TENDÊNCIAS GENÉTICAS PARA CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO EM REBANHOS
NELORE CRIADOS NA REGIÃO DO TRÓPICO ÚMIDO DO BRASIL
Thaymisson
Santos de Lira1, Leonardo de Sousa Pereira1, Fernando
Brito Lopes2, Jorge Luis Ferreira3, Raysildo Barbosa Lôbo4,
Geneíldes Cristina de Jesus Santos1
RESUMO
Foram
estimados (co)variâncias, coeficientes de herdabilidade e tendências genéticas,
bem como preditas mudanças genéticas para peso aos 120 (P120), 210 (P210), 365
(P365), 450 (P450) e 550 (P550) dias de idade em animais da raça Nelore criados
na região do Trópico Úmido do Brasil. Foram utilizados 65.876 registros de
animais nascidos entre os anos de 1993 a 2010, criados a pasto. Os componentes
de (co)variância foram estimados pelo método da máxima verossimilhança restrita
e os valores genéticos foram preditos por modelos mistos sob modelo animal. As
tendências genéticas foram estimadas pela regressão dos valores genéticos sobre
o ano de nascimento dos animais. Os coeficientes de herdabilidade do efeito
direto estimados foram de 0,37±0,019; 0,39±0,019; 0,41±0,013; 0,41±0,015 e
0,41±0,021 para P120, P210, P365, P450 e P550, respectivamente. As estimativas
de herdabilidades maternais para P120 e P210 foram 0,05±0,011 e 0,06±0,011,
respectivamente. Os ganhos genéticos diretos médios foram 1,326, 2,014, 2,670,
3,056 e 3,128 kg/ano para P120, P210, P365, P450 e P550, respectivamente. As
estimativas dos parâmetros e tendência genética indicam a existência de
progresso genético para pesos pré e pós-desmame, nos rebanhos da região do
Trópico Úmido do Brasil.
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PALAVRAS-CHAVE: (co)variâncias; ganho genético;
herdabilidades; melhoramento genético animal; peso pós-desmama; peso
pré-desmama.
GENETIC
TRENDS FOR GROWTH TRAITS IN NELLORE CATTLE RAISED IN THE HUMID TROPICAL REGION
OF BRAZIL
ABSTRACT
(Co)variances, heritability
and genetics change were estimated for weight at 120 (W120), 210 (W210), 365 (W365), 450 (W450) and 550
(W550 ) days of age in Nellore cattle from the Humid Tropical region of Brazil.
A total of 65,876 records of animals born between 1993 to 2010 and raised on
pasture were used. The (co)variance components were estimated by restricted
maximum likelihood, and breeding values were predicted using an individual
animal model. The genetic trends were plotted by linear regression of breeding
values in the animals’ birth year. The heritability coefficients due to
direct genetic effect were 0.37±0.019; 0.39±0.019; 0.41±0.013; 0.41±0.015 and
0.41±0.021 The maternal heritability estimates for W120 and W210 were
0.05±0.011 and 0.06±0.011, respectively. The genetic gains were 1.326, 2.014,
2.670, 3.056 and 3.128 kg/year for W120, W210, W365, W450 and W550,
respectively. The estimates of genetic parameters and trends indicate the
existence of genetic progress in pre- and post-weight traits from herds of
Brazil Tropic Humid region.
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KEYWORDS: animal breeding program; (co)variances; genetic gain;
heritability; post-weaning weight;
pre-weaning weight.
INTRODUÇÃO
Segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período 1997/2007, houve um
aumento de 78% do efetivo bovino nos municípios que compõem a região do Trópico
Úmido (IBGE, 2007; 2010). Entretanto, o grande desafio para a produção animal a
pasto nessa fronteira agrícola brasileira seria o aumento da eficiência por
meio do uso de tecnologias mais intensivas, tanto em relação ao manejo e
recuperação de pastagens, quanto ao desempenho produtivo e reprodutivo desses
rebanhos.
Uma das mais importantes
decisões do pecuarista moderno que pretende maximizar sua produção é a seleção
visando ao melhoramento genético animal. Um bom indicador da resposta à seleção
ou ao progresso genético a ser alcançado é o conhecimento das estimativas de
parâmetros genéticos para características ponderais na raça em estudo
(GONÇALVES et al., 2011).
O conhecimento do desempenho
fenotípico e genético de uma população tem importância na realização de ajustes
necessários ao processo seletivo, isto é, na avaliação dos critérios
estabelecidos no processo de seleção, bem como nos resultados dos programas de
melhoramento genético aplicados. Por meio do conhecimento de parâmetros
genéticos e de estimativas de mudança genética é possível realizar o
acompanhamento e estabelecimento de diretrizes que guiem os programas de
melhoramento genético, apreciando o ganho genético ao longo do tempo para que
os resultados sirvam de elementos orientadores de ações futuras (SANTOS et al.,
2012).
Alguns pesquisadores
discutiram parâmetros e tendências genéticas nas regiões Nordeste, Norte,
Centro-oeste, Sul e Sudeste (PIMENTA FILHO et al., 2001; MALHADO et al., 2002;
PLASE et al., 2002; GUSMÃO et al., 2009; GONÇALVES et al., 2011; LAUREANO et
al., 2011) e, mais recentemente, SANTOS et al., (2012) na região Norte do
Brasil. Entretanto, pesquisas efetivas na região do Trópico Úmido do Brasil, o
qual contempla estados também da região Nordeste e Centro-Oeste, avaliando o
progresso genético e fenotípico de bovinos Nelore criados a pasto, são
incipientes.
Dessa forma, objetivou-se
estimar (co)variâncias e parâmetros genéticos e predizer as tendências
genéticas e fenotípicas para pesos padronizados aos 120, 210, 365, 450 e 550
dias de idade em bovinos da raça Nelore criados na região do Trópico Úmido do
Brasil, manejados a pasto.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizadas informações
referentes a animais da raça Nelore, nascidos entre os anos de 1993 e 2010,
criados em rebanhos localizados nos Estados do Maranhão (MA), Mato Grosso (MT),
Pará (PA), Rondônia (RO) e Tocantins (TO), participantes do Programa de
Melhoramento Genético da Raça Nelore, da Associação Nacional de Criadores e
Pesquisadores (PMGRN-ANCP).
As características estudadas
foram pesos padronizados aos 120, 210, 365, 450 e 550 dias de idade (P120,
P210, P365, P450 e P550), utilizados como critérios de seleção no PMGRN (Lôbo
et al., 1998). Os dados iniciais incluíram 65.876 registros de animais nascidos
entre 1993 a 2010, criados a pasto. Todas as estatísticas descritivas e testes
de comparação entre as médias fenotípicas, ou seja, entre os pesos ajustados às
idades-padrão descritas acima, foram realizados por meio dos procedimentos
MEANS e GLM e as médias comparadas por meio do teste de comparação múltipla de
Tukey (SAS, 2002).
Foram realizadas análises de
variância utilizando-se o procedimento GLM (SAS, 2002) para verificar a
importância de fontes de variação não genéticas sobre as características em
estudo. Consideraram-se os efeitos fixos de sexo e grupos de contemporâneos
(GC), formados por meio da concatenação (SAS, 2002) de fatores não genéticos
que afetaram significativamente (p < 0,001) as características em estudo
como, rebanho, ano e estação de nascimento do animal (janeiro a abril = 1; maio
a agosto = 2; e setembro a dezembro = 3). Para as características de pesos pré-desmama
(P120 e P210) utilizou-se como covariável a idade da vaca ao parto.
O número de animais, touros,
vacas, grupos de contemporâneos e as médias, desvios-padrão, coeficientes de
variação para pesos padronizados aos 120, 210, 365, 450 e 550 dias de idade
estão apresentados na Tabela 1.
As análises unicaráter dos
pesos pré-desmame (P120 e P210) foram realizadas segundo o modelo descrito em
(I), enquanto que para P365, P450 e P550 o modelo é descrito em (II).
y
= Xβ +Z1a + Z2m + Z3p + e (I)
em que: y= vetor de observações (P120 e
P210); β = vetor dos efeitos fixos (grupo de contemporâneos e ordem de
parto); a = vetor do efeito genético aditivo direto; m = vetor do
efeito genético aditivo maternal; p = vetor do efeito de ambiente
permanente maternal; X = matriz de incidência que associa β com y;
Z1, Z2 e Z3= matrizes de incidência dos
efeitos genéticos direto, maternal e de ambiente permanente maternal,
respectivamente; e e = vetor dos efeitos residuais.
y
= Xβ +Za + e (II)
em que: y = vetor de observações (P365, P450
e P550); β= vetor dos efeitos fixos (grupo de contemporâneos e ordem de
parto); a = vetor do efeito genético aditivo direto; X = matriz
de incidência que associa β com y; Z = matriz de incidência do
efeitos genético direto; e, e = vetor dos resíduos.
Nas análises com o modelo
completo, as distribuições e matriz de (co)variâncias foram definidas como:
Em que:
σ²d= variância genética aditiva direta;
σ²m= variância genética aditiva maternal;
σ²dm= covariância genética aditiva entre os efeitos direto e
maternal;
A =
matriz de parentesco entre os animais;
σ²p= variância do ambiente permanente maternal;
σ²e= variância residual;
Id, IN= matrizes identidade de ordens apropriadas, com d= número de
vacas (mães dos animais com dados) e
N = número total de animais com dados.
As estimativas de
(co)variâncias foram obtidas pelo método da Máxima Verossimilhança Restrita
Livre de Derivadas - DFREML, utilizando-se o aplicativo MTDFREML (BOLDMAN et
al., 1995). Para avaliar as tendências genéticas e fenotípicas, utilizou-se a
regressão das médias anuais dos valores genéticos (aditivo e maternal) e dos
pesos sobre o ano de nascimento do animal.
Para ilustrar e predizer o ganho genético baseado nos componentes de variância e parâmetros genéticos, realizou-se simulação do ganho genético por meio da seguinte fórmula:
em que ΔG é o ganho genético, i é a intensidade de seleção (1,28, como
retenção de 10% de machos e 50% de fêmeas), h²
é a herdabilidade devido ao efeito genético aditivo direto, σp é o desvio-padrão
(FALCONER, 1996) e L é o intervalo
médio de geração (PEREIRA, 1999). Para determinação de L, simulou-se a seleção baseada na utilização de touros durante
cinco anos (entre dois e seis anos) e fêmeas durante sete anos (entre três e
nove anos), o que resultou em L = 5
anos. Dessa forma, o ganho genético (ΔG) pode ser dado em kg/ano.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As médias para peso
padronizado aos 120 dias (P120) e peso aos 210 dias (P210) foram de 127,51
±16,90 kg e 184,76 ±24,61 kg, respectivamente. Para peso aos 205 dias de idade,
HOLANDA et al. (2004), na região Nordeste do Brasil, encontraram média de
157,55 (±22,80) kg e BOCCHI et al. (2004), estudando rebanhos bovinos Nelore de
diferentes regiões do Brasil, obtiveram médias de pesos aos 205 dias de 163,15
(±27,78) kg na região Centro-oeste, 154,23 (±29,43) kg na região Nordeste,
165,45 (±28,87) kg na região Sul e 165,45 (±28,08) kg na região Sudeste. Ao
desmame, observou-se que os pesos dos animais foram superiores aos relatados
nas demais regiões do Brasil, o que pode ser justificado por manejos, objetivos
e critérios de seleção diferentes, entre outros.
De maneira geral, os pesos
médios na região do Trópico Úmido do Brasil estão num estrato intermediário aos
descritos em outras regiões do país, sendo semelhantes aos reportados por
MERCADANTE et al. (2003), BERTAZZO et al. (2004), MALHADO et al. (2005),
BOLLIGON et al. (2008), LAUREANO et al. (2011),
e SANTOS et al. (2012).
No entanto, quando se
observam as médias fenotípicas dos pesos entre as unidades federativas (Tabela
2), verifica-se que, para uma mesma idade padrão, existe alta variabilidade nos
pesos, sugerindo que fatores genéticos e ambientais atuam de formas diferentes
entre os estados que compõem a região do Trópico Úmido. Dessa forma, pode-se
deduzir que o delineamento dos programas de melhoramento genético, com seus
objetivos e critérios, nessas regiões, vêm sendo conduzidos de forma
diferenciada entre as unidades federativas, ou seja, é possível que sejam
utilizados critérios de seleção diferentes entre os Estados.
As médias fenotipicas
para os diferentes pesos calculados (P120, P210, P365, P450 e P550 dias) foram
comparadas e diferenças estatisticamente significativas (p<0,01) para essas
pesagens foram evidenciadas entre os Estados (Tabela
2). Os resultados
demonstraram que, nas unidades federativas, a média fenotipica dos pesos pode
estar influenciada pelas condições ambientais em cada região, uma vez que os
pesos de cada característica estudada (P120, P210, P365, P450 e P550) diferiram
entre os Estados.
As estimativas de
herdabilidades diretas e respectivos erros-padrão, para a região do Trópico
Úmido do Brasil, obtidas em análises unicaráter, foram de 0,37 (± 0,019); 0,39
(± 0,019); 0,41 (± 0,013); 0,41 (± 0,015) e 0,41 (± 0,021) para P120, P210,
P365, P450 e P550 dias de idade, respectivamente. E os coeficientes de
herdabilidades maternais para as características P120 e P210 foram 0,05 (±
0,011) e 0,06 (± 0,011), respectivamente.
As herdabilidades diretas
estimadas para pesos pré-desmama foram de magnitude moderada, estando
semelhante aos valores descritos por CÂMPELO et al. (2004) e SANTOS et al.
(2012), e superiores aos encontrados por MERCADANTE et al. (2004), BOLIGON et
al. (2007) e BOLIGON et al. (2008). LIRA et al. (2008), em revisão, relataram estimativas
médias de herdabilidade direta de 0,08 e 0,64 para peso ao 120 dias e peso aos
205 dias de idade, respectivamente. No entanto, estão abaixo dos resultados
descritos por CYRILLO et al. (2004) que relataram herdabilidades de 0,44 a
0,68, na mesma ordem, para pesos aos 120 dias e 210 dias de idade.
Na avaliação das
herdabilidades diretas estimadas para pesos pré-desmama (P120 e P210) nos
estados do Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins, observou-se
(Tabela 3) que a variabilidade entre os Estados é grande, variando de 0,22 a
0,61 para P120, e de 0,30 a 0,57 para P210. O Estado com menor herdabilidade
para P120 e 210 foi Rondônia (0,22 e 0,30 na mesma ordem) e o de maior
herdabilidade para os mesmos pesos foi o Estado do Tocantins. A alta variabilidade
encontrada nos Estados do Maranhão e Tocantins, pode estar relacionada à maior
pressão de seleção das fêmeas (matrizes) para habilidade materna, uma vez que
nesses estados os rebanhos são relativamente novos no programa de melhoramento
e estão em processo de formação. Outro fator relacionado pode ser a
repetibilidade de vacas (c2), indicada pelo efeito de ambiente
permanente comum entre estas, que foi de 65% e 25% nos estados do Tocantins e
Maranhão, respectivamente.
No entanto, na região do Trópico
Úmido do Brasil, a herdabilidade (h²) materna para as características P120 e
P210 mostraram-se de baixa magnitude (0,05±0,011 e 0,06±0,011,
respectivamente), demonstrando pouca influência genética e ambiental da vaca
sobre o desempenho dos indivíduos no pré-desmame. Esse resultado era esperado,
uma vez o efeito de ambiente comum das vacas (c2), para P120 e P210,
foram semelhantes (10,5%).
Para as características
pós-desmama (P365, P450 e P550) as herdabilidades diretas estimadas foram de
alta magnitude, e apresentaram-se como de magnitudes semelhantes entre as
unidades federativas (Tabela 3). Embora haja possibilidade de seleção para as
características analisadas, isso demonstra que a pressão de seleção exercida na
região para as características (P365, P450 e P550) é igual. Em geral, as
estimativas de herdabilidade obtidas para pesos em diferentes idades neste
estudo indicam que parte considerável da variação entre os animais, para essas
características, é decorrente das diferenças no mérito genético dos animais,
desse modo, parece haver concordância entre as unidades para maior pressão de
seleção para pesos pós-desmama.Os valores estimados para as (co)variâncias e
parâmetros genéticos foram similares aos descritos por TORAL et al. (2004) e
SANTOS et al. (2012). A semelhança entre os valores da herdabilidade estimada
para P365, P450 e P550 implica dizer que os genes que controlam estes pesos
contribuíram de forma igual para a variância fenotípica e variância direta.
Assim, esses valores são decorrentes da existência de variabilidade genética no
rebanho e não apenas da influência do ambiente nessas características.
De um modo geral, as
herdabilidades para as características pós-desmama (P365, P450 e P550) nas
diferentes unidades federativas apresentaram alta magnitude, demonstrando
possibilidade de seleção. Resultados similares foram reportados por SANTOS et
al. (2012), que analisaram dados da região Norte do Brasil e obtiveram
estimativas de herdabilidades para pesos aos 365 e 550 dias de idade, da ordem
de 0,41 a 0,51, respectivamente.
A tendência genética dos
pesos pré-desmama (Figura 1, A e B) no Trópico Úmido do Brasil revelaram
seleção de animais com desempenho genotípico superior ao longo dos anos. A
Figura 1 (A e B) mostra que não se tem feito seleção para habilidade maternal e
sim para pesos.Para P120 e P210, observou-se valor genético médio de 0,242 e
0,784 kg/ano, respectivamente. Com base nestes valores genéticos e nas
estimativas de herdabilidade direta e desvio-padrão fenotípico (FALCONER, 1960;
PEREIRA, 1999), foi realizada uma simulação, considerando-se uma retenção de
50% das fêmeas e 10% dos machos (intensidade de seleção de 1,28) e um intervalo
médio de geração de cinco anos. Dessa forma, foi possível predizer ganhos
genéticos de 1,33 e 2,01 kg/ano, o que representaria incrementos de 1,04% e
1,09% nos pesos calculados aos 120 e 210 dias de idade, respectivamente. Já
para P365, P450 e P550 o valor genético aditivo direto médio foi de 3,136;
3,190 e 3,351 kg/ano, respectivamente. Considerando as informações da simulação
anterior, foi possível predizer ganhos genéticos de 2,67, 3,05 e 3,13 kg/ano, o
que representaria incrementos de 1,15%, 1,14% e 0,99% nos pesos calculados aos
365, 450 e 550 dias de idade, respectivamente (Figura 2).
As análises das tendências
para os efeitos genéticos aditivos diretos para P120, P210, P365, P450 e P550
permitiram deduzir que a seleção do rebanho na região do Trópico Úmido do
Brasil tem enfatizado principalmente os pesos após o desmame, corroborado pelas
relações entre os valores genéticos e os valores fenotípicos, cujos valores
genotípicos apresentaram percentuais de 0,19%, 0,42%, 1,36%, 1,19% e 1,06% em
relação aos seus respectivos pesos padrão para pesos aos 120, 210, 365, 450 e
550 dias de idade, respectivamente. Em outras palavras, para os pesos
pós-desmame, os efeitos genéticos têm contribuído em mais de 1% do fenótipo dos
animais, enquanto que para pesos pré-desmame, esse mesmo efeito não passou de
0,5%.
Ressalta-se que a seleção
para pesos pós-desmame pode gerar, ao longo dos anos, aumento nos custos de
produção, da idade ao abate e acabamento dos animais. Nesse sentido, sugere-se
maior atenção e seleção de animais com maior potencial para pesos pré-desmame,
pois é o período de vida no qual o animal apresenta maior velocidade de
crescimento e desenvolvimento. Assim, com a seleção de animais para maiores
pesos aos desmame seria possível reduzir o tempo para que o animal chegue ao
peso ideal no momento do abate, reduzindo os custos de produção e a idade de
abate dos animais.
CONCLUSÕES
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Protocolado em: 04 jan. 2012.
Aceito em: 23 nov. 2012.