AVALIAÇÃO
CLÍNICA E ERITROLEUCOGRAMA DE EQUINOS COM CÓLICA
SUBMETIDOS À LAPAROTOMIA, SOBREVIVENTES E NÃO
SOBREVIVENTES
Paula Alessandra Di Filippo,1 Áureo Evangelista Santana2 e
Flávia Eiras Dela Coleta3
1, 3. Pós-graduandas do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária da FCAV, UNESP,
E-mail: paula_difilippo@yahoo.com.br
2. Professor adjunto, doutor do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária FCAV/UNESP.
RESUMO
Utilizaram-se setenta
equinos, vinte sadios (GI) e cinquenta com cólica, submetidos
à laparotomia, sobreviventes (GII, n=25) e não
sobreviventes (GIII, n=25). O exame clínico e a colheita das
amostras de sangue foram realizados antes da laparotomia (T0) e
diariamente, a partir da cirurgia, até o décimo dia
após a intervenção (T24h - T10o dia). No T0,
observou-se aumento dos valores da frequência cardíaca e
respiratória, do tempo de perfusão tecidual, do
número de hemácias, do volume globular e do número
de leucócitos nos equinos dos grupos GII e GIII, que ainda se
mantiveram até o décimo dia pós-operatório
nos animais do grupo GIII. Nesses mesmos momentos e animais
verificou-se diminuição na concentração das
proteínas plasmáticas totais. A intensidade e a
persistência das alterações relacionaram-se
negativamente com a recuperação dos animais e foram
atribuídas ao tempo, à localização e
à gravidade do processo obstrutivo. A avaliação
seriada dos parâmetros clinicolaboratoriais analisados pode ser
útil na definição do prognóstico dos
animais com cólica submetidos à laparotomia.
PALAVRAS-CHAVES: Abdômen agudo, equinos, hemograma.
ABSTRACT
CLINICAL AND ERITROLEUCOMETRIC EVALUATION OF COLIC HORSES SUBMITTED TO LAPAROTOMY AND SURVIVED OR NOT
Seventy horses were
utilized, twenty healthy horses (GI) and fifty colic horses which
survived (GII, n=25) or not (GIII, n=25) after laparotomy. Clinical
examination was carried out and blood samples were collected before
laparotomy (T0) and after laparotomy (T24h-T240h). Animals from GII, at
T0 and animals from GIII, at T0, T24h, T48h, T72h, T96h, T120h, T168h
and T240h after laparotomy presented increase of respiratory and heart
rates, tissue perfusion time, red blood cell, leukocyte, and packed
cell volume. In the same moments the animals from GII and GIII
presented decrease of concentration of total plasmatic proteins. The
intensity and persistence of theses alterations relates negatively to
the animals recuperation and were attributed the time, localization
and, severity of obstruction. Laboratorial and clinical analysis in
series can be useful for the prognosis of post-operative recovery after
laparotomy.
KEY WORDS: Acute abdomen, equine, haemogram.
INTRODUÇÃO
Por possuir peculiaridades
anatômicas em seu aparelho digestório, a espécie
equina apresenta predisposição a alterações
morfofisiológicas graves, responsáveis por sinais de
dores abdominais intensas, conhecidas como cólica ou
abdômen agudo (PEIRÓ & MENDES, 2004). Apesar dos
avanços em relação aos métodos de
diagnóstico, técnicas anestésicas e
cirúrgicas e acompanhamento intensivo no
pós-operatório, a mortalidade permanece alta.
Considera-se que as alterações ocorridas nas alças
intestinais favoreçam a transferência de bactérias
e toxinas do lúmen intestinal para a corrente sanguínea,
contribuindo para a manifestação de sinais
sistêmicos diversos (MOORE & BARTON, 2003).
Estudo realizado por
FAGLIARI & SILVA (2002) demonstrou que houve elevação
da temperatura retal, das frequências cardíaca e
respiratória, do volume globular, dos valores das
proteínas plasmáticas, do número de
hemácias e de leucócitos em equinos com cólica,
antes e após a laparotomia para correção de
torção de cólon maior, compactação
de cólon maior e encarceramento nefroesplênico de
cólon maior. Resultados semelhantes foram obtidos por MONTELLO et al.
(2004) em equinos submetidos à laparotomia em
estação e enterotomia do cólon menor. Entretanto,
segundo esses últimos autores, as alterações
hematológicas observadas, apesar de compatíveis com um
quadro inflamatório agudo, não apresentaram
correspondência clínica. Ademais, SVENDSEN et al. (1979), DI FILIPPO & SANTANA (2007) e DI FILIPPO et al.
(2008) observaram que os animais que foram a óbito ou que foram
sacrificados apresentaram alterações clínicas e
laboratoriais mais acentuadas. Por fim, FAGLIARI et al.
(2008), avaliando equinos com cólica que vieram a óbito
sete a dez dias após a cirurgia com sinais de choque
séptico, concluíram que, dentre os exames laboratoriais
considerados indicadores de prognóstico para abdômen agudo
de equinos, destacam-se as contagens de polimorfonucleares e de
bastonetes.
Diante dessas
observações, o presente estudo teve o objetivo de avaliar
e comparar as alterações no exame físico e no
eritroleucograma de equinos com cólica submetidos à
laparotomia, sobreviventes e não sobreviventes, investigando se
tais procedimentos podem auxiliar no diagnóstico e
prognóstico nos quadros de abdômen agudo.
MATERIAL E MÉTODOS
Utilizaram-se vinte equinos
hígidos, sete machos (castrados) e treze fêmeas
(não gestantes), quatorze Brasileiros de Hipismo, um Anglo
Árabe, um Mangalarga Marchador e quatro sem raças
definidas, com média de idade de 11,3±3,0 anos, os quais
constituíram o grupo GI (controle), e cinquenta equinos com
cólica, submetidos à laparotomia exploratória para
correção do distúrbio intestinal. Os animais com
cólica foram encaminhados para tratamento no Hospital
Veterinário Governador Laudo Natel da FCAV, Unesp, Jaboticabal,
SP, no período de setembro de 2004 a julho de 2005. Ao final do
período experimental e de acordo com a evolução do
quadro, esses animais foram classificados e divididos em dois grupos:
GII, sobreviventes, e GIII, não sobreviventes (Quadro 1).
Todos os animais receberam xilazina (0,5 mg kg-1)(Sedazine
– Fort Dodge) via intravenosa (IV) como medicação
pré-anestésica. Ato contínuo procedeu-se à
infusão sob pressão de éter gliceril guaicol a 10%
(100 mg kg-1, IV)(Éter gliceril guaiacol – Henrifarma) e midazolam (0,05 mg kg-1, IV)(Midazolam – Hipolabor) seguida de cetamina (2 mg kg-1,
IV)(Dopalen - Vetbrands). Após a intubação
orotraqueal, a manutenção foi feita com halotano
volatizado em 15 ml/kg de oxigênio, em circuito anestésico
semifechado com ventilação espontânea. Durante o
procedimento cirúrgico, administraram-se 5 a 10ml/kg/min, IV, de
solução de Ringer com lactato para auxiliar a
manutenção da pressão arterial média, entre
70 e 100mmHg.
No
pós-operatório instituiu-se terapia antimicrobiana com
penicilina benzatina(Pentabiótico reforçado – Fort
Dodge), na dose de 30.000UI kg-1,
via intramuscular (IM), a cada 48 horas, perfazendo três
aplicações. Como analgésico e
anti-inflamatório, administrou-se flunixim meglumine(Flunixina
injetável – UCB S.A), na dose de 0,5mg kg-1,
IV, a cada doze horas, durante três dias.
Reposições eletrolíticas foram realizadas com base
nos valores do hematócrito.
Todos os animais foram
submetidos ao exame físico, e as características
avaliadas incluíram temperatura retal (°C), frequência
cardíaca (bpm) e respiratória (mpm) e o tempo de
preenchimento capilar (seg). Para a realização do
eritroleucograma, utilizaram-se amostras de sangue obtidas mediante
punção da jugular, acondicionadas em frascos contendo
ácido etileno diamino tetracético (EDTA). As contagens
globais de eritrócitos e de leucócitos foram obtidas com
o auxílio de um contador automático de células
(AcT-8 COULTER – SG Tecnologia Clínica S. A). Realizou-se
a contagem diferencial de leucócitos utilizando-se
esfregaços sanguíneos corados com uma mistura de
May-Grunwald, Giemsa e Metanol. Posteriormente, examinaram-se as
preparações citoscópicas por microscopia
óptica, utilizando microscópio com aumento de mil vezes
(imersão - CARL ZEISS, modelo Jenaval.). Obteve-se a
fórmula leucocitária absoluta a partir das contagens
global e diferencial das células leucocitárias, por uma
regra de três direta. O hematócrito (Ht) foi obtido em
tubos de micro-hematócrito centrifugados a 14.000G, por cinco
minutos, com posterior leitura em escala especial, e mensurou-se a
proteína plasmática total mensurada por refratometria.
Para a
avaliação da creatinina colorimétrica
(método de Lustosa–Basques), utilizaram-se amostras de
sangue colhidas em frascos sem anticoagulante, e, após
sinérese, procedeu-se à sua análise com o
auxílio de um conjunto de reagentes para diagnósticos
(Labtest – Labtest Diagnóstica S.A., Lagoa Santa, MG) e a
posterior leituras espectrofotométricas (Labquest – CELM,
modelo E-225-D).
Para cada equino, as
amostras de sangue e os exames físicos foram realizados em oito
diferentes momentos – imediatamente antes da
realização da laparotomia (T0 ou basal) e 24 horas, 48
horas, 72 horas, 96 horas, 120 horas e 7 e 10 dias após.
Utilizou-se um delineamento
experimental inteiramente ao acaso, com três grupos e oito
repetições. Para comparação de grupos,
dentro de cada momento, usou-se o teste F e, quando se constatou
significância, aplicou-se o teste de Tukey (P<0,05) para
comparação das médias, através do programa
Statistical Analysis of System (SAMPAIO, 2002).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste ensaio (Quadros 1 e
2), observa-se predomínio de animais da raça Brasileira
de Hipismo (28%), o que difere dos resultados obtidos GONÇALVES et al. (2002), os quais verificaram que os animais da raça Puro Sangue Inglês foram os mais acometidos.
Dos cinquenta animais
avaliados, 46% eram fêmeas, 28% eram machos não castrados
e 26% machos castrados. Esses resultados diferem dos de ABUTARBUSH et al.
(2005), os quais observaram maior número de machos não
castrados. Diferenças como essas residem, segundo MEHDI &
MOHAMMAD (2006), nos inúmeros tipos de cólica existentes
e na influência dos distúrbios sexos-dependentes, tais
como as hénias inguinoescrotais.
O risco de desenvolvimento
da doença, segundo MEHDI & MOHAMMAD (2006), aumenta com a
idade. Segundo esses autores, animais com idade entre dois e dez anos
são os mais acometidos, sobretudo por mudanças na dieta,
aumento da exposição a parasitas e
diminuição da atividade do cólon. Corroborando as
afirmações anteriores, observou-se, neste ensaio, que
animais com idade entre dois e dez anos (64%) foram os mais acometidos.
A compactação
e o deslocamento do cólon maior (22% cada) foram as principais
alterações observadas e corroboram os achados de
ABUTARBUSH et al. (2005).
Segundo esses autores, alguns dos fatores de risco mais comuns
associados às obstruções do cólon maior
(deslocamentos e compactações) incluem a aerofagia, as
mudanças nos regimes regulares de exercícios, a falta da
administração de anti-helmínticos, o
histórico de viagens realizadas a menos de 24 horas e o aumento
no tempo de estabulagem dos animais. Trata-se de fatores comuns
entre os animais ensaiados.
Em relação ao
tempo médio de evolução do distúrbio,
constatou-se que os animais não sobreviventes apresentaram
valores inferiores (média de 12,2 horas), com diferença
significativa (p<0,05) dos valores encontrados para os sobreviventes
(média de 19,1 horas). Entretanto, observou-se que as
lesões apresentadas pelos animais do GIII concentravam-se
principalmente no intestino delgado. Esses achados demonstram que, em
função da localização e gravidade do
processo obstrutivo, a variável tempo adquire diferentes
proporções (NAPPERT & JOHNSON, 2001). A demora no
atendimento pode ter reduzido as chances de recuperação
dos animais e contribuído para o expressivo número
de procedimentos cirúrgicos realizados (85,7%), como foi
descrito por ABUTARBUSH et al. (2005).
Os resultados dos valores
de frequência cardíaca e respiratória, do tempo de
preenchimento capilar e da temperatura retal, com as respectivas
médias, erros-padrão e estatística calculada,
estão expressos na Tabela 1.
nto significativo nos
valores de frequência cardíaca e respiratória nos
equinos dos grupos GII e GIII, que ainda se mantiveram até o
décimo dia pós-operatório (T10) nos animais do
grupo GIII. Esse aumento pode ter sido ocasionado pela dor, endotoxemia
e hipovolemia, como foi descrito por FAGLIARI & SILVA (2002) e por
MOORE & BARTON (2003). Resultados semelhantes foram obtidos por
SVENDSEN et al. (1979) e por FERNANDES et al.
(2003), e, segundo esses últimos autores, as diferenças
observadas entre animais sobreviventes e não sobreviventes
residiram na severidade das afecções.
Nos animais dos grupos GII e do GIII, as variáveis TPC e hematócrito (Ht) tiveram comportamento semelhante (Tabela 1 e Tabela 3).
No momento inicial de avaliação (T0), observou-se aumento
nos valores do TPC e do Ht nos equinos dos grupos GII e GIII, que ainda
se mantiveram até o décimo dia
pós-operatório (T10) nos animais do grupo GIII. O
movimento de líquidos para o interior do lúmen intestinal
e/ou cavidade abdominal pode ter sido o responsável por essa
diminuição de volume, como foi descrito por BOSCAN &
STEFFEY (2007). Segundo SPURLOCK et al.
(1985), a desidratação acentuada (Ht>55%) e
persistente ocorre somente em animais com severas
infecções bacterianas sistêmicas, comprometendo o
mecanismo de contracorrente renal, visto que as toxinas bacterianas
interferem na reabsorção adequada de água pelos
rins, dificultando a restauração da volemia.
Na Tabela 2,
observa-se aumento na concentração de creatinina
sérica (>2 mg dL-1) nos animais do grupo GIII, que, segundo
SOUTHWOOD (2006), é indicativa de prejuízo renal. Para DI
FILIPPO & SANTANA (2007), a elevação desse
biomarcador da função renal na corrente sanguínea
desses animais relacionou-se não somente com a
hipotensão, como também com a septicemia e com a
coagulação intravascular disseminada.
Não foram observadas
diferenças nos valores de temperatura retal nos animais dos
grupos GII e GIII em todos os momentos de avaliação.
Segundo SOUTHWOOD (2006), esse parâmetro pode ser utilizado na
diferenciação de equinos com cólica de origem
inflamatória ou infecciosa (enterite ou colite) de equinos com
indicação cirúrgica. Entretanto, esses
últimos animais também podem apresentar aumento na
temperatura retal associada à síndrome da resposta
inflamatória sistêmica (SIRS) ou a doenças
secundárias como, por exemplo, as infecções do
trato respiratório. Esses resultados diferem dos de SVENDSEN et al. (1979), FAGLIARI & SILVA (2002) e dos de FAGLIARI et al.
(2008), para os quais a hipertermia deveu-se, possivelmente, à
liberação de mediadores inflamatórios decorrente
da própria afecção intestinal e do trauma
cirúrgico.
Os resultados dos valores
do hematócrito, das proteínas plasmáticas totais e
das hemácias, com as respectivas médias,
erros-padrão e estatística calculada, estão
expressos na Tabela 3.
No T0, verificou-se aumento
na contagem do número de hemácias nos animais dos grupos
GII e GIII, sugerindo hemoconcentração decorrente da
desidratação. Creditando essa afirmação,
observa-se, na Tabela 3,
o desequilíbrio hídrico nos animais dos referidos grupos
e tempo. Subsequentemente (24h-48h), observou-se uma
diminuição na contagem das hemácias nos animais
dos referidos grupos. Essa diminuição deveu-se,
possivelmente, à perda sanguínea durante o ato
cirúrgico e ao restabelecimento da volemia, como foi descrito
por FAGLIARI & SILVA (2002). Nas fases finais de
avaliação (72h-240h), os animais do GII apresentaram
normalização nos valores das hemácias, que teve
como provável origem a correção do déficit
hídrico (Tabela 3).
Entretanto, a desidratação persistente pode ter sido a
responsável pela hemoconcentração apresentada
pelos animais do GIII, nos T72h a T240h (Tabela 3).
Os resultados do
leucograma, com as respectivas médias, erros-padrão e
estatística calculada, estão expressos na Tabela 4.
Na fase inicial dos
transtornos abdominais, os valores do leucograma podem estar
próximos dos normais ou ligeiramente alterados. A fase efetora
da resposta imune consiste no recrutamento e ativação dos
leucócitos. Através de estímulos ao eixo
hipotálamo-pituitária-adrenal, com consequente
liberação de corticosteroides pelo córtex da
adrenal, aumentando a concentração de corticosteroides
endógenos circulantes, em resposta ao estresse
fisiológico ou doenças, observam-se
alterações nas contagens global e diferencial de
leucócitos, destacando-se leucocitose, neutrofilia e linfopenia,
como explicou BREIDER (1993). Tal situação enseja o
quadro denominado leucocitose corticosteroide-induzida, o qual foi
observado nos animais dos grupos GII e do GIII, no momento inicial de
avaliação (T0).
Por sua vez, os
neutrófilos do sangue distribuídos nos compartimentos
circulante e marginal respondem rapidamente a numerosos
estímulos quimiotáxicos relacionados ao processo
inflamatório, causando um aumento na marginação e
migração destes, com imediata diminuição do
seu número na circulação (ZINKL & MAHENDRA,
1997). Corroborando essa afirmação, observaram-se, nas
primeiras 24 a 48h, nos animais dos grupos GII e GIII, leucopenia,
neutropenia e linfopenia, o que, segundo FALEIROS (2003), é um
achado normal durante a evolução da síndrome
cólica e indicativa do sequestro dos neutrófilos para as
alças intestinais comprometidas ou para a cavidade abdominal nos
casos de peritonite. No final da fase de avaliação (sete
a dez dias após a laparotomia), os animais do GII e GIII
apresentaram aumento do compensatório no número de
neutrófilos, visto que os neutrófilos são os
efetores fundamentais na defesa do organismo contra as
infecções bacterianas com o intuito de fagocitar
micro-organismos, células mortas e debris celulares, como
explicou BENJAMIN (1999).
Do momento inicial de
avaliação (T0) até as 72h após a
laparotomia, observou-se uma diminuição no número
de eosinófilos nos equinos dos grupos GII e GIII, que ainda se
mantiveram até o décimo dia pós-operatório,
nos animais do grupo GIII. A eosinopenia pode ter sido ocasionada pela
ação das endotoxinas, como foi descrito por SVENDSEN et al. (1979) e por MOORE & BARTON (2003).
Não foram observadas
diferenças significativas nas contagens dos monócitos nos
animais avaliados, provavelmente em função do curto
período de observação. Os monócitos atuam
em processos crônicos, transformando-se em macrófagos, e,
na cólica, fagocitam bactérias, presentes na cavidade
abdominal (ZINKL & MAHENDRA, 1997).
CONCLUSÕES
Os exames
clinicolaboratoriais realizados permitiram detectar
alterações nas frequências cardíaca e
respiratória, no tempo de perfusão tecidual, no
número de hemácias e de leucócitos, na
concentração das proteínas plasmáticas
totais e no hematócrito de equinos com cólica submetidos
à laparotomia. A magnitude e a persistência das
alterações relacionaram-se negativamente com a
recuperação dos animais e foram atribuídas ao
tempo, localização e gravidade do processo obstrutivo. A
avaliação seriada dos parâmetros
clinicolaboratoriais analisados pode ser útil na
definição do prognóstico dos animais com
cólica submetidos à laparotomia.
AGRADECIMENTO
À
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo (Fapesp), pelo financiamento integral a esta pesquisa
(processos nº 03/09844-5 e 04/08662-3).
COMITÊ DE ÉTICA E BIOSSEGURANÇA
Aprovado pela Comissão de Ética e Bem-Estar Animal (CEBEA), protocolo no 013332-07.
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Protocolado em: 21 abr. 200. Aceito em: 27 jan. 2009.