Avaliou-se a contaminação ambiental
no Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo (HV-UPF) e
realizaram-se testes de eficiência de desinfetantes e antibiogramas com
as bactérias isoladas. A contaminação ambiental foi inferior à
recomendação da APHA de 30 ufc/cm² (sedimentação simples) e 2
ufc/cm² (swabs), mas isolaram-se Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Enterobacter agglomerans e Arcanobacterium pyogenes.
Os princípios ativos testados foram álcool 70%, amônia quaternária 3,5%
e hipoclorito de sódio. O hipoclorito mostrou-se ineficaz contra as
bactérias testadas, o álcool 70% foi ineficaz contra a E. aglomerans e S. epidermidis com trinta segundos de contato e a amônia quaternária 3,5% foi ineficaz contra a E.coli nos tempos de trinta segundos, um e cinco minutos e a P. aeruginosa após trinta segundos de contato. No teste de sensibilidade a antimicrobianos, 100% dos S. epidermidis
foram resistentes à penicilina G, à oxacilina e ao cloranfenicol; 66,6%
à ciprofloxacina, à cefepime e à rifamicina B, e 33,3% à eritromicina,
ao sulfametoxazol+trimetoprim e à gentamicina. Já o TSA das demais
bactérias isoladas revelou multirresistência. A contaminação ambiental
no HV-UPF foi diminuída a níveis aceitáveis com os procedimentos de
higienização adotados, mas isolaram-se do ambiente hospitalar bactérias
patogênicas e com potencial de multirresistência.
PALAVRAS-CHAVES: Antibiograma, desinfetantes, veterinária.
ENVIRONMENTAL CONTAMINATION OF VETERINARY HOSPITAL AND PROFILE OF ANTIMICROBIAL SUSCEPTIBILITY OF ISOLATED BACTERIA
This study assessed the contamination
at the Veterinary Hospital of Passo Fundo University (HV-UPF), and the
isolated bacteria were submitted to disinfectants efficacy tests and to
antibiograms. Contamination was lower than 30 cfu/cm² (air) and 2
cfu/cm² (surfaces), within the limits established by APHA, but Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Enterobacter agglomerans and Arcanobacterium pyogenes
were isolated. Alcohol 70%, quaternary ammonium 3.5% and sodium
hypochlorite where tested. Sodium was ineffective against all bacteria,
alcohol 70 % was ineffective against E. aglomerans and S. epidermidis after 30 s and quaternary ammonium 3.5% was ineffective against E.coli after 30 s, one and five minutes and P. aeruginosa after 30 s. The results of the antimicrobial susceptibility test performed on isolated strains of S. pidermidis
revealed that 100% of the strains were resistant to penicillin G,
oxacillin and chloramphenicol; 66.6% to ciprofloxacin, cefepime and
rifamycin B, and 33.3% to erythromycin, sulfa+trimethoprim and
gentamicin. The antimicrobial susceptibility test performed on other
isolates showed that most of them were multiresistant, with resistance
to three or more antimicrobials. The environmental contamination at
HV-UPF can be reduced to acceptable levels through the cleaning
procedures but bacteria with pathogenic potential and antimicrobial
resistance are still isolated.
Keywords: Antimicrobial susceptibility, disinfectants, veterinary.
Os animais atendidos em clínicas e
hospitais veterinários, mesmo não apresentando sintomas específicos,
devem ser considerados potenciais transmissores de enfermidades. Dados
referentes à contaminação bacteriana em hospitais veterinários são
escassos e, mesmo em hospitais humanos, existem dificuldades em
quantificar e qualificar as infecções hospitalares.
PENNA
et al. (2006) citam que
menos de 20% dos hospitais humanos brasileiros têm uma estrutura
adequada para o controle e prevenção de infecções hospitalares, fazendo
com que cerca de 13% dos pacientes admitidos em hospitais brasileiros
no Sistema Único de Saúde adquiram infecções hospitalares, quando o
máximo tolerado pela OMS é 5,7%. Os autores consideram ainda que se as
boas práticas de higiene e o uso racional de antibióticos fossem
implantados na rotina hospitalar, poder-se-ia evitar um terço desses
casos.
Os esforços para diminuir os riscos de infecções hospitalares incluem
programas apropriados de desinfecção de superfícies, móveis,
equipamentos e área física, além da antissepsia adequada das mãos.
Entretanto, existe uma dificuldade em selecionar desinfetantes
apropriados, em virtude da grande variedade ofertada, além de ser
indispensável identificar se estes são eficazes contra os
microrganismos encontrados em locais de atendimento à saúde, animal ou
humana.
Concomitante à possibilidade de infecções hospitalares existe o
problema do uso indiscriminado de antimicrobianos para o tratamento
dessas situações. A resistência bacteriana em microrganismos isolados
de animais de produção, humanos e em alimentos tem sido amplamente
estudada. Entretanto, os chamados animais de companhia ainda não têm
seu papel bem determinado no círculo vicioso da resistência bacteriana,
basicamente pela escassez de dados nessa área. Os estudos normalmente
são realizados com os agentes bacterianos isolados de processos
infecciosos como otites, cistites, mastites e onfalites, não se
avaliando a contaminação ambiental e as bactérias circulantes, que
também podem apresentar padrões de resistência e disseminar essa
propriedade no ambiente.
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a contaminação ambiental e
consequentemente a eficiência da limpeza nos ambulatórios, setor de
isolamento e setor de grandes animais do Hospital Veterinário da
Universidade de Passo Fundo (HV-UPF). Simultaneamente, foram
realizados os testes de sensibilidade a antimicrobianos (TSA) e de
eficiência de desinfetantes com as bactérias isoladas.
MATERIAL E MÉTODOS
As amostras foram processadas no Laboratório de Bacteriologia e
Micologia do Hospital Veterinário da Faculdade de Agronomia e Medicina
Veterinária da UPF (HV/UPF). Para avaliação da contaminação ambiental,
utilizou-se a técnica de sedimentação simples preconizada pela American
Public Health Association (APHA1998). Placas com ágar-padrão para
contagem (PCA, Merck®), ágar BPLS (verde brilhante vermelho fenol
lactose sacarose MERCK ®), cetrimide (MERCK ®) e VRBA (vermelho violeta
bile lactose, MERCK ®) foram distribuídas em duplicata e com tempo de
exposição de quinze minutos em diferentes pontos dos ambulatórios (mesa
de atendimento dos animais, mesa do veterinário, pia e piso), setor de
isolamento (mesa de atendimento dos animais, pia e piso) e setor de
grandes animais (bebedouros, tronco, piso das baias e pia). Realizou-se
a amostragem em triplicata, com intervalo de trinta dias, entre os
meses de março e junho de 2007, totalizando 264 placas. Estas foram
incubadas por 48 horas a 37°C e as contagens expressas em
ufc/cm²/semana, conforme ANDRADE (2005).
Para avaliação da eficácia da higienização antes e após a desinfecção
utilizou-se a técnica de avaliação de superfícies pelo método de swab
da APHA (1998). Os pontos de coleta foram os mesmos dos testes de
sedimentação simples, sendo a amostragem realizada em duplicata, antes
e após a limpeza e desinfecção das superfícies com álcool 70% ou com
amônia quaternária 3,5%, rotina no HV-UPF. Empregaram-se swabs
comerciais, umedecidos e transportados em água peptonada 0,1% (AP
0,1%), realizando-se as coletas em triplicata, nos mesmos tempos,
totalizando 264 swabs. Colocou-se um molde (10 X 10 cm) sobre a
superfície a ser avaliada e o swab espalhado vinte vezes num sentido e
vinte vezes no sentido oposto. Os swabs foram colocados em 10 mL de AP
0,1% e semeados nos meios de cultura PCA, Baird-Parker, VRBA (vermelho
violeta bile, MERCK®) e Cetrimide, totalizando 1.056 placas. Após
incubação a 37ºC por 24 horas, realizou-se a contagem das colônias e as
bactérias isoladas foram identificadas por coloração de Gram e provas
bioquímicas confirmatórias conforme McFADIN (1980).
Para o teste de eficiência de desinfetantes (Crémieux & Fleurette,
1989) utilizou-se álcool 70%, amônia quaternária 3,5% e hipoclorito de
sódio, coletados conforme disponibilizados para uso no HV-UPF. Para os
testes de sensibilidade a antimicrobianos (NCCLS, 2003), utilizaram-se
penicilina G 10 UI (PEN), vancomicina 30 µg (VAN), eritromicina 15 µg
(ERI), clindamicina 02 µg (CLI) oxacilina 1 µg (OXA),
sulfametoxazol+trimetoprim 25 µg (SUT), ciprofloxacina 5µg (CIP),
cloranfenicol 30 µg (CLO), gentamicina 10 µg (GEN), cefoxitina 30 µg
(CFO), rifamicina B 30 µg (RIF) e o sistema POLISENSIDISC 12 (DME®)
para
Staphylococcus sp.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na avaliação da contaminação ambiental por sedimentação simples com
PCA, verificaram-se contagens entre 3 e 15 ufc/cm² antes da
higienização e de até 4 ufc/cm² após a higienização. Como a
recomendação da APHA (1998) para placas de sedimentação simples é de
até 30 ufc/cm², os resultados obtidos no HV/UPF estão dentro dos
padrões aceitáveis. As placas de sedimentação simples com os meios de
cultura BPLS, cetrimide e VRBA não revelaram crescimento bacteriano.
Com a técnica de swabs observou-se que contagens de até 12 ufc/cm²
foram reduzidas a zero depois da desinfecção, indicando a eficiência da
higienização e concordância com APHA (1998), que recomenda até 2
ufc/cm² swabs de superfície.
As bactérias isoladas foram
Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Enterobacter agglomerans e
Arcanobacterium pyogenes. O gênero
Staphylococcus
apresenta cerca de trinta espécies e dezessete delas podem ser isoladas
de amostras biológicas de humanos, sendo que as mais comuns são
S. epidermidis, S. saprophyticus e
S. aureus (KONEMAN
et al., 2001 apud BARRETO & PICOLI, 2008).
S. epidermidis
é a espécie de estafilococos coagulase negativo de maior prevalência e
persistência na pele humana. Também é reconhecida sua crescente
frequência em infecções associadas à implantação de próteses cardíacas,
articulares e vasculares e de cateteres intravenosos e peritoneais e
são relatados casos de endocardite (LEVISON & JAWETZ, 1998).
Entretanto, são escassos os dados sobre a ocorrência e significado
clínico de
S. epidermidis em hospitais veterinários.
No que se refere a
Staphylococcus
coagulase-positivo, o índice de portadores sadios pode chegar a 60% em
algumas espécies animais, como os caninos, tornando o ambiente clínico
veterinário um reservatório desses agentes (MENDES
et al.,
2005). De outra forma, muitos animais são levados aos atendimentos
veterinários em virtude de processos infecciosos como otites externas,
piodermites, pneumonias e uropatias, que podem ser causadas por S.
aureus e
S. intermedius (HIRSH & ZEE, 2003). Os
Staphylococcus
sp. são resistentes a variações de pH e dessecação, especialmente em
exsudatos, podendo permanecer por semanas no ambiente. Como essas
bactérias são capazes de afetar também o homem, medidas de controle,
como o uso de luvas e a lavagem das mãos após o contato com os animais,
devem ser incluídos entre os profissionais que os tratam diretamente
(MENDES
et al., 2005).
Outra preocupação com
Staphylococcus
em ambientes hospitalares refere-se ao uso abusivo e indiscriminado de
agentes antimicrobianos na prática clínica humana e veterinária, que
acarretam o surgimento e manutenção de cepas resistente a drogas.
Particularmente o S. aureus é extremamente versátil no desenvolvimento
de resistência a agentes antimicrobianos, o que contribui para sua
sobrevivência em ambientes hospitalares e sua difusão entre os
pacientes (MENDES
et al., 2005).
Outra bactéria isolada no HV-UPF foi
Pseudomonas aeruginosa.
Essa bactéria é frequentemente isolada de otite em cães, uma afecção
que representa de 10% a 20% dos casos atendidos na prática veterinária.
SOUZA
et al. (2006), ao analisarem 135 linhagens de
Pseudomonas aeruginosa
isoladas de cães com otite, observaram resistência a três ou mais
antimicrobianos em 53,33% das linhagens e 16,29% a cinco ou mais
antimicrobianos.
Staphylococcus, Streptococcus
e enterobactérias têm sido associados à gênese da endometrite equina,
reconhecida como um dos principais problemas reprodutivos na espécie,
determinando prejuízos decorrentes da queda de fertilidade, morte
embrionária, aborto e descarte de animais (AGUIAR
et al.,
2005). Em investigação da etiologia bacteriana aeróbica e fúngica e do
perfil de sensibilidade microbiana, em 207 amostras de secreção uterina
de éguas com endometrite, AGUIAR
et al.
(2005) isolaram agentes de origem bacteriana ou fúngica em 75 amostras
(36,5%). Segundo esses autores, a alta ocorrência de enterobactérias,
com destaque para o isolamento de Escherichia coli, coincide com outros
estudos realizados na investigação da etiologia das endometrites
equinas.
RENGIFO
et al. (2006)
verificaram a frequência de bacteremia em 44 bezerros neonatos e a
correlação entre os agentes isolados a partir de amostras de sangue e
de estruturas umbilicais, obtendo crescimento microbiano em dezessete
(38,67%) amostras de sangue e 100% das amostras de estruturas
umbilicais. Os microorganismos isolados foram
Staphylococcus spp. (16,66%),
E. coli (16,7%),
Pseudomonas spp. (8,33%) e
Streptococcus
spp. (4,15%). A infecção do umbigo ocorre logo após o nascimento,
acomete entre 5% e 10% dos bezerros recém-nascidos e pode resultar em
onfalite com possibilidade de disseminação ocasionando bacteremia,
septicemia e morte.
O
Arcanobacterium (anteriormente denominado
Corynebacteriun pyogenes)
é uma bactéria comensal das superfícies mucosas de animais saudáveis,
frequentemente isolada em lesões abscedativas em equinos. Outras
bactérias como
Streptococcus spp.,
Pasteurella spp.,
Acinetobacter sp.,
Fusobacterium necrophorum e
Pseudomonas sp. também já foram cultivadas desses abscessos (LORETTI
et al., 2003). Já as bactérias do gênero
Enterobacter
são encontradas nas fezes de homens e animais, em esgotos, no solo, na
água e em derivados do leite, sendo geralmente de baixa patogenicidade.
O teste de eficácia de desinfentantes realizado com as bactérias
isoladas demostrou que o hipoclorito de sódio foi ineficaz contra todas
as bactérias testadas. No HV-UPF o hipoclorito é diluído no momento do
uso, de forma empírica e, sendo ineficaz, permite a contaminação
cruzada para os demais ambientes, equipamentos e instalações. O álcool
70% foi ineficaz contra a
Enterobacter agglomerans e
S. epidermidis com trinta segundos de tempo de contato. A amônia quaternária 3,5% foi ineficaz contra a
E. coli nos tempos de trinta segundos, um e cinco minutos, e a
Pseudomonas aeruginosa após trinta segundos de contato.
Embora a técnica utilizada recomende os tempos de contato de cinco,
dez, quinze e vinte minutos, no presente trabalho optou-se por testar
os princípios ativos também nos tempos de trinta segundos e um minuto
de contato, por considerar-se que, na rotina hospitalar, os tempos de
contato normalmente são inferiores aos recomendados, por causa do
elevado número de atendimentos e do reduzido período entre as
consultas. Essa diminuição do tempo de contato em relação à técnica
preconizada (CRÉMIEUX & FLEURETTE, 1989) pode ter contribuído para
os resultados negativos obtidos com o álcool e a amônia quaternária,
mas reforça a necessidade de se utilizar produtos desinfetantes entre
os procedimentos e, sempre que possível, permitir tempos mínimos de
contato para ação dos produtos conforme recomendação do fabricante.
Os resultados do teste de sensibilidade a antimicrobianos realizado com as amostras de
Staphylococcus epidermidis
demonstraram que 100% das amostras foram resistentes à penicilina G, à
oxacilina e ao cloranfenicol; 66,6% à ciprofloxacina, à cefepime e à
rifamicina B e 33,3% à eritromicina, ao sulfametoxazol+trimetoprim e à
gentamicina. Os resultados do TSA das demais bactérias isoladas no
HV-UPF são apresentados no
Quadro 1.
Verificou-se que, exceto por
Corynebacterium pyogenes, as demais bactérias isoladas apresentaram multirresistência, ou seja, resistência a três ou mais antimicrobianos (OLIVEIRA
et al.,
2005). Dentre essas bactérias encontram-se aquelas com potencial
patogênico e maior probabilidade de desenvolver multirresistência, como
E. coli, S. aureus e
Pseudomonas aeruginosa.
Esse dado é extremamente importante, tanto do ponto de vista clínico
como microbiológico, uma vez que a resistência bacteriana, como
verificada no presente trabalho, acarreta dificuldades no tratamento
dos animais e dissemina bactérias multirresistentes no ambiente.
Nesse sentido, MARTINEZ
et al.
(1996) citam que o tratamento das infecções bacterianas é realizado com
maior eficácia e segurança quando baseado em resultados de cultura
bacteriológica, complementada com antibiogramas das amostras
representativas do foco infeccioso. É comum, entretanto, que a escolha
do antimicrobiano se faça empiricamente, dada a indisponibilidade
definitiva ou temporária de dados laboratoriais. Nessas circunstâncias,
a seleção de determinadas drogas é baseada na experiência prévia sobre
os tipos causadores de infecções e sua sensibilidade a antimicrobianos.
OLIVEIRA
et al. (2006), em
avaliação da microbiota do ouvido médio e dos perfis de
susceptibilidade a antimicrobianos de cepas isoladas de otite média de
cães, estudaram 62 cães, no período de dez meses (agosto/2003 a
junho/2004), do Centro de Controle de Zoonoses de Fortaleza, e
verificaram que 46,8% (n=30) foram positivos para otite média, com
infecção monomicrobiana em 76,6% dos casos. Os agentes isolados com
maior frequência foram
Staphylococcus coagulase-positiva (55%) e
Pseudomonas sp. (10%). Considerando-se
S. intermedius (n=13) e
S. aureus
subsp. aureus (n=9), respectivamente, as mais elevadas taxas de
resistência foram observadas com: penicilina G (30,76% e 44,44%),
ampicilina (7,69% e 44,44%), eritromicina (23,07% e 44,44%),
clindamicina (23,07% e 44,44%) e trimetropim/sulfametoxazol (15,38% e
33,33%).
Ressalta-se que no presente trabalho as bactérias resistentes foram
isoladas do ambiente e não de casos de animais em tratamento,
evidenciando a circulação ambiental de bactérias com padrão de
multirresistência. O comportamento apresentado pelos agentes isolados
evidencia uma situação de alerta pelo uso indiscriminado de
antimicrobianos no tratamento das mais diferentes doenças,
consequentemente possibilitando a seleção de bactérias resistentes aos
antimicrobianos comumente utilizados.
CONCLUSÃO
As contagens bacterianas referentes à contaminação ambiental do HV-UPF
foram reduzidas com a higienização utilizados, mas, como verificado no
teste de eficiência de desinfetantes, os princípios ativos utilizados
têm diferentes níveis de ação, reforçando a necessidade de usar tempos
mínimos de contato para ação dos produtos conforme recomendação dos
fabricantes.
Com os resultados do antibiograma foram identificadas bactérias com
multirresistência, o que acarreta dificuldades no tratamento dos
animais e pode disseminar bactérias multirresistentes nos ambientes
clínicos, consequentemente possibilitando a seleção de bactérias
resistentes aos antimicrobianos utilizados.
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