EFEITO DO CONSUMO DE ENERGIA E ÓLEO VEGETAL SOBRE A QUALIDADE DE OVOS DE POEDEIRAS SEMIPESADAS1

Amadeu Benedito Piozzi da Silva,2 Roberto Carlos Burini,3 Elyara Maria Pereira da Silva,
Edivaldo Antonio Garcia,5 Carla Cachoni Pizzolante,6 Érika Salgado Politi Braga Saldanha6, Antonio de Pádua Deodato6 e Andréa de Britto Molino7

1. Tese de doutorado apresentada pelo primeiro autor ao Departamento de Ciências Farmacêuticas, USP, Pirassununga 2. Aluno de doutorado do Departamento de Ciência dos Alimentos, Área de Nutrição Experimental, USP, Pirassununga, SP.  3. Professor do Departamento de Zootecnia da USP – Pirassununga, SP. 4. Professora, doutora do Departamento de Ciências Básicas da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos/USP – Campus de Pirassununga. 5. Professor do Departamento de Produção e Exploração Animal da FMVZ/UNESP – Botucatu, SP. 6 Pesquisador científico da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Brotas – (UPD) Brotas – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios. 7. Aluna Graduação em Zootecnia da FMVZ/UNESP – Botucatu, SP.

RESUMO

Objetivou-se buscar o melhor nível de energia metabolizável (EM) e de óleo vegetal em rações de poedeiras, visando melhorar a qualidade dos ovos. Utilizaram-se 288 aves da linhagem Hisex Brown, em produção, com trinta semanas de idade no início do experimento, divididas em nove tratamentos com quatro repetições cada, num esquema fatorial 3x3, sendo três níveis de EM (280, 300 e 320 kcal/ave/dia) e três consumos de óleo por ave/ dia (0,00; 0,75 e 1,50g). O consumo diário de ração foi restrito a 115, 110 e 105g para obtenção dos consumos desejados de EM e óleo. Balancearam-se as rações para fornecer diariamente às aves 18g de proteína bruta (PB), 4,2g de cálcio (Ca), 0,66g de fósforo total (Pt), 0,40g de metionina (Met), 0,73g de metionina+cistina (Met+Cis) e 0,83g de lisina (Lis). Não se constataram efeitos significativos de tratamento (P>0,05) para peso dos ovos (g) e gravidade específica. Houve efeito quadrático significativo do consumo de energia sobre a percentagem de casca (%), com redução da percentagem entre 280 e 300kcal de EM/ave/dia e aumento da mesma entre 300 e 320kcal de EM/ave/dia, redução significativa da percentagem de albúmen (%) e aumento da percentagem de gema com o aumento no consumo de óleo. Houve interação significativa entre consumo de energia e de óleo sobre a Unidade Haugh, que piorou com o aumento da energia e do óleo consumidos diariamente (P<0,05).

PALAVRAS-CHAVES: Energia, óleo vegetal, poedeiras semipesadas, qualidade de ovos.

ABSTRACT

EFFECT OF ENERGY AND VEGETABLE OIL ON EGG QUALITY OF SEMI HEAVY LAYERS1

The main objective of this trial was to find out the best metabolizable energy (ME) consumption in order to improve the egg quality. 288 laying hens Hissex Brown aging 30 weeks were randomly assigned in a 3x3 factorial design with nine treatments and four replications each, being respectively 280, 300 and 320 kcal/bird/day and three levels of oil (0.00, 0.75 and 1.5 g/day). Daily feed intake was based on 115, 110 and 105 g/bird/day to achieve the desirable levels of ME and oil. The rations were formulated to furnish the following amounts: protein 18g; Ca 42 g, total phosphorus 0.66; methionine 0.40 g;methionine+cystine 0.73 g and lysine 0.83. No significative statistical differences were detected (P>0.05) for mean egg weight (g) and specific gravity. There was significant quadratic effect of the energy consumption on the egg shell percentage (%), with decrease of the percentage among 280 and 300kcal of ME/bird/day and increase of the same among 300 and 320kcal of ME/bird/day, significant reduction of the albúmen percentage (%) and increase of consume and Haught Unit (UH) which decreased as daily the yolk percentage with the increase in the oil consumption energy intake increased (P<0.05). There was a significative interaction between energy and oil

KEY WORDS: Egg quality, energy, semi heavy layers, vegetable oil.

INTRODUÇÃO

Na área de nutrição, especial atenção tem sido voltada à qualidade dos ingredientes no intuito de formular rações com maior precisão, tornando-as de menor custo, que contribui com a maior parte das despesas totais de produção (NUNES et al., 2004).

A energia é o principal componente nutricional que determina o desempenho da ave. Por isso, níveis energéticos inferiores aos requeridos, inicialmente, diminuem a quantidade de gordura corporal depositada. Posteriormente, eles conduzem ao esgotamento das reservas de glicogênio e de gordura. Finalmente, são utilizados os tecidos protéicos para a manutenção dos níveis de glicose no sangue, levando a uma perda de peso e comprometimento da algumas atividades vitais. Em contrapartida, o excesso de energia na dieta leva o animal a satisfazer suas necessidades com menor ingestão de ração, portanto, menor ingestão de outros nutrientes como proteína, podendo cessar a produção do animal e apresentar excessivo acúmulo de gordura corporal (DUARTE et al., 2004).

MORAES et al. (1991), CARRIJO & CAMPOS (1992) e ATTIA et al. (1995) concluíram que o aumento da energia das rações não aumentou o peso médio dos ovos. Dados controversos foram obtidos por JALALUDEEN et al. (1990), PEGURI & COON (1991). Esses autores verificaram que o aumento da energia das rações aumentou o peso dos ovos.

XAVIER & PEIXOTO (1997) alimentaram poedeiras da linhagem Leghorn branca, com 2.650, 2.750, 2.850 e 2.950 kcal EM/kg de ração, em dois experimentos, durante o inverno. No primeiro experimento observaram efeito linear crescente no peso dos ovos com o aumento da energia da ração. Já no segundo, verificou-se efeito quadrático, com aumento do peso do ovo até 2.850 kcal EM/kg de dieta e diminuição a partir desse valor.

Em relação à qualidade de ovos, alguns pesquisadores concluíram que o aumento da energia das rações não aumentou a espessura da casca (MORAES et al., 1991), a percentagem da casca (MORAES et al., 1991, CARRIJO & CAMPOS, 1992; FARIA, 1996), a gravidade específica (FARIA, 1996), o albúmen, a gema e Unidades Haugh (UH) (ATTIA et al., 1995), discordando de XAVIER & PEIXOTO (1997), que observaram maiores valores da gravidade específica dos ovos com os maiores níveis de energia utilizados. PRASAD et al. (1991) demonstraram que a combinação da restrição de EM e PB não afetou a qualidade dos ovos, sendo que o retorno econômico apresentou-se melhor com 15% de restrição de EM e PB. O uso de ingredientes como fontes de óleo e gordura em rações de poedeiras é uma prática pouco utilizada e estudada, especialmente para poedeiras semipesadas. Segundo BUTOLO (2002), o uso de óleo às dietas de frangos de corte exerce efeitos benéficos na eficiência produtiva, porque aumenta a densidade energética da ração, melhora a palatabilidade, reduz o pó e o incremento calórico da dieta, favorece a conversão alimentar e a absorção de vitaminas lipossolúveis.

Pesquisas demonstraram que a adição de gordura em dietas para poedeiras aumentou a produção e o peso dos ovos (SCHOLTYSSEK, 1991; NETO, 1994; GROBAS et al.,1997).

KESHAVARZ & NAKAJIMA(1995), utilizando 2.816 e 3.036 kcal de EM/kg de ração, 17% e 21 % de PB, com ou sem adição de 4% de óleo, concluíram que o peso do ovo aumenta tanto com o aumento de proteína como pela adição de óleo. Verificaram, além disso, que este efeito benéfico independe do nível de energia.

SHAFEY et al. (1992) e MURAMATSU et al. (2000), utilizando rações com ou sem suplementação de óleo de soja, não encontraram diferenças estatísticas para peso médio de ovos.

Segundo alguns pesquisadores, a inclusão de óleo na ração melhora tanto a intensidade da cor da gema (SCHOLTYSSEK, 1991) quanto a percentagem de postura e da massa de ovos

(SHAFEY et al., 1992), além do peso dos ovos, do albúmen e das gemas (GROBAS et al., 1997). Porém, discordando desses resultados, MURAMATSU et al. (2000), alimentando aves com ou sem suplementação de óleo de soja, não observaram diferenças estatísticas para peso e percentagens de gema, albúmen, casca e espessura da casca.

Objetivou-se com esta pesquisa avaliar o efeito do consumo de energia e óleo sobre a qualidade de ovos de poedeiras semipesadas, pois se trata de uma prática pouco estudada e que pode melhorar a qualidade dos ovos.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Aviário Experimental da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu.

Utilizaram-se 288 poedeiras comerciais da linhagem semipesada Hisex Brown, em produção, com trinta semanas de idade, distribuídas em 36 gaiolas com dimensões de 1,00m de comprimento, 0,45m de profundidade e 0,40m de altura. As gaiolas continham quatro compartimentos internos de 0,25m, no sentido transversal, que abrigam duas aves, permitindo a acomodação de oito aves por gaiola. Após atingirem o pico de postura, submeteram-se as aves ao mesmo manejo e alimentação para padronização do peso. Posteriormente, alojaram-se as aves dando início ao período experimental.

        Os tratamentos foram elaborados para que as aves obtivessem o consumo de EM e de óleo desejáveis e fossem submetidas à restrição alimentar diária conforme apresentados na Tabela 1.

Analisaram-se as amostras dos ingredientes e das rações determinando-se a matéria seca, as cinzas e PB (%), Ca (%) e Pt (%). Os valores de EM e aminoácidos seguiram as recomendações de ANDRIGUETTO et al. (2002).

As rações experimentais e o consumo diário estimado de cada um dos nutrientes são apresentados nas Tabelas 2 e 3.

As características avaliadas foram conversão de energia, peso médio dos ovos e percentagem de casca; percentagens de albúmen, umidade, proteína, gordura e cinzas do albúmen na matéria seca; percentagens de albúmen, umidade, proteína, gordura e cinzas da gema na matéria seca; gravidade específica, Unidades Haugh e cor da gema (STADELMAN & COTTERILL,1986; AOAC, 1990; PADRON, 1991). 

O delineamento experimental utilizado para as características analisadas foi o inteiramente casualisado em esquema fatorial 3 x 3 (três níveis de EM e três níveis de óleo na ração) com quatro repetições de dois ovos por parcela.

Analisaram-se os resultados mediante análise de variância. Os parâmetros que apresentaram distribuição normal foram decompostos por meio de regressão polinomial ortogonalizada, segundo SAS (1985). Analisaram-se os que apresentaram natureza descontínua através das estatísticas para dados não paramétricos, utilizando-se o método de Kruskal-Wallis, citado por ZAR (1984).

RESULTADOS

As temperaturas ambientais mínima e máxima, registradas no galpão durante o período experimental, foram 18,9 e 28,4 oC, respectivamente, com média de 22,8 oC. A média da umidade relativa do ar (mensurada por um termo-higrômetro) foi 74%.

Os resultados referentes ao peso dos ovos e às percentagens de casca, albúmen e gema, gravidade específica e Unidades Haugh dos ovos podem ser observados na Tabela 4.

A análise de variância não indicou efeito significativo dos tratamentos utilizados sobre o peso médio e a gravidade específica dos ovos (P>0,05), mas houve efeito significativo (P<0,05) do consumo diário de EM sobre a percentagem de casca, do consumo diário de óleo sobre a percentagem de albúmen e percentagem de gema, e interação entre o consumo diário de EM e consumo de óleo sobre Unidades Haugh (Tabela 4).

Os resultados de peso médio dos ovos obtidos neste experimento são semelhantes aos encontrados por FANIMO (1996), FARIA (1996), HUSSEIN et al. (1996), OST & PEIXOTO (1998) e PEIXOTO & XAVIER (1998), quando avaliaram rações com diferentes níveis energéticos para aves de postura e concluíram que o peso médio dos ovos não foi afetado pelo nível de energia utilizado (P>0,05). Esses resultados concordam, em parte, com ALMIRALL et al. (1997), que alimentaram aves com três níveis de EM em situação de verão ou inverno, observando que o peso do ovo não foi afetado pelo nível energético da ração no inverno, mas diminuiu no verão, quando se aumentou o nível energético da ração. Entretanto, discordam de PEGURI & COON (1991), FONSECA et al. (1993), LIMA et al. (1995) e ROSA et al. (1997), que alimentaram aves de postura com diferentes níveis de EM na ração e observaram aumento no peso dos ovos com o aumento da EM. Já PESTI (1991) e XAVIER & PEIXOTO (1997), utilizando rações com diferentes níveis de proteína e EM, observaram que o peso do ovo aumentou com alta proteína e níveis intermediários de energia.

Quanto ao fato de a adição de óleo não afetar o peso dos ovos, os resultados foram semelhantes aos de KLING & HAWES (1990), REDDY et al. (1991), SHAFEY et al. (1992), KESHAVARZ & NAKAJIMA (1995) e MURAMATSU et al. (2000), que não encontraram efeitos significativos sobre o peso dos ovos, quando compararam rações com diferentes níveis de óleo ou gordura. Porém, estão em desacordo com ZOGLOBICAet al. (1990b), SCHOLTYSSEK (1991) e GROBAS et al. (1997), que alimentaram aves de postura com rações suplementadas com diferentes fontes de gordura e concluíram que estas propiciaram um aumento no peso dos ovos. Da mesma forma, variando a quantidade de óleo adicionada à ração e a quantidade de PB dessa, PARSONS et al. (1993) e KESHAVARZ & NAKAJIMA et al. (1995) concluíram que a adição de óleo aumenta o peso dos ovos.

A percentagem de casca apresentou efeito quadrático (P<0,05), em função do consumo diário de energia (Tabela 4). A equação obtida foi: Y = 0,0004358 X2 – 0,2586 X + 48,249, em Y = percentagem de

 

        A adição de óleo às rações não afetou significativamente a percentagem de casca, concordando com os resultados obtidos por MURAMATSU et al. (2000) e, parcialmente, com os obtidos por JALALUDEEN et al. (1990), MORAES et al. (1991), CARRIJO & CAMPOS (1992), ATTIA et al. (1995) e FARIA (1996). Esses autores verificaram que a percentagem e a espessura da casca não foram afetadas pelos diferentes níveis de EM e/ou proteína das rações testadas.

Observou-se efeito linear significativo (P<0,05) decrescente da percentagem de albúmen em função da inclusão de óleo (Tabela 4). A equação obtida foi: Y = 0,6953 X + 63,16, em que Y = percentagem de albúmen e X = consumo de óleo com R2=0,9929 (Figura 2).

Os resultados do experimento estão de acordo com UDDIN et al. (1991), que utilizaram rações com diferentes níveis de PB e EM para galinhas de postura e observaram que a elevação simultânea de ambas ocasionou um aumento na percentagem de albúmen. Porém, existe muita controvérsia na literatura em pesquisas utilizando diferentes níveis de PB e EM para poedeiras (JALALUDEENet al.,1990;ATTIAetal., 1995; GROBAS et al., 1997; MURAMATSU et al., 2000).

 

O aumento do consumo de óleo afetou significativamente (P<0,05) a percentagem de gema, de forma linear crescente (Tabela 4). A equação obtida foi: Y = 0,5928 X + 26,907, em que Y = percentagem de gema e X = consumo de óleo com R2= 0,9929 (Figura 3) .

Esses resultados estão de acordo com JALALUDEEN et al. (1990) e ATTIA et al. (1995). Em relação à adição de óleo, os resultados obtidos concordam com NETO (1994) e GROBAS et al. (1997), quando reportaram que a adição de mistura de gordura vegetal/animal em rações isocalóricas tem efeito benéfico sobre o peso das gemas. Já SHAFEY et al. (1992) e MURAMATSU et al. (2000), ao alimentarem poedeiras com rações compostas de diferentes tipos de grãos com ou sem adição de óleo de soja, não observaram efeito significativo no peso e na percentagem da gema quando da adição de óleo.

 

 

A análise de variância não indicou efeito significativo (P>0,05) dos tratamentos para a gravidade específica dos ovos (Tabela 4). FARIA(1996), alimentando aves com rações com diferentes níveis de EM, observou que a gravidade específica não foi afetada pelo nível de EM da ração. Trata-se de resultados que discordam de UDDIN et al. (1991), ao observarem que a elevação simultânea da EM e PB causou aumento da gravidade específica. XAVIER & PEIXOTO (1997) verificaram haver aumento da gravidade específica, à medida que foi aumentada a concentração energética da ração. Quanto à adição de óleo, os resultados diferem dos obtidos por MURAMATSU et al. (2000). Ao fornecerem rações com diferentes cereais e diferentes níveis de óleo de soja, esses autores concluíram que as aves alimentadas com a ração contendo milheto mais 3,3% de óleo produziram ovos com maior gravidade específica, em relação às alimentadas com ração com milheto mais 5,3% de óleo.

Houve interação significativa (P<0,05) entre consumo de energia e consumo de óleo (P<0,05) sobre a UH, de modo que o consumo de 300 kcal/ave/dia e 1,5 g de óleo proporcionou menor valor (Tabela 4).

JALALUDEEN et al. (1990), CARRIJO & CAMPOS (1992) e ATTIA et al. (1995) ob-servaram que o aumento da EM não afetou signi

ficativamente os valores da UH quando utilizaram

rações com diferentes níveis de PB e EM para galinhas de postura.

Não houve efeito significativo (P>0,05) do consumo de energia e do óleo da dieta sobre a percentagem de umidade, de proteína, gordura e cinzas na matéria seca do albúmen dos ovos (Tabela 5).

Os resultados obtidos concordam com os de UDDIN et al. (1991), quando, alimentando aves de postura com rações contendo diferentes níveis de PB e EM, não observaram diferenças na percentagem de proteína do albúmen.

A análise de variância não apresentou efeito significativo (P>0,05) do consumo de energia e óleo nas rações sobre a umidade, proteína, gordura e cinzas na matéria seca da gema. Contudo, houve efeito significativo (P<0,05) do consumo diário do

óleo sobre a cor da gema (Tabela 6).

Com o aumento do nível de adição de óleo, observou-se diminuição na coloração da gema. Isso pode ser explicado pelo fato de a quantidade de milho, que é rico em xantofila e responsável pela coloração da gema, ter sido diminuída em algumas das rações experimentais, para atender aos tratamentos desejados. Os resultados concordam com ZGLOBICA et al. (1990a), que alimentaram galinhas de postura com dietas com diferentes níveis de farinha de semente de colza, 2% de óleo de semente de colza ou sebo ou ainda 3% de gordura de porco. A intensidade da cor da gema diminuiu (P<0,01) nos grupos experimentais, comparados a uma ração base. No entanto, discordam de SCHOLTYSSEK (1991). Alimentando galinhas de postura, esse autor verificou que a adição de óleo de soja propiciou aumento na intensidade da cor da gema.

Os dados de percentagem de gordura na gema encontrados neste experimento estão de acordo com os de UDDIN et al. (1991), que alimentaram aves de postura com rações contendo diferentes níveis de PB e EM e não encontraram diferenças para essas variáveis. Discordam, no entanto, de WHITEHEAD et al. (1991), que alimentaram aves de postura com rações com dois níveis de óleo de milho e observaram que, com o aumento do nível de óleo da ração, houve um aumento na percentagem de gordura e matéria seca das gemas.

 

 

 CONCLUSÕES

Nas condições em que esta pesquisa foi realizada, pode-se concluir que a elevação da quantidade de óleo ingerido diariamente levou a um aumento na proporção de gema, a uma diminuição na proporção de albúmen e menor valor de cor de gema.  A percentagem de casca sofreu efeito quadrático significativo da ingestão de energia diária, com  menor percentagem de casca obtida no nível de 300 kcal EM/ave/dia.

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Protocolado em: 1 dez. 2005. Aceito em: 11 out. 2007.