MÚSICA PARA DOIS PIAnOS PREPARADOS DE ROgéRIO COnStAntE

Rogério Tavares Constante - UFPel rogerio_constante@hotmail.com

Música para dois pianos preparados é parte integrante da pesquisa “Práticas interpretativas no Repertório Brasileiro de Piano Preparado”. A motivação inicial da composição foi a idéia de se realizar um concerto com duas obras para dois pianos preparados. A preparação utiliza os materiais borracha, fita (ou pastilha) adesiva e parafusos. Os timbres resultantes desta preparação, aliados às outras técnicas expandidas utilizadas na obra e aos sons naturais do piano, são um dos fatores importantes na construção do percurso dramático da obra. A maneira de ligação entre os materiais dos dois pianos também influencia a forma e a condução do percurso dramático. Os dois pianos foram considerados como personagens independentes que por vezes se complementam ou se aproximam e em outros momentos se distanciam. A definição de alguns aspectos da organização de alturas foi determinada pelas limitações de registro em cada um dos timbres utilizados na peça. A preparação utilizada apresenta em linhas gerais uma conexão entre os timbres da preparação com borrachas e a região média e grave, bem como entre os da preparação com massa adesiva e a região superaguda. A preparação com parafusos está presente na região subgrave e grave, enquanto as notas sem preparação ocupam principalmente a região média e aguda.

Rogério Tavares Constante é Mestre e Doutor em composição (2006) pela UFRGS. É professor adjunto na Universidade Federal de Pelotas desde 2005, nas disciplinas de Análise Musical e Composição; é integrante e co-fundador do NuMC - Núcleo de Música Contemporânea da UFPel. Teve obras apresentadas nos V, VI e VII Encompor, na XVII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, no V e VI Festival Contemporâneo -RS. Teve sua obra Pampa I premiada no 2º Festival Internacional de Música Contemporânea -UFBA e gravadas em CD as obras Imagens Nordestinas (1994); Manuscrito Encontrado Numa Garrafa (1998); O Navio das Sombras (2000); e Os ventos uivantes (1998).

Vol. 11 - Nº 2 - 2011