AKIRA (2003) PARA FLAUTA E PIANO DE MARCOS NOGUEIRA

AKIRA (2003) FOR FLUTE AND PIANO BY MARCOS NOGUEIRA

1. Comentários sobre a obra pelo compositor

Akira nesas shakuhachi e nôkan. A primeira é uma flauta executada em posição vertical como as flautas doces. Embora sua estrutura intervalar básica seja pentatônica, o executante pode realizar todo tipo de portamento entre os mente foi empregada na prática da meditação (Suizen). Nôkan é uma flauta transversa construída, como a anterior, em bambu, e usada no teatro Kabuki. É preparada de modo que os intervalos produzidos entre os graus da estrutura escalar não sejam os mesmos. Graças a um estrangulamento do tubo, entre o furo da embocadura e o primeiro furo de digitação, provocado pela inserção de um outro tubo interno mais estreito (Nodo), o instrumento adquire sua sonoridade característica e intensa, incluindo os hishigi, sons com alturas extremamente agudas.

ram enfatizados os portamentos ascendentes e, sobretudo, descendentes, o intenso trabalho de dinâmica pontual, as diversas formas de articulação e ticos da peça nenhum trabalho rítmico relevante, e o conteúdo harmônico é inteiramente extraído de um conjunto de alturas referencial, elaborado a partir da superposição dos motivos melódicos recorrentes, previamente compostos e que permeiam toda a peça. A estrutura formal é elaborada em arco com seções claramente contrastantes, oferecendo escutas distintas dos mesmos conteúdos.

Foi estreada em julho de 2003, por Pauxy Gentil Nunes e Sara Cohen, que a apresentaram, em seguida, na XV Bienal de Música Brasileira Contemporânea, na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro.

2. Dados biográficos do compositor

sição e do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ. É Doutor em Comunicação e Cultura, pela UFRJ, Mestre em Musicologia, pela UNIRIO, e Bacharel em Composição Musical, pela UFRJ. Completa, em 2007, 20 cipações nas principais mostras de música contemporânea do país. Desde 2003 é diretor musical do Cron – Música de Câmara Brasileira, trabalho com o qual foi premiado pelo Projeto de Circulação de Música de Concerto, da Funarte, em duas edições, já tendo realizado mais de 50 concertos em todo o país e participado de projetos como as XVI e XVII Bienal de Música Brasileira Contemporâneamente nas subáreas de Composição, Teoria e Cognição Musical, a partir do que vem desenvolvendo uma teoria semântica do entendimento musical aplicada à composição e à interpretação musicais.