Com este estudo objetivou-se avaliar o
efeito da inclusão de soja integral em rações extrusadas com diferentes
níveis de energia digestível na dieta de juvenis de piavuçu (Leporinus
macrocephalus L.). Foram distribuídos 100 peixes com peso
inicial de 5,06 ± 0,41 g, em 20 aquários (80 L), num delineamento
inteiramente casualizado com cinco tratamentos (0; 20,0; 35,0; 50,0 e
67,5% de soja integral nas dietas) e quatro repetições. Dietas
isoprotéicas, isocálcicas, isofosfóricas, isoaminoácidicas para
metionina e com diferentes valores de energia digestível (3.193; 3.326;
3.413; 3.510 e 3.621 kcal.kg-1) foram fornecidas aos peixes
durante setenta dias. Os seguintes critérios foram avaliados: peso
final, ganho de peso, incremento em comprimento, consumo diário de
ração, conversão alimentar, taxa de eficiência proteica e taxa de
sobrevivência. Os tratamentos não diferiram (P>0,05) entre si em
relação aos critérios avaliados. Concluiu-se que a inclusão de soja
integral nas rações para juvenis de piavuçu é viável, podendo substituir
parcial ou totalmente o farelo de soja, sem prejuízo de desempenho,
embora proporcione maior deposição de gordura na carcaça.
----------------------------
PALAVRAS-CHAVE: alimento alternativo;
Glycine max L.; energia digestível; nutrição; piscicultura.
EFFECT OF SOYBEAN INCLUSION IN EXTRUDED RATIONS ON PERFORMANCE OF JUVENILE
PIAVUÇU (Leporinus macrocephalus L.)
The objective of this study was to
evaluate the effects of the inclusion of extruded soybean in diets for
piavuçu (Leporinus macrocephalus
L.) juveniles with different levels of digestible energy. A hundred fish
with initial weight of 5.06 ± 0.61 g were distributed into 20 aquarium
(80 L), in a entirely randomized design with five treatments (0.00,
20.00, 35.00, 50.00 and 67.5% full fat soybean in the diets) and four
replications. Isonitrogenous, isocalcium, isophosphorus, isoaminoacids
for methionine diets with different digestible energy values (3,193;
3,326; 3,413; 3,510 and 3,621 kcal.kg-1) were given to fish
for seventy days. The criteria evaluated were weight gain, length
increment, daily feed intake, feed gain, protein efficiency ratio and
survival rate. No differences (P>0.05) were observed among treatments
regarding the performance criteria. We concluded that the inclusion of
full fat soybean in piavuçu juveniles diet is a viable option, and it
may partially or totally replace soybean meal, without decreasing
performance, while providing greater deposition of fat in the carcass.
-----------------------------
KEYWORDS: alternative feedstuff;
digestible energy; fish production; Glycine max L; nutrition.
INTRODUÇÃO
A família dos Anostomídeos Characiformes é uma das mais complexas e o
gênero
Leporinus possui em
torno de 60 espécies descritas, com ampla distribuição geográfica e de
grande importância econômica, tanto para a pesca quanto para a
exploração comercial. O piavuçu (
Leporinus
macrocephalus L.) tem grande potencial para a piscicultura por
apresentar crescimento rápido, carne saborosa e rusticidade (NAVARRO
et al., 2007; BITTENCOURT et al., 2010). Além disso, a espécie
apresenta hábito alimentar onívoro e adapta-se com grande facilidade a
dietas artificiais, o que a torna muito procurada para criações
intensivas.
Para atender, de forma econômica, às exigências nutricionais das
espécies cultiváveis, a aquicultura tem buscado fontes alternativas de
ingredientes para a alimentação. Hábito alimentar, alimentos
alternativos e necessidades nutricionais para o piavuçu foram estudados
por FARIA et. al (2001), GALDIOLI et al. (2001), GONÇALVES et al.
(2002), FURUYA et al. (2004), GENTELINI et al. (2005), SIGNOR et al.
(2007) e FUNKLER et al. (2010), entre outros.
Os gastos com a alimentação correspondem à maior parte dos custos
totais, podendo ultrapassar 50% das despesas na cadeia produtiva na
aquicultura intensiva (EL-SAYED, 1999), tornando relevante as pesquisas
sobre o uso de alimentos alternativos. Para diminuição de custos, a
possibilidade de reduzir os níveis de proteína da dieta tem sido
estudada. Níveis altos de lipídios na dieta geralmente aumentam a
conversão alimentar e a eficiência de fixação da proteína nos tecidos.
Em dietas com baixa relação proteína:energia, a proteína é usada
preferencialmente no crescimento e manutenção do corpo (WINFREE &
STICKNEY, 1981). A ação “economizadora de proteína” do lipídio já foi
discutida para algumas espécies (VAN DER MEER, 1997), porém, ainda não
foi estudada para o piavuçu.
O grão de soja, por conter elevado teor de proteína e energia, é boa
alternativa de alimento proteico, apresentando cerca de 17 a 18% de óleo
e 35 a 37% de proteína bruta de elevado valor biológico, com composição
em aminoácidos essenciais favorável à alimentação de monogástricos, mas
deficiente em metionina e treonina (BELLAVER et al., 2002). Por conter
fatores antinutricionais que atuam negativamente no desempenho animal, a
soja in natura não deve ser utilizada na alimentação de monogástricos
sem que seja adequadamente processada (MENDES et al., 2004).
Para RODRIGUES & FERNANDES (2006), peixes alimentados com dieta
extrusada apresentam tendência de melhora nos índices de desempenho
produtivo. O processo de extrusão de rações pode ser um meio para
inativar fatores antinutricionais presentes na soja e resultar em
aumento da digestibilidade dos nutrientes e da energia metabolizável
(BELLAVER et al., 2002), com maior produtividade, redução dos custos e
aumento da lucratividade na piscicultura (ROBINSON & LI, 1995). Com
essas premissas, desenvolveu-se este trabalho para investigar o efeito
de dietas extrusadas com diferentes níveis de incorporação de soja
integral e energia digestível sobre o desempenho e sobrevivência de
juvenis de piavuçu.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados 100 juvenis de piavuçu
reproduzidos artificialmente e oriundos da mesma prole, com peso e
comprimento médios de 5,06 g ± 0,61 g e 7,30 cm ± 0,43 cm,
respectivamente, obtidos na Universidade de Marília, Marília, SP.
O ensaio foi composto por cinco tratamentos, constituídos por dietas com
níveis de incorporação de soja integral de 0,00%, 20,00%, 35,00%, 50,00%
e 67,5%, sendo que houve quatro repetições por tratamento, com duração
de 70 dias. As dietas foram fornecidas quatro vezes ao dia, à vontade,
durante o período experimental, nos horários 10:00, 12:00, 14:00 e 16:00
horas.
As rações (
Tabela 1) foram elaboradas no
Laboratório de Extrusão da Faculdade de Engenharia de Alimentos da
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.
As rações foram balanceadas utilizando-se os valores médios de
nutrientes da Tabela de Composição dos Alimentos (ROSTAGNO et al., 2000)
e as exigências nutricionais da tilápia do Nilo (NRC, 1983), formuladas
para atenderem diferentes níveis de energia digestível (3.193,0;
3.326,0; 3.413,0; 3510,0 e 3.621,0 kcal.kg
-1) e ficarem
isoprotéicas (28% de proteínas), isocálcicas (0,8% de cálcio),
isofosfóricas (0,6% de fósforo total) e isoaminoacídicas para metionina
(0,75%), buscando-se a substituição do farelo de soja pela soja integral
e a não utilização de nenhum outro ingrediente, para a diminuição de
custos.
O milho, os grãos de soja e o farelo de soja foram moídos separadamente
em moinho de martelos até passarem por peneira de 0,5 mm de diâmetro. A
homogeneização foi conduzida em misturador com capacidade de 30 kg por
sete minutos. Essa mistura foi novamente moída e misturada por mais sete
minutos, para melhorar a homogeneidade. As rações foram feitas com
extrusor de laboratório de dupla rosca, co-rotacional, equipado com
sistema de aquisição de dados on-line, alimentador volumétrico
programável e bomba Watson-Marlon. As variáveis de processamento foram
estabelecidas para cada ração, visando-se a otimização das suas
características físicas, conforme descrito em SOARES JÚNIOR et al.
(2004). A mistura de ingredientes foi colocada no alimentador
volumétrico no início do processo. Os grânulos de ração foram cortados
por um sistema de facas giratórias acoplado na saída do extrusor, sendo
secos em estufa com circulação forçada de ar por 12 horas a 60°C,
resfriados à temperatura ambiente por 20 minutos, embalados em sacos de
polipropileno e armazenados, em geladeira, a 5°C, até serem utilizados.
Foram utilizados vinte aquários de fibra de vidro com dimensões de 50 cm
x 50 cm x 50 cm, água até o volume de 80 L e densidade de cinco peixes
por unidade. Cada aquário foi equipado com um aquecedor e um aerador.
Cada conjunto de três aquários (intercomunicantes) recebeu um filtro
biológico e um sistema de alimentação e escoamento baseado em vaso
comunicação para renovação contínua e constante de água, com vazão
aproximada de 0,8 L min
-1. Os aquários foram sifonados
duas vezes por dia para remoção de fezes e eventuais sobras de rações,
sendo, logo após, restabelecido o volume de água inicial. A temperatura
da água foi aferida diariamente às 10:00 h e às 16:00 h com termômetro
digital portátil. O nível de oxigênio dissolvido na água foi monitorado
semanalmente usando-se a técnica de Winkler modificada pela adição de
azida sódica, conforme descrito em BOYD (1984). O pH foi medido
semanalmente com potenciômetro.
Avaliou-se o peso final, o ganho de peso, o incremento do comprimento, o
consumo de ração, a conversão alimentar aparente, a taxa de eficiência
proteica e a taxa de sobrevivência, segundo os métodos descritos em por
JAUNCEY & ROSS (1982), além da proporção de proteína bruta e de
extrato etéreo no ganho de peso, segundo ALENCAR ARARIPE et al. (2011).
Os teores de matéria seca, proteína bruta e extrato etéreo corporal dos
alevinos de piavuçu foram determinados no início e no final do ensaio,
segundo os métodos oficiais da AOAC (2005).
Os resultados foram avaliados com análise de variância e as médias foram
comparadas com o teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade e os níveis
de energia metabolizável submetidos à análise de regressão polinomial,
com auxílio do programa SAS (2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores de temperatura pela
manhã e à tarde, de oxigênio dissolvido
e de pH da água foram de 25,5 ± 1,45ºC, 26,4 ± 1,56ºC, 7,01 ± 0,68
mg.L
-1 e 6,98 ± 0,38, respectivamente, ficando dentro dos
limites para cultivo de peixes tropicais sugeridos por SIPAUBA-TAVARES
(1994).
A sobrevivência dos piavuçus alimentados com todas as dietas foi de
100%. O peso final, o ganho de peso, o incremento de comprimento, o
consumo de ração, a conversão alimentar aparente, a eficiência da
proteína, a matéria seca corporal, a proteína bruta corporal e a
proporção de proteína bruta no ganho de peso não foram
significativamente influenciados (P>0,05) pelo percentual de soja
integral na dieta a 5% de probabilidade, ao contrário do extrato etéreo
corporal e a da proporção de extrato etéreo no ganho de peso (
Tabela 2). Os valores de ganho
de peso dos alevinos de piavuçu obtidos nesta pesquisa superaram os
obtidos por outros autores que trabalharam com esta espécie.
Utilizando-se ração extrusada com 67,5% de soja integral foi obtido
ganho de peso médio de 0,93 g.dia
-1 ou 18,35%, enquanto NAGAE
et al. (2002) observaram valor máximo de 0,25 g.dia
-1 com
alevinos de peso inicial médio de 1,38 g durante 60 dias, utilizando
rações peletizadas a frio constituídas de milheto em substituição ao
milho. Embora, essas dietas possuíssem o mesmo teor de proteína, o valor
energético foi inferior ao utilizado neste estudo. Já GONÇALVES et al.
(2002), utilizando alevinos de piavuçu com peso inicial médio de 8,51 g
e rações peletizadas a frio com 30% de proteína, 3000 kcal e diferentes
níveis de inclusão de farelo de canola na ração observaram ganho em peso
máximo de 8,68% ao dia.
Os maiores valores em ganho de peso obtidos neste trabalho provavelmente
se devem ao processamento da ração, pois a tecnologia de extrusão
permite a obtenção de grânulos de ração com maior estabilidade na água,
maior integridade física e com formato e tamanho adequados ao tamanho do
peixe, além de realizar a inativação de inibidores e a gelatinização do
amido, melhorando a digestibilidade do produto (VIOLA et al., 1983;
KIANG, 1999; SOARES JÚNIOR et al., 2004). Além do mais, a utilização da
soja integral permitiu o aumento do valor energético das rações.
Para viabilizar o uso da soja integral crua em rações extrusadas é
importante diminuir o tempo entre a moagem do grão da soja e a extrusão
da ração. Assim, evitam-se reações químicas indesejáveis, como a ação
das lipases e lipoxigenases sobre os triacilglicerídeos liberados do
interior das células vegetais durante o intervalo entre essas operações.
Os peixes atingiram comprimentos finais entre 15,99 a 17,55 cm (
Tabela 2). Esses valores são
superiores aos observados por NAGAE et al. (2002), que obtiveram
variação entre 9,82 a 10,39 cm quando avaliaram a inclusão do milheto
nas rações de piavuçu, e aos verificados por NAGAE et al. (2001), com
variação entre 9,07 a 9,61 cm para comprimento total, ao estudarem a
inclusão de triticale nas rações para alevinos de piavuçu com peso
inicial médio de 1,70 ± 0,03 cm por um período de 60 dias. Em comparação
com estudos realizados com outras espécies, ZEITLER et al. (1984)
observaram a maior taxa de crescimento de carpa comum (
Cyprinus
carpio L.) ao incrementar a ração com energia digestível,
independentemente do nível de proteína utilizado. VIOLA et al. (1983)
relataram que o uso de óleo suplementar na ração de tilápia do Nilo (
Oreochromis niloticus) não afetou
significativamente o ganho em crescimento e a eficiência alimentar, em
contraste a peixes como a carpa comum (
Cyprinus
carpio L.), truta arco-iris (
Oncorhynchus
mykiss) e o bagre-do-canal americano (
Ictalurus
puntatus), que utilizam o óleo suplementar de forma eficiente.
O consumo de ração das rações testadas permitiu afirmar que não houve
rejeição a nenhuma delas. No tratamento controle o consumo de ração foi
em média 16% menor que no tratamento com 67,5% de soja integral (
Tabela 2). No experimento com
piavuçu, conduzido por GONÇALVES et al. (2002), os valores reportados
foram menores e variaram entre 41,10 a 43,5 g, enquanto FURUYA et
al. (2004), usando farelo de soja integral em substituição ao farelo de
soja em dietas para juvenis de tilápia do Nilo (peso inicial médio de
1,58 ± 0,06 g) durante 45 dias, constataram valores de consumo que
variaram entre 13,14 a 16,23 g.
A conversão alimentar variou entre 1,01 (com 67,5% de soja integral) e
1,14 (tratamento controle), ou seja, quase 13% (
Tabela 2). FARIA et al. (2001)
estudaram dietas com substituição parcial ou total de farinha de peixe
pelo farelo de soja para alevinos de piavuçu com peso inicial médio de
0,52 g no período de 62 dias e observaram variação entre 1,11 e 1,32 na
conversão alimentar. Para a ração formulada com farelo de soja e sem
farinha de peixe, os autores observaram valores de conversão alimentar
similar aos obtidos neste trabalho.
HANLEY (1991) alimentou tilápias jovens com rações contendo 5%, 9% e 12%
de lipídios e observou que o aumento no conteúdo de lipídios na ração
não produziu efeito significativo sobre a taxa de crescimento, taxas de
conversão alimentar e de eficiência da proteína, concordando com os
resultados obtidos neste estudo com piavuçu, em que os teores de
lipídeos variaram entre 2,1 a 11,6% e a diferença entre os efeitos dos
tratamentos não foi significativa.
A taxa de eficiência proteica das rações utilizadas neste ensaio
variaram entre 3,00 e 3,36, sendo esses valores maiores que os obtidos
nos trabalhos de GALDIOLI et al. (2001), NAGAE et al. (2001), FARIA et
al. (2001) e FURUYA et al. (2004), e dentro da faixa de valores obtidos
por GONÇALVES et al. (2002). VAN DER MEER et al. (1997) também
verificaram o efeito do nível de lipídio na dieta na utilização de
proteína em juvenis de tambaqui (
Colossoma
macropomum), observando que o crescimento e a eficiência da
utilização da proteína aumentaram com o nível de lipídio da ração.
A matéria seca média dos alevinos de
piavuçu determinada no início do ensaio foi de 8,04 g.100g
-1,
a proteína bruta corporal foi de 5,12 g.100g
-1 e o extrato
etéreo corporal foi de 0,65 g.100g
-1. Após dez semanas, tempo
de duração do ensaio, esses valores elevaram-se entre 108 e 122%, 69 e
86% e 674 e 1068%, respectivamente. As dietas não afetaram o teor de
matéria seca e a proteína bruta corporal, mas, sim, o teor de extrato
etéreo corporal, que variou 51% entre a dieta com zero e 67,5% de soja
integral (
Tabela 2). O tratamento
sem soja integral diferiu daquele com 67,5%, enquanto os demais
tratamentos não diferiram entre si nem dos demais. A proteína bruta no
ganho de peso variou apenas 12% entre os tratamentos, enquanto que o
extrato etéreo no ganho de peso foi influenciado pela dieta, variando
48% (
Tabela 2). O tratamento sem soja
integral diferiu daquele com 67,5%, enquanto os demais tratamentos não
diferiram entre si nem dos demais. HANLEY (1991) observou, em um
experimento com tilápias, que o aumento do nível de lipídios na ração
não mudou significativamente o teor de umidade e proteína dos peixes,
mas elevou significativamente o teor de lipídios da carcaça e nas
vísceras. A porcentagem de gordura na carcaça e a taxa de deposição de
gordura no ganho de peso aumentou (p<0,001) de forma linear em razão
da elevação do nível de energia na dieta de piavuçu em fase pós-larval
(NAVARRO, 2007). VIOLA et al. (1988) também observaram que as
tilápias que receberam ração com óleo suplementar em relação às que
receberam ração basal somaram 40% de deposição de gordura a
mais na carcaça, o que concorda com os valores verificados no presente
trabalho.
CONCLUSÕES
Conclui-se que a inclusão de soja integral nas rações para juvenis de
piavuçu é viável, podendo substituir parcial ou totalmente o farelo de
soja, sem prejuízo de seu desempenho, mesmo com níveis energéticos mais
altos, embora proporcione maior deposição de gordura na carcaça.
AGRADECIMENTOS
À Capes pela concessão da bolsa de doutorado.
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Protocolado em: 30 set. 2011
Aceito em: 10 out. 2013