DOI: 10.5216/cab.v14i4.14028
CARACTERÍSTICAS
FÍSICO-QUÍMICAS E CELULARIDADE DO LEITE DE OVELHAS SANTA INÊS EM
DIFERENTES ESTÁGIOS DE LACTAÇÃO
Maiara G Blagitz1, Camila Freitas Batista2, Viviani
Gomes3, Fernando Nogueira de Souza4, Alice Maria
Melville Paiva Della Libera3
1Professora Doutora da Universidade Federal do
Paraná, Palotina, PR, Brasil.
2Pós-Graduanda da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
3Professoras Doutoras da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
4Pós-Graduando da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, MG, Brasil. nogueirasouza@yahoo.com.br
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo
investigar a influência do estágio da lactação sobre as características
físico-químicas e a celularidade do leite em ovelhas da raça Santa Inês.
Desse modo, 143 amostras de leite negativas no exame bacteriológico e sem
alterações na prova da caneca de fundo escuro provenientes de 33 ovelhas
Santa Inês foram utilizadas para determinar a contagem automática e
microscópica de células somáticas, os teores de extrato seco total,
gordura, lactose e proteína. Os resultados do presente estudo apontaram
para aumento da celularidade do leite e dos teores de gordura e proteína e
redução do teor de lactose no final da lactação, embora não tenham sido
observadas alterações no extrato seco total no leite desses animais
durante a lactação. O presente estudo apontou ainda para correlação
significativa entre a contagem automática e a microscópica de células
somáticas (r = 0,80), a porcentagem de leucócitos mononucleares (r =
-0,45), a porcentagem de leucócitos polimorfonucleares (r = 0,45),
os teores de lactose (r = - 0,44), proteína (r = 0,37) e gordura (r =
0,30). No entanto, não se observou correlação significativa entre a CCS
automática e o teor de extrato seco total (r = 0,007).
-------------------------------
PALAVRAS-CHAVE: Contagem de células somáticas; glândula mamária; pequenos
ruminantes; qualidade do leite.
EFFECT OF LACTATION STAGE ON MILK
PHYSICO-CHEMICAL CHARACTERISTICS AND SOMATIC CELL COUNT FROM SANTA INES
EWES
ABSTRACT
The purpose of the present trial was to
investigate the influence of lactation stage on milk cellularity and
physicochemical characteristics. Thus, 143 milk samples from 33 Santa Ines
ewes negative in the bacteriological examination and without any
alteration in the strip cup test were used to determine the automatic and
microscopic somatic cell count (SCC), and the fat, lactose, protein and
total solids content. The results of the present study showed an augment
in the SCC and in the fat and protein content, besides a reduction in
lactose content at the last lactation stage. Otherwise, no alteration was
observed in the total solids content during the lactation period. This
study pointed out to a significant correlation between the automatic SCC
and the microscopic SCC (r = 0.80), percentage of polymorphonuclear
leukocytes (r = 0.45), percentage of mononuclear leukocytes (r = -0.45),
lactose (r = - 0.44), protein (r = 0.37) and fat (r = 0.30) content.
Nevertheless, significant correlation between the automatic SCC and the
total solids content was not observed.
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KEYWORDS: Mammary gland; milk quality; small ruminants; somatic cell
count.
INTRODUÇÃO
A ovinocultura brasileira está em
ascensão, contando com um rebanho de mais de 17 milhões de animais
(RESENDE et al., 2010). O leite de ovelhas difere do das demais espécies
especialmente pela riqueza dos constituintes, e sua composição ser
influenciada pelo ambiente, raça, idade da ovelha, estágio de lactação,
manejo de ordenha, estado sanitário e nutrição (QUEIROZ et al., 2009). No
entanto, em pequenos ruminantes, um dos fatores fisiológicos que
mais contribuem para as alterações na composição do leite é o estágio da
lactação (ALBENZIO et al., 2004; SEVI et al., 2004).
As enfermidades das glândulas mamárias de ovinos e caprinos são pouco
conhecidas quando comparadas com as dos bovinos. Essa ausência de
informações na literatura não significa que sejam menos importantes, mas,
sim, que essas espécies ainda são pouco estudadas. Para os animais
leiteiros, a mastite acarreta perdas na produtividade e na produção de
seus derivados. Para os animais destinados ao corte, a mastite ocasiona
baixa produção de leite da mãe e, consequentemente, baixo ganho de peso
dos cordeiros. Deste modo, a importância da mastite na ovinocultura está
relacionada com aspectos econômicos e higiênicos (BERGONIER et al., 2003).
O leite ovino é raramente consumido in
natura, ele apresenta excelente rendimento para a fabricação de
queijos, devido ao alto teor de gordura em sua composição. O iogurte é
mais leve e mais nutritivo que o produzido a partir do leite de vaca e
também é indicado como alimento especial para crianças com intolerância ao
leite bovino (DE OLIVEIRA, 2006). Nesse contexto, os fatores que
influenciam a qualidade do leite de ovinos têm recebido grande atenção nos
últimos anos.
Um dos meios muito utilizados para o diagnóstico de mastite bovina é a
contagem de células somáticas (CCS). Contudo, nos pequenos ruminantes,
apesar da eficiência da CCS na identificação de processos inflamatórios,
diante de alguns fatores, seus resultados tornam-se vulneráveis. A CCS
pode ser influenciada por fatores fisiológicos, como estresse, fase da
lactação, idade da fêmea (BOSCOS et al., 1996; CONTRERAS et al., 1996;
LAFI et al., 1998; SEVI, et al., 2000; PAAPE et al., 2001; ALBENZIO et
al., 2003; LEITNER et al., 2003; BERGONIER et al., 2003; BIANCHI et al.,
2004; GONZALO et al., 2004; ANDERSON et al., 2005), número de lactações,
frações do leite, raças, estados nutricionais (GONZÁLEZ-RODRÍGUEZ et al.,
1995; PAAPE et al., 2001; BERGONIER et al., 2003; FTHENAKIS et al., 2004;
ANDERSON et al., 2005) e por fatores patológicos como a infecção
intra-mamária (CONTREAS et al., 1996; KIRK et al., 1996; BURRIEL, 2000;
PAAPE et al., 2001; BERGONIER et al., 2003). A influência de fatores
fisiológicos na CCS é menos significante do que a de fatores patológicos
(CUCCURU et al., 1997).
A CCS pode ser avaliada pela contagem automática e pela contagem
microscópica. Para a CCS automática, é necessário que as amostras de leite
sejam enviadas em frascos próprios e imersas em conservantes ideais para
laboratórios especializados e credenciados pelo Ministério da Agricultura
e Abastecimento. Para a CCS microscópica, é necessário apenas o
conhecimento de colorações mais adequadas para a secreção láctea da
espécie a ser avaliada (PENGOV, 2001). Alterações na composição láctea
também são indicativas de mastite (AULDIST et al., 1995). A amplitude
dessas alterações está subordinada à patogenicidade do agente etiológico
envolvido e à área tecidual afetada (PYÖRALLÄ, 2003). As principais
alterações na mama incluem a passagem de íons, proteínas e enzimas do
sangue para o leite devido ao aumento da permeabilidade, invasão de
fagócitos e redução da capacidade de síntese láctea da glândula (MCDOUGALL
et al., 2001; McCARTHY et al., 2009). Alguns componentes são mais
marcantes que outros, podendo ser utilizados como ferramenta para a
detecção do processo inflamatório (PYÖRALLÄ, 2003).
Porém, apesar do vasto conhecimento sobre ruminantes, particularmente
bovinos, grande parte das informações disponíveis para ovinos encontra-se
nos países mediterrâneos, sendo, em sua maioria, sobre raças
especializadas para a produção de leite. Desse modo, essas informações são
pouco disponíveis para ovinos não especializados para a produção de leite
e criados em sistemas extensivos e semi-extensivos como os da raça Santa
Inês, que apresenta expressivo aumento populacional no país. Ovinos da
raça Bergamácia, de potencial leiteiro, participaram da formação da raça
Santa Inês, proporcionando produção de leite similar às raças
especializadas como a Lacaune, Awassi e East Friesian (RIBEIRO et al.,
2007).
Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi investigar a influência
do estágio da lactação sobre as características físico-químicas e da
celularidade do leite em ovelhas da raça Santa Inês.
MATERIAL E MÉTODOS
No presente estudo, objetivando-se
avaliar a influência da fase da lactação sobre as características
físico-químicas e a celularidade do leite, foram incluídas apenas as
amostras negativas no exame bacteriológico e sem alterações na prova de
fundo escuro. Dessa forma, foram avaliadas 143 amostras de leite
proveniente de 33 ovelhas da raça Santa Inês, divididas de acordo com a
fase da lactação, a saber: amostras entre o terceiro e o 30° dia após o
parto (fase 1) (n = 49), entre o 31° e o 60° após o parto (fase 2) (n =
47), entre o 61° e o 90° dia após o parto (fase 3) (n = 32), e acima de 90
dias de lactação (fase 4) (n = 15). Alguns animais morreram ou foram
vendidos pelos proprietários.
As amostras de leite, após o descarte dos primeiros jatos e a devida
assepsia, foram coletadas e destinadas para o exame bacteriológico
conforme as recomendações do National Mastistis Council (HARMON et al.,
1990), determinação dos teores de gordura, lactose, proteína e extrato
seco total e contagem microscópica e automática de células somáticas.
As amostras de leite destinadas ao exame bacteriológico foram semeadas em
placas de Petri contendo ágar-sangue de carneiro (5%) e incubadas a 37 °C
por 72 horas, e a leitura foi realizada a cada 24 horas, como
recomendado por OLIVER et al. (2004). Essas amostras de leite foram também
encaminhadas ao Laboratório de Qualidade de Leite credenciado ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz” para a determinação dos teores de gordura,
lactose, proteína e extrato seco total.
As amostras de leite destinadas à contagem automática de células somáticas
foram acondicionadas em frasco plástico contendo 8 mg de Bronopol
(2-bromo-2-nitropropano-1-3, diol) e 0,3 mg do antifúngico natamicina. A
CCS automática foi realizada por contador automático de células somáticas
pelo método fossomático no Laboratório de Qualidade de Leite credenciado
ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Escola Superior
de Agricultura “Luiz de Queiroz”.
Para determinação da contagem microscόpica direta de células somáticas, 10
μL de leite foram distribuídos em 1 cm². A coloração foi realizada
utilizando-se o corante Broadhurst-Palley (BP) (azul de metileno e
fucsina) e, posteriormente, as lâminas foram fixadas por 10 minutos como
descrito por PAAPE et al. (2001). Efetuou-se a contagem leucocitária em
cem campos visuais das lâminas confeccionadas usando-se objetiva de
imersão e multiplicou-se esse valor pelo fator microscόpico previamente
calculado (PAAPE et al., 2001). Foram diferenciados os leucócitos
mononucleares dos polimorfonucleares.
A distribuição de Gaussian foi verificada pelo teste de Kolmogorov e
Smirnov. Posteriormente, os dados com distribuição paramétrica foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) para verificação das diferenças
entre os grupos. Quando houve diferença significativa, procedeu-se o teste
de Tukey-Kramer para comparações múltiplas entre as médias. Para os dados
com distribuição não paramétrica, o teste de Kruskall-Wallis foi
utilizado. A correlação de Spearman foi aplicada para determinação da
correlação entre a contagem automática de células somáticas e a contagem
microscópica de células somáticas, a porcentagem de leucócitos
polimorfonucleares e mononucleares e os teores de lactose e proteína. A
correlação de Pearson foi utilizada para verificação da correlação entre a
contagem automática de células somáticas e os teores de gordura e extrato
seco total. A análise estatística foi realizada utilizando-se o programa
GraphPad Prisma 5.0 software (GraphPad Software, Inc., San Diego, CA,
USA).
RESULTADOS
Os resultados do presente estudo
apontaram para maior teor de gordura (P=0,0035) na última fase da lactação
comparada às outras fases. Observou-se também maior teor de proteína
(P=0,0065) e menor teor de lactose (P=0,0066) na última fase da lactação
em relação à primeira e segunda fases. No entanto, não foram observadas
alterações no conteúdo de extrato seco total durante a lactação (P=0,62) (
Tabela 1).
O presente estudo demonstrou maior contagem automática de células
somáticas na última fase da lactação (155.000 – 12.582.000 células/mL) em
comparação à primeira (8.000 – 6.144.000 células/mL) e à segunda fases da
lactação (12.000 – 7.359.000 células/mL) (P=0,03). Do mesmo modo,
observou-se maior contagem microscópica de células somáticas após 90 dias
de lactação (558.378 – 6.080.000 células/mL) em relação à primeira (10.723
– 5.917.000 células/mL) e à segunda (46.423 – 3.464.000 células/mL) fases
da lactação (P=0,004). Por outro lado, não foram observadas diferenças na
porcentagem de leucócitos polimorfonucleares e mononucleares (P=0,79) nas
distintas fases da lactação.
O presente estudo apontou uma correlação significativa entre a contagem
automática e microscópica de células somáticas (r = 0,80, P<0,0001), a
porcentagem de leucócitos mononucleares (r = -0,45; P<0,0001), a
porcentagem de leucócitos polimorfonucleares (r = 0,45; P<0,0001) e os
teores de lactose (r = - 0,44; P<0,0001), proteína (r = 0,37;
P<0,0001) e gordura (r = 0,30; P=0,0003). No entanto, não se observou
correlação significativa entre a CCS automática e o teor de extrato seco
total (r = 0,007; P=0,93).
Observou-se também correlação significativa entre os dias em lactação e a
contagem automática de células somáticas (r = 0,18, P=0,03) e a contagem
microscópica de células somáticas (r = 0,20; P=0,018), a porcentagem de
leucócitos mononucleares (r = -0,06; P=0,50), a porcentagem de leucócitos
polimorfonucleares (r = 0,06; P=0,50), os teores de lactose (r = - 0,29;
P=0,0004), proteína (r = 0,25; P=0,0026) e gordura (r = 0,23; P=0,0047).
No entanto, não se observou correlação significativa entre os dias em
lactação e o teor de extrato seco total (r = -0,006; P=0,45).
A influência da fase da lactação sobre as características físico-químicas
e a celularidade do leite tem sido alvo de vários estudos em pequenos
ruminantes. Quando comparadas as amostras de leite de ovelhas com as
amostras de leite de vacas, pode-se dizer que as amostras de leite de
ovelhas apresentam maior percentagem de gordura, de proteína e menor
percentagem de lactose do que as amostras de leite de vacas (JANDAL,
1996). Em pesquisa com ovelhas da raça Santa Inês criadas em sistema
semi-intensivo no Sergipe, OLIVEIRA (2006) observou aumento do teor de
gordura e proteína e redução da lactose com o decorrer da lactação, como
encontrado no presente estudo. Similarmente, SNOWDER & GLIMP (1991)
também relataram queda no teor de lactose a partir do 28° dia de lactação.
Já McCARTHY et al. (2009) observaram diferenças na composição láctea
relacionadas com as espécies. Esses autores compararam raças Landrace,
Dorset, Rambouillet, Landrace com Dorset e Barbados Blackybelly com Dorset
e observaram que as amostras de leite das ovelhas Landrace apresentaram
maior quantidade de proteína e menor percentagem de gordura do que as
amostras de leite das ovelhas de outras raças. As ovelhas Landrace e
Dorset apresentaram maiores quantidades de lactose e de gordura do que as
ovelhas de outras raças.
Os dados do presente estudo também corroboram com os achados de BIANCHI et
al. (2004), ALBENZIO et al. (2004) e ALBENZIO et al. (2005), que relataram
decréscimo do teor de lactose e aumento dos teores de proteína e gordura
com o decorrer da lactação. Do mesmo modo, BRITO et al. (2006) observaram
aumento progressivo do teor de proteína e gordura com o avanço da lactação
em ovelhas da raça Lacaune, sendo que o maior teor de lactose coincidiu
com o pico da lactação (30 dias de lactação). Considerando-se a
celularidade do leite, observou-se aumento da CCS no final da lactação,
corroborando os achados de GONZALO et al. (1994) e BRITO et al. (2006), o
que sugere que o aumento da celularidade no final da lactação está
relacionado com a maior resistência a infecções intramamárias neste
período (BLAGITZ et al., 2008; BLAGITZ et al., 2012; SOUZA et al., 2012).
O aumento no teor de gordura e proteína e na CCS pode ser explicado,
pelo menos em parte, pelo fator de diluição, demonstrado pelo padrão
inverso entre o volume de leite produzido ao longo da lactação e o teor
desses constituintes do leite, em contraste com a redução do teor de
lactose que regula a produção de leite (FERREIRA et al., 2011).
CUNHA et al. (2008), trabalhando com vacas holandesas, observaram que
quanto maior a quantidade de lactações e a celularidade, menor é a
percentagem de proteína e quanto menor a quantidade de lactação e de
celularidade, maior é a percentagem de gordura.
Os teores de lactose encontrados no presente estudo até os 90 dias de
lactação são similares aos encontrados por SNOWDER & GLIMP (1991) e
SEVI et al. (2004), porém são inferiores aos descritos por BRITO et al.
(2006). Em relação ao extrato seco total, os valores encontrados neste
estudo foram similares aos descritos por BRITO et al. (2006) e RIBEIRO et
al. (2007), que encontraram valores médios de 16,25% e 16,18%,
respectivamente; no entanto, os valores de proteína e gordura foram
superiores aos descritos por BRITO et al. (2006) e RIBEIRO et al. (2007).
Essas diferenças provavelmente devem-se à menor produção de leite dos
animais utilizados no presente estudo considerando a raça e o
sistema de criação, em relação, por exemplo, à raça Lacaune
utilizada por BRITO et al. (2006) criadas em sistema intensivo, já que há
uma correlação negativa entre a produção de leite e as características
físico-químicas do leite (DE SÁ et al., 2005; FERREIRA et al., 2011). No
entanto, os resultados encontrados no presente estudo são similares aos
descritos por GONZALO et al. (1994) e BIANCHI et al. (2004).
Os valores da CCS observados no presente trabalho foram superiores aos
descritos por DE SÁ et al. (2005), para ovelhas da raça Bergamácia, e
BRITO et al. (2006), para ovinos da raça Lacaune, e inferiores aos valores
encontradas por FTHENAKIS et al. (1996), para ovelhas das raças
Welsh-Mountain, Dorset-Horn e Chios. Salienta-se que, embora as amostras
positivas no exame bacteriológico tenham sido excluídas do presente
estudo, a alta celularidade encontrada em algumas amostras (ex. CCS > 1
x 10
6 células/mL) aponta para a possibilidade de inclusão de
amostras provenientes de mamas infectadas, principalmente ao se considerar
os valores de corte propostos para identificação de processos
inflamatórios e/ou infecciosos da glândula mamária em ovelhas da raça
Santa Inês (5 x 10
5 células/mL) (NUNES et al., 2008; SOUZA et
al., 2012), apesar de a fase da lactação não infuenciar a ocorrência de
novas infecções intramamárias (BLAGITZ et al., 2012).
Inúmeros estudos têm demonstrado que o aumento na CCS está associado com
mudanças na composição do leite, que estão relacionadas com a redução da
síntese de constituintes do leite (ex. lactose) (RAYNAL-LJUTOVAC et al.,
2007), como encontrado no presente estudo. Dessa forma, é amplamente
aceito que o aumento da celularidade do leite está associado à redução na
concentração de lactose (RAYNAL-LJUTOVAC et al., 2007). Entretanto, o
conteúdo de extrato seco total pode se apresentar sem alterações, como
encontrado no presente estudo (RAYNAL-LJUTOVAC et al., 2007) ou menor
(JAEGGI et al., 2003) com o aumento da celularidade. Tal fato deve-se
provavelmente ao aumento da concentração de minerais como o sódio e o
cloro (RAYNAL-LJUTOVAC et al., 2007) na tentativa de manter a osmolaridade
do leite devido à redução no conteúdo de lactose.
A concentração total de proteínas apresenta resultados discordantes, sendo
algumas vezes descrito aumento, como encontrado no presente estudo
(BIANCHI et al., 2004), redução ou até mesmo nenhuma alteração
(RAYNAL-LJUTOVAC et al., 2007) com o aumento da celularidade do leite.
Neste contexto, RAYNAL-LJUTOVAC et al. (2007) relataram redução da
porcentagem de β-lactoglobulina, enquanto que as concentrações de albumina
sérica e imunoglobulinas aumentaram. Assim, é esperado que o aumento de
proteínas séricas (ALBENZIO et al., 2004) possa levar ao aumento da
concentração de proteínas verdadeiras e a menor concentração de caseína é
decorrente da menor síntese, expressa como porcentagem da proteína
verdadeira (RAYNAL-LJUTOVAC et al., 2007).
No presente trabalho, diferentemente do relatado por DE OLIVEIRA (2006),
observou-se aumento do teor de gordura com o aumento da celularidade do
leite. Isso, provavelmente, está associado à menor produção de leite com o
avanço da lactação, o que acarretaria maior celularidade e maior teor de
gordura do leite. Enfatiza-se que, embora a redução de síntese de gordura
pareça lógica devido ao aumento da celularidade, no caso, como foram
excluídas as amostras positivas no exame bacteriológico, o efeito do
aumento da celularidade decorrente da mastite tornou-se imperceptível.
Dessa forma, acredita-se que as correlações entre a celularidade do leite
e as características físico-químicas do leite encontradas no presente
estudo devem-se principalmente a alterações da produção de leite com o
avanço da lactação.
Dentre os métodos de contagem automática de células somáticas, a CCS
baseada em citometria de fluxo, utilizada no presente estudo, tem
apresentado resultados interessantes. Isso se deve à utilização do brometo
de etídio que se liga ao ácido desoxiribonucléico no núcleo celular
(GONZALO et al., 2004). Esse método quantifica as células epiteliais e os
leucόcitos, não enumerando os corpúsculos citoplasmáticos. Ademais, a
rapidez, a repetibilidade e o custo viabilizam o uso dessa metodologia
(GONZALO et al., 2003; GONZALO et al., 2004). Assim, altas correlações
entre a CCS microscόpica e a CCS automática, baseada na citometria de
fluxo, têm sido reportadas para a espécie ovina (GONZALO et al., 2003),
apesar de serem descritas variações metodológicas na contagem de células
somáticas do leite de ovelhas devido à presença de corpúsculos
citoplasmáticos no leite dessa espécie (BLAGITZ et al., 2013).
Além disso, outro fato que deve ser considerado no presente trabalho é a
duração da lactação. Observou-se que a duração da lactação nas ovelhas da
raça Santa Inês criadas em sistemas semi-intensivos e extensivos foi
inferior à das raças especializadas, considerado-se os dados de estudos
anteriores (BRITO et al., 2006; CASTILLO et al., 2009), que relataram
períodos superiores a 120 dias de lactação. No presente estudo, grande
parte dos cordeiros foram desmamados naturalmente por volta dos 45 dias de
idade, embora algumas ovelhas tenham amamentado até os 120 dias de
lactação.
CONCLUSÃO
A fase da lactação foi responsável por
alterações no teor de gordura, lactose e proteína e na celularidade do
leite, embora não tenha sido observada alteração no teor de extrato seco
total no leite de ovelhas da raça Santa Inês no final da lactação. O
presente estudo apontou ainda para aumento dos teores de proteína e
gordura no leite e redução do teor de lactose com o aumento da contagem da
celularidade nas metades mamárias de ovelhas da raça Santa Inês negativas
no exame microbiológico e sem alterações na prova de fundo escuro; no
entanto, alterações no teor de extrato seco total não foram associadas a
celularidade do leite.
AGRADECIMENTOS
Parte integrante do Projeto no 03/08582-7 financiado pela Fundação de Amparo
a Pesquisa do Estado de São Paulo.
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Protocolado em: 25 abr. 2011.
Aceito em: 17 set. 2013.