PRIMEIRO REGISTRO DE ESQUISTOSSOMOSE DA PRÓSTATA EM PERNAMBUCO, BRASIL: A EXPRESSÃO DA CRONICIDADE DE UMA ENDEMIA
Palavras-chave:
Esquistossomose ectópica, câncer de próstata, Schistosoma mansoni.Resumo
A esquistossomose acomete, há séculos, a população rural de Pernambuco. Manifestações hepatoesplênicas e neurológicas desta parasitose têm sido frequentemente descritas. No entanto, a esquistossomose da próstata, causada pelo Schistosoma mansoni, nunca havia sido reportada em Pernambuco, o que demonstra a necessidade de registrar este caso. Apresentação do caso: Um paciente de 51 anos, após realizar uma prostectomia parcial por suspeita de neoplasia, foi diagnosticado com esquistossomose da próstata. Após o procedimento cirúrgico, foram coletadas amostras de fezes para a realização de testes parasitológicos que se revelaram positivos para S. mansoni, confirmando que o paciente ainda estava infectado. Exames laboratoriais e clínicos mostraram alterações na função hepática e confirmaram danos hepatointestinais. O acompanhamento ambulatorial do paciente demonstrou que os níveis de antígeno prostático específico permaneceram elevados e, um ano após a primeira intervenção cirúrgica, um exame anatomopatológico mostrou a permanência de lesões fibromatosas esquistossomóticas. Vale ressaltar que, após três tratamentos com praziquantel (abril e julho/2014, fevereiro/2015), os exames de fezes apresentaram-se negativos para S. mansoni. Conclui-se que este diagnóstico acidental de esquistossomose da próstata levanta dúvidas sobre a capacidade dos serviços de saúde para identificar e tratar as formas ectópicas da esquistossomose. A manutenção dos elevados níveis de PSA, mesmo após tratamento cirúrgico e farmacológico, sugerem que os danos causados por S. mansoni aos tecidos são irreversíveis. Portanto, os serviços de saúde devem estar preparados para investigar e diagnosticar os casos, visando à prevenção de sequelas crônicas e ao tratamento precoce.Downloads
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