PRIMEIRO REGISTRO DE ESQUISTOSSOMOSE DA PRÓSTATA EM PERNAMBUCO, BRASIL: A EXPRESSÃO DA CRONICIDADE DE UMA ENDEMIA

Autores

  • Elainne Christine de Souza Gomes
  • Ana Lúcia Coutinho Domingues
  • Francisco Carlos Amanajás de Aguiar Júnior
  • Katharine Raquel Pereira dos Santos
  • Vitorina Nerivânia Covello Rehn
  • Mariana Montenegro de Melo Lira
  • Constança Simões Barbosa

Palavras-chave:

Esquistossomose ectópica, câncer de próstata, Schistosoma mansoni.

Resumo

A esquistossomose acomete, há séculos, a população rural de Pernambuco. Manifestações hepatoesplênicas e neurológicas desta parasitose têm sido frequentemente descritas. No entanto, a esquistossomose da próstata, causada pelo Schistosoma mansoni, nunca havia sido reportada em Pernambuco, o que demonstra a necessidade de registrar este caso. Apresentação do caso: Um paciente de 51 anos, após realizar uma prostectomia parcial por suspeita de neoplasia, foi diagnosticado com esquistossomose da próstata. Após o procedimento cirúrgico, foram coletadas amostras de fezes para a realização de testes parasitológicos que se revelaram positivos para S. mansoni, confirmando que o paciente ainda estava infectado. Exames laboratoriais e clínicos mostraram alterações na função hepática e confirmaram danos hepatointestinais. O acompanhamento ambulatorial do paciente demonstrou que os níveis de antígeno prostático específico permaneceram elevados e, um ano após a primeira intervenção cirúrgica, um exame anatomopatológico mostrou a permanência de lesões fibromatosas esquistossomóticas. Vale ressaltar que, após três tratamentos com praziquantel (abril e julho/2014, fevereiro/2015), os exames de fezes apresentaram-se negativos para S. mansoni. Conclui-se que este diagnóstico acidental de esquistossomose da próstata levanta dúvidas sobre a capacidade dos serviços de saúde para identificar e tratar as formas ectópicas da esquistossomose. A manutenção dos elevados níveis de PSA, mesmo após tratamento cirúrgico e farmacológico, sugerem que os danos causados por S. mansoni aos tecidos são irreversíveis. Portanto, os serviços de saúde devem estar preparados para investigar e diagnosticar os casos, visando à prevenção de sequelas crônicas e ao tratamento precoce.

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Publicado

2016-02-25

Como Citar

GOMES, E. C. de S.; DOMINGUES, A. L. C.; AGUIAR JÚNIOR, F. C. A. de; DOS SANTOS, K. R. P.; REHN, V. N. C.; LIRA, M. M. de M.; BARBOSA, C. S. PRIMEIRO REGISTRO DE ESQUISTOSSOMOSE DA PRÓSTATA EM PERNAMBUCO, BRASIL: A EXPRESSÃO DA CRONICIDADE DE UMA ENDEMIA. Revista de Patologia Tropical / Journal of Tropical Pathology, Goiânia, v. 45, n. 1, p. 132–138, 2016. Disponível em: https://revistas.ufg.br/iptsp/article/view/40095. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

RELATO DE CASO / CASE REPORT