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Artigos Científicos -

Musicoterapia

Artigos Científicos -

Musicoterapia

Revista Música Hodie, Goiânia - V.15, 273p., n.2, 2015

Cuidando de quem cuida: uma revisão integrativa sobre a musicoterapia como possibilidade terapêutica no cuidado ao cuidador1


Elvira Alves dos Santos (Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil)

mtelvir@gmail.com

Claudia Regina de Oliveira Zanini (Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil)

mtclaudiazanini@gmail.com

Elizabeth Esperidião (Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil)

betesper@gmail.com


Resumo: Aspectos como ansiedade, insegurança, sobrecarga e desgastes emocionais interferem no trabalho de cuida- dores. Objetivou-se, por meio de uma revisão integrativa, identificar aspectos referentes à utilização da música e da musicoterapia no cuidado aos cuidadores. Teve-se como fonte: base de dados (SCIELO, PUBMED, MEDLINE, LILACS e BDENF), volumes da Revista Brasileira de Musicoterapia, Anais dos Simpósios Brasileiros de Musicoterapia e dos Congressos Mundiais de Musicoterapia, de 2004 a 2014. Os artigos foram selecionados a partir dos descritores Música, Musicoterapia, Cuidadores e Cuidado e seus correlatos em inglês e espanhol. Concluiu-se que a utilização da Música e da Musicoterapia pode ser uma estratégia no cuidado ao cuidador, proporcionando: redução da ansiedade e da fadi- ga, momentos de prazer e de relaxamento. Observou-se que o musicoterapeuta atua utilizando experiências musicais interativas, além das receptivas, que são as mais empregadas pelos demais profissionais da área de saúde.

Palavras-chave: Música em medicina; Musicoterapia; Cuidadores; Cuidado.


Taking care of who cares: an integrative review about music therapy as a therapeutic possibility in the caregiver care

Abstract: Aspects such as anxiety, insecurity, emotional overload and wear interfere with the work of caregivers. The objective was identify aspects regarding the use of music and music therapy in the care of caregivers, using an inte- grative review. It had as source: Database (SCIELO, PubMed, MEDLINE, LILACS and BDENF), volumes of the Brazil- ian Journal of Music Therapy, Proceedings of Brazilian Symposium of Music Therapy and the World Congresses of Music Therapy, 2004-2014. The articles were selected from the descriptors Music, Music Therapy, Caregivers and Caring and its correlates in Portuguese and Spanish. It was concluded that the use of music and music therapy can be a strategy in the care of the caregiver, providing: reducing anxiety and fatigue, moments of pleasure and relax- ation. It was observed that the music therapist works using interactive musical experiences, beyond to receptive ex- periences, which are the most used by other health professionals.

Keywords: Music in medicine; Music Therapy; Caregivers; Care.


Cuidando a quién le importa: una revisión integradora sobre la musicoterapia como posibilidad terapéutica en el cuidado en el cuidador

Resumen: Aspectos tales como la ansiedad, la inseguridad, la sobrecarga emocional y el desgaste interfieren con el trabajo de los cuidadores. El objetivo de esta revisión integradora fue identificar aspectos relacionados con el uso de la musicoterapia y la música en el cuidado de los cuidadores. Tuvo como fuente: Base de datos (SCIELO, PubMed, MEDLINE, LILACS y BDENF), volúmenes de la Revista de Musicoterapia, Terapia de música Simposio Actas de la brasileña y los Congresos Mundiales de Musicoterapia de 2004 a 2014. Se seleccionaron los artículos con los descrip- tores Música, Musicoterapia, cuidadores y cuidados y sus correlatos en Inglés y Español. Se concluyó que el uso de la música y de la musicoterapia puede ser una estrategia en el cuidado del cuidador, proporcionando: redución de la ansiedad y de la fatiga, momentos de placer y relajación. Se observó que el musicoterapeuta atúa mediante expe- riencias musicales interactivas, además de receptivo, que son las más utilizados por otros profesionales de la salud. Palabras clave: Música en medicina; Musicoterapia; Cuidadores; Cuidado.


Introdução


No trabalho cotidiano dos diferentes tipos de cuidadores observam-se aspectos que podem interferir diretamente no cuidado prestado, seja ao familiar, seja ao cliente, como: ansiedade, insegurança, medo, sobrecarga, diminuição da qualidade de vida, a perca da identidade, fadiga física, irritabilidade desgaste físico e mental, a falta o autocuidado, alte- rações nas relações interpessoais.


Revista Música Hodie, Goiânia - V.15, 273p., n.2, 2015 Recebido em: 09/10/2015 - Aprovado em: 01/11/2015

Cuidado é uma ação desenvolvida com a finalidade de atender uma necessidade ou auxiliar o outro na busca por melhor qualidade de vida, através do zelo, da presença, do ou- vir com atenção (ERDMANN et al, 2005). A prática do cuidar mostra importância entre as ações e as relações humanas, revelando as divergências e convergências de cada ser, tornan- do-se vital a preocupação, o respeito, a responsabilidade com e pelo cuidado do outro que advém do envolvimento e da ligação afetiva. (BAGGIO et al, 2008).

Para Motta (2004), o cuidado é compreendido pelo cuidador a partir do encontro com o outro. É um processo complexo, com uma variedade de significados, envolvendo o ser doente, a família e os integrantes da equipe de saúde, buscando compreender o modo de ser do ser cuidado, bem como seu mundo e o cuidado de si próprio.

O cuidador é toda pessoa que dá assistência a uma outra pessoa que foi atingida por uma incapacidade, de grau variável, que não lhe permite cumprir, sem ajuda de outro, ativi- dades necessárias à sua existência enquanto ser humano (OLIVEIRA, et al, 2009).

Existem duas definições para cuidadores: formais e informais. Entende-se por cui- dador informal o membro ou pessoa próxima à família sem preparação, formação técnica e/ou remuneração. O cuidador formal, no entanto, é o profissional de saúde com vínculos empregatícios (MENDES et al, 2010).

Estudos comentam que as principais dificuldades relatadas pelos cuidadores fami- liares são: a falta de recursos financeiros e a falta de apoio familiar, dificultando o autocui- dado e causando a impossibilidade de trabalhar fora; a falta de atividades de lazer; a falta de independência do paciente na higiene, na alimentação e na mobilidade; a falta de estrutura física; o prejuízo da vida social; a perda do controle da autonomia; a sobrecarga influencia- da pelo grau de parentesco, personalidade e cotidiano entre cuidado e cuidador; e, pelo su- porte social e serviços de saúde adequados e estruturados. (ALMEIDA et al, 2010; MENDES et al, 2010; REIS et al, 2011)

Pesquisas afirmam que é impossível trabalharmos com o paciente sem que as mu- danças que ocorram nele sejam sentidas também pela família e outras redes as quais ele pertence, pois os relacionamentos são fundamentais. (BERNARDES, 2012).

No que se refere ao cuidador formal, este costuma ser um individuo que passou profundas modificações, como resultado de treinamento especializado, do conhecimento e da experiência. O trabalho em saúde impõe uma rotina carregada de alto grau de tensão que envolve toda equipe. (OLIVEIRA, 2009) Nessa perspectiva, é imprescindível a imple- mentação de atividades voltadas para a prevenção e a promoção da saúde dos trabalhado- res, visando amenizar o risco de desenvolver doenças e reconhecendo que atividades físi- cas, bom relacionamento interpessoal e realização interna para com a profissão que exerce pode afastar doenças do ambiente de trabalho e melhorar a qualidade de vida do profissio- nal (SOUSA, 2012).

Garrido & Menezes (2004) afirmam que a fim de evitar danos para os cuidado- res, bem como para os pacientes, faz-se necessário criar ações que apoiem os familiares cuidadores. Ao encontro desta afirmação, Almeida et al (2010) enfatizaram a necessidade dos cuidadores terem um espaço para aliviar as tensões, onde pudessem ser escutados e cuidados.

Uma das formas de se cuidar e cuidar do outro pode ser por meio da utilização da música. A música expressa a dinâmica da personalidade humana, a qualidade do ser, difícil de ser captada por palavras, que são limitadas para explicar a música, que por si, expressa o significado da experiência. É uma linguagem que pode curar, elevar, acalmar, iluminar, nutrir, fortalecer, estimular, confortar, encorajar, animar e ainda, fazer perguntas estimu- lantes e dar respostas satisfatórias. A música é um veículo expressivo para alivio da tensão

emocional, superando dificuldades de fala e de linguagem, podendo servir como elo com as experiências significativas do passado de um individuo, podendo evocar memórias especí- ficas e sentimentos (BRESCIA, 2009).

A música é capaz de exercer ação psicofisiologica, favorecendo o individuo, através de seus elementos constitutivos (ritmo), elementos ativos (melodia), elemento afetivo (har- monia), elemento intelectual podendo alcançar o sujeito (SEKEFF, 2007). Para a autora, a música concretiza sentimentos, captada conscientemente de maneira mais global e abran- gente do que no pensamento rotineiro, induzindo a afetividade que se processa na escuta pela vivencia de estruturas que nela existem. Caracteriza-se como um recurso de desenvol- vimento pessoal, equilíbrio, estímulo e integração do individuo ao meio em que vive.

As vivências musicais possibilitam a ampliação do autoconhecimento do cliente em relação às suas capacidades, à valorização da vida e do seu eu. A música também ex- pressa o desenvolvimento psíquico e sociocultural, uma vez que agrega em si valores e sig- nificados provenientes dos desejos e dos sentimentos que vão desde o desenvolvimento in- dividual ao social. (FAGALI, 2005)

O valor terapêutico está na capacidade de a música produzir efeitos no ser huma- no nos níveis biológicos, fisiológicos, psicológico, intelectual, social e espiritual (BLASCO, 1999). A música, envolvendo paciente e cuidador, ocorre no movimento, no tempo e no es- paço, entre os mundos físico e psíquico, propiciando uma outra visão da realidade. Des- sa forma o cuidador poderá encontrar, na música em Musicoterapia, o contingente que pode dar suporte e transformar ansiedades insuportáveis (ZUKERKANDL, 1973, apud GALLICHIO, 2008).

A Musicoterapia pode ser definida como um processo sistemático de intervenção que requer planejamento e monitoramento, em que o terapeuta ajuda o cliente a promover a saúde utilizando experiências musicais e as relações que se desenvolvem através delas co- mo forças dinâmicas de mudança, na qual, o que importa é a relação da música com o pa- ciente e não ela em si mesma, nem os conceitos estéticos que a permeiam. (BRUSCIA, 2000). Estuda o ser humano, suas manifestações sonoras e os fenômenos que decorrem das intera- ções entre pessoas, ritmos, melodias e harmonias. Os processos estabelecem-se a partir da relação entre as pessoas e suas musicalidades, permitindo o desenvolvimento de vínculos significativos que levam à construção de canais de comunicação, de redes de convivência e das possibilidades de ação terapêutica. (CUNHA et al, 2010)

Segundo Bernardes (2012), as sessões de Musicoterapia podem proporcionar mo- mentos onde os cuidadores podem extravasar seus sentimentos, o que ajuda a combater o cansaço e estresse do cotidiano, melhorando seu bem estar.

Considera-se três objetivos fundamentais da Musicoterapia: 1) o estabelecimento e/ ou restabelecimento de relações interpessoais do indivíduo; 2) a conquista da autoestima com o recurso da autorealização; 3) o emprego do poder singular do ritmo no sentido de energizar o indivíduo, ajudando-o a organizar. (BERNARDES, 2012)

A Musicoterapia pode ajudar o cuidador a se manifestar, através das técnicas musi- coterapêuticas, fazendo-o expor melhor as suas ideias e pensamentos, verbalizar e até cho- rar sentimentos que antes estavam escondidos.

Bruscia (2000) afirma que a auto-expressão musical nos permite exteriorizar o que é interno. Esta exteriorização é significativa, pois possibilita manifestar o que está latente, permitindo trazer à consciência o que estava inconsciente e, finalmente transformando as imagens internas em realidades externas. Esse processo permite significativas oportunida- des de reflexão sobre si e de percepção de como soam as pressões e dificuldades internas, e percepção da própria identidade.

Pesquisas em que os cuidadores tiveram atendimentos musicoterapêuticos demons- traram a melhora na postura e na autoestima dos mesmos. Relatam ainda que as experiên- cias musicais proporcionaram tranquilidade no ato de cuidar e tomar atitudes ao familiar e ou paciente; atenção a si, propiciando o autocuidado, diminuição da ansiedade, alivio de tensões, autoconhecimento, reflexão sobre suas necessidades e seu bem estar, expressão das preocupações e projeção do futuro. (BERNARDES, 2012; PINHO & TRENCH, 2012)

A Musicoterapia é capaz de facilitar a expressão e a elaboração de várias dimensões do processo de desenvolvimento dos cuidadores. A relação consigo mesmo, com o grupo e com a comunidade na qual estão inseridos, aponta todo o tempo para uma questão compre- endida como o cuidar e ser cuidado, questão relevante neste trabalho e em todas as profis- sões de ajuda. (PINHO & TRENCH, 2012)

O prazer sensorial advindo do som e os diferentes aspectos psicológicos e de moti- vação que surgem através do envolvimento no ato de fazer música podem ser fortes instru- mentos de intervenção positiva no vínculo cuidador/paciente. A influência da música no ser humano é uma constante e sua ação, além de afetar o humor, pode gerar e alterar sen- sações, estados e emoções. Através da Musicoterapia, podemos proporcionar um suporte para os cuidadores de pacientes em atendimento para que o vínculo entre eles e seus fami- liares e ou pacientes se fortaleça e se mantenha saudável, diante das dificuldades. (BER- NARDES, 2012)

Ao considerar que a Musicoterapia busca proporcionar a expressão ao cuidador, se- ja em forma de palavras, sons ou mesmo silêncios, pode auxiliar na melhoria da qualidade de vida dos cuidadores e seus entes “cuidados”, contribuindo para que essa relação/vincu- lação seja mais saudável.

O objetivo geral deste estudo foi identificar aspectos referentes à utilização da mú- sica e da musicoterapia no cuidado aos cuidadores.


  1. Metodologia


    O presente estudo trata de uma revisão integrativa de literatura de artigos encontra- dos em base de dados nacionais e internacionais. A Revisão Integrativa permite a inclusão de vários métodos, estudos experimentais e não experimentais e dados de literatura teórica e empírica. (WHITTERMORE, 2005).

    As fontes para coleta de dados foram as bases de dados: LILACS, PUBMED, BDENF, SCIELO E MEDLINE, através de busca realizada pela Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); e ainda, nos volumes da Revista Brasileira de Musicoterapia e nos anais dos Simpósios Brasi- leiros de Musicoterapia e dos Congressos Mundiais de Musicoterapia.

    Os artigos foram selecionados a partir dos descritores e seus correlatos em Inglês e Espanhol: “Música e Cuidadores” e “Musicoterapia e Cuidadores”; “Música e Cuidado” e “Musicoterapia e Cuidado”;

    Os artigos foram selecionados, obedecendo aos critérios de inclusão: artigos publi- cados em português, espanhol e inglês; artigos com o tema música/musicoterapia no cuida- do com cuidadores; artigos com textos completos disponíveis online; artigos publicados no período de janeiro de 2004 a agosto de 2014; trabalhos veiculados nas fontes citadas; artigos que disponibilizassem o resumo/resumen/abstract; e, exclusão: artigos que não obedeces- sem aos critérios de inclusão; impossibilidade de aquisição do artigo na íntegra; artigos que não especificassem a metodologia da pesquisa realizada; trabalhos em forma de monogra- fia, dissertação e tese; trabalhos que citassem a utilização da Música/Musicoterapia com ex-

    -cuidadores, como enlutados ou aqueles que cuidaram de pacientes que se recuperaram; e, resumos que não citassem a utilização da música/musicoterapia no cuidado integral, e/ou no cuidado com cuidadores.

    A seleção dos artigos inclusos no estudo foi realizada em quatro etapas: pré-seleção dos artigos, a partir da leitura dos títulos e resumos; exclusão de artigos que não possuem texto completo disponível online e que não atendam ao período de publicação; leitura dos artigos na íntegra para selecionar os artigos de interesse do estudo; preenchimento do pro- tocolo elaborado para esta pesquisa.

    A análise e discussão dos resultados encontrados foi realizada confrontando-se o material obtido nas buscas em triangulação com o conteúdo da revisão de literatura feita inicialmente nas áreas de Música, Musicoterapia, Cuidado e Cuidadores.


  2. Resultados


    Através da busca de artigos nas bases de dados pela Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) foram encontrados 754 artigos a partir dos descritores escolhidos, dentre eles artigos em inglês, espanhol, português e em outras línguas. Dentre os artigos encontrados 43% fo- ram publicados em inglês, 33% em português e 24% em espanhol. Em relação aos descrito- res, 19% dos trabalhos encontrados formam encontrados a partir dos descritores “Música e Cuidadores”; 21% a partir dos descritores “Musicoterapia e Cuidadores”; 31% a partir dos descritores “Musicoterapia e Cuidado”; 29% a partir dos descritores “Música e Cuidado”.

    Dos 754 artigos encontrados, 749 artigos foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão estabelecidos para este estudo, conforme o quadro abaixo:


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    Figura 1: Quantidade de artigos excluídos, de acordo com os critérios de exclusão e inclusão.

    Artigos encontrados em mais de uma base de dados ou em mais de um descritor ou ainda em mais de uma língua foram desconsiderados. Desta forma, foram selecionados cin- co artigos para compor o estudo, dentre eles 43% eram referentes a Música/Musicoterapia e Cuidado, 57% Música/Musicoterapia e Cuidadores.

    Foram também considerados, dentro do período previamente definido, trabalhos publicados nos Anais dos Simpósios Brasileiros de Musicoterapia, nos anais do Congresso Mundial de Musicoterapia, e na Revista Brasileira de Musicoterapia. Considerando os crité- rios prévios de inclusão e exclusão, obteve-se um total de três artigos. Quando não foram en- contrados o resumo e os descritores dos trabalhos, realizou-se a leitura integral dos artigos. Após realizar a busca nas bases de dados pela BVS (Biblioteca virtual em saúde),

    Revista Brasileira de Musicoterapia (RBM), Anais dos Simpósios Brasileiros de Musicotera- pia, Anais do Congresso Mundial de Musicoterapia (CMMT), encontrados na edição espe- cial da revista Music Therapy Today, utilizando os descritores eleitos, realizou-se a leitura integral dos artigos e seleção daqueles que se encaixavam nos critérios de inclusão. Assim, foram selecionados um total de oito artigos para a presente pesquisa (Quadro 2). Dentre eles, um publicado na RBM, dois encontrados nos Anais do XIV CMMT, um localizado no SCIELO e quatro localizados na MEDLINE.


    Quadro 2: Artigos selecionados para compor o estudo.


    Nome do artigo

    Autores

    Data

    Base

    Publicação Veiculada

    The spiritual meaning of pre-loss music therapy to bereaved caregivers of advanced cancer patients.

    MAGILl, L.

    2009

    MEDLINE

    Palliat Support Care. 2009 Mar; 7(1): 97-108.

    Randomized controlled trial of music during kan- garoo care on maternal state anxiety and pre- term infants’ responses.

    LAI, H. L.; CHEN, C. J.; PENG T. C.; CHANG,

    F. M.; HSIEH, M. L.; HUANG, H. Y.

    2006

    MEDLINE

    Int J Nurs Stud. 2006 Feb; 43(2): 139-46.

    Saying it in song: music therapy as a carer sup- port intervention.

    O’KELLY, J.

    2008

    MEDLINE

    Int J Palliat Nurs. 2008, Jun; 14(6): 281-6.

    The effect of music and progressive muscle re- laxation on anxiety, fatigue, and quality of life in family caregivers of hospice patients.

    CHOI, Y. K.

    2010

    MEDLINE

    J Music Ther. 2010, Spring; 47(1): 53-69.

    Percepções de familiares de pessoas portadoras de câncer sobre encontros musicais durante o tratamento antineoplásico

    SILVA, V. A.; MARCON,

    S. S.; SALES, C. A.

    2014

    SCIELO

    Rev Bras Enferm. 2014, mai-jun; 67(3): 408-14.

    Musicoterapia e o cuidado ao cuidador: uma experiência junto aos Agentes Comunitários de saúde na favela Monte Azul.

    PINHO, M. C. C. A; TRENCH, B. V.

    2012

    Rev. Bras

    Ver Brasileira de Musicotera- pia, 2012. Ano XIV, n. 13.

    Music therapy (MT) with premature infants and their caregivers in the neonatal intensive care unit (nicu) in Colombia

    ETTENBERGER, M.

    2014

    14th WFMT

    Congress

    MUSICTHERAPY

    TODAY Summer 2014,

    Volume 10, n. 1.

    Music’s relevance for 138 Australian patients and caregivers affected by Cancer: Music Ther- apy implications

    O’CALLAGHAN, C.

    2014

    14th WFMT

    Congress

    MUSICTHERAPY

    TODAY Summer 2014,

    Volume 10, n. 1.


    Para a coleta dos dados foi elaborado um protocolo, que inclui dados referentes a ca- da publicação, como: título, idioma, autores, área do estudo, ano de publicação, publicação veiculada, amostra, objetivos, metodologia e resultados da pesquisa, tipo de estudo e inter- venção, tipo de música e atividade musical, condutor da atividade musical, participação do sujeito, entre outras.

  3. Discussão


A partir dos resultados observou-se que 99% dos trabalhos selecionados tem enfo- que para aqueles que são cuidados, não se atentando para os indivíduos que prestam cuida- do. Dentre os artigos incluídos, 75% referem-se aos cuidadores informais, enquanto 25% se referem aos cuidadores formais. Quanto à condução das atividades musicais, 62% dos tra- balhos selecionados apresentaram o musicoterapeuta como condutor das atividades, 25% apresentaram os enfermeiros como condutores e 13% não específica qual o profissional que conduziu as atividades musicais.

O cuidado por sua própria natureza é uma atitude de atenção e solicitude para com o outro, ao mesmo tempo em que representa preocupação e inquietação, pois o cuidador se sente envolvido afetivamente e ligado ao outro. Baggio (2007) relata que o cuidado ao cuida- dor tem sido pouco explorado pelos profissionais de saúde. Waldow (1998, apud Damas et al, 2004) ressalta que cuidado humano dispensado pela equipe de saúde deve atingir, além dos clientes e seus familiares, a sua equipe de modo a garantir melhor relacionamento, in- terdependência, coesão e competência.

O cuidado em Enfermagem consiste na essência da profissão, pelo fato de estar em maior contato com o paciente, e pertence a duas esferas distintas: uma que se refere ao de- senvolvimento de técnicas e procedimentos, e outra que se baseia em sensibilidade, criati- vidade e intuição para cuidar do outro. (STUMM, 2009; SOUZA, et al, 2005).

A partir da análise dos artigos selecionados para esse estudo, observa-se que a saú- de dos cuidadores e a utilização da música no cuidado aos cuidadores tem sido objeto de interesse não só dos musicoterapeutas, mas também de outros profissionais. Silva Junior (2008) sustenta que a utilização da música por profissionais de saúde sugere a quebra da objetividade da ciência, bem como a busca por uma maior subjetividade na prática clínica, encontrada nas artes, na música.

Os estudos reforçam a compreensão de que a utilização da música pelos profis- sionais de saúde não musicoterapeutas se insere dentro da prática denominada por Dileo (1999, apud BARCELOS e TAETS, 2010) como “Musica em medicina” e a utilização da mú- sica pelo musicoterapeuta insere-se dentro da prática denominada como “Musicoterapia em medicina”. A música e a relação terapêutica servem como componentes curativos, mesmo que se tenha ênfase em um deles, ou ambos, durante o tratamento.

Quanto às atividades musicais, verifica-se que a experiência musical (BRUSCIA, 2000) mais utilizada foi a audição, realizada em 37% dos estudos analisados, enquanto a experiência de composição musical foi utilizada em 25% dos trabalhos incluídos, re-cria- ção em 13%, e 25% dos estudos não mencionam qual o tipo de atividade musical realizada. A análise dos artigos incluídos aponta que, em sua totalidade, os estudos conduzidos por profissionais não musicoterapeutas, os sujeitos de pesquisa têm atitude passiva. Observa-se ainda que dos trabalhos selecionados 50% relatam que as músicas foram escolhidas pelos participantes, 12% apontam que as músicas escolhidas foram selecionadas pelos pesquisa- dores, 38% não mencionam como foram feitas as escolhas das músicas.

Estudos associam a escolha das intervenções, bem como a escolha individualiza- da com a habilidade musical do condutor. (SANTANA, ZANINI e SOUSA, 2014). Barcellos (1999) afirma que as atividades interativas como as experiências de re-criação, composi- ção e improvisação musical exigem conhecimento e domínio do seu elemento da música. Castro Silva (2011) destaca a importância de os profissionais que utilizam a música se aten- tarem à forma de seleção destas, sendo importante considerar a História Sonoro-Musical do paciente.

A escolha das músicas ou atividade musical pelo musicoterapeuta dá-se de forma cuidadosa, baseada no conhecimento que se adquire sobre os efeitos da música, sobre o comportamento humano e no que se refere aos objetivos terapêuticos. O papel ativo do mu- sicoterapeuta ajuda o cliente a obter uma experiência terapêutica a partir do envolvimento com a música e atividades musicais, promovendo o crescimento e estruturando um ambien- te que ajude o cliente a alcançar metas terapêuticas pré-estabelecidas (PETERS, 1987 apud BRUSCIA, 2000).

Castro Silva (2011) destaca que a audição musical é uma técnica que requer bastan- te cuidado por parte da pessoa que a conduz. Nesse sentido, Barcellos e Santos (1996) as- seguram que a utilização da música gravada, não considerando as necessidades e desejos do paciente, caracteriza uma situação próxima de um procedimento iatrogênico. Estudos comprovam o poder da música em exercer uma ação benéfica no homem, contudo, quan- do a música é utilizada de maneira indiscriminada pode se tornar um agente nocivo, po- dendo ocorrer uma dessincronização vital, com rupturas dos mecanismos de defesa, provo- cando ao estresse e à doença, ao expor um indivíduo a sons desagradáveis ou indesejáveis (CONDE, 1997)

Os dados encontrados nos artigos incluídos neste estudo demonstraram que a ex- periência de composição musical foi a mais utilizada nas intervenções feitas pelos musico- terapeutas nos estudos selecionados, seguida pela experiência de re-criação musical. Para Schapira, et al. (2007), a composição introduz uma variável lúdica que fortalece a aliança de trabalho entre paciente e musicoterapeuta.

Ribeiro (2014) assinala que a composição é fruto de um processo criador que pos- sibilita ao sujeito articular percepção, sentimentos e emoções e, ao musicoterapeuta, o co- nhecimento de aspectos ainda não revelados. Segundo a autora, é importante que o musico- terapeuta se atente à complexidade musical da composição, devendo ser utilizada somente após o cliente ter vínculo bem estabelecido com a música e com o musicoterapeuta, consi- derando a evolução do cliente junto ao processo musicoterapêutico, respeitando a sua indi- vidualidade.

Quanto à Re-criação Musical, Barcellos (1992) relata que “quando é difícil dizer al- go com as nossas próprias palavras lançamos mão daquilo que já foi dito por outras pes- soas e fazemos nossas as suas palavras” (p. 25). As canções pré-existentes possibilitam ao cliente a expressão de sentimentos e desejos que, muitas vezes não podem ser expressas em palavras.

Estudo realizado por Castro Silva (2011) destaca que a escolha adequada da experi- ência musical pode oferecer ao cliente oportunidades para auto-reflexão, exteriorização de conteúdos internos e para tornar consciente aquilo que estava inconsciente. O cliente po- de se ouvir e se compreender através do fazer musical, exteriorizar suas dores, angústias e tristezas.

A análise dos trabalhos confirma uma semelhança entre os objetivos traçados por profissionais musicoterapeutas e não musicoterapeutas, relacionados ao uso da música no contexto clínico, visto que ambas as categorias profissionais têm tido a preocupação em tor- nar o ambiente hospitalar o mais humanizado possível com a inserção da música.

Entende-se que, para alcançar esses objetivos, o musicoterapeuta fundamenta a sua prática no conhecimento específico da área e nos conhecimentos de áreas afins que com- põem a sua formação profissional. O papel do musicoterapeuta vai além de prescrever e mi- nistrar a música mais apropriada (BRUSCIA, 2000).

A análise dos artigos incluídos aponta que, em sua totalidade, os estudos condu- zidos por profissionais não musicoterapeutas, os sujeitos de pesquisa têm atitude passiva.

Considera-se que as atividades interativas como as experiências de re-criação, com- posição e improvisação musical exigem conhecimento e domínio do seu elemento da mú- sica, conforme afirma Barcellos (1999). Segundo Zarate e Diaz (2001, apud BARCELOS e TAETS, 2010), os profissionais musicoterapeutas recebem uma formação específica para trabalhar com a utilização de técnicas e métodos intrínsecos à Musicoterapia.

As análises dos estudos não apontaram discrepâncias quanto ao tipo de interven- ção, 50% dos estudos tiveram atendimentos grupais, e 50% foram individuais. Observamos ainda que dos trabalhos selecionados 50% relatam que as músicas foram escolhidas pelos participantes, 12% apontam que as músicas escolhidas foram selecionadas pelos pesquisa- dores, 38% não mencionam como foram feitas as escolhas das músicas.

Quanto aos resultados dos estudos pesquisados, três artigos mencionam que não houveram diferenças significativas nos sinais vitais/efeitos fisiológicos; dois mencionam que as intervenções propiciaram reflexão sobre o olhar para si e para o outro, apoio emo- cional e suporte para o enfrentamento; dois artigos descrevem melhora no nível de estres- se, fadiga e ansiedade dos cuidadores; e, um relata a melhora no estado de relaxamento dos sujeitos de pesquisa.

Atenta-se que os estudos conduzidos por profissionais da área médica/enfermagem, apontam para a manutenção das variáveis observadas, mencionando a manutenção dos si- nais vitais/ índices fisiológicos e a melhora no nível de estresse, fadiga e ansiedade, bem co- mo a melhora do estado de relaxamento dos sujeitos de pesquisa. Com relação aos estudos conduzidos por musicoterapeutas, vislumbram resultados que envolvem a melhora da qua- lidade de vida dos cuidadores e nas relações interpessoais, facilitação das expressões, refle- xões acerca de si, apoio emocional que pode propiciar o alívio da sobrecarga do cuidador, manutenção da identidade (cuidador) e resgate de memórias

A partir dos resultados referidos acima, reconhecemos sete entre as dez funções da música relatadas por Merrian (1964, apud Hummes, 2004): função de expressão emocional; função de divertimento, entretenimento; função de comunicação; função de validação das instituições sociais e dos rituais religiosos; função de integração da sociedade; e, função de reação física.

Todas as funções observadas acima vem ao encontro de pensamentos como o de Bruscia (2000), ao considerar que a música envolve e afeta muitas facetas do ser humano e, em função da grande diversidade de suas aplicações clínicas, a Musicoterapia pode ser uti- lizada para se obter um grande espectro de mudanças terapêuticas que envolvem tanto as- pectos físicos como psíquicos.

Estudos apontam que a música age diretamente no corpo provocando reações tais como: aumento ou redução da frequência cardíaca e pressão arterial, alteração da respiração, aumento da tolerância a dor, entre outras. A música pode ainda estimular o pensamento e a reflexão; induzir a afetividade; pode evocar sentimentos e memórias; fa- cilitar a auto expressão, entre outros (BRÉSCIA, 2009; SEKEFF, 2007; BRUSCIA, 2000; RUUD, 1991).

Observa-se nos estudos incluídos na pesquisa que os resultados dos trabalhos rea- lizados por musicoterapeutas apontam dados qualitativos e mudanças significativas para a saúde do cuidador. Compreende-se que a escuta e a análise musicoterapêutica é o diferen- cial para a compreensão desses resultados. Isto vem ao encontro de Piazzetta (2006), quando destaca que os fenômenos musicais abrangem toda uma estrutura organizada. Para a auto- ra, a musicalidade é compreendida como capacidade constitutiva do ser humano, uma for- ma de cognição.

Ainda sobre a musicalidade clínica, Barcellos (2004) evidencia que é a aptidão do musicoterapeuta captar os elementos sonoros musicais contidos na produção ou reprodução sonora de seu cliente, bem como a capacidade de responder, interagir, mobilizar ou intervir musicalmente, na produção musical do paciente.

O musicoterapeuta deve desenvolver uma escuta musical e musicoterapêutica que se volte para o cliente numa atitude empática relacionada com as experiências de cada in- divíduo. (PIAZZETTA, 2007). Barcellos (2007) destaca a importância da análise musical em Musicoterapia, sendo o musicoterapeuta responsável por ter condições de fazê-la na cons- trução da leitura do processo.

Os estudos selecionados demonstraram que a Musicoterapia é um meio versátil e capaz de atender uma variedade de objetivos clínicos. O’Kelly (2008), ao descrever um es- tudo de caso, demonstra que a experiência de composição musical no estudo pode atender as necessidades clínicas do cliente, a partir da relação cliente-música-terapeuta. Para o au- tor, o cliente deve estar envolvido, determinando a experiência na qual gostaria de parti- cipar. Assim, o musicoterapeuta, ao conduzir as atividades musicais, deve respeitar as es- colhas do cliente e fornecer apoio e suporte ao fazer musical, ajudando o cliente a criar e a improvisar.


Considerações finais


O presente estudo demonstrou que o cuidar do ser que é cuidador tem sido pou- co explorado pelos profissionais de saúde e que a equipe deve se atentar para o cuidado ao cuidador, proporcionando a esses, a expressão de suas dúvidas e angústias, oferecendo su- porte e promovendo o envolvimento entre cuidadores e aqueles que são cuidados (paciente, cliente ou ente querido). Ressalta-se a utilização da Música e da Musicoterapia como impor- tantes estratégias no cuidado ao cuidador, como apontam os estudos incluídos nesta revi- são integrativa.

Observou-se que diversos profissionais da área da saúde tem utilizado a música, buscando humanizar a assistência ao cuidador. A partir deste estudo acredita-se na possi- bilidade de contribuir no sentido de esclarecer as peculiaridades de cada uma, com ênfa- se nas especificidades da Musicoterapia. Assim, o musicoterapeuta se diferencia de outros profissionais, ao desenvolver uma análise e uma escuta musicoterapêutica, partindo da ob- servação acerca da produção sonora do paciente-cliente-usuário.

O cuidado ao cuidador oferece possibilidades de atuação para o musicoterapeuta, porém tendo em vista o numero de artigos incluídos neste estudo, considera-se a importân- cia dessa temática servir como campo de investigação e atuação dos musicoterapeutas, uma vez que pode interferir diretamente no estado ou nível de comprometimento em função da doença e no tratamento do ser que requer o cuidado.

Com esse estudo e a apresentação de conteúdos específicos sobre a utilização da Música e da Musicoterapia no cuidado aos cuidadores, espera-se contribuir para: reflexões metodológicas acerca da atuação do profissional musicoterapeuta nas equipes multiprofis- sionais de saúde, verificar o potencial terapêutico da música sobre os aspectos emocionais e orgânicos dos cuidadores e incentivar novos estudos e publicações referentes às temáticas aqui discutidas.

Nota


1 O presente artigo acrescenta dados ao trabalho apresentado no XV Simpósio Brasileiro de Musicoterapia, XV Encontro Nacional de Pesquisa em Musicoterapia e I Seminário Estadual de Musicoterapia do Rio de Janeiro, sob o título “A Musica e a Musicoterapia no cuidado ao cuidador – uma revisão integrativa” (SANTOS; ZANINI; ESPERIDIÃO, 2015).


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Elvira Alves dos Santos - Musicoterapeuta pela Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goi- ás. Pós-graduanda em Desenvolvimento Humano e Psicologia Positivista pelo IPOG.


Claudia Regina de Oliveira Zanini - Musicoterapeuta, Mestre em Música e Doutora em Ciências da Saúde pela Uni- versidade Federal de Goiás. Profa Adjunta da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás. Coordenadora da Comissão de Pesquisa e Ética da World Federation of Music Therapy.


Elizabeth Esperidião - Enfermeira pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Psi- cologa pela Pontifica Universidade Católica de Goiás. Mestre e Doutora em Enfermagem pela EERP-SP. Profa Adjun- ta da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás.

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