Rodrigo Serapião Batalha - UFRJ rodrigobatalha@uol.com.br
A dissertação, realizada sob orientação de Salomea Gandelman, teve como foco a investigação de princípios nortedores do processo de educação musical dos participantes da Orquestra de Garrafas – um programa de educação musical para crianças e adolescentes que utiliza garrafas plásticas como instrumentos musicais de sopro (aerofones) e de percussão (idiofones) com altura determinada e indeterminada. A pesquisa envolveu a sistematização e classificação dos instrumentos musicais produzidos, bem como uma etnografia que analisou a retrospectiva histórica da experiência, o perfil dos adolescentes e crianças nela envolvidos e seu ambiente sociocultural. No referencial teórico, basicamente a partir de Moraes, Fernandes e Swanwick, investigamos respectivamente questões relativas à educação musical e à teoria/linguagem musical, com a perspectiva de subsidiar uma discussão em torno das atividades pedagógicas e musicais praticadas no grupo. No que concerne à teoria/linguagem musical, reconhecemos no ritmo a estrutura mais fundamental da execução/percepção em música, que demanda, por sua vez, uma capacidade de orientação em um sistema pulsativo que garante a localização das posições dos ataques sonoros, em contraposição à recorrente ideia de duração como um parâmetro sonoro que fundamenta o ritmo. No campo da educação musical, criticamos alguns aspectos do chamado modelo conservatorial de ensino da música, adotando uma concepção contextualista para abordar a experiência da Orquestra de Garrafas. Os resultados abrem portas para outras propostas referentes ao ensino/aprendizagem em música e para discussões acerca de políticas públicas de educação musical.
Palavras-chave: Educação musical; Instrumentos musicais alternativos; Ritmo.
Rodrigo Serapião Batalha - Atualmente, é professor do quadro permanente da UFRJ. Possui graduação em Música pela UFES e mestrado em Música pela UNIRIO. Desde 2004, coordena o programa de educação musical “Orquestra de Garrafas”, reconhecido pelo MEC, o MinC e a OEI como uma das mais significativas experiências brasileiras em arte/educação, cultura e cidadania.
Vol. 11 - Nº 2 - 2011