The objective of this study
was to evaluate by in vitro tests
and
in vivo fertility, two
concentrations
of egg yolk (T1 = 20% or T2 = 2.5%) in egg yolk-citrate semen extender
for
storing goat semen at 5°C for 24 hours. Ninety semen collections were
performed
in four goats. The semen was split and diluted in two different semen
extenders
and stored in refrigerator at 5°C for 24 hours, until the semen
evaluation and
insemination procedures. The average values for cooled semen,
respectively, for
T1 and T2 were motility, 68.5 ± 15.4 and 78.0 ± 5.5 (p < 0.05);
vigor, 2.5 ±
0.6 and 3.2 ± 0.3 (p < 0.05), supravital test, 59.4 ± 17.2 and
71.1
± 10.5
(p < 0.05) and hypoosmotic test, 42.2 ± 15.7 and 56.2 ± 11.5 (p
<
0.05). The fertility
rate was
greater (p < 0.05) in T1
(31.3%) than in T2 (66.7%) and the prolificacy did not differ (p
<
0.05)
between T1 (1.3 ± 0.5) and T2 (1.4 ± 0.5). In conclusion,
the
egg
yolk-citrate extender with a low concentration (2.5%) of egg yolk was
more
effective in preserving the viability and fertility of goat semen
stored at 5°C
for 24 hours.
KEYWORDS: artificial
insemination;
extender;
goat; semen; spermatozoa.
INTRODUÇÃO
No Brasil, verifica-se limitada
utilização da inseminação artificial em
caprinos em comparação a outras espécies de animais domésticos, como a
espécie
bovina (MACHADO & SIMPLICIO, 1995). Entre os fatores
responsáveis
pela
baixa utilização podem ser citados a baixa disponibilidade de sêmen, o
reduzido
número de reprodutores submetidos aos testes de progênie, a falta de
estrutura
para comercialização e transporte adequado do sêmen e, principalmente,
as
dificuldades no processo de congelamento, que ainda apresentam índices
de
concepção insatisfatórios (RITAR & SALAMON, 1983; KARATZAS et
al.,
1997).
Por outro lado, o elevado preço de compra e manutenção de um reprodutor
caprino, as restrições envolvendo a importação de animais e de sêmen
congelado,
o elevado dano causado às células espermáticas no congelamento e,
consequentemente, a baixa viabilidade espermática (SINGH &
PURBEY,
1996;
LEBOUF et al., 2000) são fatores que justificam a difusão do
resfriamento do
sêmen caprino. Além disso, a viabilidade do sêmen caprino resfriado e
armazenado
facilita o transporte do material genético entre propriedades,
podendo-se obter
taxas de concepção acima de 70% quando utilizado sêmen resfriado a 5ºC,
por até
36 horas (ROCA et al., 1997).
A maioria dos diluentes de sêmen de
mamíferos utiliza de 10 a 20% de gema
de ovo junto a outros constituintes. As lipoproteínas de baixa
densidade
presentes na gema de ovo interagem com a estrutura lipídica da membrana
plasmática dos espermatozoides (BERGERON & MANJUNATH, 2006),
conferindo
proteção a essas células durante o processo de resfriamento (HOLT,
2000).
Dentre essas lipoproteínas, a lecitina favorece a estabilidade da
membrana
celular dos espermatozoides contra o choque térmico durante o processo
de
resfriamento e congelamento (WATSON, 1995).
Os caprinos possuem a peculiaridade de
secretar, juntamente com a
secreção líquida oriunda das glândulas bulboretrais, uma enzima
coaguladora da
gema de ovo que, em contato com esse ingrediente presente na maioria
dos
diluentes, resulta por hidrólise em lisofosfatidilcolinas, que são
tóxicas aos espermatozoides
(IRITANI & NISHIKAWA, 1963). Como possível solução desse
problema,
RITAR
& SALAMON (1982) propuseram utilizar no diluente 1,5% de gema
de
ovo na sua
concentração final e obtiveram resultados satisfatórios comparados a
concentrações de gema de ovo superiores. EVANS & MAXWELL (1987)
recomendaram 2,5% de gema de ovo no total do volume do diluente devido
à
superioridade em relação à concentração de 20%. BISPO (2005) avaliou,
in vitro, o sêmen caprino diluído em
citrato-gema de ovo em duas concentrações de gema (20% e 2,5%) e
resfriado a
5°C durante 48 horas, observando que o diluente com baixa concentração
de gema
de ovo (2,5%) foi o que melhor preservou a qualidade
in
vitro do sêmen durante as 48 horas de armazenamento.
Entretanto,
não se sabe se tal superioridade obtida na viabilidade seminal pode ser
extendida ao potencial fertilizante do sêmen caprino.
Objetivou-se
com este trabalho avaliar, por meio
de testes
in vitro e da fertilidade
in
vivo, o efeito de duas concentrações
de gema de ovo (20% e 2,5%) no diluente citrato-gema de ovo (MIES
FILHO, 1987)
na preservação do sêmen caprino armazenado a 5°C, por 24 horas.
MATERIAL
E MÉTODOS
O experimento foi realizado no
Laboratório de Reprodução de Caprinos do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa,
Minas
Gerais, Brasil, durante a estação reprodutiva fisiológica (março a
junho de
2007).
Foram utilizados quatro reprodutores
caprinos adultos das raças Alpina (n
= 2) e Saanen (n = 2), mantidos em baias individuais, utilizados em
estações
reprodutivas anteriores e submetidos ao exame andrológico de acordo com
as
normas estabelecidas pelo CBRA (1998). Os animais receberam alimentação
volumosa composta de silagem de milho, concentrado proteico e mistura
mineral,
atendendo às exigências nutricionais da espécie.
Coletas de sêmen foram realizadas todos
os dias em dois reprodutores no
período da manhã e em dois à tarde, um de cada raça (Saanen e Alpina),
de modo
que a cada 12 horas sempre tivessem no banco de sêmen doses com 24
horas de
armazenamento disponíveis para a realização das inseminações. O método
de
coleta foi o da vagina artificial, de acordo com MEMON et al. (1986).
Após a
coleta, foram realizadas as avaliações macroscópicas (volume, aspecto e
odor) e
microscópicas quanto aos aspectos físicos (motilidade e vigor),
realizadas por
dois técnicos (em duplo cego), coloração supravital com
eosina-nigrosina e o
teste hiposmótico (HO).
Para a coloração supravital, amostras
de 10 µL do sêmen
fresco
e resfriado
foram adicionadas
na proporção de 1:1 com solução de eosina-nigrosina em lâmina
previamente
aquecida a 37°C. Após 30 segundos, foi realizado o esfregaço e
avaliaram-se 100
espermatozoides em cada amostra para identificação da porcentagem de
espermatozoides
viáveis (não corados) e não viáveis (corados de rosa-claro ou de
coloração
avermelhada)
(SMITH & MURRY, 1997)
com o auxílio de microscópio óptico com aumento de 40 vezes (SWANSON
&
BEARDEN, 1951).
Para realização do teste HO, foi
seguida a metodologia descrita por
FONSECA et al. (2001). Uma alíquota de 10µL do sêmen fresco e resfriado
foi
adicionada a 1 mL de solução hiposmótica (100 mOsm). Após a
homogeneização, a
amostra permaneceu incubada em banho-maria a 37
°C,
durante
1 hora. Posteriormente, as
amostras
foram armazenadas em 0,5 mL de solução de formol salina tamponada, para
sua
fixação. Para a leitura das amostras, 10 µL da mistura foram colocados
entre a
lâmina e a lamínula, analisados em microscopia de contraste de fase,
com
aumento de 1.250 vezes, e avaliados contando-se 200 espermatozoides por
lâmina.
Após a avaliação física do sêmen
fresco, as amostras seminais foram
divididas em dois volumes iguais e, em seguida, cada alíquota foi
diluída na
proporção de 1:1 (sêmen:diluente), de acordo com o tratamento proposto
(T1 ou
T2), como apresentado na
Tabela
1. As concentrações
espermáticas de
cada
alíquota foram determinadas com o auxílio de câmara Neubauer e
completadas com
o volume de diluidor necessário para a concentração final de 200x10
6
de espermatozoides por mL. O sêmen foi acondicionado em palhetas de 0,5
mL,
resultando em 100x10
6 de espermatozoides
totais/dose
inseminante.
Após o envase, as palhetas foram resfriadas em geladeira, utilizando-se
a curva
de resfriamento e o método proposto por BISPO (2005), e mantidas a 5°C.
Após
24 horas de armazenamento a 5°C, o sêmen
foi novamente avaliado
in vitro (motilidade
total, vigor, teste supravital e teste HO) e as inseminações das cabras
que
foram detectadas em estro 12 horas antes foram realizadas. As fêmeas
foram
detectadas em estro por meio de rufiações realizadas duas vezes ao dia
(06:00 e
18:00 horas), com o auxílio de um bode com translocação peniana
cirúrgica e
libido comprovada. O rufião foi levado à presença das fêmeas a fim de
detectar
o início do estro, caracterizado pela aceitação da monta pelas fêmeas.
As
rufiações ocorreram até a fêmea não mais aceitar a monta.
Para realizar as inseminações, fêmeas
em idade reprodutiva e em estro
natural, das raças Saanen e Alpina (n=68), foram utilizadas. Trinta e
duas
fêmeas foram inseminadas com o sêmen do tratamento T1 (20% de gema de
ovo) e 36
com o sêmen do tratamento T2 (2,5% de gema de ovo) após um período de
armazenamento do sêmen a 5ºC, por 24 horas. As inseminações foram
realizadas
utilizando-se a via transcervical (MIES FILHO, 1987). Nesse
procedimento foi
utilizado aplicador universal para caprinos (Minitub
®)
e
bainha de
revestimento (Minitub
®) de ponta excêntrica.
Cada fêmea foi inseminada uma única vez
12 horas após a detecção de cio.
A inseminação foi realizada colocando-se a fêmea de cabeça para baixo e
apoiada
sobre um cavalete apropriado, facilitando, assim, o posicionamento da
genitália
feminina para realização da inseminação. Com o auxílio de um espéculo
tipo bico
de pato e de uma fonte de luz, foram visualizados a entrada da cérvix e
o
aspecto do muco. O aspecto do muco cervical foi classificado como 1 -
cristalino,
2 - estriado e 3 - caseoso (EVANS & MAXWELL, 1987). Logo após a
inseminação, foi anotado o local de deposição do sêmen, em que 1-
cervical
superficial; 2 – cervical profunda; e 3 - intrauterina. O diagnóstico
de
gestação foi efetuado aos 30 dias pós-inseminação, com o auxílio de
aparelho
ultrassonográfico (Aloka SSD 500) equipado com transdutor linear de 5,0
MHz,
por via transretal. No momento do diagnóstico também realizadou-se a
quantificação fetal, para posterior quantificação da prolificidade.
Para
a análise estatística, os dados
paramétricos, referentes à qualidade do sêmen, como motilidade,
reativos ao
teste hiposmótico (HO), viáveis pelo teste supravital e prolificidade,
que não
seguiram a distribuição normal pelo teste de Shapiro-Wilk, foram
transformados
para log e avaliados pela análise de variância (ANOVA), seguidos pelo
teste SNK
quando comparadas mais de duas médias para o mesmo parâmetro.
Uilizou-se o
programa SAEG 9.0 (UFV, 2005). Os dados qualitativos não paramétricos
(taxa de
gestação) foram testados pelo teste de Qui-Quadrado (χ²).
RESULTADOS
E DISCUSSÃO
Os
dados referentes às características físicas e
qualitativas do sêmen fresco estão apresentados na
Tabela 2.
Quanto ao
volume e
à concentração espermática do sêmen, os valores médios observados para
os bodes
3 e 4 encontraram-se um pouco abaixo dos valores recomendados para a
espécie
caprina (CBRA, 1998) e das características seminais desses animais
antes do
período experimental. Tais resultados podem ser oriundos da avançada
idade dos
dois animais (7 e 9 anos) em relação aos demais e do desgate
físiológico
provocado pela coleta sequencial de sêmen. Entretanto, a média obtida
para
motilidade total (87,9%) e vigor (3,9), considerando os quatro animais
em
conjunto, apresentaram-se dentro dos padrões aceitáveis para caprinos.
O sêmen fresco apresentou em média
72,7% de espermatozoides reativos ao
teste HO. Esse valor foi superior aos obtidos por BITTENCOURT et al.
(2005),
SANTOS et al. (2006) e CASTILHO (2009), que evidenciaram 53,9%, 52% e
70,2% de espermatozoides
caprinos reativos ao teste HO, respectivamente. Os valores médios
obtidos de espermatozoides
viáveis pela coloração supravital (78,2%) foram similares aos
registrados por ROVAY
(2006) e CASTILHO (2009), avaliando o sêmen fresco de bodes das mesmas
raças
utilizadas neste estudo. Esses resultados indicam que o sêmen fresco
obtido no
presente estudo se encontra dentro dos padrões adequados do teste HO
para
espécie caprina, portanto, apto a ser submetido ao processo de
refrigeração.
Os
resultados observados para o sêmen resfriado
estão sumariados na
Tabela
3. Após o período de 24
horas, o sêmen
sumetido ao
tratamento T1 (20% de gema de ovo) apresentou resultados inferiores
quanto às
características de motilidade total, vigor, integridade da membrana
(supravital) e funcionalidade da membrana (teste hiposmótico-HO),
quando
comparados ao sêmen submetido ao tratamento T2 (2,5% de gema de ovo).
Esses
valores confirmam a recomendação realizada por EVANS & MAXWELL
(1987), que
sugerem a utilização de 2,5% de gema de ovo ao volume total do diluente
de
sêmen de caprinos, a fim de evitar a ação da fosfolipase A2 sobre os
componetes
lipídicos da gema de ovo, promovendo a formação por hidrólise de
lisofosfatidilcolinas, que são tóxicas aos espermatozoides
(PELLICER-RUBIO et
al., 1997).
Os valores obtidos para motilidade
total e vigor espermático do sêmen
resfriado no presente estudo são superiores aos valores registrados em
estudos
anteriores quando o sêmen foi resfriado em diluidor Tris com 20% de
gema (SINGH
& PURBEY 1996) e em diluidor com baixa concentração de gema de
ovo
(SIQUEIRA et al. 2009a; 2009b). LEBOEUF et al. (2000) relataram que a
maioria
dos estudos relacionados à preservação do sêmen não lavado e resfriado
apresenta viabilidade e fertilidade por até 5-8 horas. Esses autores
também
descreveram que períodos de armazenamento mais longos, como 12 ou 24
horas,
resultam em baixa taxa de viabilidade, contrário ao que foi observado
no
presente estudo, como indicado pelos resultados para os parâmetros de
motilidade total e vigor espermáticos nos dois tratamentos.
Quanto aos valores médios para
coloração supravital (
Tabela
3), o
tratamento T1 apresentou menor média de espermatozoides viáveis após as
24
horas de resfriamento. Neste contexto, pode-se verificar que o diluente
contendo 2,5% de gema de ovo preservou melhor a integridade da membrana
plasmática dos espermatozoides mantidos sob resfriamento, o que
corrobora a
recomendação de EVANS & MAXWELL (1987). Resultados superiores a
80%
de
células íntegras foram registrados por BISPO (2005), no mesmo tempo de
armazenamento. No teste HO foi também verificada a superioridade do
tratamento
T2 em relação ao tratamento T1 (
Tabela
3)
na preservação do sêmen
caprino
mantido e resfriado a 5ºC, por 24 horas. PALHÃO (2006), utilizando
animais das mesmas
raças, obteve uma variação entre 51,8 a 88,2% de células reativas ao
teste HO.
Os resultados do teste supravital e do teste HO em conjunto indicam que
o
diluente de citrato-gema de ovo com 2,5% de gema de ovo em sua
constituição
preserva melhor a integridade da membrana plasmática do espermatozoide
caprino
em relação ao mesmo diluente com 20% de gema de ovo. Vale salientar que
o teste
HO, assim como o teste supravital, são testes complementares e que não
devem
ser analisados de forma isolada através de um único teste para se
estimar o
potencial fecundante de uma amostra seminal e sim de forma conjunta com
os
outros testes complementares de avaliação espermática (MOCÉ &
GRAHAM,
2008).
Os
valores médios e desvios-padrão para local de
deposição do sêmen, aspecto do muco, peso das fêmeas, escore de
condição
corporal e duração do estro (horas) estão expressos na
Tabela 4.
Não
houve
diferença (p < 0,05) entre os tratamentos. A maioria das
inseminações foi
realizada intrauterinamente e quando o muco estava com aspecto
estriado. Tais
resultados sugerem que o sêmen foi depositado no local e momento mais
adequado
para a espécie caprina em cada um dos dois tratamentos, o que auxilia
na
obtenção de uma melhor fertilidade do sêmen utilizado. Em relação à
duração do estro,
os valores obtidos no presente estudo estão de acordo com os padrões
para a
espécie caprina (DORADO et al., 2007).
A
taxa de gestação
obtida com o sêmen submetido ao tratamento T2 foi maior do que com o
tratamento
T1 (p < 0,05), conforme observado na
Tabela 5.
Dessa forma, os
presentes
resultados indicam que o sêmen caprino, quando conservado por meio do
resfriamento
com diluente de citrato-gema de ovo contendo baixo percentual (2,5%) de
gema de
ovo em sua constituição, apresenta características favoráveis à
manutenção das
células espermáticas e de seu potencial fecundante, favorecendo, assim,
uma
maior taxa de gestação em cabras inseminadas 12h após o início do estro
com
sêmen resfriado a 5ºC por 24 horas.
SIQUEIRA
et al. (2009b)
inseminaram 62 fêmeas da raça Toggenburg com sêmen armazenado em
diluente
tris-frutose-gema de ovo a 2,5% e resfriado a 5°C, por 24 horas, e
obtiveram
42,9% de taxa de concepção com uma única inseminação. Esses resultados
foram
superiores aos do tratamento T1 e inferiores aos do tratamento T2.
Contudo, a
dose inseminante utilizada por esses autores (150 x 10
6 sptz/dose)
foi superior à do presente estudo (100 x 10
6 sptz/dose).
Resultados superiores aos obtidos neste trabalho foram descritos por
ROCA et
al. (1997), que utilizaram sêmen de bodes da raça Murciana preservado
em
diluente tris-gema com 2% de gema de ovo e resfriado a 5
oC.
Esses
autores obtiveram uma taxa de concepção de 73,5% (n = 84 fêmeas)
utilizando-se
duas inseminações, o que justifica a elevada taxa de gestação, devido à
possibilidade de inseminar em um momento mais próximo da ovulação. No
entanto,
no presente estudo, foi realizada apenas uma inseminação 12 horas após
o início
do estro. Outro fator a ser considerado é que esses autores utilizaram
concentrações espermáticas por dose inseminante também superiores (240
x 10
6
sptz/dose) às do presente estudo.
O
resultado de fertilidade
obtido com o tratamento T2 (2,5 % de gema de ovo) está dentro das taxas
de
gestação recomendadas por CORTEEL (1971) e ROCA et al., (1997). Esses
autores
relataram valores variando de 61 a 87% de gestação, após uma única
inseminação
realizada entre 12-24 horas após o início do estro, mesmo período
utilizado
para as realizações das inseminações e mesmo número de inseminações
realizadas
por cabra em estro no estudo aqui descrito. Os resultados indicaram que
a
fertilidade obtida no presente estudo, quando se utilizou o diluente de
citrato-gema de ovo com 20% de gema de ovo, foi inferior aos padrões
aceitáveis
para a espécie caprina.
CONCLUSÃO
Em
conclusão,constata-se que o diluente citrato-gema
na concentração de 2,5% de gema de ovo em sua constituição preserva
melhor a
viabilidade do sêmen caprino resfriado a 5ºC, durante 24 horas e
proporciona
fertilidade superior à do mesmo diluente constituído com 20% de gema de
ovo.
Constata-se ainda que, com a utilização do diluente citrato-gema na
concentração de 2,5% de gema de ovo, o sêmen caprino pode ser utilizado
na sua
totalidade, sem a necessidade da retirada do plasma seminal.
AGRADECIMENTOS
Os
autores agradecem o apoio do Professor Dr. Álan
Maia Borges da Universidade Federal de Minas Gerais com a avaliação da
osmolaridade dos diluentes seminais e ao CNPq por disponibilizar a
bolsa de
doutorado ao primeiro autor.
REFERÊNCIAS
BERGERON, A.,
MANJUNATH, P. New insights
towards understanding the mechanisms of sperm protection by egg yolk
and milk. Mollecular Reproduction Development. v. 73, p. 1338-1344, 2006.
BISPO,
C. A. S. Avaliação “in vitro” do sêmen
caprino resfriado a 5°C
em função de curvas de resfriamento e diluidores. 2005. 79 f.
Dissertação
(Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2005.
Disponível em: http://www.caprilvirtual.com.br/Artigos/TeseBispoSemen.PDF.
BITTENCOURT,
R.; RIBEIRO FILHO, A.; SANTOS, A.; CHALHOUB, M.; ALVES, S.;
VASCONCELOS, M.;
LEANDRO, E.; GUIMARÃES, J. Utilização do teste hiposmótico para avaliar
a
eficácia de diferentes protocolos de criopreservação do sêmen caprino. Ciência
Animal Brasileira, v. 6, p. 213-218, 2005.
CASTILHO,
E. F.; GUIMARÃES, J. D.; MARTINS, L. F.; PINHO, R. O.; GUIMARÃES, S. E.
F.;
ESPESCHIT, C. J. B. Uso da propólis e do ácido ascórbico na
criopreservação do
sêmen caprino. Revista Brasileira de Zootecnia,
v. 38, p. 2335-2345, 2009.
CBRA
- COLÉGIO BRASILEIRO DE REPRODUÇÃO ANIMAL. Manual
para exame andrológico e avaliação de sêmen animal. 2. ed.
Belo
Horizonte:
CBRA, 1998. 49p.
CORTEEL, J. M. L.
Insemination artificielle caprine. Bull. Téch. D’inform., v. 257,
p. 1-4, 1971.
DORADO, J.;
RODRIGUEZ, I.; HIDALGO, M.
Cryopreservation of goat spermatozoa: comparison of two based extenders
based
on post-thaw sperm quality and fertility rates after artificial
insemination. Theriogenology, v.
68, p. 168-177,
2007.
EVANS, G.;
MAXWELL, W. M. C. Salamon’s artificial
insemination of sheep
and goats. Australia:
Butterworths Pty Limited, 1987. 194 p.
FONSECA, J.
F.; TORRES, C. A. A.; SANTOS, A.
D. F.; et al. Hypoosmotic swelling test in goat spermatozoa. Revista Brasileira de Reprodução Animal,
v. 25, p. 436-438, 2001.
HOLT, W. V.
Basic aspects of frozen storage of
sêmen. Animal Reproduction Science,
v. 62, p. 3-23, 2000.
IRITANI, A.;
NISHIKAWA, Y. Studies on the
egg-coagulating enzyme in goat semen: IV. On the position of yolk
constituents
attacked by the coagulating enzyme. Japan
Journal of Animal Reproduction, v. 8, p. 113-117, 1963.
KARATZAS, G.;
KARAGIANNIDIS, A.; VARSAKELI, S.
Fertility of fresh and frozen-thawed goat semen during the nonbreeding
season. Theriogenology, v. 48, p.
1049-1059,
1997.
LEBOEUF, B.;
RESTALL, B.; SALAMON, S.
Production and storage of goat semen for artificial insemination. Animal
Reproduction Science, v. 62,
p. 113-141, 2000.
MACHADO,
R.; SIMPLICIO, A. A. Inseminação artificial em caprinos no Brasil:
estádio
atual. Revista Brasileira de Reprodução
Animal, Belo Horizonte-MG, v. 19, n. 1-2, p. 61-72, 1995.
MEMON, M. A.;
BRETZLAFF, K. N.; OTT, R. S.
Comparation of semen collection techniques in goats. Theriogenology, v. 26, n. 6, p. 823-827,
1986.
MIES
FILHO, A. Inseminação artificial.
Porto Alegre-RS: Sulina, 1987. v. 2, p. 701.
MOCÉ,
E., GRAHAM, J.K. In vitro evaluation of sperm quality. Animal
Reproduction
Science, v. 105, p. 104-108,
2008.
PALHÃO,
M. P.; BISPO, C. A. S.; FURST, R. ; ROVAY, H.; CARVALHO, G. R.; BISPO,
M. S.
Efeito de diferentes curvas de resfriamento e diluentes na conservação
do sêmen
caprino. Acta
Scientiae Veterinariae, v. 34, p.
571-571, 2006.
PELLICER-RUBIO,
M.T.; MAGALLON, T.; COMBARNOUS,
Y. Deterioration of goat sperm viability in milk extenders is due to a
bulbourethral 60-kilodaltonglycoprotein with triglyceride lipase
activity. Biology of Reproduction,
v. 57, p.
1023-1031, 1997.
RITAR, A. J.;
SALAMON, S. Effects of seminal
plasma and of its removal and of egg yolk in the diluent on the
survival of
fresh and frozen-thawed spermatozoa of the Angora goat. Australian
Journal of Biology Science, v. 35, p. 305-312, 1982.
RITAR, A. J.;
SALAMON, S. Fertility of fresh
and frozen-thawed semen of the Angora goat. Australian
Journal of Biology Science, v. 36, n. 1, p. 49-59, 1983.
ROCA, J.;
CARRIZOSA, J. A.; CAMPOS, I.
Viability and fertility of unwashed Murciano-Granadina goat spermatozoa
diluted
in Tris-egg yolk extender and stored at 5oC. Small
Ruminant Research, v. 25, p. 147-153, 1997.
ROVAY,
H. Efeito de diferentes curvas de
resfriamento, tempos de equilíbrio e crioprotetores permeáveis no
congelamento
de espermatozoides de caprinos. 2006. 56 f.
Dissertação (Mestrado em
Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2006. Disponível
em: http://www.tede.ufv.br/tedesimplificado/tde_arquivos/2/TDE-2007-02-08T131851Z-372/Publico/texto%20completo.pdf.
SANTOS,
M. H. B.; MORAES, E. P. B. X.; GUIDO, S. I.; BEZERRA, F. Q. G. B.;
MELO, A. N.;
LIMA, P. F.; OLIVEIRA, M. A. L. Fetal sexing in Santa Inês ewes by
ultrasonography.
Ciência Rural, v.
36, n. 2, p. 573-578, 2006.
SINGH, L. P.;
PURBEY, L. N. Preservability of
goat spermatozoa in Tris and Citrate extenders at -196° C and 5° C. Indian Journal of Animal Sciences, v.
66, n. 11, p.1139-1141, 1996.
SIQUEIRA,
A. P.; SILVA FILHO, J. M.; FONSECA, J. F.; BRUSCHI, J. H.; PALHARES, M.
S.;
BORGES, A. M.; BRUSCHI, M. C. M.; PEIXOTO, M. P.; ROSSI, R. Taxa de concepção de cabras inseminadas com
semen caprino resfriado a 5°C, por 12 ou 24 horas, em meio
diluidor à
base de gema de ovo. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia, v. 61, p
66-71,
2009a.
SIQUEIRA,
A. P.; FONSECA, J. F.; SILVA FILHO, J. M.; BRUSCHI, J. H.; VIANA, J. H.
M.;
PALHARES, M. C. M.; BRISCHI, M. C. M.; PEIXOTO, M. P. Parâmetros
reprodutivos
de cabras Toggenburg inseminadas com sêmen resfriado, após diluição em
meio à
base de gema-de-ovo. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária
e Zootecnia, v. 61, p. 299-305, 2009b.
SMITH, J. F.;
MURRAY, G. R. Evaluation of
different techniques for determination of membrane status in
spermatozoa.
Staining techniques in spermatozoa. Proceedings
of the New Zealand Society of Animal Production, v. 57, p.
246-250, 1997.
SWANSON, W. W.;
BEARDEN, H. J. An
eosin-nigrosin stain for differentiating live and dead bovine
spermatozoa. Journal of Animal Science,
v. 10, p.
981-987, 1951.
UFV. SAEG
versão 9.0. Viçosa-MG: UFV, 2005.
WATSON, P. F.
Recent developments and concepts
in the cryopreservation of spermatozoa and the assessment of their
post-thawing
function. Reproduction Fertility and
Development, v. 7, p. 871-891, 1995.
Protocolado
em: 04
fev. 2011 Aceito
em: 13 out.2011