RESUMO
A introdução de novas raças, com o objetivo de aumentar a
produtividade, levou à alteração do perfil sanitário dos rebanhos.
Dentre as enfermidades introduzidas no Brasil, destacam-se as
lentiviroses de pequenos ruminantes (LVPR), representadas pela
artrite-encefalite caprina (CAE) e pela maedi-visna (MV). Devido à
importância econômica da ovinocultura para a microrregião de
Juazeiro-Bahia e à escassez de dados sobre a lentivirose em ovinos,
buscou-se obter a prevalência da MV. Foram avaliados 919 soros por
imunodifusão em gel de ágar (IDGA). As amostras foram colhidas nos oito
municípios que compõem essa microrregião (Juazeiro, Sento Sé,
Sobradinho, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes, Remanso, Casa Nova e
Curaçá), conforme a representatividade de cada município no total de
animais. Constatou-se que 0,34% (4/919) dos ovinos amostrados
apresentaram reação positiva no IDGA. Concluiu-se com esse resultado
que a MV ocorre na microrregião estudada, com baixa prevalência,
provavelmente pela predominância de animais de raças localmente
adaptadas.
____________
PALAVRAS-CHAVE: Anticorpos; IDGA; Lentivirus; ocorrência.
ABSTRACT
SEROLOGICAL PREVALENCE OF MAEDI VISNA IN SHEEP HERDS IN THE MICROREGION OF JUAZEIRO - BAHIA, BY AGAR GEL IMMUNODIFFUSION (AGID).
The introduction of new breeds, aiming at increasing productivity,
caused the change in the health profile of herds. Among the diseases
introduced in Brazil lentiviroses of small ruminants (LVPR) stand out,
represented by caprine arthritis encephalitis (CAE) and the maedi-visna
(MV). In order to obtain data concerning the presence of maedi visna
(MV) in sheep herds in the microregion of Juazeiro, Bahia, 919 serum
samples were evaluated by agar gel immunodiffusion (AGID). The samples
were collected in eight cities that make up this microregion (Juazeiro,
Sento Sé, Sobradinho, Pilão Arcado, Campo Alegre Lourdes, Remanso, Casa
Nova and Curaçá) considering how representative each municipality is
within the totalilty of animals. It was observed that 0.34% of the
sampled sheep showed positive reaction in the AGID. It was concluded
that the MV occurs with low prevalence in the studied microregion,
probably due to the predominance of locally adapted breeds.
____________
KEYWORDS: AGID; antibodies; Lentivirus; occurrence.
INTRODUÇÃO
A origem do nome maedi-visna (MV) é islandesa. Maedi significa
dispneia, em consequência da pneumonia intersticial progressiva
crônica, e visna significa desorientação causada pela leucoencefalite
(DAWSON, 1987). O vírus da maedi-visna (MVV) foi isolado e
caracterizado como causador de uma epidemia de pneumonia progressiva
(maedi) acompanhada por paralisia progressiva (visna) em um
levantamento realizado na Islândia entre 1939 e 1952, no qual 150 mil
animais morreram e 650 mil foram sacrificados para controle da doença
(SIGURDSSON, 1954).
O MVV pertence à família Retroviridae, subfamília Orthoretrovirinae, gênero
Lentivirus,
grupo lentivírus de pequenos ruminantes (LVPR) (RÁCZ, 2005; ICTV,
2008). Vários outros vírus de importância veterinária e humana também
estão incluídos nesse gênero, como o vírus da imunodeficiência humana
(HIV), bovina (BIV), felina (FIV), símia (SIV) e vírus da anemia
infecciosa equina (AIEV) (ICTV, 2008). A MV é uma doença infecciosa
caracterizada por um longo período de incubação que provoca,
principalmente em ovinos adultos, uma infecção multissistêmica, muitas
vezes assintomática, de evolução lenta, tendo por resultado uma doença
degenerativa crônica (BRODIE
et al., 1998).
O vírus infecta células da linhagem monócito-macrófago, aderindo-se a
elas pela ligação da glicoproteína do seu envelope a receptores
específicos na membrana celular. Após a penetração, o vírus replica seu
genoma RNA via um pró-virus intermediário DNA, que se integra ao DNA
cromossômico das células infectadas. Na maioria das vezes, a replicação
fica restrita e não prossegue além da síntese do pró-vírus, sendo esse
um mecanismo que resulta na persistência da infecção no organismo
(PASICK, 1998; RADOSTITS
et al., 2002; QUINN
et al.,
2005). Como o sítio de eleição para a replicação do vírus é o
macrófago, as secreções pulmonares e o leite contendo macrófagos
infectados são as principais vias de eliminação, propiciando a
transmissão natural. Há persistência e replicação do vírus na presença
de respostas imunes específicas, resultando no desenvolvimento de
lesões imunomediadas em vários sistemas orgânicos e em hiperplasia
linfocítica. Dessa forma, os macrófagos infectados ficam envoltos por
resposta inflamatória, criando-se um núcleo de agregação de células
mononucleares, principalmente nos pulmões, articulações, glândula
mamária e sistema nervoso central (DAWSON, 1987; GEORGE & SMITH,
2006).
O processo inflamatório é insidioso e subclínico, prolongando-se por
meses ou anos. Os animais enfermos geralmente têm acima de três anos.
Ocorrem quatro formas clínicas da doença: respiratória, nervosa,
articular e mastite (MOOJEN, 2001). Essas alterações podem ocorrer de
forma conjunta ou independente (DAWSON, 1987; BRODIE
et al., 1998).
O lentivírus ovino (LVO) causa com maior frequência sintomas
respiratórios, caracterizados por dispneia, intolerância ao exercício,
emagrecimento crônico e quadro secundário de pneumonia, devendo ser
diferenciado de adenomatose pulmonar (AP) (MOOJEN, 2001; QUINN
et al.,
2005). O relato de sintomas nervosos foi significativo no surto
ocorrido na Islândia. Entretanto, essa é uma forma rara de manifestação
clínica da doença. Se as lesões neurológicas forem suficientemente
severas para produzir a doença, os sinais clínicos observados são
paralisia ascendente com incoordenação progressiva evoluindo durante
semanas ou meses. As lesões neurológicas caracterizam-se por meningite
linfocítica com desmielinização e gliose (DAWSON, 1987).
Os métodos de diagnóstico para essa enfermidade fundamentam-se em
provas para a detecção direta do vírus ou do seu material genético ou,
ainda, de forma indireta pela detecção de anticorpos. O isolamento
viral, a microscopia eletrônica, a reação em cadeia de polimerase (PCR)
e a hibridização
in situ são
os principais métodos utilizados para a detecção direta do LVPR. A
sorologia é um método indireto de diagnóstico que funciona de forma
satisfatória em decorrência das características próprias dessas
enfermidades, principalmente pela sua forma persistente de infecção,
podendo ser diagnosticada por técnicas como imunodifusão em gel de ágar
(IDGA), imunofluorescência indireta, enzyme-linked immunosorbent assay
(ELISA), dot-blot e immunoblotting (PINHEIRO
et al., 2001b).
No Brasil, a primeira identificação de ovinos positivos no IDGA para
maedi-visna (MV) ocorreu em 1989, no Rio Grande do Sul, em propriedades
com histórico de importações de animais. Foram testados 267 animais de
16 municípios do estado, sendo que 28 (10,48%) amostras foram
positivas (DAL PIZZOL
et al.,
1989). Diversos estudos epidemiológicos das lentiviroses de pequenos
ruminantes no Brasil têm demonstrado a disseminação dos lentivírus em
várias regiões (ALMEIDA
et al., 2001; PINHEIRO
et al., 2001a; ALMEIDA
et al., 2003; PINHEIRO
et al.,
2004). A presença do MVV até 1999 era restrita a estados do sul do
Brasil, mas recentemente resultados sorológicos têm indicado a presença
do vírus em alguns estados do nordeste (SOUZA
et al., 2007).
Baseando-se nas evidências de resultados sorológicos positivos para a
MV observados em estados nordestinos, na escassez de dados dessa
enfermidade na Bahia e na importância sócio-econômica da ovinocultura
no Vale do São Francisco, objetivou-se pesquisar a prevalência dessa
lentivirose no rebanho ovino da Microrregião de Juazeiro, Bahia.
MATERIAL E MÉTODOS
Este levantamento epidemiológico foi realizado na Região Nordeste do
Brasil, Estado da Bahia, Microrregião de Juazeiro, que é subdividida em
oito municípios: Juazeiro, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes,
Remanso, Sento Sé, Casa Nova, Sobradinho e Curaçá.
O efetivo ovino da Bahia é de 3.028.507 cabeças (IBGE, 2011), segundo
maior rebanho do país, composto basicamente por animais sem raça
definida (SRD) e raças brasileiras localmente adaptadas. O sistema de
exploração dos ovinos caracteriza-se predominante pelo pastoreio
extensivo durante o dia e alguma proteção do ambiente natural durante a
noite. Existe na microrregião estudada um sistema de criação conhecido
como “fundo de pasto”, uma característica regional que não ocorre em
nenhum outro local do Brasil. Neste sistema, as propriedades não são
registradas, não existe divisão de pastagens, são áreas comuns onde os
animais são criados de forma coletiva e identificados com corte na
orelha, sendo que cada proprietário tem uma marca padrão, não havendo
identificação individual para os animais.
O número mínimo de amostras (n) foi calculado, considerando uma
prevalência esperada de 10%, baseado na média de prevalências obtidas
em estados brasileiros, com erro amostral de 20% e grau de confiança de
95% (z = 1,96), utilizando-se a fórmula de ASTUDILLO (1979), com dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponíveis
em 2005.
De acordo com o cálculo, o número mínimo de amostras a serem colhidas
teria que ser de 863. Essas foram distribuídas entre os oito municípios
da Microrregião de Juazeiro, proporcionalmente à participação de cada
um deles no rebanho total da microrregião (
Tabela 1).
Foram visitadas 58 propriedades na Microrregião de Juazeiro, onde está
concentrada a maior representatividade da ovinocultura do estado. O
total de amostras ultrapassou o mínimo pois, em virtude da dificuldade
de acesso às comunidades rurais e a possibilidade de hemólise das
amostras, optou-se por colher algumas amostras a mais, totalizando
então 919, distribuídas da forma apresentada na
Tabela 2.
Após anti-sepsia adequada, as amostras de sangue foram colhidas por
venopunção da jugular, usando-se tubos a vácuo com gel ativador de
coágulo. Em seguida, após a formação de coágulo, os tubos foram
centrifugados a 1600g por 10 minutos para a obtenção do soro, que foi
acondicionado em tubos tipo eppendorf e estocados a -20ºC até a
realização dos testes sorológicos. Esses testes foram realizados no
Laboratório de Patologia Clínica do Centro Nacional de Pesquisa de
Caprinos e Ovinos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa Caprinos e Ovinos), em Sobral – Ceará.
A sorologia para infecção pelo vírus da maedi-visna foi realizada pelo
método de imunodifusão em gel de agarose (IDGA), que se baseia na
detecção de linhas de precipitação, resultantes da ligação
antígeno-anticorpo (PINHEIRO
et al.,
2006), utilizando-se antígeno nacional produzido no Laboratório de
Virologia da Embrapa Caprinos e Ovinos, a partir de sobrenadantes de
células de membrana sinovial ovina (MSO) infectadas com o lentivírus da
cepa K-1514 (ARAGÃO
et al.,
2008). O soro-padrão utilizado originou-se de animais fortemente
positivos para artrite-encefalite caprina (CAE) testados com o reagente
comercial americano (Caprine arthritis-encephalitis/ovine progressive
pneumonia antibody test kit, Veterinary Diagnostic Technology, Inc®,
USA).
Para a execução da técnica, foi preparado o gel de agarose a 0,9% em
tampão borato. A solução fundida foi distribuída em lâminas lisas de
microscopia (4,6mL por lâmina). Essas permaneceram em temperatura
ambiente até a solidificação do ágar para posteriormente serem
acondicionadas a 4-8ºC. Após 12 horas, o gel foi perfurado em dois
locais, com roseta metálica padrão de formato hexagonal que possui sete
orifícios (um no centro e seis periféricos). Cada orifício mede 4mm de
diâmetro, com capacidade de 30µL de soro/antígeno. Os orifícios 1 e 4
foram preenchidos com soro-padrão, os orifícios 2, 3, 5 e 6 com os
soros testes e o central com antígeno (PINHEIRO
et al., 2006).
Após o procedimento, as lâminas foram acondicionadas em câmaras úmidas
à temperatura de 25ºC. A leitura foi realizada após 48-72 horas, com
luz indireta sobre fundo escuro, sendo considerada definitiva a última
leitura. Considerou-se como reação positiva a presença de uma linha de
precipitação esbranquiçada e uniforme entre o poço teste e o antígeno,
apresentando identidade com a linha formada pelo soro padrão, e como
reação negativa, a ausência de uma linha de precipitação ou linhas sem
identidade.
As amostras de soro que demonstraram resultados inconclusivos foram
retestadas utilizando-se o kit comercial americano, obedecendo-se à
seguinte arrumação da roseta: poços 1, 3 e 5 foram preenchidos com o
soro padrão; 2, 4 e 6 com os soros testes e o central com o
antígeno.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos 919 animais testados, 0,34% (4/919) foram positivos (
Tabela 3).
Outros levantamentos realizados no Brasil também demonstraram baixa
prevalência ou não obtiveram resultados positivos (FERNANDES
et al., 2003; ARAÚJO
et al., 2004; COSTA
et al., 2007).
Do total de animais amostrados, 42,7% estavam com mais de três anos,
seguidos por 38,1% que estavam na faixa etária entre um e três anos e
19,2% com menos de um ano, sendo que 80,9% eram fêmeas e 19,1% eram
machos. Neste levantamento, todos os animais soropositivos foram fêmeas
acima de um ano (
Tabela 4).
ARSENAULT
et al. (2003),
realizando um estudo epidemiológico em Quebec (Canadá), observaram o
aumento da soro-prevalência com o aumento da idade dos animais e com o
tamanho do rebanho e ressaltaram o fato de a suscetibilidade à
transmissão horizontal ser maior com a prolongada exposição. ARAÚJO
et al.
(2004), entretanto, não observaram diferenças significativas da
prevalência da MV nas diferentes faixas etárias pesquisadas na
sorologia de ovinos oriundos de abatedouros em Fortaleza, CE.
Provavelmente, a baixa prevalência se deve à predominância de animais
SRD e de raças brasileiras localmente adaptadas, sendo importante
aumentar a fiscalização na introdução e saída de animais para outros
estados sem exames que demonstrem a ausência da infecção para o vírus
da MV. Observou-se a presença de ovinos de raças exóticas, como Dorper,
White Dorper, Ile de France e Suffolk em 17,5% das propriedades
visitadas, enquanto em 82,5% ocorreu à predominância de ovinos sem raça
definida (SRD) ou de raças brasileiras localmente adaptadas (Santa
Inês, Somalis, Rabo Largo e Morada Nova) (
Tabela 5). Dos animais soropositivos, dois eram sem raça definida e os outros eram mestiços das raças Santa Inês e Somalis (
Tabela 6).
A presença de anticorpos contra o lentivírus ovino em animais da raça
Santa Inês foi registrada anteriormente no nordeste brasileiro por
COSTA
et al. (2007).
Na Islândia, a introdução do MVV ocorreu através da importação de
ovinos da raça Karakul originados da Alemanha, quando vários animais
morreram ou foram sacrificados para controle da doença (SIGURDSSON,
1954). No Brasil, a primeira identificação de ovinos positivos ocorreu
no Rio Grande do Sul em propriedades com histórico de importação. A
presença do vírus MV até 1999 era restrita a estados do sul do Brasil
onde ocorreram importações de raças européias (DAL PIZZOL
et al.,
1989). No entanto, levantamentos sorológicos têm indicado a presença do
vírus MV em alguns estados nordestinos, onde estão concentrados animais
de raças brasileiras localmente adaptadas. O trânsito desses animais
para outros estados e a compra eventual de ovinos de raças exóticas
levou à introdução do vírus MV no nordeste (COSTA
et al., 2007; SOUZA
et al., 2007).
Neste levantamento, nenhum dos animais soropositivos apresentou
alterações clínicas. Entretanto, sabe-se que a maedi-visna se
caracteriza por longo período de incubação, curso clínico demorado e
lentamente progressivo, apresentando-se na maioria das vezes na forma
subclínica (DAWSON, 1987; BRODIE, 1998; MOOJEN, 2001).
Nos levantamentos realizados no Brasil, observa-se de forma geral baixa prevalência (FERNANDES
et al., 2003; COSTA
et al.,
2007), porém significativa, uma vez que se trata de uma doença com
repercussão internacional e que pode trazer consequências econômicas
para a ovinocultura nacional. Observa-se também que em alguns estados,
como Ceará, foram detectadas elevadas prevalências (ALMEIDA
et al.,
2003), o que coloca em risco os rebanhos nordestinos que são, na sua
maioria, compostos por ovinos deslanados de raça local e sem raça
definida (SRD).
Observa-se neste trabalho uma baixa prevalência, porém importante, pela
concentração de ovinos nesta região e pelo manejo adotado baseado em
baixo controle sanitário. A baixa tecnologia implantada, o longo tempo
de permanência dos animais no rebanho e a falta de exigência de
atestados na compra de novos animais podem contribuir para a
disseminação do vírus MV nos planteis do semiárido.
CONCLUSÕES
A ocorrência de anticorpos contra o vírus da maedi-visna na
Microrregião de Juazeiro, Bahia, é de 0,34%, caracterizando uma baixa
prevalência, mas apontando para a provável presença do vírus na região.
Isso torna necessário um levantamento mais abrangente no estado,
contribuindo para a elaboração de um programa sanitário que evite a
entrada de animais portadores do vírus e o transporte desses para
outras regiões.
AGRADECIMENTOS
Aos criadores de ovinos da Microrregião de Juazeiro pela
disponibilização dos animais para que as colheitas pudessem ser
realizadas; à Embrapa Caprinos e Ovinos pela cessão do antígeno e da
estrutura laboratorial utilizada para a realização dos exames; ao Banco
do Nordeste (BNB) e à Fundação de Amparo a Pesquisa do estado da Bahia
(FAPESB) pelo financiamento do Projeto e ao Centro de Desenvolvimento
da Pecuária (CDP) pelo apoio técnico às ações realizadas a campo.
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