Arquiteturas fantasmas
DOI:
https://doi.org/10.5216/revjat.v7.83397Palavras-chave:
Salas de cinema de rua. Anápolis. Retratos Fantasmas. Modernidade. Esquecimento.Resumo
Ao longo de quatro décadas, foram construídas dez salas de cinema de rua em Anápolis: Cine Bruno (1924), Cine Goianás (1929), Cine Áurea (1933), Cine Teatro Imperial (1936), Cine Carajá (1950), Cine Teatro Santana (1951), Cine Bom Jesus (1958), Cine Vera Cruz (1958), Cine Santa Maria (1962) e Cine Roxy (1972). A narrativa da evolução urbana de Anápolis poderia ser construída, em parte, como a história dos fatos, de cenas em movimento. Essa característica remete-nos à própria ideia de cinema, que tem como essência a imagem em movimento, característica também da modernidade. Considerando-se que o Cine Imperial tornou-se posteriormente Cine Roxy, apenas quatro dos nove edifícios erguidos para abrigar as salas de cinema sobreviveram ao tempo. Desses que resistiram, nenhum atende mais ao uso original de cinema, tampouco possui algum tipo de proteção patrimonial. Essas permanências comportam-se, nas paisagens que construíram, como arquiteturas fantasmas, assombrando, com sua imagem de decadência, de abandono, uma sociedade que clama pelo novo, pelo progresso, pelo eterno moderno.
É necessário conhecer-se melhor o contexto de implantação das salas de cinema de rua de Anápolis, o papel desse importante equipamento cultural no processo de modernização da cidade e na construção da paisagem da região central da cidade, bem como o processo de desativação dessas salas de cinema e as consequências para o Centro.
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