Para verificar o efeito do manejo e
do ambiente sobre a taxa de gestação de receptoras bovinas cruzadas
zebu x europeu (n=94) de embriões Nelore registraram-se o comportamento
e variáveis clínicas e climáticas durante o protocolo de sincronização
de cio e no dia da inovulação. Foi determinada a concentração de
cortisol plasmático (n=36) no D0, D9 e D16 do protocolo e de
progesterona (P4) no dia da inovulação. Não houve diferença
significativa entre fêmeas gestantes (GEST) e não gestantes (nGEST)
quanto ao estágio de maturação e classificação do embrião, pelagem,
comportamento ou entre embriões descongelados e fresco. A concentração
média de cortisol variou significativamente entre D0 e D16
(P>0,001). A P4 do D16 foi menor nas nGEST (P<0,01). O índice de
temperatura de globo e umidade foi elevado, indicando que os animais
poderiam estar sob estresse por calor. As fêmeas GEST apresentaram
menor temperatura de pele (P<0,01). A análise de regressão mostrou
aumento da probabilidade de prenhez de cerca de 25% entre o início e o
final da tarde (P=0,08). A menor concentração plasmática de
progesterona no momento da inovulação e a maior temperatura da pele
demonstraram o desconforto térmico e influenciaram negativamente a
fertilidade das receptoras de embriões. O estresse térmico por calor
afetou a probabilidade de prenhez de vacas receptoras de embriões sob
condições tropicais.
PALAVRAS-CHAVES: Cortisol, estresse por calor, gado de corte, manejo, taxa de gestação.
EFFECT OF HANDLING AND ENVIRONMENTAL VARIABLES ON THE PREGNANCY RATE OF RECIPIENT COWS
This work aimed to verify the effects
of the handling and thermal environment on the pregnancy rate of
embryo-recipient zebu x European cows (n=94) as well as the behavioral
and clinical aspects at the moment of embryo transfer. Cortisol was
analyzed by plasmatic samplers collected on D0, D9 and D16 of the
hormonal treatment for estrous synchronization; blood was also sampled
to analyze progesterone levels at the moment of embryo transfer. There
was no difference (p>0.05) between pregnant and not pregnant females
for maturation stage and embryo classification, coat, and reactivity
between fresh and frozen embryos. The cortisol concentrations decreased
(p>0.001) between D0 and D16, and the concentration of progesterone
was similar in function of the pregnancy stage. Nevertheless
progesterone in D16 for non pregnant cows was lower than for pregnant
ones in the same day. Moreover, pregnant cows showed lower skin
temperature. The values of Black Globe-Humidity Index were at very high
limits, indicating that all animals could be under heat stress. The
regression analysis indicated a tendency (p=0.08) to increase the
pregnancy probability of 25% between the beginning and end of the
afternoon. Thus, low plasmatic concentration of progesterone and high
skin temperature represents a factor of thermal discomfort at the
moment of the embryo receiving, influencing the pregnancy rate of
recipient cows. As observed, heat stress decreased the probability of
the pregnancy of recipient cows in tropical environment.
KEYSWORDS: Beef cattle, cortisol, handling, heat stress, pregnancy rate.
O manejo reprodutivo em programas de
inseminação artificial demanda contato constante do homem com os
animais, justamente em momentos em que o estresse pode ter efeitos
negativos sobre a eficiência reprodutiva. O comportamento de cio pode
ser diminuído ou suprimido sob diferentes estímulos ambientais, tais
como tipo de piso, inibição social, calor intenso, barulho etc.
(ORIUHELA, 2000; LANDAETA-HERNÁNDEZ
et al.,
2002). Em programas de transferência de embriões pouco se tem estudado
a respeito do efeito do ambiente sobre as taxas de gestação de
receptoras.
Em ambientes tropicais, a alta temperatura do ar, associada à umidade e
radiação elevadas, reduz a eficiência da perda de calor e, com isso,
incrementa o estresse do animal (SILVA
et al., 2006), limitando o desenvolvimento, a produção e a reprodução (LANDAETA-HERNANDEZ
et al., 2002; VASCONCELOS
et al., 2006; TORRES-JÚNIOR
et al.,
2008). A capacidade do animal de se ajustar fisiologicamente ao
estresse por calor, em função de altas temperaturas e umidade relativa
do ar, tem sido avaliada fisiologicamente por alterações da temperatura
retal e da frequência respiratória, explicando a tentativa do animal em
perder o calor absorvido (AZEVEDO
et al., 2005; MAIA
et al., 2005; MORAIS
et al.,
2008). Um ambiente é considerado confortável quando o animal está em
equilíbrio térmico com ele, ou seja, em que o calor produzido pelo
metabolismo é perdido para o meio ambiente sem prejuízo da homeostase
do animal. Alguns índices têm sido usados para medir o conforto ou o
desconforto dos animais em relação às condições ambientais, entre eles
o índice de temperatura e de umidade (ITU), calculado com base na
combinação de temperatura e de umidade, e o índice de temperatura de
globo e umidade (ITGU), calculado com base na umidade e na radiação
recebida pelo animal (SILVA, 2000).
Vacas holandesas expostas ao estresse por calor por pelo menos um dia
de temperatura máxima >29oC antes da inseminação artificial
obtiveram proporção de gestação menor (P<0,001) que vacas não
expostas a este fator (CHEBEL
et al., 2004). VASCONCELOS
et al.
(2006) observaram que, em vacas Holstein receptoras de embriões, o
aumento da temperatura retal diminuiu a taxa de prenhez no dia 25
pós-inovulação (P<0,05) e aumentou a perda embrionária (P<0,10).
TORRES-JÚNIOR
et al. (2008)
observaram efeito deletério do estresse por calor sobre a dinâmica
folicular ovariana e sobre a competência do ovócito de vacas Gir.
A concentração plasmática de progesterona é um fator importante para
obtenção de êxito na transferência de embriões. Receptoras de embriões
que apresentavam concentração plasmática de P4 entre 2,0 e 5,0 ng/mL no
momento da inovulação obtiveram taxa de prenhez superior àquelas que
apresentavam concentração abaixo de 2,0 ng/mL ou acima de 5,0 ng/mL
(REMSEN & ROUSSEL, 1982; NIEMANN
et al., 1985).
Portanto, se forem usadas técnicas de manejo que propiciem melhores
concentrações plasmáticas adequadas de progesterona, potencialmente
poderá haver melhora na taxa de prenhez.
As consequências do clima tropical no desempenho reprodutivo de bovinos
têm sido pouco estudadas no Brasil e, em uma situação de manejo
específico e constante como observado em programas de transferência de
embriões, os fatores climáticos podem ter impacto maior. Este trabalho
teve por finalidade testar a hipótese de que fatores bioclimáticos
podem afetar a prenhez de receptoras bovinas de embriões.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado na Fazenda Sete Estrelas Embriões, localizada no
município de Terenos, Mato Grosso do Sul (20o20’0’’ S, 55o2’52’’ W,
altitude 301 metros), nos meses de fevereiro e março de 2004.
Registraram-se dados de três lotes de receptoras mestiças provenientes
de cruzamento industrial (europeu x nelore) e com a mesma condição
corporal: lote1 (n=38), lote 2 (n= 26) e lote 3 (n=30), totalizando 94
fêmeas, sendo que, deste total, 25 foram inovuladas com embriões
congelados e 69 com embriões a fresco oriundos de doadoras da raça
Nelore. As doadoras eram vacas adultas com idade média de 5,9 ± 4,1
anos, já tendo sido submetidas a pelo menos duas coletas, mantidas em
ótimas condições nutricionais, com escore corporal médio 7.0 (WILTBANK,
1983).
Submeteram-se as receptoras a um protocolo hormonal de sincronização de
cio com as doadoras até a inovulação do embrião. No dia zero (D0), foi
inserido um dispositivo intravaginal progesterona (Cidr®, Pfizer) e
aplicados 2 mL de benzoato de estradiol (Estrogin®, Farmavet). No
quinto dia (D5) aplicaram-se 2 mL PGF2α (Ciosin®, Coopers) + 2 mL de
eCG (Novormon®, Tecnopec). No oitavo dia (D8), foi retirado o Cidr®, no
nono dia (D9) aplicaram-se 2 mL de Estrogin® e no décimo sexto dia
(D16) as receptoras receberam os embriões.
No dia da inovulação (D16), procedeu-se à avaliação das receptoras por
meio de exame ginecológico, via ultrassom, pela manhã. Feito o exame,
elas aguardavam em um piquete e à tarde eram levadas para um corredor
de acesso à sala de transferência, calculando-se, em minutos:
– o tempo de manejo das receptoras (t manejo), considerando o intervalo
entre o horário de chegada no curral de manhã até o horário de entrada
no corredor;
– o tempo de espera (t espera) definido como o intervalo de tempo do
momento de chegada do piquete até o de entrada na sala de
transferência;
– o tempo de corredor (t corredor), correspondente ao intervalo de
tempo decorrido entre horário de entrada no corredor e horário de
entrada na entrada na sala de transferência.
Para análise, o horário de entrada na sala de transferência (hora-dia) foi agrupado em três classes (às 13h, 15h e 17h).
Na sala de transferência, registraram-se: o número da receptora, a hora
de chegada, a hora de saída (hh:mm), a duração do processo de
inovulação (DURAÇÃO), a temperatura da sala (°C) e a umidade relativa
do ar (%) medidas por meio de um termômetro digital logo após a entrada
do animal. Foram mensuradas as seguintes variáveis clínicas: frequência
respiratória/minuto (FR), observada através das oscilações do flanco do
animal contada em quinze segundos e multiplicado por quatro;
temperatura retal (T Retal), medida por um termômetro digital até que a
temperatura se estabilizasse; temperatura da pele (T Pele), obtida com
termômetro digital de superfície, posicionado na região das costelas,
cerca de 20 cm atrás da paleta, 20 cm abaixo da linha do dorso,
distante 3 cm do animal. Calculou-se, ainda, a diferença entre
temperatura da pele e retal (DifT). Também foi registrada a pelagem do
animal (branca, osco-claro, osco-escuro, brasina, vermelha, malhada de
vermelho e branco e preta).
Quanto ao embrião recebido, foram anotados: o número do touro que
inseminou as doadoras de embriões (TOURO), a partida do sêmen
(PARTIDA), o número da doadora do embrião (DOADORA), o estágio de
maturação do embrião (mórula compacta (MC), mórula (MO), blastocisto
inicial (BI), blastocisto (BL) e blastocisto expandido (BX)), bem como
a classificação da qualidade do embrião (excelente, bom, regular e
pobre). Definiram-se o estágio de maturação do embrião e a
classificação do embrião de acordo com a International Embryo Transfer
Society (IETS, 1999), tendo sido transferidos apenas embriões grau 1 a
3.
No tronco de contenção foram registrados os comportamentos em relação a
mugidos: escore 0 = sem ocorrência, escore 1 = ocorrência; respiração:
escore 1 = não audível, escore 2 = audível e profunda, escore 3 =
bufando/ roncando (respiração forçada com emissão de sons); postura:
escore 1 = em pé, escore 2 = ajoelhada, escore 3 = deitada; tensão:
escore 1 = relaxada (não apresenta movimentos abruptos de cauda e/ou
cabeça), escore 2 = tensa (movimentos abruptos de cauda e/ou cabeça),
escore 3 = muito tensa (apresenta tremor muscular). Com base nesses
dados atribuiu-se um escore quanto à reatividade do animal (
Quadro 1), adaptado de FORDYCE
et al. (1982).
Realizou-se a transferência de embriões pelo método cirúrgico, no
flanco, com sedação prévia e anestesia local. O diagnóstico de gestação
e de sexagem fetal foi realizado pelo médico veterinário da fazenda, ao
final de sessenta dias, via palpação transretal e com o auxílio de um
aparelho de ultrassom.
Além disso, foram registradas nos dias da inovulação as seguintes
variáveis meteorológicas: a temperatura de bulbo seco (TBS) e de bulbo
úmido (TBU) do local, a cada hora, com o auxílio de um psicrômetro, e a
temperatura de globo negro (tg), respectivamente. Com base nesses
dados, calcularam-se o índice de temperatura e de umidade (ITU) nos
períodos da manhã (ITUm), tarde (ITUt) e do dia (ITUdia). O ITUm foi
calculado das 08h às 11h, o ITUt das 13h às 17h e o ITUdia das 08h às
17h, calculados pela seguinte expressão (SILVA, 2000): ITU = ta + 0,36
tpo + 41,5 (expresso em kPa – quilo pascal), em que: ta =
temperatura do ar, °C; tpo = temperatura do ponto de orvalho, °C; 41,5
= constante,
Também foi calculado o índice de temperatura de globo e umidade (ITGU)
obtido pela seguinte expressão (SILVA, 2000): ITGU = tg + 0,36
tpo + 41,5 (expresso em kPa), em que: tg = temperatura do
termômetro de globo, °C; tpo = temperatura do ponto de orvalho, °C;
41,5 = constante.
Com base nesse índice, procedeu-se ao cálculo da média do ITGU da manhã
(ITGUm), da tarde (ITGUt), do dia inteiro (ITGUdia) e ITGU do horário
da inovulação (ITGUin). O ITGUm foi calculado das 08h às 11h, o ITGUt
das 13h às 17h e o ITGU dia das 08h às 17h. Esse índice considera a
temperatura de globo negro, que expressa não só a temperatura radiante,
mas também a ação conjunta de outros elementos climáticos, como umidade
do ar e a velocidade do vento (SILVA, 2000). Outras variáveis como
temperatura máxima (Tmax), temperatura mínima (Tmin), precipitação
pluviométrica (PPt), velocidade do vento (VV) e umidade relativa do ar
(UR) foram cedidas pela Embrapa Gado de Corte – Campo Grande-MS.
Foram coletadas em tubos heparinizados amostras de sangue das
receptoras do lote 2, totalizando 36 receptoras, nos dias D0, D9 e D16
para determinação das concentrações de cortisol, e para progesterona
somente no D16, imediatamente após a contenção do animal no tronco pela
punção da veia caudal mediana. Após centrifugação a 1500 rpm/15
minutos, estocou-se o plasma obtido a -20°C, para posterior
determinação das concentrações plasmáticas de progesterona e cortisol.
Efetuaram-se as análises de cortisol e progesterona em duplicata,
utilizando-se kits de dosagens imunoenzimáticas (Diagnostic System
Laboratories, Inc.) no Laboratório de Fisiologia Animal da Faculdade de
Zootecnia e Engenharia de Alimentos / USP, Campus de Pirassununga – SP.
O coeficiente de correlação intraensaio foi de 3,9% e o interensaio de
2,2%.
A taxa de gestação obtida foi comparada de acordo com as variáveis:
lote, touro, maturação do embrião, classificação do embrião, pelagem,
reatividade, variáveis discriminadas quanto à reatividade e
processamento do embrião por teste de dispersão de frequência (X²)
utilizando-se o pacote estatístico SAS (1995). Compararam-se as
variações fisiológicas, clínicas e duração de manejo pelo teste t de
Student, entre dois grupos, um composto pelas fêmeas gestantes e outro
pelas não gestantes, considerando-se o nível de significância de 5%.
Foi realizada análise de Correlação de Pearson entre as variáveis
ambientais e os índices de conforto térmico e manejo dentro do grupo de
vacas gestantes (n=62) e de vacas não gestantes (n=40).
Para verificar possíveis variações ambientais entre os dias de coleta,
submeteram-se os dados à análise de variância, pelo procedimento GLM do
pacote estatístico SAS (2005), considerando efeitos fixos de hora do
dia (hora/dia), lote, diagnóstico de gestação e a interação
hora/dia*lote sobre a variável ITGU do horário de inovulação (ITGUin),
tempo de curral, tempo de espera. Procedeu-se à comparação entre médias
pelo Teste de Duncan. Foi realizada análise de regressão, logística que
se adequa à análise da relação entre respostas discretas com variáveis
exploratórias (STOKES
et al.,
2000), utilizando pacote estatístico SAS (2005). A regressão logística
é frequentemente utilizada na análise da relação entre respostas
discretas com variáveis exploratórias (STOKES
et al.,
2000). Com a metodologia, objetivou-se modelar a probabilidade (p) de
as matrizes serem classificadas como prenhes (1), em função das
variáveis: lote, touro, classificação do embrião, tempo de manejo,
tempo de curral, tempo de corredor, hora/dia, ITGU13, ITGU15, ITGU17,
ITUT e ITUMD, e as variáveis clínicas: FR, T Retal, T Pele, DifT.
RESULTADOS
Do total de 94 fêmeas, 62,8% foram diagnosticadas como gestantes e 37,2% como não gestantes, ao final de sessenta dias.
As médias das variáveis climáticas TBS, TBU, TG, VV, PPt, UR, Tmin,
Tmax e Tméd, nos dias das inovulações, encontram-se sumarizadas na
Tabela 1.
Verificou-se correlação negativa entre temperatura média do ar, vv,
ITGUt e ITGUdia e a Dift, sendo esta significativa tanto para fêmeas
gestantes como para as não gestantes (
Tabela 2).
Os valores médios do ITGU e do ITU referentes ao dia da inovulação das receptoras são apresentados na
Tabela 3.
O modelo de análise adotado foi significativo para as seguintes
variáveis: ITGUin (Anova: P<0,0001; R2= 0,95; CV=1,84), considerando
os efeitos de lote (P<0,001), hora/dia (P<0,001) e interação
lote*hora/dia (P<0,001); tempo de espera (Anova: P<0,0001;
R2=0,88; CV=18,76), comparando-se com lote (P=0,004), hora/dia
(P<0,001) e interação lote*hora/dia (P=0,002) e tempo de manejo
(Anova: P<0,0001; R2=0,64; CV=10,47), considerando os efeitos de
lote (P<0,004), hora/dia (P<0,001) e interação lote*hora/dia
(P=0,002); não sendo significativo para diagnóstico de gestação.
A distribuição do ITGU dos três lotes de acordo com o horário da inovulação é ilustrada na
Figura 1.
O tempo de manejo médio das fêmeas, em minutos, foi de 417,22 ± 70,09 e
394,11 ± 46,47 e o tempo de corredor foi de 65,86 ± 48,06 e 62,91 ±
43,11 para as fêmeas gestantes e não gestantes, respectivamente (
Tabela 4),
não havendo diferença significativa (P>0,05) pelo teste t de
student. A análise de regressão logística demonstrou que a
probabilidade de prenhez das receptoras de embriões poderia ser
explicada por uma equação que considerasse o efeito fixo do horário de
entrada para a inovulação. A associação da probabilidade estimada e
resposta observada mostrou uma percentagem de concordância de 68,2% e
percentagem de discordância 31,1 %, o que permite verificar que o
modelo (equação) concordou com os dados observados, ou seja, o modelo
estimado possui uma boa aderência com os dados observados. Na situação
trabalhada, houve uma tendência (P=0,08) de variação da probabilidade
prenhez de cerca de 25% entre o início e o final da tarde, como
ilustrado na
Figura 2.
Não houve diferença significativa (P>0,05), pelo teste do X² entre
as fêmeas gestantes e não gestantes com relação ao estágio de maturação
do embrião, classificação da qualidade do embrião, pelagem,
reatividade, postura, mugido, respiração, tensão e entre embriões
congelados e a fresco.
Com relação aos sinais clínicos, as médias de FR, Tretal e a diferença
entre temperatura da pele e retal não diferiram (P>0,05) pelo teste
t de student entre as fêmeas diagnosticadas como gestantes e não
gestantes. Entretanto, houve diferença significativa entre temperatura
da pele de gestantes e não gestantes (P<0,05) (
Tabela 5).
As concentrações médias de cortisol para os dias D0, D9 e D16 foram
19,13 ± 7,48; 16,32 ± 7,89 e 14,56 ± 8,02 ng/mL, respectivamente (
Figura 3).
Observou-se diferença significativa apenas entre os dias DO e D16 (P<0,05).
Não foi observada diferença significativa nos níveis de cortisol no
decorrer do protocolo quando se compararam as médias das fêmeas
gestantes separadamente das não gestantes. As concentrações médias de
cortisol para os dias D0, D9 e D16 das fêmeas gestantes foram 19,91 ±
7,44; 16,25 ± 7,96 e 14,66 ± 7,83 ng/mL, respectivamente, e das fêmeas
não gestantes foram 17,89 ± 7,77; 16,45 ± 8,12 e 14,38 ± 8,73 ng/mL,
respectivamente (teste t de student, P>0,05).
As concentrações médias de progesterona no dia D16 das fêmeas gestantes
e não gestantes foram 35,78 ± 19,07 e 28,59 ± 17,55 ng/mL (P<0,05),
respectivamente, e de cortisol foram 14,66 ± 7,83 e 14,38 ± 8,73 ng/mL
(P>0,05) (
Figura 4).
Não houve correlação (P>0,05) entre cortisol e progesterona no dia
da inovulação para gestantes (0,39) e não gestantes (0,27),
respectivamente.
DISCUSSÃO
Encontrou-se uma taxa de gestação aos sessenta dias pós-inovulação de
62,77%, valor acima dos relatados aos 45 dias pós-inovulação por
VASCONCELOS
et al. (2006), de 45,80%, e DROST
et al. (1999), de 35,40%, e compatíveis aos encontrados por REICHENBACH
et al.
(2002), que observaram taxas médias de gestação em torno de 60% em
transferências de embriões a fresco de grau 1 a 3, classificados
de acordo com a IETS (1999).
A capacidade do animal de resistir ao estresse por calor, em função de
altas temperatura e umidade relativa do ar, tem sido avaliada
fisiologicamente por alterações na temperatura retal e na frequência
respiratória, explicando a tentativa de o animal perder o calor
absorvido (AZEVEDO
et al., 2005; MAIA
et al.,
2005). A temperatura retal não diferiu estatisticamente entre gestantes
e não gestantes, como já havia sido observado por KATAYAMA
et al. (2004), na mesma propriedade usada por este estudo no mês de novembro, contrastando com VASCONCELOS
et al.
(2006), que observaram, em vacas Holandesas receptoras de embriões, que
o aumento da temperatura retal no sétimo dia após o estro diminuiu a
taxa de prenhez no dia 25 (P<0,05) e aumentou a perda embrionária
(P<0,10). Entretanto, a temperatura retal média das receptoras
estava acima da normalidade, de acordo com a citada por DUKES (1996),
em que o valor máximo para bovinos de corte é de 39,1°C. Experimentos
in vivo demonstraram que o estresse por calor no primeiro dia de
prenhez reduziu a sobrevivência do embrião e a taxa de prenhez.
Entretanto, a partir do terceiro dia o estresse por calor não afetou
essa taxa (EALY
et al.,
1993), indicando que embriões bovinos se tornam mais resistentes aos
efeitos prejudiciais do estresse por calor materno com o avanço do seu
estágio de desenvolvimento.
A maior temperatura de pele das fêmeas não gestantes observada neste
estudo sugere uma influência negativa sobre a taxa de gestação,
demonstrando que a dificuldade em perder calor, com consequente aumento
de temperatura interna, pode ter prejudicado o desenvolvimento
embrionário, como já observado por MALAYER & HANSEN (1990). A
temperatura de pele pode ser considerada um bom indicador da atividade
de sudorese em bovinos (SHARF
et al.,
2008). A termólise evaporativa é o mais efetivo meio da dissipação de
calor corporal, sendo que a evaporação cutânea representa cerca de 85%
da perda total do calor latente (MAIA
et al.,
2005). A queda da temperatura de pele relacionada ao aumento do
estresse ocorre quando há estimulação simpática, o que gera
vasoconstrição periférica e o aumento da pressão arterial, levando a um
aumento da temperatura interna e à diminuição da temperatura periférica
do corpo (RANDALL
et al.,
2002). O fato de as vacas prenhas terem apresentado temperatura de pele
menor que as vacas que não ficaram gestantes sugere que estas estariam
acionando de forma mais eficiente os mecanismos de termólise
evaporativa cutânea.
A não observância de diferença significativa na difT contrastou com os dados encontrados por KATAYAMA
et al.
(2004). Os autores trabalharam na mesma propriedade utilizada neste
estudo no mês de novembro, encontrando diferença significativa entre
fêmeas gestantes e não gestantes (4,64°C e 3,62°C, respectivamente,
P<0,05) e mostrando uma maior eficiência para perda de calor das
fêmeas gestantes. Essa diferença pode ter ocorrido pelas variações
ambientais externas nos períodos avaliados nos dois trabalhos quanto a
fatores que favorecem a termólise como umidade ou velocidade e direção
do vento (SILVA, 2000).
Quanto à frequência respiratória, não houve diferença significativa
entre fêmeas gestantes e não gestantes. Entretanto ambas estavam
superiores à normalidade, que é de 29 movimentos por minuto para vacas
leiteiras em estação (DUKES, 1996), indicando que essas fêmeas ativaram
mecanismos fisiológicos para perda de calor para atingir a homeostase.
Avaliaram-se o tempo de manejo das fêmeas e o tempo de corredor de
acesso à sala de transferência como um fator estressante para essas
fêmeas. Não houve diferença significativa entre as gestantes e não
gestantes tanto para tempo de manejo quanto para tempo de corredor,
diferindo dos resultados encontrados por KATAYAMA
et al.
(2004), que encontraram diferença significativa (P<0,05) no tempo de
espera no curral (3h28m e 2h50m para fêmeas não gestantes e gestantes,
respectivamente). Isto aconteceu provavelmente porque os animais do
experimento realizado por KATAYAMA
et al.
(2004), após o exame ginecológico, aguardavam em um curral sem sombra e
sem água até o momento da inovulação. Já neste experimento, as fêmeas
aguardavam em um piquete com condições opostas às dos autores citados.
Essa diferença no manejo muito provavelmente minimizou o efeito do
estresse, o que pode ser reforçado pelo fato de as fêmeas, trabalhadas
no final da tarde, em horários com ITGU significativamente mais baixo,
terem apresentado maior probabilidade de prenhez (
Figura 3).
Segundo CHEBEL
et al. (2004),
vacas expostas ao estresse por calor ao menos um dia de temperatura
máxima >29°C antes da inseminação artificial tiveram taxa de
gestação menor (p<0,001) que vacas não expostas a esse fator.
Entretanto, nos achados deste experimento, apesar de a temperatura e a
umidade relativa do ar estarem elevadas, não houve diferença
significativa quanto à taxa de prenhez, uma vez que todos os lotes
foram submetidos às condições de conforto térmico acima dos valores
críticos. Os valores de ITU encontrados neste trabalho foram acima de
77, indicando uma situação de desconforto térmico para os animais,
independente da condição de prenhez positiva ou não. De acordo com HAHN
(1985), na escala de aceitabilidade para ITU, feita para condições de
clima temperado, um valor de ITU menor que 70 é considerado uma
condição de conforto térmico; valores entre 71 e 78 são considerados
críticos; entre 79 e 83 indicam perigo; acima de 83 já constituem uma
situação de emergência.
Quanto ao ITGU, não existem critérios definidos para avaliar o desconforto térmico dos animais (SILVA
et al.,
2006), mas neste estudo os valores estavam acima de 93 e atingiram
picos entre às 10 e 14 horas, quando o desconforto foi mais intenso.
O estudo mostrou um declínio nas concentrações de cortisol nos dias D0,
D9 e D16 e diferença significativa entre o primeiro dia de manejo e o
dia da inovulação (D0 vs D16), sugerindo que houve uma habituação dos
animais ao manejo da fazenda, ou seja, diminuição da resposta de medo
ao estímulo estressante, o que refletiria na queda de liberação do
cortisol observada (RODRIGUES
et al.,
2009). Vacas Friesian, em repouso, possuem nível basal de cortisol
plasmático de 2 ng/mL (ALAM & DOBSON, 1986). Fêmeas holandesas,
durante o manejo de ordenha, apresentaram cortisol em torno de 13
ng/mL, assim como as que são presas no tronco de contenção durante um
manejo no curral (LAY
et al., 1992). Em zebuínos, ANDRADE
et al.
(2001) encontraram cortisol plasmático de 3,92±1,20 ng/mL, podendo
decrescer a níveis médios de 0,99±0,37 ng/mL em vacas habituadas à
rotina de manejo. As concentrações plasmáticas nas receptoras de
embriões estavam acima desses parâmetros fisiológicos nos dois grupos,
gestantes e não gestantes. Assim, provavelmente, todas as receptoras
estavam sob condições de estresse elevado, o que pode ser devido aos
manejos frequentes e também às condições de desconforto térmico,
caracterizadas pelos índices de conforto a que foram submetidas sempre
em níveis críticos.
Níveis elevados de cortisol inibem a secreção de GnRH pelo hipotálamo e
de LH pela hipófise, essencial na fase folicular e pré-ovulatória
(MacFARLANE
et al., 2000; BREEN
et al.,
2005). O cortisol pode agir negativamente sobre a função lútea, e
consequentemente nas concentrações de progesterona, como encontrado por
LEYVA-OSCARIZ
et al. (1996),
que observaram que cortisol associado com a estação seca pode diminuir
a progesterona secretada pelo corpo lúteo em vacas da raça Carora em
clima tropical. EDWARDS
et al.
(1987) observaram, em novilhas doadoras de embriões transportadas por
quinze a sessenta minutos a cada doze horas por quatro dias, que a
concentração plasmática de cortisol foi maior nas fêmeas “estressadas”
em comparação às fêmeas-controle (34,8 ± 2,2 vs 28,4 ± 2,5 ng/mL,
P<0,1). Entretanto, neste estudo, não houve correlação entre
cortisol e progesterona no dia da inovulação para gestantes e não
gestantes, como verificado por WILLARD
et al. (2005).
A progesterona tem a função reguladora do ciclo estral e representa o
hormônio essencial da gestação. Em todas as espécies, a fonte de
progesterona está garantida no início da gestação pelo corpo lúteo, que
na vaca conserva sua função durante toda a gestação. A alta
concentração de progesterona está relacionada com baixos níveis de
estrógeno e com a inibição da secreção de hormônios luteolíticos como a
prostaglandina (DUKES, 1996; GALIMBERTI
et al., 2001).
DROST
et al. (1999) consideravam a prenhez aos 22 dias pós-inovulação quando níveis de progesterona estivessem acima de 1ng/mL. Já PINHO
et al. (1988) consideraram níveis acima de 2,0ng/mL aos 17 dias pós-inseminação artificial. GREGORY
et al.
(1986) citaram que receptoras que apresentaram níveis de progesterona
acima de 4ng/mL tiveram maior probabilidade de se tornarem prenhes,
considerando embriões de mesma qualidade. Neste trabalho, as
concentrações de progesterona foram significativamente diferentes para
as receptoras gestantes e não gestantes, assim como relatado por PINHO
et al.
(1988), e em ambas, gestantes e não gestantes, as concentrações estavam
superiores a 4 ng/mL. O aumento da progesterona se deve a um estímulo
da função luteínica dos corpos lúteos resultante da ovulação de
folículos estimulados pelo eCG (BARUSELLI
et al., 2004) e também pela secreção da adrenal, como observado por WILLARD
et al.
(2005). Esses autores verificaram que o aumento agudo de ACTH elevou a
progesterona de origem adrenal no meio da gestação (139,0 ± 5 dias) de
novilhas Brahman. NASSER
et al.
(2004) verificaram que houve aumento da progesterona plasmática
decorrente do tratamento com eCG no quinto dia do ciclo estral,
aumentando a taxa de prenhez de receptoras de embriões.
Como todas as receptoras estavam sujeitas às mesmas condições térmicas,
caracterizadas na fase experimental como críticas para bovinos, as
variações individuais na tentativa de alcançar a homeostase
provavelmente influenciaram a fertilidade das receptoras bovinas.
Dentre as variáveis fisiológicas avaliadas neste experimento, a
temperatura da pele e a concentração plasmática de progesterona
variaram em função das respostas individuais de ajuste térmico. A
temperatura de pele pode ser indicativa do desconforto térmico que
influenciou na taxa de gestação das receptoras de embriões. E a
variação dos níveis plasmáticos de progesterona muito provavelmente
seria um reflexo das variações individuais de resposta à condição de
estresse (MacFARLANE
et al., 2000; BREEN
et al.,
2005). A observação de aumento da probabilidade de prenhez nas fêmeas
inovuladas no final da tarde reforça os indicativos de influência do
estresse térmico sobre a fertilidade de vacas receptoras de embriões.
Os resultados observados neste experimento sugerem que a adaptação ao
calor é um fator importante a ser observado na seleção de receptoras, e
a temperatura de pele é uma medida simples que pode ser utilizada um
critério de seleção.
CONCLUSÕES
O estresse térmico por calor afetou a probabilidade de prenhez de vacas
receptoras de embriões sob condições tropicais. A temperatura de pele e
os níveis plasmáticos de progesterona no momento da inovulação foram as
variáveis fisiológicas que afetaram a probabilidade de gestação das
receptoras. A temperatura de pele é uma medida simples que pode ser
adotada como critério de seleção de vacas receptoras que entrarão em
programas de transferência de embriões. Dentre as medidas de manejo, a
opção de realizar a inovulação nos horários mais frescos pode ser uma
forma de favorecer a regulação térmica das receptoras.
AGRADECIMENTOS
À Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia
– MS, pelo apoio financeiro e concessão de bolsas de mestrado; ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
pela cessão de bolsas de iniciação científica, e à Fazenda Sete
Estrelas Embriões, pelo fornecimento dos animais, estrutura e recursos
financeiros.
REFERÊNCIAS
ALAM, M. G. S.; DOBSON, H.
Effect of various veterinary procedures on plasma concentrations of cortisol,
luteinizing hormone and prostaglandin E2 metabolite in the cow. Veterinary
Record, v. 118, p. 7-10, 1986.
ANDRADE, O.; ORIHUELA, A.;
SOLANO, J.; GALINA, C. S. Some effects of repeated handling and the use of a
mask on stress responses in zebu cattle during restraint. Applied Animal
Behaviour Science, v. 71, p. 175-181, 2001.
AZEVEDO,
M.; PIRES, M. F. A.; SATURNINO, H.; LANA, A. M. Q.; SAMPAIO, I. B. M.;
MONTEIRO, J. B. N.; MORATO, L. E. Estimativa de níveis críticos superiores do
índice de temperatura e umidade para vacas leiteiras ½, ¾ e 7/8 Holandês-Zebu e
lactação. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 6, p. 2000-2008,
2005.
BARUSELLI, P. S.; REIS, E.
L.; MARQUES, M. O.; NASSER, L. F.; BÓ, G. A. The use of hormonal treatments to
improve reproductive performance of anestrous beef cattle in tropical climate. Animal
Reproduction Science, v. 82-83, s/n, p. 479-486, 2004.
BREEN, K. M.; BILLINGS, H.
J.; WAGENMAKER, E. R.; WESSINGER, E. W.; KARSCH, F. J. Endocrine basis for
disruptive effect of cortisol on preovulatory events. Endocrinology, v.
146, n. 4, p. 2107-2115, 2005.
CHEBEL,
R. C.; SANTOS, J. E. P.; REYNOLDS, P. P.; CERRI, R. L.; JUCHEM, S. O.; OVERTON,
M. Factors affecting conception rate after artificial insemination and
pregnancy loss in lactating dairy cows. Animal Reproduction Science, v.
84, p. 239-255, 2004.
DROST, M.; AMBROSE, J. D.;
THATCHER, M-J.; CANTRELL, C. K.; WOLFSDORF, K. E.; HASLER, J. F.; THATCHER, W.
W. Conception rates after artificial insemination or embryo transfer in
lactating dairy cows during summer in Florida. Theriogenology, v. 52, p.
1161-1167, 1999.
DUKES, H. H. Fisiologia
dos animais domésticos. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 856
p.
EALY, A. D.; DROST, M.;
HANSEN, P. J. Developmental changes in embryonic resistance to adverse effects
of maternal heat stress in cows. Journal Dairy Science, v. 76, p. 2899-2905,
1993.
EDWARDS, L. M.; RAHE, C. H.;
GRIFFIN, J. L; WOLFE, D. F.; MARPLE, D. N.; CUMMINS, K. A.; PITCHETT, J.
F. Effect of transportation stress on
ovarian function in superovulated Hereford heifers. Theriogenology, v.
28, n. 3, p. 291-299, 1987.
FORDYCE, G.; GODDARD, M. E.;
SEIFERT, G. W. The measurement of temperament in cattle and the effect of
experience and genotype. Australian Society Animal Production, v. 14, p.
329-32, 1982.
GALIMBERTI, A. M.; FONSECA,
F. A.; ARAÚJO, M. C. C.; COSTA, E. P.; FREITAS, C; GUIMARÃES, J. D.; FERREIRA, A. M. Taxa de gestação e níveis plasmáticos de
progesterona, em receptoras de embrião bovino, tratadas com buserelina após a
inovulação. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 30, n. 2, p. 353-359,
2001.
GREGORY, R. M.; GAMBARINI,
M. L.; BOLZONI, P. A. Concentração de progesterona sérica e índice de gestação
em vacas receptoras de embriões. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES, 1., 1986. Jaboticabal-SP. Anais...
Jaboticabal: SBTE, 1986. p. 98.
HAHN, G. L. Management and
housing of farm animals in hot environments. In: YOUSEF, M. K. (Ed.). Stress
physiology in livestock. Boca Raton: CRC Press, 1985. v. 2, p. 151-174.
IETS. Manual of the
International Embryo Transfer Society. Savoy: IETS, 1999.
KATAYAMA, K. A.; MACEDO, G.
G.; TZEIMAZIDES, S. P.; RUEDA, P. M.; REZENDE, C. R. L.; ZÚCCARI, C. E. S. N.;
COSTA e SILVA, E. V. Manejo de receptoras bovinas em programas de transferência
de embriões e taxas de gestação: resultados preliminares. In: REUNIÃO ANUAL DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 41., 2004, Campo Grande-MS. Anais...
Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, 2004. CD-ROM. Ambiência, Bioclimatologia e
Etologia. AMB048. Disponível em <www.sbz.org.br/cds/SB22004.rar>
LANDAETA-HERNANDEZ,
A. J.; YELICH, J.; LEMASTER, J. W. Environmental, genetic and social factors
affecting the expression of estrus in beef cows. Theriogenology, v. 57,
p. 1357-1370, 2002.
LAY, D. C.; FRIEND, T. H.
JR.; BOWERS, C. L.; GRISSOM, K. K.; JENKINS, O. C. A comparative physiological
and behavioral study of freeze and hot-iron branding using dairy cows. Journal
Animal Science, v. 70, p. 1121-1125, 1992.
LEYVA-OSCARIZ, H.; QUERALES,
G.; SAAVEDRA, J.; HERNÁNDEZ, A. Habeas
luteum activity, fertility, and adrenal cortex response in lactating Carora
cows during rainy and dry seasons in tropics of Venezuela. Domestic Animal
Endocrinology, v. 13, n. 4, p. 297-306, 1996.
MACFARLANE, M. S.; BREEN, K.
M.; SAKURAI, H.; ADAMS, B. M.; ADAMS, T. E. Effect of duration of infusion of
stress-like concentrations of cortisol on follicular development and the
preovulatory surge of LH in sheep. Animal Reproduction Science, v. 63,
p. 167-175, 2000.
MAIA, A. S. C.; SILVA, R.
G.; LOUREIRO, C. M. B. Sensible and latent heat loss form the body surface of
holstein cow in a tropical environment. International Journal of
Biometeorology, v. 50, p. 17-22, 2005.
MALAYER, J. R.; HANSEN, P.
J. Differences between Brahman and Holstein cows in heat-shock induced alterations
of synthesis and secretion by oviducts and uterine endometrium. Journal
Animal Science, v. 68, p. 266-280, 1990.
MANUAL OF THE INTERNATIONAL
EMBRYO TRANSFER SOCIETY. Savoy: IETS; 1999.
MORAIS D. A. E. F.; MAIA, A.
S. C.; SILVA, R. G.; VASCONCELOS, A. M.; LIMA, P. O.; GUILHERMINO, M. M.
Variação anual de hormônios tireoideanos e características termorreguladoras de
vacas leiteiras em ambiente quente. Revista Brasileira de Zootecnia, v.
37, n. 3, p. 538-545, 2008.
NASSER, L. F.; REIS, E. L.;
OLIVEIRA, M. A.; BÓ, G. A.; BARUSELLI, P. S. Comparison of four synchronization
protocols for fixed-time bovine embryo transfer in Bos indicus x Bos
taurus. Theriogenology, v. 62, n. 9, p. 1577-1584, 2004.
NIEMANN, H.; SACHER, B.;
ELSAESER, F. Pregnancy rates relative to recipient plasma progesterone levels
on the day of no surgical transfer of frozen/thawed bovine embryos. Theriogenology,
v. 23, p. 631-639, 1985.
ORIHUELA, A. Some factors
affecting the behavioural manifestation of oestrus in cattle: a review.
Applied Animal Behaviour Science, v. 70, n. 1, p. 1-16, 2000.
PINHO, T. G.; MUCCIOLO, R.
G.; VERRESCHI, T. T. N. Níveis de progesterona no plasma sanguíneo durante o
ciclo estral e início de prenhez em bovinos mestiços leiteiros (Bos taurus x
Bos indicus). Revista Brasileira de Reprodução Animal, v. 12, n. 1,
p. 17-26, 1988.
RANDALL, D.; BURGGREN, W.;
FRENCH, K. Animal physiology: mechanisms and adaptations. 5. ed. New
York: W.H. Freeman and Co., 2002. 727 p.
REICHENBACH,
H. D.; OLIVEIRA, M. A. L.; LIMA, P. F.; SANTOS-FILHO, A. S.; ANDRADE, J. C. O.
Transferência e criopreservação de embriões bovinos. In: GONSALVES, P. B. D.;
FIGUEIREDO, J. R.; FREITAS, V. J. F. Biotécnicas aplicadas à reprodução
animal. 1. ed. São Paulo: Editora Varela, 2002. p. 127-177.
REMSEN L. G.; ROUSSEL J. D.
Pregnancy rates relating to plasma progesterone levels in recipient heifers at
day of transfer. Theriogenology, v. 18, p. 365-372, 1982.
RODRIGUES, S. M.; LEDOUX J.
E.; SAPOLSKY R. M. The influence of stress hormones on fear circuitry.
Annual Review Neuroscience, v. 32, p. 289-313, 2009.
SAS. Statistical analysis
system user’s guide: Stat., version 6.11. Cary: SAS Institute, 2005.
SHARF, B; WAX, L. E.; AIKEN,
E.; SPIERS, D. E. Regional differences in sweat rate response of steers to
short-term heat stress. International Journal Biometeorology, v. 52, n.
8, p. 725-732, 2008.
SILVA, R. G. Introdução à
bioclimatologia animal. São Paulo: Nobel, 2000. 450 p.
SILVA, R. G.; MORAIS, D. A.
E. F.; GUILHERMINO, M. M. Evaluation of thermal stress indexes for dairy cows
in tropical regions. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 36, n. 4, p.
1192-1198 (supl.), 2006.
STOKES, M. E.; DAVIS, C. S.;
KOCH, G. G. Categorical data analysis using SAS system. 2. ed. Cary:
2000. 626 p.
TORRES-JÚNIOR, J. R. S.;
PIRES, M. F. A.; SÁ, W. F.; FERREIRA, A. M.; VIANNA, J. H. M.; CAMARGO, L. S.
A.; RAMOS, A. A.; FOLHADELLA I. M.; POLISSENI, J.; FREITAS, C.; CLEMENTE, C. A.
A.; SÁ FILHO, M. F.; PAULA-LOPES, F. F.; BARUSELLI, P. S. Effect of maternal
heat-stress on follicular growth and oocyte competence in Bos indicus
cattle. Theriogenology, v. 69, p. 155-166, 2008.
VASCONCELOS, J. L. M.;
DEMÉTRIO, D. F. B.; SANTOS, R. M.; CHIARI, J. R.; RODRIGUES, C. A.; SÁ FILHO,
O. G. Factors potencially affecting fertility of lactating dairy cows
recipients. Theriogenology, v. 65, p. 192-200, 2006.
WILLARD, S. T.; LAY, D. C.
JR.; FRIEND, T. H.; NEUENDORFF, D. A.; RANDEL, R. D. Plasma progesterone
response following ACTH administration during mid-gestation in pregnant Brahman
heifer. Theriogenology, v. 63, n. 4, p. 1061-1069, 2006.
WILTBANK, J. N. Effect of
nutrition and other factors on the reproduction heifers. In: ANNUAL BEEF CATTLE
SHORT COURSE, 26., 1983, Gainesville, FI, USA, Proceedings… Gainesville:
University of Florida, 1983. p. 63-68.
Protocolado em: 18 jan.
2008. Aceito em: 2 mar. 2010.