This study aimed
at describing the particular morphological aspects of the arteries
responsible
for blood
supply of thymus in Camborough 22
swine
fetuses. In order to do so, the origin and distribution of the arteries
which
vascularize the right and left thoracic lobes of thymus, 30 Camborough
22 swine
fetuses, being 15 males and 15 females, were studied. The animals had
the
arterial system filled with aqueous solution at 50% stained Neoprene
Latex,
through the descending portion of thoracic aorta, and then it was fixed
at
The
thoracic lobes of thymus were vascularized by direct branches of the
right
(40%) and left (30%) internal thoracic arteries, and left superficial
cervical
(3.33%). Bicarotid trunk (3.33%) contributed with direct branches to de
left
thoracic lobe of thymus. The left (50%) and right (66.67%) internal
thoracic
arteries, right (6.67%) and left (6.67%) subclavian, right deep
cervical (3.33%)
and left dorsal scapular (3.33%) provided indirect branches for the
correspondent thoracic lobes of the thymus in each side. The
brachiocephalic
(13.33%) and the bicarotid (6.67%) trunks destined indirect branches to
the
thoracic lobe of thymus at the same side. There were
no significant
differences in relation to the
origin of the
arteries, the kinds of
branches and sex of the
festuses regarding the side of thymus lobe
which was vascularized.
Para
RECCE (2004), o timo
revela ser de grande importância para os mamíferos, atuando na resposta
imune e
também sobre o sistema linfático, sendo primordial para o
desenvolvimento
pós-natal, respondendo, ainda, pela competência imunológica do
indivíduo. Por
outro lado, GETTY (1986) considera que o referido órgão tem seus
aspectos
funcionais regulados de acordo com o desenvolvimento do animal, ou
seja, sofre
após a maturidade sexual uma acentuada involução, com substituição dos
tecidos
ativos por tecido adiposo.
Do
ponto de vista tanto da
anatomia comparativa quanto no que se refere à importância funcional do
timo,
deve ser enfatizado que esse órgão necessita de um aporte sanguíneo
apropriado
para o seu adequado e efetivo funcionamento.
Nesse sentido, SCHWARZE & SCHRÖDER
(1972), NICKEL et al. (1981),
WUSTINGER & POPIESZNY (1984), GETTY (1986), DRUMMOND et al. (1996
e
1997),
MACHADO et
al.
(1999), DRUMMOND et al. (2000), GONÇALEZ et al. (1999,
2000) e SILVA et
al.
(2003), contribuíram
com dados morfológicos pertinentes ao seu suprimento sanguíneo em
diferentes
raças e linhagens de suínos.
Com
o mesmo intuito, a presente investigação científica teve como
objetivo acrescer a literatura e ainda fornecer dados pertinentes à
anatomia
comparativa com dados relativos às artérias responsáveis pelo
suprimento
sanguíneo dos lobos torácicos do timo em fetos de suínos da linhagem
Camborough
22, no que diz respeito às suas origens e distribuições, determinando,
dessa
forma, os aspectos morfológicos particulares apresentados pelas
artérias
responsáveis pelo suprimento sanguíneo do timo da referida linhagem.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram
utilizados 30 fetos de
suínos da linhagem Camborough 22, sendo 15 machos e 15 fêmeas,
coletados após
abortos ou mortes naturais de fêmeas gestantes, em núcleos criatórios
do
município de Uberlândia – MG. O presente trabalho foi avaliado e
recebeu
parecer favorável do Comitê de Ética no Uso Animal do Instituto de
Ciências
Biológicas da Universidade de Brasília, conforme protocolo número
40919/2007.
Foi
realizada incisão no nono
espaço intercostal no antímero direito para visualização da parte
descendente
da aorta torácica e posterior marcação do sistema arterial. Em seguida,
esse
vaso foi isolado, canulado e preenchido com solução aquosa a 50% de
Neoprene
Látex “450” (Du Pont do Brasil – Industrias Químicas) e corado com
pigmento
específico (Globo Tintas e Pigmentos S. A.).
Os
fetos foram, então,
fixados com solução aquosa de formaldeído 10% (LABSYATH – Produtos para
Laboratórios Ltda.), por meio de injeções intramusculares, subcutâneas
e
intracavitárias, e submersos em solução semelhante. Para se ter acesso
aos
lobos torácicos direito e esquerdo do timo e aos vasos responsáveis
pelo seu
suprimento sanguíneo, procedeu-se à retirada dos membros torácicos e
secção das
articulações costovertebrais, seguida de rebatimento dorsoventral das
costelas.
Os
dados obtidos foram
analisados estatisticamente por meio do do teste de hipótese para
diferença
entre duas proporções, avaliando-se as origens, o número de ramos
arteriais e
os tipos, ou seja, ramos diretos ou indiretos, em relação ao sexo dos
animais,
cedidos para os lobos torácicos do timo em cada antímero.
A
nomenclatura das estruturas seguiu o preconizado pelo
International Committee
on Veterinary Gross
Anatomical Nomenclature (2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em
fetos suínos da linhagem
Camborough 22, o timo ocupa o mediastino cranial, apresentando um
formato
trapezoidal, e seus lobos mostram-se simétricos em cada antímero. Essas
características corroboram com o descrito por SCHWARZE &
SCHRÖDER (1972),
NICKEL et al. (1981), WUSTINGER & POPIESZNY (1984) e GETTY
(1986)
.
Foi
verificada a presença de
um istmo de formato afilado, ocupando a extremidade cranial da cavidade
torácica, que possuía íntima relação com os lobos cervicais colaterais
do timo
e que foi caracterizado pelo ligeiro estreitamento do timo, caudalmente
ao
primeiro par de costelas, o que não foi mencionado por SCHWARZE & SCHRÖDER (1972), NICKEL
et
al. (1981), WUSTINGER & POPIESZNY (1984) e GETTY
(1986), sugerindo,
assim, que o istmo estivesse ausente nos animais dos referidos estudos.
O istmo
foi considerado uma parte isolada dos lobos tímicos, que respondeu pela
união
dos mesmos.
Os
lobos torácicos do timo, direito e esquerdo, foram vascularizados
pelas artérias torácica interna, cervical superficial, subclávia,
cervical
profunda, escapular dorsal e troncos braquiocefálico e bicarótico
(Figura 1).
Os lobos torácicos do timo receberam ramos diretos e indiretos das
referidas
artérias (Tabelas 1 e 2).
No
teste de hipótese para
diferença entre duas proporções não foi evidenciada diferença
estatística (p
> 0,05). Ao se avaliar a frequência das artérias emitidas para
os lobos
torácicos do timo em cada antímero, o número de ramos arteriais diretos
e
indiretos para cada um dos lobos do timo em cada um dos antímero e
ainda no que
diz respeito ao suprimento sanguíneo de cada lobo torácico do timo, no
tocante
ao sexo dos animais, para cada antímero.
Do
ponto de vista da anatomia
comparativa, os trabalhos de SCHWARZE & SCHRÖDER (1972), NICKEL
et al. (1981),
WUSTINGER & POPIESZNY
(1984), GETTY (1986), DRUMMOND et al. (1996 e 1997), MACHADO et al. (1999),
DRUMMOND et al. (2000),
GONÇALEZ et al. (1999 e 2000) e SILVA et al. (2003) participaram
efetivamente para
o esclarecimento a respeito do suprimento sanguíneo dos lobos torácicos
do
timo, em diferentes raças de suínos. Neste estudo foram retratados os
aspectos
concernentes à vascularização dos lobos torácicos do timo em uma raça
específica de suínos. O interesse do presente estudo foi o de elucidar
e
retratar as particularidades inerentes à linhagem Camborough 22,
buscando-se,
assim, os aspectos morfológicos dentre as diversas linhagens de suínos,
em
especial àquela aqui empregada.
De
acordo com as descrições
de DRUMMOND et al. (1996 e 1997), MACHADO et al. (1999), DRUMMOND et al.
(2000), GONÇALEZ et al. (1999
e 2000) e SILVA et al. (2003),
foi possível ver diversas artérias respondendo pelo
suprimento sanguíneo
dos lobos torácicos do timo de diferentes raças de suínos. Dessa forma,
e
contando ainda com as observações em fetos de suínos da linhagem
Camborough 22,
evidenciou-se que os vasos arteriais responsáveis por esse fato
demonstram uma
sintopia bem peculiar e característica em relação ao timo. A
disposição, forma
e topografia dos lobos torácicos estabelecem uma íntima relação com as
artérias
presentes no mediastino cranial.
Foi
verificado, ainda, o
predomínio de ramos arteriais indiretos que contribuem para o
suprimento
sanguíneo dos lobos torácicos do timo, coincidindo, assim, com o
mencionado por
DRUMMOND et al. (1996 e 1997), MACHADO
et al. (1999), DRUMMOND et al. (2000), GONÇALEZ et al.
(1999 e 2000) e SILVA et al. (2003).
Para DRUMMOND et al. (1996 e
1997), MACHADO
et al. (1999), DRUMMOND
et al. (2000), GONÇALEZ et al. (1999 e 2000) e SILVA et
al. (2003), as
artérias
torácicas internas direita e esquerda fornecem ramos diretos e
indiretos para
os lobos torácicos do timo dos respectivos antímeros, bem como
evidenciado nos
animais deste estudo. De acordo com os mesmos autores, as artérias
subclávia
direita e esquerda cedendo ramos indiretos para os correspondentes
lobos
torácicos do timo de cada antímero foram observadas em suínos da
linhagem
Camborough 22.<
No
que se refere à
contribuição do tronco braquiocefálico, foi possível observar que esse
vaso
fornece ramos indiretos para o lobo torácico esquerdo do timo, fato que
coincidiu em parte com as descrições de DRUMMOND et al. (1996 e 1997),
MACHADO
et al. (1999) e SILVA et al. (2003), que verificaram que o lobo
torácico
esquerdo do timo recebe, também, ramos diretos desse vaso.
Observou-se
nos suínos deste
estudo a presença da artéria cervical profunda contribuindo para o
suprimento
arterial do lobo torácico do timo, fornecendo ramos indiretos para o
lobo
torácico direito do timo. Esse fato foi de encontro aos estudos de
SILVA et al.
(2003).
Ainda
foi possível observar
que nos suínos da linhagem Camborough 22 a artéria cervical superficial
forneceu
ramos diretos para o lobo torácico do timo do mesmo antímero. Fato que
corroborou
com os relatos de DRUMMOND et al. (1996 e 1997), MACHADO et al. (1999), DRUMMOND et al.
(2000), GONÇALEZ et al. (1999 e 2000) e SILVA et al. (2003).
No
presente estudo, verificou-se
que a artéria escapular dorsal esquerda liberou ramos indiretos para o
lobo
torácico do timo do mesmo antímero, o que, em contrapartida, não foi
encontrado
na literatura consultada, demonstrando, portanto, a grande variedade de
artérias que respondem pelo suprimento sanguíneo dos lobos torácicos do
timo
nesta espécie.
CONCLUSÕES
Diante
dos resultados deste
estudo, evidenciaram-se diferentes tipos de ramos arteriais, ou seja,
ramos
diretos e indiretos, respondendo pelo suprimento sanguíneo dos lobos
torácicos
do timo em ambos os antímeros. Diferentemente do que foi encontrado na
literatura consultada, em fetos de suínos da linhagem Camborough 22,
verificou-se que a artéria escapular dorsal esquerda emitiu ramos
indiretos
para o lobo torácico do timo do mesmo antímero, demonstrando assim a
grande
variedade de artérias que responderiam pelo suprimento sanguíneo dos
lobos
torácicos do timo nas diversas linhagens.
De
acordo com os resultados,
não foram verificadas diferenças significativas quando da aplicação do
teste de
hipótese para diferença entre duas proporções no que se refere às
artérias
emitidas para os lobos torácicos do timo, entre o número de ramos
diretos e
indiretos cedidos para esses lobos e ainda se tratando do número de
ramos
arteriais fornecidos para os lobos torácicos do timo em relação ao sexo
dos
fetos.
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