O terço distal do rádio e ulna é o
local de maior incidência dos processos traumáticos dos membros
torácicos em cães. Particularmente em raças miniaturas, as fraturas do
terço distal do rádio e da ulna estão frequentemente associadas a
complicações, tais como a falta de união óssea ou união retardada no
foco de fratura. Levando em consideração a alta incidência dessas
complicações no tratamento de fraturas do rádio e ulna de animais
miniaturas, iniciou-se esta pesquisa, com o objetivo de superar tais
problemas, o que levou ao desenvolvimento de uma placa com três garras
em cada face lateral, em duas dimensões. As referidas placas foram
projetadas e fornecidas por empresas produtoras de implantes
ortopédicos. Conceberam-se as dimensões do protótipo com base em peça
anatômica do rádio e ulna de cão miniatura. As placas foram aplicadas
com auxílio de alicate ortopédico de 23,0 cm de comprimento, em animais
com peso variando de 0,5 a 2,5 kg, placa menor (01), e em animais com
peso de 2,5 a 5,0 kg, placa maior (02). Ambas apresentavam comprimento
total de 40,0mm e larguras diferentes (9,0mm para placa menor e 11,0mm
para placa maior). O presente trabalho teve a finalidade de avaliar o
uso de placas de titânio, semitubulares, com garras, desenvolvidas
especialmente para o tratamento de fraturas de rádio e ulna de cães
miniaturas. Num período de quatorze meses, atendeu-se a quinze animais
com fratura de rádio e ulna, os quais tiveram as placas implantadas e,
posteriormente, avaliadas por meio de exame clínico e radiológico a
cada trinta dias. Os animais recuperaram a função dos membros operados
entre quatro e sete dias após a cirurgia. Radiograficamente,
verificou-se a consolidação óssea em todos os cães, num período
inferior a noventa dias. Complicações pós-operatórias ocorreram em dois
casos, com rotação do fragmento ósseo distal seguido de perda da função
dos parafusos distais em um paciente, e exposição da extremidade distal
da placa que teve de ser retirada, em outro.
PALAVRAS-CHAVES: Cães, ortopedia, placa semitubular com garras.
UTILIZATION OF SEMITUBULAR TITANIUM PLATES WITH CLAMPS FOR STABILIZING RADIAL AND ULNAR FRACTURES IN MINIATURE DOGS
The distal third of the radius and
ulna is the most prevalent site in traumatic processes of thoracic
limbs in dogs. Especially in miniature breeds, fractures on the distal
third of the radius and ulna are frequently associated with
complications such as lack of bone union or delayed union at the
fracture focus. The purpose of this paper was to assess the use
of semitubular titanium plates with clamps specially developed
for treating radial and ulnar fractures in miniature dog breeds. In a
14-month period, 15 animals were seen with radial and ulnar fracture,
which had had a plate implant and afterwards were assessed by means of
a clinical and radiological examination every 30 days. The animals
recovered the function of their operated limbs between 4 and 7 days
after the surgery. By X-ray examination, bone consolidation was
observed in all dogs in less than 90 days. Post-op complications
occurred in two cases: rotation of the distal bone fragment after loss
of function of distal screws in one dog, and in another, exposure of
distal end of plate, which had to be removed. The use of the plate with
clamps is an effective technique to correct this type of fracture.
KEYWORDS: Dog, ortopaedic, osteosynthesis, semitubular plates with clamps, semitubular titanium plates with clamps.
As fraturas do rádio e da ulna
representam de 8,5% a 18% da casuística de fraturas nos cães e gatos,
constituindo-se como o terceiro tipo mais frequente em cães. Podem ser
completas ou incompletas, acometer somente um dos ossos ou ambos,
resultando em presença ou ausência de falha óssea. Dentre as causas
mais comuns destacam-se acidentes automobilísticos, ou após traumas
aparentemente mínimos, tais como salto ou queda de pequenas alturas
(LAPPIN
et al., 1983; ROCHAT & PAYNE, 1993; WATERS
et al., 1993; MUIR, 1997).
O terço distal dos ossos rádio e ulna é o local de maior incidência dos
processos traumáticos do membro torácico, em face da presença de grande
quantidade de tecido esponjoso nesta região, pequeno diâmetro do osso,
alterações relacionadas na geometria e/ou densidade mineral, pouca
vascularização e musculatura de suporte, frequentemente associados a
problemas de falta de união ou de união retardada em raças miniaturas
(WELCH, 1997; BRIANZA
et al., 2006).
As alternativas de tratamento dessas fraturas estão divididas em
técnicas conservativas e cirúrgicas. Para as fraturas do terço distal
de rádio e ulna em raças miniaturas, a imobilização externa tem
incidência elevada (75%) de não união, má união ou instabilidade do
foco de fratura, sendo indicadas, nesses casos, técnicas que minimizem
tais problemas e otimizem a consolidação por meio da redução anatômica,
estabilização adequada, preservação da circulação óssea e reabilitação
precoce (LAPPIN
et al., 1983; WATERS
et al., 1993).
Levando-se em consideração a ocorrência de complicações nas fraturas
radiais distais em raças pequenas, as técnicas podem variar entre o uso
de pinos intramedulares, placas de fixação rígida com parafusos, placas
de reconstrução, placas biodegradáveis, placas que preservam o
suprimento sanguíneo periosteal, chamados de fixadores internos
(PC-Fix), associados a enxerto autógeno de osso esponjoso (RUDD &
WHITEHAIR, 1992; LARSEN
et al., 1999; HAAS
et al., 2001; SAIKKU
et al., 2005; ADAMIAK & ALEKSIEWICZ, 2006).
Outros modelos de placas são utilizados como alternativas de
osteossíntese em ossos longos, na medicina veterinária. COETZEE (1999)
utilizou um modelo de placa com sistema de braçadeiras, chamada de
placa clamp, como método alternativo de tratamento. Para as fraturas
extremamente distais ou correções de deformidades angulares, uma
miniplaca em “T” que permita a aplicação de dois ou mais parafusos no
plano transversal distal poderá ser utilizada em cães de pequeno porte
e gatos (BALFOUR
et al., 2000; HAMILTON & LANGLEY HOBBS, 2005).
Após a invenção desses implantes metálicos, muitas complicações na
consolidação têm sido observadas. Elas resultam da interferência dos
materiais no pobre suprimento sanguíneo do rádio e ulna distal, nas
raças miniaturas, em consequência da necessidade do afastamento de
tecidos moles e periósteo para aplicação desses implantes, e em
particular, dos danos aos vasos sanguíneos do endósteo causados pelas
brocas ou pinos acopladas a furadeiras de alta rotação para colocação
de parafusos (ROCHAT & PAYNE, 1993).
Os fixadores externos do tipo Ehmer-Kirschner ou circulares também
podem ser o método de escolha para o tratamento de fraturas de rádio e
ulna em cães pequenos, independente do tipo. Por serem adaptáveis de
várias maneiras, eles são particularmente indicados em fraturas abertas
ou instáveis e também como forma de tratamento para as complicações que
ocorrem nas raças miniaturas, tais como uniões retardadas, não uniões e
deformidades angulares (RUDD & WHITEHAIR, 1992; HARARI
et al., 1998; RAHAL
et al., 2005).
Levando em consideração a alta incidência de complicações no tratamento
de fraturas do rádio e ulna de animais miniaturas, iniciou-se pesquisa
voltada para superar tais problemas, o que levou ao desenvolvimento de
uma placa visando diminuir tais complicações. Objetivou-se com o
presente estudo foi o de avaliar clinicamente e radiograficamente a
técnica do uso de placas de titânio semitubulares com garras
desenvolvidas especialmente para a correção de fraturas de rádio e ulna
de cães miniaturas como uma alternativa para o seu tratamento.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram avaliados quinze cães, pesando entre 2,4 e 4,0 kg (média: 3,3 kg)
e idade variando de quatro meses a quatro anos (média: quinze meses), e
que apresentaram fraturas simples fechadas (transversa ou oblíqua
curta) no terço distal de rádio e ulna (
Quadro 1). Dois cães apresentavam fraturas bilaterais, totalizando dezessete procedimentos de correção com placa com garras.
Na avaliação inicial, os animais apresentavam aumento de volume do
membro traumatizado, dor, mobilidade anormal dos ossos rádio e ulna
fraturados, crepitação óssea e impotência funcional do membro torácico
traumatizado. Todos os animais apresentaram-se com fraturas agudas
(< sete dias da ocorrência do trauma), sem terem recebido
tratamento. Dois dos quinze cães atendidos apresentaram fraturas
bilaterais e não houve a ocorrência de fraturas expostas. Dois cães
tiveram fraturas bilaterais, seis tiveram fraturas no rádio e ulna
esquerdos e sete tiveram no rádio e ulna direitos. Oito cães tiveram
fraturas no terço médio do rádio e ulna e nove no terço distal.
Observando a linha de fratura, ocorreram oito fraturas transversas e
nove oblíquas curtas. Os animais foram examinados em pós-operatório de
dez dias, observando-se seus estados gerais e aspectos clínicos das
feridas cirúrgicas e momento de apoio dos membros operados, em
avaliações mensais.
Empregaram-se placas semitubulares de titânio (Ti-6Al-4V) com garras,
jateadas com microesferas de vidro, em dois tamanhos, com cinco
orifícios, dois distais e três proximais, para parafusos corticais de
2,0 mm, desenvolvidas especialmente para o tratamento de fraturas de
rádio e ulna de cães miniaturas. Os implantes metálicos foram
projetados e fornecidos por empresas produtoras de implantes
ortopédicos (
Figura 1).
A placa menor (1) foi aplicada em animais com peso variando de 0,5 a
2,5 kg e a placa maior (2) em animais com peso de 2,5 a 5,0 kg.
Os animais foram pré-medicados com cefalexina na dose de 20mg/kg antes
do ato cirúrgico e submetidos ao protocolo anestésico mais adequado a
cada paciente.
Efetuaram-se as osteosínteses dos ossos rádio e ulna. Para tanto, após
tricotomia e preparo rotineiro de campo operatório, foi realizada
incisão cutânea na face crânio medial da região distal dos ossos
citados. A seguir, efetuaram-se a divulsão dos tecidos subjacentes, a
localização, o isolamento e afastamento dos tendões dos músculos
extensor carpoulnar e extensor digital lateral e dos músculos extensor
longo do polegar e da cabeça ulnar do músculo flexor digital profundo.
Iniciaram-se, então, os procedimentos de escolha do implante (placa 01
ou placa 02), a redução e alinhamento dos fragmentos da fratura e a
abertura das garras com auxílio de alicate ortopédico de 23,0 cm de
comprimento, com aplicação da placa no rádio, confecção dos furos no
osso com broca de 1,0 mm, mensuração deste com medidor de cortical,
aperto das garras com referido alicate, fixação dos parafusos com chave
sextavada, compreendendo a fixação final da placa de tamanho adequado
ao osso (
Figura 2).
Após os procedimentos cirúrgicos os animais foram examinados em
pós-operatório de dez dias, observando-se: estado geral, aspecto
clínico da ferida cirúrgica e momento de apoio dos membros operados.
Receberam curativos diários, antibioticoterapia à base de cefalexina
(20 mg/kg - Cefalexina 250mg – Genérico), durante dez dias, e tramadol
(2 mg/kg, cada oito horas - Tramadol gotas – Genérico.), durante seis
dias. Os momentos de apoio dos membros operados foram averiguados por
meio de consultas semanais.
As análises radiográficas foram efetuadas nos devidos tempos de
observação (trinta, sessenta, noventa dias de pós-operatório), para
avaliação da velocidade de formação do calo ósseo. Todos os rádios e
ulnas foram radiografados na projeção mediolateral e craniocaudal.
Referente à consolidação, seis consolidaram em trinta dias, também seis
em sessenta dias e quatro em noventa dias. As radiografias do
pré-operatório nas projeções lateromedial e craniocaudal revelaram o
tipo da linha de fratura.
RESULTADOS
As placas com garras foram usadas para estabilizar dezessete fraturas
agudas de antebraço, sem utilização de enxerto autógeno de osso
esponjoso e imobilização externa no pós-operatório. A análise clínica
constou da avaliação dos seguintes parâmetros: alinhamento ósseo, tempo
de união radiográfica, complicações, remoção da placa e função do
membro operado (
Quadro 2).
O tempo de união nos aspectos radiográfico seriados obtidos foram
semelhantes para todos os animais no pós-operatório imediato. No
entanto, houve discreta mudança no padrão radiográfico nas avaliações
posteriores. Em relação aos lados do membro traumatizado (
Figura 3 A e B),
o estudo radiográfico do pós-operatório imediato em todos os animais
mostrou que as placas estavam bem posicionadas e as linhas de fratura
estavam completamente coaptadas (
Figura 3 C).
Aos trinta dias, as placas encontravam-se bem posicionados, com
manutenção do eixo ósseo, ausência de reação periosteal exuberante na
cortical oposta à placa e união da linha de fratura do rádio e da ulna.
Aos sessenta dias, os implantes permaneceram bem posicionados, com
ausência de reação periosteal e endosteal, ausência de calo ósseo e
diminuição da visualização da linha de fratura em consequência do
início da união das corticais. Aos noventa dias, a linha de fratura
mostrava-se imperceptível e observou-se união direta das corticais
opostas à placa sem presença de calo exuberante.
DISCUSSÃO
O manejo das fraturas do terço distal de rádio e ulna após trauma
aparentemente mínimo permanece um problema em raças miniaturas, pois o
tratamento inapropriado poderá ocasionar dificuldade ou ausência de
consolidação do foco de fratura (RUDD & WHITEHAIR, 1992). O sucesso
da consolidação óssea geralmente ocorre após estabilização rígida, como
é o caso da aplicação de placa e parafusos combinada ao uso de enxerto
autógeno de osso esponjoso, ou de proteína morfogenética óssea. Este é
o tratamento de escolha para as fraturas agudas do antebraço distal em
cães das raças miniaturas (CAMPBELL, 1980; LARSEN
et al., 1999; FERRIGNO
et al.,
2007). No presente estudo, apesar de não ter sido utilizado nenhum tipo
de imobilização externa, nem enxerto esponjoso autógeno, e somente com
a fixação da placa, a consolidação das fraturas ocorreu com poucas
complicações.
Quedas ou pulos foram as causas mais comuns das fraturas nos cães deste
estudo. Esse tipo de trauma pode criar uma carga compressiva no eixo
ósseo e resultar nos tipos de fraturas observados, além de ser um
quadro que ocorre tipicamente em cães jovens em crescimento (MUIR,
1997; HARASEN, 2003). Os cães apresentaram-se com fraturas agudas, com
histórico de trauma mínimo.
As fraturas observadas no exame radiográfico foram do tipo transversa
ou oblíqua curta do antebraço. Esses padrões são similares a fraturas
do tipo Cooles, que ocorrem comumente em humanos e se caracterizam por
um fragmento distal de aproximadamente 0,3 cm.
Desde a invenção dos pinos intramedulares, dos fios metálicos, das
placas convencionais e de parafusos, muitas complicações têm sido
observadas no tratamento de fraturas distais de rádio e ulna de cães
miniaturas, como resultado da interferência desses implantes no
suprimento sanguíneo do periósteo e endósteo, de um osso que é
considerado pouco vascularizado. As desvantagens incluem união
retardada e não união, além de quebras dos implantes (LAPPIN
et al.,
1983; OLMSTEAD, 1991). Neste estudo não se observou quebra dos
implantes e a placa com garras não interferiu na consolidação óssea.
O uso de placas e parafusos é um método popular de fixação de fraturas do rádio e da ulna em pacientes humanos e cães (LAPPIN
et al., 1983; ROCHAT & PAYNE, 1993; WATERS
et al.,
1993). As dimensões das placas foram compatíveis com os rádios dos
animais miniaturas e apresentaram-se resistentes à torção e fadiga do
material, visto que o movimento excessivo do membro operado no
pós-operatório imediato, em face da índole agitada dos animais
miniaturas, poderia levar à quebra do implante. As placas aliadas às
garras laterais favoreceram a redução e o alinhamento do eixo ósseo e
do foco de fratura, em função do recobrimento parcial ao osso e, por
possuir formato semitubular, promoveu, consequentemente, fortalecimento
gradual de um osso extremamente frágil, apoio precoce do membro, num
período de quatro a sete dias, em função das placas metálicas com
garras, que promoveram suporte mecânico ao osso receptor, obedecendo a
um dos objetivos da fixação com placas e parafusos.
O sucesso clínico da osteossíntese depende de vários fatores, incluindo
a escolha do paciente, a qualidade da placa implantada, o período de
implantação e a possibilidade de instalação de processos corrosivos no
metal, influenciados pelo meio biológico que o cerca. A liga de titânio
utilizada neste estudo apresentou boas qualidades para uso clínico, por
ser de material resistente ao processo de corrosão. Além disso, o
titânio é um metal mais leve que o aço inoxidável, tem certa
maleabilidade, facilitando, dessa maneira, o bom assentamento da placa
ao osso e a aderência do osteoblasto em sua superfície,
características estas muito benéficas para o processo de consolidação
(UHTHOFF, 1981; SARDINAS & MONTAVON, 1997).
A placa utilizada no presente estudo foi desenvolvida com base nos
estudos de MENNEN (1984a, 1984b), que criou uma alternativa para a
manutenção da posição de fraturas em osso longo de humanos. A
alternativa consistia em utilizar-se de uma placa paraesquelética em
forma de C, que possuía a vantagem de ter efeito mínimo sobre o
processo de consolidação. Essa placa tinha a forma de uma ponte central
com projeções laterais na forma de dedos dos dois lados, de modo a
formar um semicírculo quando colocada sobre a superfície do osso com o
auxílio de uma ferramenta de apertar essas projeções.
As dimensões das placas foram adequadas para favorecer a redução dos
fragmentos ósseos e fixação no osso receptor. As garras abraçaram
aproximadamente 50% da circunferência do rádio, e a técnica usada para
aplicação da placa de titânio com garras consistiu de mínimo
afastamento dos tecidos moles.
Com base nas avaliações radiográficas do pós-operatório imediato,
observou-se perfeito alinhamento do foco de fratura, critério
considerado primordial para que ocorram estabilidade e sucesso da
consolidação óssea, conforme preconizado por SARDINAS & MONTAVON
(1997).
Nas avaliações radiográficas subsequentes observou-se consolidação
óssea primária devido à estabilização do foco de fratura e não formação
de calo ósseo exuberante. A linha de fratura, visível aos trinta e
sessenta dias, desapareceu totalmente aos noventa dias.
As complicações observadas em dois casos resultaram da perda da função
dos parafusos distais, em virtude de áreas de osteólise ao redor
destes, que contribuíram para o afastamento parcial da placa do
segmento distal e posterior atrito contínuo ao tecido adjacente, o que
levou a sua exposição, em um caso. A rotação do fragmento distal
ocorreu por deslocamento total dos parafusos distais, afastando
completamente a placa do osso em outro animal. Apesar disso, ambos os
casos tiveram evolução favorável com a consolidação das fraturas e
retorno à função normal.
CONCLUSÕES
Considerando-se os resultados obtidos no presente trabalho, pode-se
concluir que as fraturas de rádio e ulna de cães pertencentes a raças
miniaturas e reparadas com placas semitubulares de titânio com garras
tiveram sucesso na consolidação óssea e favoreceram a volta da função
dos membros fraturados, sem apresentar complicações graves de
consolidação óssea.
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Protocolado
em: 5 dez. 2007. Aceito em: 17 mar.
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