SOROPREVALENCIA DE LEPTOSPIROSE EM BOVINOS NAS MESORREGIÕES SUDESTE E
SUDOESTE DO ESTADO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.
Geder Paulo
Herrmann1, Rogério Oliveira Rodrigues2, Gustavo Machado3,
Andrey Pereira Lage4, Elvio Carlos Moreira4, Rômulo
Cerqueira Leite.4
RESUMO
Foram
determinadas por estudo de soroprevalência as aglutininas anti-Leptospira spp.
em 1360 amostras de soros de bovinos clinicamente sadios e em idade
reprodutiva, sem histórico de vacinação, com mais de três anos de idade,
criados extensivamente em 136 estabelecimentos de 18 municípios, sendo 10 na
Mesorregião Sudeste e oito na Mesorregião Sudoeste do Estado do Rio Grande do
Sul, Brasil. Os soros foram testados pela técnica de aglutinação microscópica.
Das 1360 amostras de soro testadas, 527 (38,75%) foram reagentes e os títulos
de aglutininas anti-Leptospira spp. variaram de 100 a 3200. As prevalências
encontradas foram Hardjo amostra norma 396 (29,12%), Hebdomadis 30 (2,21%),
Wolffi 21 (1,54%), Grippotyphosa 16 (1,18%), Pomona 15 (1,10%), Bratislava 12
(0,88%), Tarassovi 9 ( 0,44%), Sejroe 8 (0,59%), Pyrogenes 7 (0,51%),
Autumnalis 6 (0,44%), Fortbragg 4 (0,29%), Australis 2 (0,15%)
Icterohaemorrhagiae 1 (0,07%), Sentot 0, Castellonis 0, Canicola 0, Mini
Szwajizak 0. Os resultados indicam que a Leptospira Hardjoprajitino amostra
norma está disseminada na maioria das fazendas que criam bovinos extensivamente
nas Mesorregiões Sudeste e Sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul.
PALAVRAS
CHAVES: Leptospira; bovinocultura; doença; distribuição.
SEROPREVALENCE OF LEPTOSPIROSIS IN CATTLE IN
THE SOUTHEAST AND SOUTHWEST REGIONS OF THE STATE OF RIO GRANDE DO SUL, BRAZIL
ABSTRACT
The presence of
anti-leptospira spp. aglutinins in 1360 bovine serum samples was determined in
clinically healthy animals from different breeds, at more than three years old.
Cattle were raised in intensive systems on 136 farms of 18 counties, 10 located
in the southeast Mesoregion and 8 in the southwest Mesoregion of Rio Grande do
Sul state, Brazil, from January to March 1999. The sera were tested by the Microscopic
Agglutination Technique, and the titles of anti-Leptospira spp. Agglutinins
varied from 100 to 3200. In 1360 samples tested 527 (38.75%) were positive. The
prevalence of seroreactors to the different serovars was: Hardjo norma 396
(29.12%), Hebdomadis 30 (2.21%), Wolffi 21 (1.54%), Grippotyphosa 16 (1.18%),
Pomona 15 (1.10%), Bratislava 12 (0.88%), Tarassovi 9 (0.44%), Sejroe 8
(0.59%), Pyrogenes 7 (0.51%), Autumnalis 6 (0.44%), Fortbragg 4 (0.29%),
Australis 2 (0.15%) Icterohaemorrhagiae 1 (0.07%), Sentot 0, Castellonis 0,
Canicola 0, Mini Szwajizak 0. The serovar Hardjoprajitino strain norma was the
most disseminated in bovine breeds in Southeast and Southwest Mesoregions of
Rio Grande do Sul State, Brazil.
KEYWORDS: Leptospira; cattle raising; disease; distribution.
INTRODUÇÃO
As Leptospiroses são responsáveis pela infecção
nos animais domésticos e em humanos. Recentemente foram reclassificadas em 13
espécies patogênicas de Leptospiras: L. alexanderi, L. alstonii, L. borgpetersenii, L. inadai, L. interrogans,
L. fainei,
L.
kirschneri, L. licerasiae, L. noguchi, L. santarosai, L. terpstrae, L. weilii e L. wolffi, distribuídas em mais de
260 sorovariedades agrupadas em 23 sorogrupos (ADLER & DE LA PEÑA
MOCTEZUMA, 2010).
As leptospiras patogênicas são agentes etiológicos
de importância zoonótica e já foram descritas em uma grande variedade de
animais domésticos e selvagens que adquirem naturalmente a infecção; no
entanto, um pequeno número de animais manifesta a doença. Elas são responsáveis
por elevados prejuízos para a pecuária, estando relacionados direta ou
indiretamente às perdas em decorrência dos problemas reprodutivos, como
abortamentos, natimortalidade e nascimento de bezerros fracos (ELLIS, 1984).
O sorovar Hardjo é o mais frequentemente encontrado
na espécie bovina, considerada hospedeira primária de manutenção. Dois tipos de
sorovariedade Hardjo sorologicamente idênticos, mas geneticamente distintos,
são aceitos: Leptospira interrogans
sorovar Hardjo tipo Hardjoprajitno e Leptospira borgpetersenii sorovar Hardjo tipo Hardjobovis. No
Brasil, inquéritos sorológicos feitos por VASCONCELOS et al. (1997) em bovinos
demonstraram a distribuição de Leptospira
spp. em vários Estados Brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul, os autores
encontraram, em 440 soros analisados, 309 (70,22%) animais positivos para
diferentes sorovariedades.
BROD et al. (1995) realizaram estudo de
prevalência, na região Sul do Rio Grande do Sul e testaram 3.265 soros bovinos sem amostragem
probalistísca. Os autores encontraram 41,49% de soros reagentes, originários de
282 propriedades estudadas e comprovaram que as Leptospiras ssp. estão amplamente disseminadas nas Mesorregiões
Sudeste e Sudoeste do Sul do Estado do Rio Grande do Sul.
Existem diversos relatos de produtores sobre
problemas reprodutivos nas vacas, não se encontrando na literatura técnica e
científica registros de trabalhos sobre a importância do provável papel da
leptospirose em bovinos de corte criados extensivamente nas Mesorregiões
Sudeste e Sudoeste do RS.
O presente estudo teve como objetivo determinar a
soroprevalência de aglutininas anti-Leptospira spp. em bovinos de corte criados
extensivamente nas Mesorregiões Sudoeste e Sudeste Rio-Grandense no período de
janeiro a março de 1999.
Para determinar a soroprevalência de aglutininas
anti-Leptospira spp. (Tabela 1),
utilizou-se modelo amostral preconizado pelo Centro Panamericano de Zoonoses
(CEPANZO,1979), calculando-se a prevalência esperada em 12%, erro amostral de
15% e grau de confiança de 95% (α=1,96). O número amostral calculado segundo
essa metodologia foi de 1252 animais, tendo sido aumentada em 30%, totalizando
1628 (1630) bovinos, em 163 estabelecimentos. Selecionaram-se aleatoriamente
50% dos municípios das duas Mesorregiões do estudo, resultando em 10 municípios
na Mesorregião Sudoeste e oito na Sudeste (Tabela 1).
A população de bovinos dos municípios selecionados
foi obtida dos arquivos do censo agropecuário do ano de 1996 (IBGE, 1998). Para
obter o número de fazendas a serem amostradas e os municípios selecionados, foi
feita a divisão do total de bovinos criados nos 18 municípios (2.806.696) por
163 propriedades, resultando, dessa forma, em intervalo amostral de 17.218 mil
animais em cada município estudado. Em virtude da população de bovinos ser
muito diferenciada entre os municípios estudados, a soroprevalência foi
calculada ponderando-se os valores (BENNET et al.,1991).
A população bovina dos municípios selecionados foi
ordenada de forma crescente (Tabela 1) e o intervalo amostral de 29.400 animais
foi aplicado também naqueles municípios escolhidos com população bovina com
intervalo amostral inferior, onde também foi sorteado um estabelecimento. Os
estabelecimentos amostrados foram sorteados, em cada município, a partir dos
registros nos arquivos das Inspetorias Veterinárias e Zootecnia da Secretaria
da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Estado do Rio Grande do Sul.
Por motivos de logística, não foi possível coletar
sangue dos 320 bovinos, no Município de
Santana do Livramento, foram coletados somente de 140 bovinos de 14
estabelecimentos, conforme o que tinha sido determinado no delineamento
experimental.
Todos os bovinos foram sorteados ao acaso e possuíam
mais de três anos de idade, além disso, no momento da coleta, estavam
clinicamente sadios e sem registros de histórico de doenças interferindo na
reprodução e não haviam sido submetidos à vacinação contra leptospirose bovina.
As amostras de sangue foram obtidas por venopunção
coccígea. Os soros obtidos foram congelados a -20ºC e transportados em gelo
para o Laboratório de Zoonoses do Departamento de Medicina Veterinária
Preventiva da UFMG, onde foram conservados até a realização dos testes.
Foi utilizada como antígeno uma bateria de
Leptospira spp. formada por 17 amostras representando 17 sorovariedades (Tabela
2) cultivadas em meio de EMJH, por sete dias de incubação a 27ºC, contendo
aproximadamente 2 x 108 bactérias/mL livres de
contaminantes e de auto-aglutinação. A escolha da bateria de antígenos foi
feita a partir dos registros dos estudos sorológicos em bovinos realizados por
diferentes autores no Brasil e acrescido das sorovariedades mais prevalentes.
Os testes sorológicos foram realizados pela técnica
de soroaglutinação microscópica (SAM) segundo COLE et al., (1973), modificada
no tempo de incubação para 60 minutos. As leituras das reações foram feitas
diretamente em microplaca de 96 cavidades utilizando-se microscópio equipado
com condensador seco de campo escuro (Zeiss®).
Os soros foram testados a partir da diluição de 100, sendo considerados
positivos aqueles que apresentaram 50% ou mais de aglutinação e os positivos
foram diluídos na base 2 até determinação do título final .
RESULTADOS
Das 1360 amostras de soro testadas, 527 (38,75%)
(IC 95% 0,18 – 0,25) apresentaram títulos de anticorpos superiores a 100, para
os sorovares Hardjoprajitino amostra norma 396 (29,12%), Hebdomadis 30 (2,21%),
Wolffi 21 (1,54%), Grippotyphosa 16 (1,18%), Pomona 15 (1,10%), Bratislava 12
(0,88%), Tarassovi 9 (0,66%), Sejroe 8 (0,59%), Pyrogenes 7 (0,51%), Autumnalis
6 (0,44%), Fortbragg 4 (0,29%), Australis 2 (0,15%), Iicterohaemorrhagiae 1
(0,07%), Sentot 0, Castellonis 0, Canicola 0, Mini szwajizak 0 (Tabela 3).
O sorovar Hardjo (Hardjoprajitino amostra norma)
foi o mais prevalente representando 396 (29,12%) reações positivas nos bovinos das
duas Mesorregiões. O sorovar Hebdomadis 30 (2,21%) apresentou a segunda maior
frequência de reatividade e o sorovar Wolffi foi encontrado em terceiro lugar,
apresentando 17 (1,54%) reações. Os demais sorovares apresentaram as seguintes
frequências: Grippotyphosa (1,18%), Pomona (1,10%), Bratislava (0,88%),
Tarassovi (0,66%), Sejroe (0,59%), Pyrogenes (0,51%), Autumnalis (0,44%),
Fortbragg (0,29%), Australis (0,15%), Icterohaemorrhagiae (0,07%), não tendo
sido encontrados animais reagentes para Castellonis, Canicola, Sentot e Mini
Szwajizak (Tabela 3).
DISCUSSÃO
As
mesorregiões Sudeste e Sudoeste representam rebanho estimado em cinco milhões
de cabeças, cerca de 50% da população de bovinos do Rio Grande do Sul (IBGE,
1998), caracterizada por rebanhos de corte. Foram encontradas em 527 amostras
reagentes com prevalência de 38,75%, resultados inferiores aos descritos por
VASCONCELLOS et al. (1997), que encontraram 309/440 (70,22%) somente para o
sorovar Hardjo. Essa maior soro-reatividade provavelmente se deve ao fato de
que a amostragem utilizada por esses autores representou rebanhos com
transtornos reprodutivos, diferente do representado neste trabalho, que
realizou amostragem probabilística em bovinos com mais de três anos de idade e
que não apresentavam transtornos reprodutivos e não recebiam vacina anti-leptospirose.
BROD
et al. (1995), no sul do Estado do Rio Grande do Sul, avaliaram 1851 soros de
bovinos de corte distribuídos em 69
propriedades, 56 unidades produtivas (81,16%) e apresentaram animais reagentes
a pelo menos uma variante sorológica, com predominância de Hardjo (85,25%) e
Wolffi (6,62%). Embora existam algumas similaridades nos resultados desse
trabalho com os encontrados neste estudo e outros em diferentes Estados no
Brasil, eles não podem ser comparáveis, visto que em vários deles não foram aplicados
métodos de amostragem probabilística, como foi o que ocorreu nos achados em
rebanhos do sul do Rio Grande do Sul, com e sem suspeita clínica de
leptospirose.
O
resultado deste estudo concordou com os achados de LILENBAUM & SANTOS
(1996), que testaram 405 vacas de diferentes regiões do Rio de Janeiro e
encontraram 68,00% de positividade e que pelo menos reagiram positivamente a
sorovariedade Hardjo (21,00)% Wolffi
(14,00%) e com os de VASCONCELLOS et
al. (1997) que, nos Estados de
SP, MG, PR, RJ, RS e MS., testaram 2449/1480 (60,43%); concorda ainda
com os resultados descritos por FAVERO et al. (2001) que estudaram, no período
de 1994 a 1997, 2451 soros de bovinos de
54 municípios do RS e encontraram uma frequência de (28,90%), desses
40,40% Hardjo e 8,90% Wolffi.
OLIVEIRA et al. (2010) estudaram na Bahia 10.822 soros de bovinos e
encontraram uma prevalência de (14,95%)
para o sorovar Hardjo, a segunda mais frequente, e atribuiuram essa
discrepância a fatores metodológicos como ponto de corte, modalidade de teste e
coleção de antígenos empregada.
Além
da presença do sorovar Hardjo (Hardjoprajitno), foram detectadas aglutininas
anti-leptospiras sorovariedades Hebdomadis e Wolffi, cuja transmissão
usualmente ocorre entre bovinos por meio de contato direto ou indireto.
Infecções acidentais por outras sorovariedades poderiam estar ocorrendo e sua
transmissão indireta estaria associada ao contato com o meio ambiente
contaminado por leptospiras oriundas de espécies silvestres ou de outras
espécies domésticas (PELEGRIN et al.,1999)
No
presente trabalho, o sorovar Wolffi apresentou 1,54% (21) reações, a terceira
mais prevalente; no entanto, há discordância em relação aos achados de ROSA et al. (1969/70) e de MOREIRA et al. (1979) que encontraram a
predominância do sorovar Wolffi,
respectivamente, em São Paulo e Minas Gerais. Acredita-se que esse resultado
seja devido à não inclusão do sorovar Hardjo na coleção de antígenos empregada.
Isso também já havia sido constatado por HERRMANN et al. (2004) no rebanho de
ovinos das mesorregiões Sudeste e Sudoeste do RS.
Os
resultados encontrados no presente trabalho confirmam achados anteriores em
levantamentos pontuais realizados no pantanal sul mato-grossense (PELLEGRIN et
al., 1992; PELLEGRIN et al., 1994), onde a sorovariedade Hardjo também foi a
mais observada, seguida pela sorovariedade Wolffi. É muito provável, portanto, que as reações encontradas
para a sorovariedade Wolffi, na
verdade, sejam reações cruzadas com a sorovariedade hardjo.
Com
relação à baixa frequência de outras sorovariedades, é necessário salientar
que, apesar da estreita associação entre as populações de bovinos e ovinos,
somente as sorovariedades que tipicamente infectam bovinos foram mais
frequentemente observadas nessas regiões, sendo, com certeza, as que mais
circulam dentro dessa população, o que tinha sido confirmado em estudo
epidemiológico na população de ovinos dessa mesma região por HERRMANN et. al.,
(2004).
A
presença de anticorpos anti-Leptospira
spp. em 17 dos 18 municípios estudados indica a ampla disseminação dessa
bactéria nas duas Mesorregiões pesquisadas, determinando a importância que esse
agente pode representar na sanidade da bovinocultura de corte criada
extensivamente na população alvo do estudo. Essas mesmas observações foram
feitas por OLIVEIRA et al. (2009), que confirmaram a hipótese da disseminação
do sorovar Hardjo (hardjoprajitno) no Estado da Bahia em fêmeas bovinas em
idade reprodutiva.
A
amostragem probabilística efetuada em soro de bovinos com mais de três anos de
idade nas Mesorregiões Sudeste e Sudeste Rio-grandense resultou, neste
trabalho, numa prevalência de 39,33%, o que comprovou o que já havia sido
descrito por ROSA & CASTRO (1963), que já manifestavam uma preocupação,
alertando os criadores gaúchos, e já consideravam uma possível infecção dos
rebanhos por leptospiroses, cuja prevalência determinada na época (38,75%)
indicava a gravidade do problema. Provavelmente os autores já estavam
preocupados com esses índices elevados, que são devidos ainda ao sistema de
criação extensiva de bovinos consorciados com ovinos, sendo a bactéria comum
entre as duas espécies, conforme também comprovado em ovinos, por HERRMANN et
al. (2004).
O
fato de não terem sido encontrados animais sorologicamente positivos no
município de Hulha Negra não indica que o local seja livre e provavelmente se
deve à peculiaridade do delineamento experimental, sendo contemplados somente
10 animais de uma única fazenda (SAMPAIO, 1998).
A
sorovariedade Hardjo norma foi encontrada em todos os 10 municípios das
Mesorregiões Sudeste e oito da Sudoeste Rio-Grandense, embora haja indicativo
sorológico da sua ampla disseminação nas duas Mesorregiões do estudo, as
maiores frequências foram encontras nos municípios da Mesorregião Sudoeste,
local onde coincidentemente estão estabelecidas as maiores fazendas e as
concentrações de bovinos. COSTA et al., (1998) relatou que são muito raros os
registros simultâneos de duas ou mais sorovariedades infectando animais de um
mesmo rebanho, ao contrário das afirmações de ROTH & GALTON (1960), que
sugeriram a possibilidade das sorovariedades Hardjo e Sejroe ocorrerem
simultaneamente. Uma possibilidade é a ocorrência de reações cruzadas entre as
sorovariedades Hardjo e Wolffi,
que pertencem ao sorogrupo Sejroe, tendo grande semelhança antigênica,
existindo também imunidade cruzada entre as duas variedades (COSTA et al.,
1998).
Essas
discrepâncias podem ser atribuídas aos fatores metodológicos como ponto de
corte, modalidade de teste e coleção de antígenos empregada; no entanto, também
não pode ser excluída a hipótese da expansão da disseminação de um determinado
sorovar na dependência de fatores ambientais ligados ao manejo e à movimentação
dos animais (FAINE, 1982).
Os
rebanhos bovinos das Mesorregiões Sudeste e Sudoeste Rio-Grandense estão
expostos a vários sorovares de Leptospira spp., sendo a mais prevalente a
sorovariedade Hardjo, seguida da Hebdomadis e Wolffi.
À FEP/MVZ Coordenação Preventiva pelo apoio
financeiro. A CAPES/PICDT (GPH), ao CNPq (ECM, RCL) pelas bolsas concedidas e
ao Antônio Benjamim de Paula pelo auxilio técnico laboratorial.
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