O experimento objetivou testar
os efeitos da forma física da ração (farelada vs. peletizada) e da
restrição alimentar (à vontade vs.10% de restrição) em 160 poedeiras
leves H & N. Foram aplicados quatro tratamentos, com vinte
repetições de duas aves cada, em um delineamento completamente
casualizado, em arranjo fatorial 2 x 2, de 26 a 44 semanas de idade das
aves. Avaliaram-se consumo de ração (CR), ganhos de peso (GP),
conversão alimentar (CA), produção de ovos (PO), peso médio de ovos
(PMO) e gravidade específica (GE). A ração farelada proporcionou maior
CR no período total (P<0,001) e a ração peletizada propiciou maior
CR somente a partir das 42 semanas de idade, indicando a necessidade de
adaptação das aves à nova forma física. Produção de ovos,
PMO, CA e GE não foram diferentes nas duas formas físicas, no período
total. GP tendeu a ser maior durante todo o período para as aves com
ração peletizada. A restrição de ração a 90% do consumo à vontade
mostrou piores resultados para todas as variáveis estudadas e nenhuma
forma física da ração foi capaz de compensar os efeitos negativos da
restrição.
PALAVRAS-CHAVES: Peletização, postura, produção de ovos, restrição alimentar.
The experiment aimed at testing the
effects of feed physical form (mash vs. pelleted) and feed allowance
(ad libitum vs. 10% restriction) in 160 H & N laying hens. Four
treatments were applied, with 20 replications of two 26-44-week-old
birds each in a completely randomized design, in a 2 x 2 factorial
arrangement. Feed intake (FI), body weight gain (BWG), feed conversion
(FC), egg production (EP), egg weight (EW) and egg specific gravity
(EG) were evaluated. The mash diet provided greater FI in the total
period (P<0.0001), whereas pelleted diet showed greater FI only
after 42 weeks of age, indicating that birds need to adapt to the new
physical form of diet. Egg production, EW, FC, and EG were not
different for the two physical forms in the total period. BWG tended to
be greater throughout the experiment period for birds eating pelleted
diet. Ninety percent of feed restriction from ad libitum intake showed
the worst results for all studied variables and none of the physical
forms was able to compensate the negative effects of restriction.
KEYWORDS: Egg production, feed restriction, laying hens, pelleting.
A peletização de rações é amplamente
difundida por suas vantagens, como a diminuição da carga microbiológica
e a economia de energia gasta pelas aves ao se alimentarem dos peletes.
Um dos resultados da peletização em frangos de corte é o aumento do
consumo de ração, com consequente maior ganho de peso (CALET, 1965;
MEINERZ et al., 2001; DALHKE et al., 2003). DALHKE et al.
(2003), ao testarem três granulometrias para milho (0,336mm, 0,585mm e
0,856mm), em dietas fareladas e peletizadas, concluíram que
dietas peletizadas promoveram aumento no número de vilosidades no
duodeno e que o incremento do tamanho das partículas promoveu criptas
mais profundas e vilosidades duodenais mais altas, independentemente da
forma física da dieta.
JENSEN et al. (1962) e NIR et al.
(1994) relataram que o principal efeito da peletização é a redução da
energia de mantença, aumentando a energia líquida de produção. SLINGER
(1972) sugeriu que a peletização proporciona, em virtude das altas
temperaturas do processo, a destruição térmica de fatores tóxicos que
prejudicam a utilização dos nutrientes, aumentando a energia
metabolizável da dieta. KLEIN et al. (1995), LECZNIESKI et al. (2001) e MAIORKA et al.
(2005) verificaram que a peletização melhorou o consumo de ração e a
eficiência de retenção da energia metabolizável aparente, quando
comparada a dietas fareladas. Porém, notaram que frangos de corte
consumindo rações peletizadas apresentam maior quantidade de gordura
abdominal e total na carcaça e vísceras. LECZNIESKI et al. (2001) e MAIORKA et al.
(2005) observaram que os benefícios da peletização foram mais evidentes
em rações de baixa energia, já que o aumento dos níveis energéticos de
uma dieta, além de proporcionar a melhoria na eficiência
alimentar, diminui o consumo de ração, que é a variável com mais
influência nos resultados positivos da peletização.
Segundo GARCIA (2003), a evolução genética de poedeiras tem resultado
em aves com menor peso corporal, mais produtivas e de menor consumo,
consequentemente mais exigentes nutricionalmente. O peso à maturidade
fisiológica e a idade ao pico de produção também são menores,
atualmente. PESTI (2005) observou que as melhorias genéticas oferecem
atualmente linhagens de poedeiras bem adaptadas a diferentes ambientes,
algumas com apetite menor do que outras, e com diferentes
susceptibilidades à redução de consumo provocada pelo calor ambiental,
sendo algumas dessas linhagens hábeis em manter eficiência alimentar e
produção satisfatórias nessas condições. A literatura quanto ao uso de
ração na forma peletizada para poedeiras é escassa. O aumento na
densidade da ração via peletização pode ser a forma de estimular as
poedeiras a um maior consumo e, portanto, a um melhor desempenho, o que
justifica o estudo dessa prática. MEINERZ et al.
(2001) concluíram que dietas peletizadas para frangos de corte são
vantajosas em situação de dietas com baixa energia, semelhantemente às
usadas com poedeiras. Esses autores notaram uma maior eficiência (kcal
consumidas / kcal em ganho) em dietas de baixa energia, na forma
peletizada.
No presente trabalho, estudou-se o efeito de duas formas físicas
de rações (peletizadas e fareladas), com consumo à vontade ou restrito
em 90% sobre o desempenho de poedeiras comerciais, no período de 26 a
44 semanas de idade. O modelo com restrição alimentar foi aplicado com
o objetivo de uniformização, com base no conceito de que o consumo
alimentar é uma variável que interfere diretamente nas respostas de
desempenho (MEINERZ et al., 2001; DAHLKE, et al., 2003).
Realizou-se o experimento no
Laboratório de Ensino Zootécnico (LEZO) da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. As aves foram alojadas em uma sala equipada com
ar-condicionado para manejo de temperatura adequado conforme o manual
da linhagem, em oitenta gaiolas metabólicas de 0,84 m², dispostas em
conjuntos de dois andares, com bebedouro tipo nipple e comedouro tipo
calha. Em cada gaiola, alojaram-se duas aves, constituindo a unidade
experimental (UE).
Foram alojadas 160 poedeiras leves da linhagem H&N (nick
chick), com vinte semanas de idade e peso médio de
1.350 g, tendo sido manejadas na recria conforme o manual da
linhagem (H & N INTERNATIONAL, 1996). Usou-se período
pré-experimental, de 20 a 25 semanas de idade das aves, para
adaptação das aves ao ambiente, sendo alimentadas com uma única ração
de produção, na forma farelada. Submeteram-se as aves a regime de luz
artificial de 17h/ dia, com uma intensidade de 64 lúmens
/m². O período experimental foi de 26 a 44 semanas de idade
das aves, sendo dividido em quatro períodos de 28 dias e um quinto, de
21 dias. O peso médio das aves com 26 semanas de idade foi de 1.550 g
(± 79 g). Forneceu-se água à vontade e manteve-se controle de limpeza e
das condições ambientais da sala.
Para a produção das rações pré-experimental e experimental, analisou-se
proteína bruta do milho e do farelo de soja, bem como determinaram-se
cálcio e fósforo no calcário calcítico e fosfato bicálcico. Dados
de composição de nutrientes para os demais ingredientes foram obtidos
das Tabelas do NRC (1994). A composição está apresentada na
Tabela 1.
Compararam-se quatro tratamentos: ração farelada à vontade; ração
farelada restrita a 90% do à vontade; ração peletizada à vontade e
ração peletizada restrita a 90% do à vontade, sendo a restrição
calculada com base no consumo voluntário médio do tratamento na semana
anterior.
A dieta pré-experimental foi preparada com base em uma única partida de
mistura. Prepararam-se as dietas experimentais com base em três
misturas, suficientes para atender os períodos de 26 a 29 semanas, 30 a
41 semanas e 41 a 44 semanas, respectivamente. Para o processo de
peletização, foi utilizada injeção máxima de vapor, com matriz de
diâmetro dos furos de 5/32 polegadas, tempo de oito segundos no
condicionador e temperatura de 65-70ºC. O tamanho do pelete foi de 4
mm. A partida do período de 26 a 29 semanas resultou em alta quantidade
de finos (70%). Para as partidas subsequentes, moeram-se o milho
e o farelo de soja com peneira de 4 mm, visando diminuir o percentual
de finos, que efetivamente baixou para 25% a 30%. A granulometria das
partículas, determinada antes da peletização, mostrou valores de
0,878 mm para a primeira mistura, valor inadequado a uma boa qualidade
de pelete, e justificou uma melhor moagem para as demais
misturas, obtendo-se, 0,478 e 0,471 mm.
Ao término de cada semana, determinou-se o consumo de ração (CR). A
restrição foi definida como 90% do consumo à vontade de cada tratamento
na semana anterior, sendo este valor aplicado na semana seguinte aos
tratamentos restritos, à semelhança do trabalho de MEINERZ
et al. (2001).
Procedeu-se à avaliação da produção de ovos, com base na coleta diária
entre as 17:00 e 18:00 horas, a conversão alimentar (CA), expressa em
(kg de ração/kg de ovos), o peso médio dos ovos (PMO) em gramas e
a gravidade específica (GE). Os pesos corporais (PC) e ganhos de peso
(GP) foram obtidos a cada período experimental.
O experimento foi instalado no modelo fatorial 2 x 2 (forma
física x restrição alimentar), num delineamento completamente
casualizado. Submeteram-se os dados coletados à análise de variância e
ao teste F, para comparação de médias. As interações significativas
foram analisadas por contraste de um grau de liberdade utilizando o
t-teste. Empregou-se o programa de análise estatística Statistix
for Windows (1996).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O CR foi influenciado significativamente (P<0,05) pela forma física
da ração nos períodos 1, 2 e 3 e no período total de produção (
Tabela 2),
com maior consumo para as dietas fareladas, provavelmente em
função de as poedeiras não estarem adaptadas às dietas peletizadas. A
partir do período 4, observou-se uma equalização de consumo
entre as duas formas físicas, indicando uma provável adaptação das aves
à peletização. No período 5, pela primeira vez, houve um maior CR,
embora não significativo para as rações peletizadas, reforçando a
hipótese comportamental de que as aves adaptam-se a consumir ração
peletizada.
Não houve interação entre os fatores estudados no período total. No
entanto, no período 2 e no período 5 houve interação entre os fatores
(P<0,019 e P<0,029, respectivamente). O segundo período
experimental foi marcado por uma queda significativa no consumo de
ração das aves com a dieta peletizada (P<0,001), coincidindo com a
oferta de peletes mais íntegros, ao contrário do primeiro período. No
quinto período, houve a inversão de preferência e as aves passaram a
comer mais a dieta peletizada à vontade (P<0,015). Já com as dietas
restritas, não houve diferença significativa entre os consumos das
dietas peletizada e farelada. Nos trabalhos com peletização em frangos
de corte (LECZNIESKI
et al., 2001; MEINERZ
et al.,
2001), observa-se que aves submetidas a dietas peletizadas comem mais,
comportamento esse que está relacionado à facilidade de apreensão do
alimento. NIR
et al. (1994)
afirmam que as aves têm dificuldade em comer alimentos muito maiores ou
muito menores do que o tamanho de seu bico e este fato fica claro em
dietas fareladas que apresentam granulometria muito pequena
(abaixo de 0,5 mm) (RIBEIRO
et al., 2002; DALHKE
et al., 2003). Em poedeiras, a debicagem é um fator extra que poderia exercer influência na apreensão do alimento. ODA
et al. (2000) e PERSYN
et al.
(2004) não encontraram diferenças no consumo entre aves debicadas e não
debicadas, mas observaram que as debicadas gastaram mais tempo para se
alimentar do que as não debicadas, apresentando seletividade ao comer,
o que pode ter sido um fator determinante na demora das poedeiras em se
adaptar à dieta peletizada. Dessa maneira, no presente experimento, não
ficou claro o benefício da peletização no que diz respeito ao aumento
de consumo de ração
Não houve interação significativa entre a forma física e a restrição alimentar sobre o GP acumulado (
Tabela 3).
No entanto, a ração peletizada influenciou positivamente o GP acumulado
em quase todos os períodos, resposta esta que está de acordo com os
dados de VILARIÑO
et al.
(1996), que encontraram um maior GP com ração peletizada. É
interessante notar que, apesar de o CR ter sido maior para as rações
fareladas (à exceção do período 5), as poedeiras responderam
positivamente às dietas peletizadas em GP, indicando que essa forma
física proporcionou maior disponibilidade de energia. Esse dado está de
acordo com o relatado por JENSEN
et al. (1962) e NIR
et al.
(1994), que afirmam que o principal efeito da peletização é a redução
na energia de mantença, aumentando a energia líquida de produção. A
forma peletizada pode, porém, levar a um indesejável aumento de peso
corporal das poedeiras. No entanto, reduções de peso corporal estão
associadas à redução no peso de ovo e, em geral, ao declínio na massa
de ovos produzida. HARMS
et al.
(1981) observaram que o incremento de 100 g no peso corporal de
poedeiras com 28 semanas de idade resultou em 4,5% de incremento no
consumo de ração associado a um aumento no peso e na massa de ovos. No
presente experimento, observou-se que a limitação no ganho de peso das
aves sob restrição alimentar, principalmente nos períodos 4 e 5,
coincidiu com a queda nas respostas de produção (
Tabela 4).
A restrição alimentar resultou em menor ganho de peso das aves
(P<0,001). Mesmo assim, aves com rações peletizadas restritas
ganharam mais peso do que suas companheiras que recebiam rações
fareladas restritas, como pode ser observado na
Tabela 3.
No período 5, as aves restritas entraram em balanço negativo, perdendo
peso, o que se deve principalmente ao consumo de ração farelada.
Na
Tabela 4
estão apresentadas as produções de ovos. Não houve interação
significativa entre a forma física e a restrição alimentar sobre esta
resposta nos diferentes períodos testados. No que diz respeito à
forma física, a PO das aves recebendo ração farelada foi superior
apenas no período 2 (P<0,010), resultado coerente com as respostas
em consumo alimentar e antagônico ao ganho de peso. Nos demais períodos
e no total, as formas físicas não afetaram a PO. Esses resultados
indicam que o ganho de peso foi uma resposta mais fácil de ser afetada
do que a produção de ovos, e que provavelmente as aves direcionaram
nutrientes de reservas corporais para a manutenção da PO.
Nota-se, porém, que no período 5 a PO das aves com ração farelada à
vontade teve uma queda de cinco pontos percentuais, comparada à
das aves com ração peletizada à vontade (90% vs 95% ). Quanto à
restrição alimentar, a PO foi superior em quase todos os períodos de
produção nas aves alimentadas à vontade comparadas àquelas com
restrição alimentar, com uma queda, para estas últimas, no período
total, de 7%. A restrição foi bastante severa, tendo mantido a produção
acima de 80% por apenas dezesseis semanas, ficando abaixo, portanto, do
potencial da linhagem. BELL (1998) citou uma queda de 4% na produção
nas aves que receberam restrição de 7% de alimento. MATSOUKAS
et al.
(1980) registraram uma queda de 5% na produção de ovos com uma
restrição de 10% no consumo de ração. Nenhuma das formas físicas
testadas foi capaz de compensar o efeito da restrição alimentar.
O efeito das dietas sobre a conversão alimentar (kg/kg de ovos) está na
Tabela 5.
Não houve interação significativa entre a forma física e restrição
alimentar. A CA somente foi influenciada estatisticamente pela forma
física no período 3, quando foi melhor para as aves recebendo ração
peletizada (P<0,001). Conversão alimentar é uma medida importante,
já que os benefícios da peletização se baseiam na melhoria da
eficiência alimentar, transformando a energia disponível em maior
produção. O tempo necessário para as aves adaptarem-se à dieta
peletizada, especialmente nos períodos 1 e 2, com diminuição no CR,
pode ser a causa da inobservância dessa vantagem. O fato de as aves com
ração peletizada terem ganho mais peso, e a ausência de efeito na CA,
sugere que os ganhos da peletização não foram direcionados à produção
de ovos e sim a ganhos de tecido corporal.
Quanto à restrição alimentar, a CA foi melhor nas aves que receberam
ração restrita nos períodos 1 e 2. Porém nos períodos 4 e 5 houve uma
inversão: aves com ração à vontade passaram a ter melhor CA. Para o
período total, em função dessas variações, não houve diferença
estatística entre restrição e à vontade. No entanto, a melhor CA das
aves que sofreram restrição alimentar não deve ser interpretada
diretamente como benefício; na prática, esse parâmetro avalia a
conversão de ração em ovos sem considerar as variações de peso corporal
das aves. Consequentemente, parte da eficiência observada é atribuída
ao crescimento reduzido das aves e/ou ao desvio das reservas corporais
para a produção de ovos. Já a piora na CA nos períodos 4 e 5 pode
indicar um esgotamento das reservas nutricionais das aves.
Na
Tabela 6
encontram-se os pesos médios de ovos (PMO). Não houve interação
significativa entre os fatores. Para forma física, somente no período
4, o PMO das aves com ração peletizada foi superior (P< 0,05). A
restrição diminuiu o PMO em quase todos os períodos. Neste experimento,
foram encontrados valores de até 4% a menos no peso dos ovos produzidos
por aves alimentadas com restrição, maiores do que os encontrados por
MATSOUKAS
et al. (1980), que
observaram uma redução de 2,4% no peso, e de MARTIN (1998),
que encontraram 1,3 % de redução de peso dos ovos com os mesmos
10% de restrição alimentar. A restrição alimentar foi prejudicial em
quase todos os períodos.
Com relação à gravidade específica (dados não apresentados), não
ocorreu interação significativa entre a forma física e a restrição
alimentar em nenhum dos períodos de produção. Também não houve efeito
da forma física da ração sobre essa resposta, já que a restrição
alimentar somente influenciou negativamente a GE no período 4
(P<0,04).
Analisando os resultados à luz do consumo de nutrientes, as dietas
fornecidas à vontade, fareladas ou peletizadas, atenderam às exigências
determinadas pelo manual da linhagem e pelo NRC (1994). Apenas no
período 2 houve queda de 5,5% do consumo de energia metabolizável
(EM) nas aves alimentadas com ração peletizada à vontade em
relação às exigências, e isto se refletiu na queda de produção de ovos.
Foi observado que os consumos médios de EM variando de 293 a 318
kcal/dia nas aves alimentadas à vontade tiveram um efeito significativo
sobre o peso final com 44 semanas e sobre o ganho de peso. No entanto,
as aves com restrição alimentar consumiram somente 277 kcal/dia,
podendo esta ser considerada a maior limitação ao desempenho produtivo
desses tratamentos. Os resultados de SAKOMURA
et al.
(1993) com matrizes pesadas e poedeiras de linhagens da Universidade
Federal de Viçosa mostraram que o consumo restrito de energia, variando
de 259 a 268 kcal/dia, entre 37 e 52 semanas, causou uma queda de 3,4%
na produção de ovos em relação ao consumo à vontade.
A restrição alimentar de 10% ao longo dos diferentes períodos de
produção de uma maneira geral significou uma redução de 12% nas
exigências de EM descritas para a linhagem (H & N INTERNATIONAL,
1996). Essa redução foi similar para ambas as formas físicas. Os
efeitos dessa limitação foram cumulativos, visto que, no período 5, a
restrição alimentar provocou uma queda de 16,5% na produção de ovos,
semelhante ao observado por CERNIGLIA
et al. (1984).
No presente experimento, as aves alimentadas à vontade ingeriram 789
mg/ave/dia de aminoácidos sulfurados (AAS). Já as aves que sofreram
restrição alimentar tiveram um consumo de 710 mg/ave/dia desses
aminoácidos. É aceito que a primeira resposta a ser afetada com uma
redução de AAS é o peso de ovos. JENSEN & PENZ Jr. (1990)
evidenciaram que um consumo de 633 mg de AAS promoveu um peso médio de
ovos de 57g. WALDROUP & HELLWIG (1995), avaliando lotes de
poedeiras em quatro períodos de produção, observaram que os consumos
variaram entre 601 e 690 mg/dia de AAS para obtenção de máxima produção
diária, massa e peso de ovos. Portanto, as aves do presente
experimento, mesmo com restrição alimentar, não tiveram restrição em
AAS que justificasse alguma queda de PO.
CONCLUSÕES
A forma física da ração para poedeiras não afeta a produção, o
peso e a gravidade específica dos ovos. Não se recomenda a peletização
de rações para poedeiras de linhagens atuais. Nenhuma das formas
físicas foi capaz de compensar a restrição de consumo imposta às aves.
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Protocolado em: 14 ago. 2007. Aceito em: 19 abr. 2010.