A paisagem festiva e a articulação entre o patrimônio cultural material e imaterial na Semana Santa de Oliveira/ MG
DOI:
https://doi.org/10.5216/revjat.v5.77828Palavras-chave:
Paisagem Festiva, Espacialidade Festiva, Patrimônio imaterial, Festas Tradicionais, Paisagem culturalResumo
O estudo aborda a dicotomia entre o patrimônio cultural material e imaterial, destacando a necessidade de políticas públicas para preservá-los. Este artigo foca na Semana Santa de Oliveira, MG, como um caso de análise. A pesquisa procurou identificar como essa festa articula esses dois tipos de patrimônio, considerando os bens culturais reconhecidos pelo município e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/ MG). A paisagem festiva foi proposta como um conceito para interpretar essa integração, e o estudo envolveu o mapeamento de bens culturais e a observação da festa. Os resultados mostraram que sete bens culturais materiais estão diretamente envolvidos na festa, incluindo imagens religiosas e edifícios de onde as procissões partem. Outros sete bens culturais indiretos fazem parte dos trajetos das procissões, mas não interagem diretamente com a festividade. A paisagem festiva, que combina elementos materiais e imateriais, desempenha um papel fundamental na festa, mas as políticas de patrimônio cultural tendem a negligenciar essa integração. No geral, o estudo destaca a importância da paisagem festiva como um conceito capaz de articular as dimensões material e imaterial do patrimônio cultural, enfatizando a necessidade de uma abordagem mais integradora na preservação do patrimônio. Esse estudo demonstra como a Semana Santa de Oliveira serve como um exemplo que destaca os desafios e oportunidades de preservação do patrimônio cultural em cidades pequenas, especialmente no que diz respeito à articulação entre os aspectos materiais e imateriais desse patrimônio.
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