Revista Música Hodie, Goiânia - V.13, 362p., n.1, 2013

Primeira Impressão

Cenizas (2010), para quinteto de cordas

Cao Benassi (UFMT, Cuiabá, MT, Brasil)

caobenassi@hotmail.com

Cenizas (2010), for string quintet

Os materiais sonoros utilizados em Cenizas, obra composta em 2010 para dois violinos, viola e dois violoncelos, são pequenas melodias, glissandos, intervalos micro tonais, ritmos, percussão e acordes em intervalos de terças, quartas e quintas. A obra está dividida em três partes: I -Muriendo, que é o primeiro movimento; II - Renacimiento, o segundo movimento, sendo que entre eles existe um pequeno movimento de transição, intitulado Llanto. A obra faz alusão ao mito da fênix que renasce das cinzas, daí o nome em língua espanhola – Cenizas.

Muriendo começa com um motivo melódico simples que se repete passando por todos os instrumentos, sendo que o intervalo entre as notas do mesmo vai diminuindo até a distância entre as duas últimas notas, se tornar apenas um intervalo micro tonal. Pequenos motivos rítmicos e outros percussivos são usados em contraponto aos melódicos que permeiam a obra. Um grito, divide a primeira parte da obra, sendo que este marca a transformação métrica do primeiro movimento. Para o autor, o primeiro movimento representa o morrer para antigas práticas musicais, ligadas a conservação tonal. Duas frases são apresentadas para que se estabeleça por meio de um contexto verbal, o real sentido desta parte da obra, ou seja, um texto é recitado e poderá suscitar no apreciador a relações da ambiência sonora com a “morte do velho homem” cuja prática musical estava ligada a musicaantiga.

A transição foi assim nomeada, pois se inicia com o acordeem forma palíndrome,que encerra o primeiro movimento e se transforma em grandes glissandos. Estes ao final da transição, se transformam em pequenos motes que encerrará esta parte da música,sendo que o último deles será omotivo de gênese do segundo movimento. Duas frases são apresentadas ao iniciar e ao terminar a parte, representa para o autor o “choro velado e contrito pelo velho homem e sua velha música”.

No segundo movimento, apresentam-se duas frases que são recitadas – uma no inicio, outra ao fim. Renacimiento começa apresentandoum motivo rítmico como um grande acorde, sem contraponto, onde cada nota vai sendo adicionada em defasagem até o que mesmo esteja completo e pronto para se transformar em motivos rítmicos marcados por um intrincado contraponto. Representa para o autor o renascer para um nova prática musical contextualizada com o seu tempo. No todo, a obra apresenta motivos que vão sendo apresentados até sua total mudança, transformando-se em outros parcial ou totalmente diferentes, fazendo referência ao simulacro, ou seja, reproduções imperfeitas, que apenas se assemelhe ou lembre vagamente o motivo inicial.

Cao Benassi - Formado em música pela Universidade Federal de Mato Grosso, onde cursa mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea, sob a orientação do Professor Doutor Roberto Victorio. Estudou flauta doce com a Professora Mestranda Marília Cortez entre outros – estuda flauta doce esporadicamente com a professora Renata Pereira. Estudou composição com os professores Ticiano Rocha, Cristina Dignart e Roberto Victorio. Publicou em 2011, no álbum de partituras “Duo Brasil, música erudita brasileira para flauta doce e piano” duas obras inéditas. Tem atuado na área musical, participando de vários eventos, com publicações sobre as técnicas expandidas da flauta e o ensino problemático da mesma, crítica da gênese musical pelo viés do discurso bakhtiniano e ainda, estuda a Libras e sua gramática produzindo e publicando também nesta área.

Revista Música Hodie, Goiânia - V.13, 362p., n.1, 2013

"No princípio era o verbo e o verbo foi considerado como não musical"

Cenizas

(Deverá ser recitado obrigadtoriamente pelo violista)

I -Moriendo Cao Benassi

^Ae = 66 Sul pont Sul pont.

Violino 1

Violino 2

Viola

Violoncelo 1

Violoncelo 2

f Simile

Som percussivo: batidas no tampo

14 3

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

p simile p

Grito na região aguda

__^{^}_{_}

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc.

ff f

22 ^{^}^^_{_}

 _{_}





   ^

^_

Vln. 1



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^

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

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Vln. 2

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0 Sul pont.

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Vla. 2



_{_}^{^}_{_}



  ^{m^f}^{^}

  ^ ^_



Vc.

mf Som percussivo:sfz batidas no tampo

 ^

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vla. 2

Vc. 2



Vln 1.

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

Vln. 1

Clv.

Vla.

Vc. 1

Vc. 2





Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

^{^}^_

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

mp sfz mf f

42 ^{rall^.}^

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

"Convenha que o filho do homem seja morto para antigas práticas e renasça para uma nova música." (Recitar).

Transição - Llanto

E neste dia haverá pranto (melodias e harmonias) e ranger de dentes (ritmos)"

(Recitar).

x = 196

 ^{^}

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

fff





^{^}_{_}

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2



Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

PACHECO, A. J. V. Canzonetta 10ª com variações a solo (1798/1799), de Policarpo José António da Silva, para vozes e piano forte. Revista Música Hodie, Goiânia, V.13 - n.1, 2013, p. 303-315.

57 

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

__{_}mf



Vln. 1



Vln. 2







^^^{^}

Vla.



Vc. 1



_

Vc. 2

^^{^}

Cenizas, Cao Benassi. Junho, 2010





^





^





^_{_}

^{^}_^



^{^}_^{^}





^^{^}









^{^}_^__^_{_} ^









  _{_}







326

Nota mais

aguda possível

_{_}

 

Vln. 1

Dinâmica livre

Vln. 2

^^{^}^^{^}

Dinâminca livre

Nota mais aguda possível

 

Vla.



Dinâmica livre

 

Vc. 1

^{^}

Dinâmica livre

 

Vc. 2

^{^}

Dinâmica livre

^_{_} ^_{_}        

^_{_}__{_} __{_}

^_{_}

"E tudo que foi dito a esse respeito se cumprirá, por que não passarão modos e tons, sem que minhas palavras se cumprão."

(Recitar).

II - Renacimiento

"E quando o procuraram no local em que havia sido posto encontraramali alguém que lhes disse: - As velhas coisas passaram, eis que tudo se fez novo. Ide e proclamai, o filho do homem vive."

(Recitar).

^6⁸q = 60  

 _

^_{_}

 

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

   	pp 	cresc. 
         	        	       
pp cresc.      	        	        
pp   	cresc. 	   

Este acorde deve durar cerca de 5''





Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

 						ff
 	ff								
ff 		
		ff

Sul G

Improvise o ritmo

₇₇Pizz.   __{_}_

Nota mais aguda possível



^{^}  ^{f^f}

_^

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

f mp

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

Cenizas, Cao Benassi. Junho, 2010

85  



Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

__{_}Arco _

₈₆__ ^{^}_{_}

 ^_^^_{_}

^

_^{^}^_

Vln. 1

^_^_{_}

Escolher a dinâmica Arco_{_}



^_ _ __

_^{^}^__{_}_

Vln. 2

^{^}

Escolher a dinâmica

Tocar trecho de um tema conhecido

Arco

 _^{^}_^{^}^ ^{^}^^{^}^_{_} ^_

Vla.



 ^^{^}^^^^^^{^}

Dinâmica livre



Arco _{_}

_^{^^}^{^}__ ^{^}

_{_}_ _

 _^

^_{_}^_ _^{^}

Vc. 1

Escolher a dinâmica Arco

^_^{^}_ _^__^_{_} ^ _ ^_

Vc. 2



Escolher a dinâmica

^_^_ _ _

Vln. 1

Tocar trecho de um tema conhecido

Vln. 2

^ ^{^}





_^_{_}

^

^{^^}^ ^{^}^{^}^{^}

Vla.





_ _{_}___ _{_}

 

Vc. 1



_{_}_{_}

^{^}



Vc. 2

 ^{^}

_

^^9¹_^_ _ _

Vln. 1

 _^__^^ _^{^}  ^

Vln. 2

^{^}__{__} ^{^}^__{_}__^_{_}







Vla.







_{_}_{_}  

Vc. 1

Tocar trecho de um tema conhecido

^_{_}

Vc. 2

^{^}

  _^{^}

_^_{_}

_^{^}

_{_}



^^^^^^{^}^^

 

__

_^{^} _^^^{^}

  _^{^}

_^_{_}

_^{^}

_{_}



^^^^^^{^}^^







_

_^{^}

_^{^}_

^_{_}^_{_}^_{_}

^_{_}^_{_}

^_{_}^_{_}^_{_}

^_{_}^_{_}

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

Tocar trecho de

93 __{_}_

um tema conhecido

_{_}

_^_ _ __  _{_}_^{^}_^_{_}

^{^^}_{_}^{^^}^ 



 _{__}_{_}__{_}_{_}^{^}

^_

 



^{^}

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

^^{^}^{^}^^{^}^_^{^}^{^}

__

_^{^} _^__

^_{_}^_{_}

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^_{_}^_{_}

^{^}_^_ _ _ ____ ^^

^_{_}_^ 

^{^} ^{^}^__{_}__^_{_}

^{^^}_{_}



Tocar trecho de um tema conhecido

_{_}_{_}^  ^^^^{^}^{^}_  _^{^}

_^_{_}__{_} _{_}

^^{^}^{^}^^{^}^_^{^}^{^} __{_}_

 ___

^_{_}

^_{_}^_{_}^_{_}

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

100

^_{_}^{^}^{^}

Vln. 1

Vln. 2

Vla.

Vc. 1

Vc. 2

101 



___ _

Vln. 1

_{_}

Vln. 2

^^{^}^{^}

_{_}__{_}^{^}^{^}

 ^{^}

Vla.

 ^^{^}

 _



Vc. 1

_ __{_}_

Vc. 2

			
ff			p
ff ff ff    	 		p p      	p

"Esta é a minha música. Significação das minhas inquietudes,apreciada por vós. Fazei isto em memória de mim".

(Recitar).

Notas para execução

Distribuição dos músicos no palco





^{^}= som percussivo: Batidas no tampo do__instrumento ao lado do cavalete

Vc. 1 Vc. 2

_{_}= Grito na região indicada: 1ª linha: grave; 2ªlinha: médio e 3ª linha: agudo



= Nota mais aguda possível Vla. = Repetição do material apresentado

 _{_}

Vln. 2

Vln. 1 Há uma distância mínima de 1,5 metros de cada intérprete