DOI: 10.5216/cab.v14i4.19678


DIÂMETRO DO FOLÍCULO NO MOMENTO DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO E TAXA DE CONCEPÇÃO EM VACAS NELORE

Antonio de Lisboa Ribeiro Filho1, Priscila Assis Ferraz2, Alexandra Soares Rodrigues2, Thereza Cristina Borio dos Santos Calmon Bittencourt3, Marcus Vinícius Galvão Loiola2, Marcos Chalhoub1


1Professor Doutor da Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil. alisboafilho@uol.com.br
2Pós-Graduanda da Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil
3Médica Veterinária, Doutora, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil


RESUMO
Objetivou-se avaliar a influência do diâmetro do maior folículo no momento da IATF (DFOL) sobre a taxa de concepção de fêmeas Nelore submetidas ao protocolo de IATF. Para tanto, foram sincronizadas 348 fêmeas no dia 0 (D0) com um dispositivo intravaginal de progesterona (P4) associado a 2,0 mg de benzoato de estradiol por via intramuscular (im). No dia 8 (D8), após a retirada da P4, administrou-se 500 μg de Cloprostenol Sódico im, 0,6 mg de cipionato de estradiol im e 300UI de gonadotrofina coriônica equina (eCG) im. No dia 10 (D10), antes de cada IATF, mensurou-se o DFOL de todos os animais por ultrassonografia transretal. O diagnóstico de gestação foi realizado 30 dias após a IATF por ultrassonografia transretal. Os dados foram avaliados pelo pacote estatístico SPSS (versão 19) e as médias do DFOL foram comparadas pelo teste t de Student. A taxa de concepção geral foi de 57,47% e a média geral do DFOL foi de 12,43±2,84mm. Houve diferença (P=0,0001) na comparação do DFOL entre as fêmeas gestantes (13,33±2,40mm) e as fêmeas não gestantes (11,27±2,75mm). Os resultados demonstram um efeito positivo do DFOL sobre a fertilidade de vacas Nelore submetidas a um protocolo de sincronização.
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PALAVRAS-CHAVE: Bovinos; inseminação artificial; sincronização.

FOLLICLE DIAMETER AT FIXED-TIME ARTIFICIAL INSEMINATION AND CONCEPTION RATE IN NELLORE COWS

ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate the influence of the diameter of the largest follicle at the time of TAI (DFOL) on conception rate of Nellore cows submitted to TAI protocol. Therefore, 348 females were synchronized on day 0 (D0) with an intravaginal progesterone device (P4) associated with 2.0 mg of estradiol benzoate intramuscularly (im). On day 8 (D8), after P4 removal, 500 μg Sodium cloprostenol (im), 0.6mg of estradiol cypionate (im) and 300 UI equine chorionic gonadotropin (eCG) (im) were administered. On day 10 (D10), immediately before each TAI, DFOL was measured in all animals by transrectal ultrasonography. Pregnancy diagnosis was performed 30 days after TAI by transrectal ultrasonography. Data were analyzed by SPSS (version 19) and DFOL means were compared by Student's t-test. The overall conception rate was 57.47% and DFOL overall average was 12.43±2.84mm. There were differences (P=0.0001) in the comparison of DFOL of pregnant (13.33±2.40mm) and nonpregnant (11.27±2.75mm) cows. The results showed a positive effect of DFOL on fertility of cows submitted to synchronization protocol.
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KEYWORDS: Artificial insemination; cattle; synchronization.


INTRODUÇÃO

A inseminação artificial (IA) é uma importante ferramenta para o melhoramento genético, aumento da eficiência reprodutiva e produtividade dos rebanhos bovinos (BARUSELLI et al., 2006; INFORZATTO et al., 2008). Sendo assim, destaca-se como uma excelente biotecnologia para aperfeiçoar os índices reprodutivos e promover maior retorno econômico para a produção de bovinos (BARUSELLI et al., 2012). Contudo, os índices reprodutivos ainda encontram-se baixos, ocasionados, principalmente, pelas falhas na detecção do estro e anestro pós-parto, que afetam o desempenho reprodutivo, especialmente em regiões de clima tropical (BARUSELLI et al., 2004; LARSON et al., 2006).
Neste contexto, diversos protocolos hormonais foram desenvolvidos com a finalidade de controlar o crescimento folicular e induzir a ovulação permitindo, assim, a sincronização do estro e da ovulação, possibilitando o emprego da inseminação artificial em tempo fixo (IATF) sem a necessidade de detecção do estro (BÓ et al., 2003).
Os protocolos mais empregados para sincronização são os que associam estrógeno e progesterona (P4), no início do protocolo hormonal, e prostaglandina (PGF2α), estrógeno e gonadotrofina coriônica equina (eCG), no momento da retirada da fonte de P4 (BÓ et al., 1995; MACMILLAN & BURKE, 1996). Esses protocolos objetivam sincronizar a emergência da onda folicular, terminar a fase luteínica de forma uniforme e induzir a ovulação sincronizada do folículo dominante ao final do tratamento hormonal (MENEGUETTI et al., 2009). Nesse sentido, diversas pesquisas têm sido conduzidas sobre os fatores associados à resposta ovariana e a fertilidade de vacas de corte submetidas a esses protocolos (MENEGHETTI et al., 2009; PERES et al., 2009). O diâmetro do folículo ovulatório no final do programa de sincronização destaca-se como importante fator de influência nas taxas de concepção e na eficiência reprodutiva dos programas de sincronização para IATF (SÁ FILHO et al., 2009a; SÁ FILHO et al., 2010).
De acordo com SÁ FILHO et al. (2010), o diâmetro do folículo ovulatório está relacionado com maiores concentrações de estradiol, maior probabilidade de ovulação e taxa de concepção. Assim, a elevada concentração de estradiol pré-ovulatória promovida pelo maior diâmetro do folículo ovulatório pode influenciar na fertilização das fêmeas por promover mudanças no ambiente uterino melhorando o transporte espermático e favorecendo a concepção (SÁ FILHO et al. 2012). Além disso, LONERGAN et al. (2013) relatam que o maior diâmetro do folículo ovulatório também relaciona-se com o maior tamanho do corpo lúteo e, consequentemente, com elevada habilidade em manter a gestação.
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do diâmetro do maior folículo no momento da IATF sobre a taxa de concepção de vacas Nelore (Bos taurus indicus) submetidas a um protocolo de sincronização do estro e ovulação.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado entre os meses de janeiro a março de 2009 na Fazenda Santa Maria, localizada no município de Maracás, região sudoeste da Bahia. Foram utilizadas 348 fêmeas multíparas da raça Nelore (Bos taurus indicus), com idade média de 5,32±0,78 anos, índice de escore corporal de 2,75±0,36 (IEC – escala de 1 a 5) (HOUGTON et al., 1990) e intervalo pós-parto de 66,2±0,34 dias. Os animais foram mantidos em piquete com pastagem predominante de Buffel grass (Cenchrus ciliaris) com suplementação mineral e água ad libitum. A fazenda obedecia ao calendário sanitário oficial e todas as fêmeas foram imunizadas contra doenças da esfera reprodutiva.
Previamente ao início do protocolo de IATF, esses animais foram submetidos a exame clínico-ginecológico e ultrassonografia transretal, utilizando-se um transdutor linear com frequência de 6,0 MHz (Pie-Medical, Falco 100, São Paulo, Brasil), sendo considerados aptos a participar do experimento os animais que não apresentassem, no momento da avaliação, anormalidades do trato reprodutivo e sem histórico de aborto.
As fêmeas foram submetidas ao protocolo de sincronização apresentado a seguir. Em um dia aleatório do ciclo estral denominado dia 0 (D0), às 08:00 h, os animais receberam um dispositivo intravaginal de liberação de P4 (Sincrogest®, Ouro Fino, São Paulo, Brasil, 1,0g de progesterona) associado a 2,0 mg de Benzoato de Estradiol (Sincrodiol®,Ouro Fino, São Paulo, Brasil, 1mg/mL) por via intramuscular (im). No dia oito (D8), às 08:00 h, retirou-se o dispositivo de P4 e a administração de 500 μg de Cloprostenol Sódico (Sincrocio®, Ouro Fino, São Paulo, Brasil; 0,25mg/mL) (im); 0,6 mg de Cipionato de Estradiol (ECP®, Pfizer, São Paulo, Brasil, 2 mg/mL) (im) e 300 UI de Gonadotrofina Coriônica Equina (Folligon®, MSD Saúde Animal, São Paulo, Brasil, 200 UI/mL) (im). No dia 10 (D10), às 08:00 h, antes da IATF, todos os animais foram examinados por ultrassonografia transretal com transdutor linear com frequência de 6,0MHz (Pie-Medical, Falco 100, São Paulo, Brasil) para mensuração do diâmetro do maior folículo presente no momento da IATF (DFOL). Neste estudo, com a finalidade de evitar efeito do inseminador, as inseminações foram realizadas por um mesmo técnico. Para a realização das inseminações, utilizou-se sêmen criopreservado de um único touro da raça Nelore descongelado a 37 ºC por 30 segundos.
O diagnóstico de gestação foi realizado por ultrassonografia transretal 30 dias após as inseminações utilizando-se transdutor linear com frequência de 6,0 MHz (Pie-Medical, Falco 100, São Paulo, Brasil). A presença da vesícula embrionária com um embrião viável (batimento cardíaco) foi considerada diagnóstico de gestação positivo. A taxa de concepção foi calculada dividindo-se o total de vacas gestantes pelo total de vacas inseminadas.
Os dados foram processados pelo Statistical Package for Social Science (SPSS, versão 19) com nível de significância de 5%. A diferença das médias do DFOL entre os animais gestantes e não gestantes foi comparada pelo teste t de Student. A variável resposta no diagnóstico de gestação foi assumida a apresentar distribuição binomial e foi analisada com base na metodologia de regressão logística. O modelo ajustado pelo procedimento Stepwise para probabilidade de concepção (Pi) foi:
 
         em que:

 Yij = -3,901+0,342DFOL. Posteriormente as amostras foram divididas em três categorias a partir da variável DFOL: animais que apresentavam folículos com diâmetro até 11,20 mm (n = 113), entre 11,20 e 13,60 mm (n = 119) e acima de 13,60 mm (n = 116). Para cada animal foi calculada a média de cada grupo pelo teste de Tukey.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Do total de 348 animais, 200 ficaram gestantes perfazendo uma taxa de concepção de 57,47%. A média geral do DFOL foi de 12,43±2,84 mm. Na comparação entre o DFOL e a ocorrência ou não de gestação, verificou-se que as vacas que ficaram gestantes apresentaram folículos com diâmetro de 13,33±2,40 mm, superior (P=0,0001) ao diâmetro dos folículos das fêmeas não gestantes que alcançaram 11,27±2,75 mm (Tabela 1).
Corroborando os achados deste estudo, BORSATO et al. (2004) verificaram diferença significativa entre o diâmetro do folículo de novilhas (Bos taurus taurus x Bos taurus indicus) gestantes (12,31±2,03 mm) e não gestantes (6,57±4,59 mm). PERRY et al. (2007), também observaram que novilhas de corte (Bos taurus taurus) que ovularam folículos menores que 10,7 mm de diâmetro tiveram menor taxa de concepção comparada com novilhas que ovularam folículos maiores ou iguais a 12,8 mm.
Um achado importante, que pode estar relacionado a esses resultados, encontra-se no fato de fêmeas que ovulam pequenos folículos apresentarem uma reduzida concentração de estradiol no momento da ovulação comparada com fêmeas que ovulam folículos de maior diâmetro ou quando a ovulação ocorre de forma espontânea (VASCONCELOS et al., 2001). Dados semelhantes foram observados também por SÁ FILHO et al. (2009b), que verificaram uma proporção linear entre o diâmetro do folículo ovulatório e a concentração de estradiol em vacas Nelore. Da mesma forma, ATKINS et al. (2010) verificaram uma correlação positiva e significativa entre a concentração de estradiol e o diâmetro do folículo ovulatório.
Uma maior concentração fisiológica de estradiol próximo a IA influencia positivamente a fertilização por meio da redução do pH uterino, modificando o transporte dos espermatozoides e aumentando a longevidade dos mesmos até o momento da ovulação (PERRY & PERRY, 2008). Por outro lado, a insuficiente secreção de estradiol pelo folículo ovulatório de menor tamanho influencia negativamente o ambiente do útero e do oviduto, comprometendo o transporte dos espermatozoides e a fertilização do oócito (HAWK, 1983). SÁ FILHO et al. (2011) observaram que a presença de folículos de maior diâmetro no momento da remoção do dispositivo de P4 em um protocolo de sincronização para IATF está associada com uma alta ocorrência de estro, além de uma alta capacidade ovulatória e uma elevada probabilidade de prenhez em vacas zebuínas. Assim, fêmeas que expressaram estro na retirada da fonte de P4 em um protocolo de IATF apresentaram maior taxa de concepção quando comparada àquelas que não expressaram estro, possivelmente por apresentarem diâmetro folicular maior que 14,4 mm e aumento na produção de estradiol no momento da remoção do dispositivo de P4 (SÁ FILHO et al., 2010).
Além disso, a melhor resposta ovulatória dos folículos de maior diâmetro também pode explicar os resultados encontrados nesta pesquisa, como foi demonstrado por BUTTER et al. (2011), quando estudaram esse fator em novilhas de corte sincronizadas para IATF e observaram que as novilhas que ovularam apresentavam folículos de maior diâmetro em relação as que não ovularam, sugerindo que o sucesso dos protocolos de sincronização depende do crescimento e desenvolvimento do folículo dominante.
Dessa forma, quanto maior o diâmetro do folículo ovulatório maior a capacidade ovulatória desse folículo, o que pode justificar a maior taxa de concepção em fêmeas com maior diâmetro folicular. De acordo com GIMENES et al. (2008), a capacidade ovulatória do folículo em um protocolo hormonal de IATF depende do tamanho folicular quando o indutor da ovulação é aplicado, sendo essa uma das causas da grande variação de resposta aos protocolos hormonais. Esses autores verificaram que a capacidade ovulatória é adquirida quando o folículo dominante atinge entre 7,0 a 8,4 mm de diâmetro em novilhas Bos taurus indicus e aumenta significativamente quando o folículo alcança 8,5 mm de diâmetro. DIAS et al. (2009) confirmaram o efeito positivo do diâmetro do maior folículo na probabilidade de concepção em novilhas Nelore sincronizadas para IATF e justificaram tal achado ao aumento dos receptores de LH, melhor resposta à gonadotrofina e maturidade folicular, podendo elevar os índices de fertilidade em novilhas Bos taurus indicus. A expressão gênica de receptores de LH nas células da granulosa em vacas zebuínas ocorre quando o folículo atinge diâmetro maior ou igual a 7,0 mm; além disso, o número desses receptores aumenta concomitantemente com o aumento do diâmetro folicular (SIMÕES et al., 2012).
CARVALHO et al. (2008) observaram uma grande proporção de folículos não ovulados em novilhas Bos taurus indicus provavelmente devido à grande proporção de folículos imaturos ao final do protocolo hormonal. Além disso, esses autores relataram que a presença de folículos ovulatórios de menor tamanho contribuiu para falhas e atrasos na ovulação, menor diâmetro do corpo lúteo e, consequentemente, baixa capacidade esteroidogênica. SIQUEIRA et al. (2009) verificaram uma alta correlação entre o volume do tecido luteal e a concentração de P4, sendo o status funcional do corpo lúteo um indicador de funcionalidade e capacidade esteroidogênica.
A partir do procedimento de regressão logística, foi possível estimar a probabilidade de concepção para cada acréscimo de uma unidade da variável regressora, DFOL (Figura 1), e observou-se que o acréscimo no DFOL levou a um aumento na probabilidade de concepção. Esses resultados são similares aos reportados por BORSATO et al. (2004) que trabalharam com novilhas Bos taurus taurus x Bos taurus indicus e verificaram um aumento linear entre a taxa de concepção e o diâmetro do folículo ovulatório. Esses autores observaram que animais com folículos ovulatórios entre 7 a 10 mm obtiveram taxa de concepção de 11,1%, aqueles com folículos de 10 a 13 mm alcançaram taxa de concepção de 63,8% e enquanto naqueles com folículos de 13 a 19 mm, foi verificada taxa de concepção de 88,2%.
Neste estudo, os animais foram categorizados em três grupos de acordo com o DFOL e observou-se que no grupo em que as fêmeas apresentaram DFOL acima 13,60 mm, a probabilidade de concepção média estimada foi de 78,83%, significativamente superior àquelas que apresentavam diâmetros de até 11,20 mm e entre 11,20 e 13,60 mm, cujos valores foram respectivamente de 33,78% e 59,17%.
SÁ FILHO et al. (2010) também verificaram que existe relação entre o diâmetro do maior folículo e a probabilidade de concepção de fêmeas zebuínas submetidas a protocolos de IATF. Índices satisfatórios de concepção foram alcançados quando o diâmetro do maior folículo no momento da IATF encontrava-se em torno de 13 a 15 mm, assim como foi observado no presente estudo. PERES et al. (2009) e SÁ FILHO et al. (2009a) também observaram relação entre o diâmetro do folículo no momento da IATF e a probabilidade de concepção em vacas Nelore. Da mesma forma, DIAS et al. (2009) relataram um efeito significativo do maior diâmetro folicular no momento da IATF na probabilidade de concepção em novilhas Nelore.
Para PERRY et al. (2005), a ovulação de folículos com diâmetros inferiores a 11mm resulta em um aumento na porcentagem de perda embrionária e mortalidade fetal em vacas de corte sincronizadas com o protocolo Ovsynch. De acordo com esses autores, a maior porcentagem de perdas embrionárias pode ser devido a um inadequado desenvolvimento do oócito no momento da ovulação de folículos de menor diâmetro. Além disso, MANN & LAMMING (2001) relatam que uma diminuição na concentração de P4 promove uma deficiência no desenvolvimento embrionário, uma baixa capacidade de produzir interferon-tau e, por conseguinte, uma falha na sinalização do embrião para o reconhecimento e estabelecimento da gestação favorecendo, assim, o mecanismo luteolítico.
Dessa maneira, a produção de um embrião viável inclui a ovulação de um oócito competente, uma apropriada produção de P4 pelo corpo lúteo e um adequado ambiente uterino (PERRY et al., 2007). Assim, uma suficiente secreção de estradiol é necessária para promover um adequado ambiente uterino, secreção pré-ovulatória de LH e mudanças nas células da granulosa para sintetizar progesterona depois da luteinização (PERES et al., 2009).
De acordo com VASCONCELOS et al. (2001), a ovulação de folículos de menor diâmetro pode representar a formação de corpo lúteo de menor volume e, consequentemente, baixa capacidade de produzir P4 e insuficiente desenvolvimento embrionário, promovendo assim, uma redução na fertilidade.
Segundo PERRY et al. (2005), a maturidade do folículo ovulatório compromete as taxas de concepção em programas de IATF, por afetar o estabelecimento e a manutenção da prenhez em vacas de corte. Entretanto, diversos estudos associados com os resultados do presente experimento têm sugerido que o tamanho do folículo no momento da IATF é um relevante indicador de maturidade folicular e melhor fertilidade, uma vez que se observa uma redução da taxa de concepção associada com a ovulação de folículos de menor diâmetro e provavelmente imaturos (PERRY et al., 2007; ATKINS et al., 2010). Além disso, SÁ FILHO et al. (2011) descreveram que a mensuração do diâmetro do folículo ovulatório no momento da IATF é uma importante estratégia para predizer a alta fertilidade em fêmeas zebuínas submetidas a um protocolo de IATF e permitir o direcionamento dos acasalamentos, por exemplo, quando da utilização de sêmen sexado ou de alto valor econômico.

CONCLUSÕES

A presença de um folículo de maior diâmetro no momento da inseminação é um indicador de melhor resposta ovariana e taxa de concepção de fêmeas Bos taurus indicus submetidas a programas de IATF. Dessa forma, alternativas devem ser adotadas com o intuito de aumentar o diâmetro do folículo no momento da IATF, incrementando a eficiência dos protocolos de sincronização e proporcionando uma melhor relação custo-benefício para o produtor que adota esta biotecnologia.

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Protocolado em: 15 ago. 2012. Aceito em: 11 set. 2013.