactobacillus casei liofilizado (1010 UFC/g de matéria verde (MV)) e 750 mg de
Streptococcus faecalis
(108 UFC/g de MV), e com complexo enzimático composto de
α-galactosidase (9.000 GaIAU) e β-mananase (15.000 MIAU). A mistura
do(s) inoculante(s) ocorreu de forma uniforme nos grãos no ato da
ensilagem.
Os microssilos experimentais de garrafas PET, contendo 5 kg cada, foram
mantidos em ambiente coberto, sob proteção da luz solar e roedores, e
permaneceram fechados durante sessenta dias. Após a abertura dos
microssilos, coletaram-se alíquotas de ± 200 g de cada repetição,
divididas, identificadas, acondicionadas em sacos plásticos, mantidas
resfriadas em caixa de isopor e encaminhadas aos laboratórios de
Fitopatologia, para identificação e quantificação da microflora
presente (fungos, bactérias totais, bacilos e leveduras), e de
Bromatologia, para determinação dos componentes bromatológicos das
silagens (matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e
fibra em detergente ácido) e do poder tampão e potencial hidrogênionico.
Na análise e quantificação dos fungos associados ao material ensilado,
utilizou-se o método do isolamento direto, sendo cinco fragmentos de
grãos, obtidos da amostra de 100g do material, dispostos
equidistantemente em placa de Petri contendo meio de cultura BDA
(batata-dextrose-ágar). Os fragmentos foram incubados sob regime de luz
alternada (doze horas de claro/doze horas de escuro) durante sete dias
à temperatura ambiente. Após o período de incubação, examinaram-se os
fragmentos individualmente e, em seguida, procedeu-se a preparações das
estruturas dos fungos presentes e à consequente identificação em exame
microscópico, baseando-se em chaves taxonômicas segundo BARNETT &
HUNTER (1972) e HANLIN (1990). A estimativa da frequência dos fungos
foi calculada a partir da fórmula: frequência (%) = nº de amostras com
ocorrência de fungos/nº total de amostras por placa × 100 (SENTHILKUMAR
et al., 1993), obtendo-se,
dessa forma, a frequência por repetição. Para o cálculo da frequência
de espécies fúngicas, utilizou-se a fórmula anterior, considerando,
para tanto, o número de colônias obtidas por espécie fúngica dividido
pelo número total de colônias fúngicas observadas×100.
Quantificou-se a presença de bactérias totais, leveduras e Bacillus no
material, por meio da técnica de diluição em série utilizando 1g da
amostra (ANDRADE
et al., 2005). Para a quantificação de bactérias totais e leveduras, foi plaqueada a diluição de 10
-4
em placas de Petri contendo meio de cultura BDA sem e com adição de
antibiótico, respectivamente. Para quantificar a população de Bacillus,
a diluição foi submetida a banho-maria de 80°C por vinte minutos, com
posterior distribuição em meio BDA, sem adição de antibiótico. As
placas de Petri foram incubadas a 25 ± 2°C, sob luminosidade contínua,
sendo as populações quantificadas e expressas em unidades formadoras de
colônias (ufc)/g de amostra.
Para a análise da qualidade nutricional, através de componentes
bromatológicos, amostras com aproximadamente 100 g foram submetidas à
secagem em estufa, sob ventilação forçada de ar a 65 °C por 72 horas,
para ser iniciada a determinação da matéria seca (MS), segundo o método
proposto pela AOAC (1990). Determinou-se a proteína bruta (PB) pelo
processo micro kjeldahl, metodologia descrita por SILVA & QUEIROZ
(2002). Para o conteúdo de fibra em detergente ácido (FDA), foi
utilizado o método proposto por VAN SOEST
et al.
(1967), utilizando ácido sulfúrico, para solubilizar os açúcares,
amido, hemiceluloses e algumas pectinas, e detergente (CTAB – brometo
de cetil trimetil amônio C19H42BrN), para remover proteínas. O
conteúdo de fibra em detergente neutro (FDN) foi determinado mediante a
utilização de alfa-amilase termoestável e ureia para reduzir
substancialmente a contaminação por amido, método esse descrito por VAN
SOEST
et al. (1991).
Determinou-se o pH por um potenciômetro digital da marca TecNal®,
diretamente nos extratos constituídos de 50 g do material para 50 mL de
água deionizada, antes da filtragem. O poder tampão foi obtido através
da metodologia proposta por PLAYNE & MCDONALD (1966).
Os dados obtidos nas análises foram submetidos à análise de variância,
sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de
probabilidade. Transformaram-se as médias dos dados microbiológicos
para log ufc/g de amostra.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados de ocorrência de fungos, leveduras, bactérias totais e
Bacillus obtidos das silagens de grãos úmidos de milho tratadas ou não
com inoculantes bacteriano-enzimáticos são apresentados na
Tabela 1.
Os valores quantificados para bactérias totais foram significativamente
superiores nos tratamentos com adição do inoculante bacteriano (
Tabela 1).
Tal fato já era esperado, em virtude de o inoculante, por si só, conter
bactérias, e, além disso, corrobora com o observado por diversos
autores sobre a dinâmica fermentativa de silagens inoculadas com
Lactobacillus, em que verificaram rápida elevação do número desses microrganismos em um curto período de tempo (BOLSEN
et al., 1992; KUNG JR.
et al., 1993). A quantidade de bactérias totais e de
Bacillus
foi significativamente maior com a mistura do inoculante bacteriano e o
complexo enzimático, ou seja, possivelmente a adição deste ao processo
resulta em uma maior disponibilidade de açúcares simples, que são
nutrientes importantes para o desenvolvimento dessas bactérias (VILELA,
1998).
Em relação à frequência de fungos, observou-se variação significativa
entre os tratamentos estudados quando considerados os fungos
Fusarium spp.,
Aspergillus flavus, Penicillium spp. e outros, com exceção das leveduras, em que não foram verificadas diferenças entre os tratamentos (
Tabela 1). Para
Fusarium
spp., o tratamento sem inoculantes e com a adição conjunta dos
inoculantes bacteriano e enzimático apresentou frequências do fungo
significativamente maiores do que nos demais tratamentos. Para
Aspergillus flavus,
as maiores frequências do fungo foram observadas nos tratamentos com
adição de inoculante bacteriano, com e sem adição do complexo
enzimático, as quais diferiram significativamente dos demais
tratamentos. Por fim, para
Penicillium
spp., registraram-se valores de frequência significativamente elevados
em todos os tratamentos inoculados, quando comparados com o
tratamento-controle, sem adição de inoculantes. Diferentemente deste
trabalho, BOLSEN
et al.
(1992), usando inoculantes bacterianos e enzimáticos, relataram que os
tratamentos com uso dos inoculantes não apresentaram efeito na contagem
de microrganismos e nas características de fermentação durante o
período de ensilagem. Da mesma forma, Oude ELFERINK
et al. (1999) mostraram que a utilização de
Lactobacilos sp. pode também produzir outros metabólicos com atividades antifúngicas. Alguns inoculantes bacterianos, como o
Lactobacillus buchneri,
têm a capacidade de produzir ácido acético e, às vezes, ácido
propiônico, que são mais efetivos na inibição do crescimento de
leveduras e fungos do que o ácido láctico (WEINBERG
et al., 1999; KUNG & RANJIT, 2001; TAYLOR
et al., 2002).
A presença de fungos altera a concentração de nutrientes nas silagens,
principalmente em relação à concentração de carboidratos solúveis e
vitaminas. JOBIM
et al.
(1997), estudando a incidência de fungos e leveduras nas silagens de
espigas e grãos úmidos de milho em diferentes períodos de amostragem,
observaram que, após a abertura dos silos, as silagens apresentavam 2,0
e 1,4 log ufc de fungos/g de MV para silagens de espiga e grãos,
respectivamente. Constataram, ainda, que o desenvolvimento de leveduras
e fungos nas respectivas silagens aumentou significativamente após dois
dias de abertura dos silos.
No presente estudo foi detectada a presença de leveduras em pequenas proporções (
Tabela 1).
As leveduras são os principais microrganismos envolvidos na
deterioração aeróbia das silagens e, segundo WOOLFORD (1990), silagens
com contagem de leveduras superiores a 5,0 log ufc/g são altamente
susceptíveis à deterioração. De maneira contrária, HENDERSON (1993)
afirma que não se pode considerar como fator decisivo que silagens com
mais de 105 UFC/g de MV sejam mais propensas à deterioração, uma vez
que silagens com menores populações de leveduras também podem
deteriorar-se rapidamente. De acordo com ARCHUNDIA & BOLSEN (2001),
outro fator importante para o estabelecimento das leveduras que
assimilam o lactato e, consequentemente, para a deterioração do
material ensilado é a difusão de O
2 durante a armazenagem.
A inoculação com bactérias homofermentativas produtoras de ácido lático
pode melhorar a qualidade das silagens promovendo rápida e eficiente
produção de ácido láctico e redução do pH (RODRIGUES
et al.,
2004). No entanto, alta concentração de ácido láctico nem sempre tem
efeito positivo sobre a estabilidade aeróbia e a inibição do
crescimento de leveduras (WOOLFORD, 1976).
RANJIT & KUNG (2000), trabalhando com inoculante bacteriano,
observaram diminuição de ácido lático, aumento de ácido acético e menor
crescimento de leveduras dos gêneros
Saccharomyces, Candida, Cryptococcus e
Pichia, prevenindo a deterioração aeróbia quando as silagens foram expostas ao ar. Da mesma forma, WEINBERG
et al. (1999), TAYLOR
et al. (2002) e KUNG
et al. (2007) observaram que a adição do
L. bucheneri
40788 melhora a estabilidade aeróbia, aumentando a concentração de
ácido acético e diminuindo as populações fúngicas. Outros fungos também
foram observados associados às silagens neste estudo, sendo esses
fungos pertencentes aos gêneros
Cladosporium e
Pythium, os quais não são relatados na literatura especializada como importantes no processo de ensilagem.
No presente estudo, foi verificada a presença de fungos produtores de toxinas, tais como
Fusarium, Aspergillus e
Penicillium, que atuam como infectantes de grãos de cereais (
Figura 1).
Da mesma forma, WOOLFORD (1990) pesquisou mensalmente a microbiota
fúngica de 130 amostras de milho, sendo que os gêneros mais encontrados
foram
Fusarium; Penicillium e
Aspergillus,
respectivamente em 83,8%; 55,3% e 40,7% das amostras analisadas. MUCK
& SHINNERS (2001) demonstraram que o gênero fúngico mais encontrado
no milho recém-colhido foi o
Fusarium, seguido por
Aspergillus e
Penicillium.
A contaminação dos grãos por fungos pode ocorrer ainda no campo ou
durante o armazenamento do produto. Os fungos de armazenamento
Aspergillus, Penicillium¸ Rhizopus e
Mucor
são encontrados em grande número em armazéns, moinhos, silos, moendas,
elevadores, equipamentos e nos lugares onde são processados produtos
agrícolas (MÁRCIA & LÁZZARI, 1998). De acordo com RODRÍGUEZ-AMAYA
& SABINO (2002), os fungos mais frequentemente isolados no milho e
seus derivados em todo o Brasil são
Fusarium, Aspergillus, Penicillium, Rhizopus, Acremonium, Cladosporium, Neurospora e Paecilomyces. Dentre os gêneros isolados de cereais, os mais frequentemente associados à produção de micotoxinas são
Aspergillus, Penicillium e Fusarium
(KIESSLING, 1986). A identificação das espécies fúngicas contaminantes
é um importante sinalizador quanto à presença de micotoxinas nos
substratos, indicando um caminho para a prevenção da produção das
mesmas (FARIAS
et al., 2000).
A
Figura 2
ilustra alguns fungos encontrados no presente trabalho. As micotoxinas
produzidas por essas espécies fúngicas são metabólitos secundários que
podem apresentar atividade mutagênica, carcinogênica e teratogênica,
sintetizados no final da fase de crescimento exponencial de alguns
fungos (FARIAS
et al., 2000). De acordo com ADEBAJO
et al. (1994), MÁRCIA & LÁZARRI (1998) e FARIAS
et al. (2000), os gêneros
Aspergillus, Penicillium e Fusarium
são os mais frequentemente isolados de milho e derivados. Praticamente
todas as amostras de silagens de grãos úmidos de milho analisadas
apresentaram
Aspergillus, Penicillium e
Fusarium.
Segundo MÁRCIA & LÁZZARI (1998), Fusarium é considerado um fungo de
campo que invade grãos e sementes durante o amadurecimento, sendo o
dano causado antes da colheita. De acordo com MERONUCK (1987), espécies
de
Aspergillus são
consideradas iniciadoras de deterioração de sementes e grãos, podendo
crescer com baixo teor de água seguido pela contaminação por
Penicillium,
com umidade relativa mais elevada decorrente da atividade metabólica
dos primeiros invasores. Esses fungos são potencialmente
micotoxigênicos e sua presença em silagens de grãos úmidos de milho é
preocupante.
Os resultados da composição bromatológica da silagem de grão úmido de
milho aditivada ou não com inoculantes bacteriano-enzimático evidenciam
a atuação desses microrganismos após o processo de ensilagem (
Tabela 2).
Não foram observadas diferenças estatísticas (р>0,05) nos valores de
matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente ácido (FDA)
e poder tampão (PT). De maneira similar, KUNG
et al. (1993), PEDROSO
et al. (2000) e ÍTAVO
et al.
(2005) observaram que a adição de inoculantes bacterianos e enzimáticos
em silagem de grãos úmidos de milho não promoveram alterações nos
valores de matéria seca a ponto de diferir estatisticamente, nem mesmo
nos teores médios obtidos para PB, FDA e PT das diferentes silagens
avaliadas, que no presente estudo foram de 7,24 %, 3,58 % e 43,31,
respectivamente. Por sua vez, ITAVO
et al.
(2006) observaram que a adição dos inoculantes também não promoveu
alterações na PB (6,96% e 7,32%), na FDA (4,44% e 4,54%) e no pH (3,94
e 3,92 unidades), nem reduziu as perdas da MS das silagens,
possivelmente em virtude de diferentes variedades, características
edafoclimáticas e época do plantio. Resultados similares foram obtidos
por PEDROSO
et al. (2000), avaliando a silagem de sorgo com inoculante bacteriano.
Na fração FDN foi observada diferença estatística entre os tratamentos
(р<0,05), sendo que os que receberam os inoculantes apresentaram os
menores valores para essa variável. De maneira similar, SHEPERD &
KUNG (1996), ao utilizarem inoculantes enzimáticos contendo atividade
de celulase e hemicelulase, observaram redução dos teores de FDN e FDA,
o que não ocorreu para a adição conjunta bacteriana-enzimática,
relatando que os efeitos foram inconsistentes sobre a composição da
fração FDN da silagem de grão úmido de milho.
Os menores valores de FDN foram observados nas silagens tratadas com os inoculantes, compostos de
Lactobacilos casei, Streptococcus faecalis,
Alfa-galactosidase e Beta-mananase. Este fato deve-se, provavelmente, à
maior disponibilização de substratos fermentativos nessas silagens,
como celulose e hemicelulose, que podem ter ocorrido por um conjunto de
eventos ainda não totalmente elucidados neste estudo, como o
inter-relacionamento entre microrganismos, enzimas ou outros
constituintes químicos da própria espécie vegetal, que, juntos,
influenciam a velocidade da queda do pH e, consequentemente, a ação dos
microrganismos e das enzimas no universo fermentativo.
Independente do tipo de tratamento utilizado, todas as silagens
avaliadas foram bem preservadas no presente estudo, pois apresentaram
pH abaixo de 4,2, demonstrando boa qualidade da fermentação para SGUM
(KUNG
et al., 2003).
Tais efeitos também foram considerados por SANDERSON (1993), em estudo sobre a inoculação microbiana (
Lactobacillus plantarum e
Streptococus faecium)
em silagem de grãos úmidos de milho, ensilada por 30 e 160 dias,
observando que a inoculação diminuiu o pH da silagem. GIMENES
et al.
(2005) também encontraram resultados parecidos com os do presente
trabalho, em que os tratamentos com inoculantes enzimáticos e controle
apresentaram, na abertura, o menor (3,28) e o maior pH (3,42),
respectivamente.
De maneira similar aos resultados obtidos neste trabalho, estudos realizados por SCHAEFER
et al.
(1989) demonstraram que as silagens de grãos úmidos de milho foram
responsivas à adição de inoculantes bacterianos em relação à contagem
da população microbiana. Entretanto, não se detectaram efeitos na
qualidade nutricional do material ensilado. Em contrapartida, KUNG
& RANJIT (2001) destacam que os inoculantes bacterianos não somente
têm melhorado a qualidade das silagens como também têm aumentado a
recuperação de matéria seca.
CONCLUSÕES
A adição conjunta do inoculante bacteriano e complexo enzimático propiciou um aumento no crescimento das bactérias, do
Aspergillus e Penicillium, e não promoveu aumento no crescimento do
Fusarium e das leveduras.
Os inoculantes não afetaram a PB e a FDA, porém reduziram a FDN,
provavelmente pela ação dos microrganismos sobre os substratos
fermentativos presentes nessas silagens.
A adição dos inoculantes resultou na melhora dos padrões fermentativos
com menores níveis de pH e PT. Contudo, faz-se necessário um estudo
mais detalhado do padrão fermentativo das silagens aditivadas e em
conjunto uma análise econômica da utilização dos referidos inoculantes.
AGRADECIMENTOS
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL); ao
Laboratório de Enzimologia Aplicada e Análises Bromatólogicas e ao
Laboratório de Fitopatologia, ambos da Universidade Federal de Alagoas.
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Protocolado
em: 7 out. 2008. Aceito em: 23 dez.
2009.