Esquistossomose murina associada à desnutrição: alterações histopatológicas no fígado, baço e jejuno

Autores

  • Janira Lúcia Assumpção Couto IPTSP
  • Regina Coeli da Silva Vieira
  • anine Maciel Barbosa
  • Dinalva Bezerra Rocha
  • Haroldo Silva Ferreira

DOI:

https://doi.org/10.5216/rpt.v36i1.1816

Resumo

Objetivo: Analisar no fígado, baço e jejuno de camundongos as alterações histopatológicas
induzidas pela esquistossomose quando em associação com a desnutrição. Metodologia: Foram
utilizados camundongos recém-desmamados (21 dias de idade), divididos em quatro grupos,
dois dos quais foram infectados (via percutânea) com 40 cercárias de Schistosoma. mansoni. Os
grupos, em cada condição, infectado ou não infectado, receberam dieta controle (Labina®) ou
foram submetidos à desnutrição pelo consumo da Dieta Básica Regional. Foram determinadas a
carga parasitária, pelo exame parasitológico quantitativo, a taxa de mortalidade e a curva ponderal.
O experimento teve duração de 90 dias e no fim desse período foram obtidas amostras de fígado,
baço e jejuno para serem processadas de acordo com a técnica de rotina para análise morfológica.
Resultados: a carga parasitária verificada após os exames mostrou que os animais desnutridos
eliminaram mais ovos que os nutridos. A infecção, não a desnutrição, causou maior mortalidade.
A curva ponderal estabeleceu que os grupos tiveram desenvolvimento abaixo do apresentado pelo
grupo controle. O exame histopatológico mostrou que a desnutrição isoladamente não causou
alterações nos órgãos examinados. Na esquistossomose, verificou-se o período de transição da
doença entre as fases aguda e crônica. Nos animais nutridos, o processo inflamatório foi mais
intenso, com maior formação colagênica no fígado e com maior número de granulomas que
nos desnutridos. Nos desnutridos, granulomas hepáticos mostraram-se em fase exsudativa, com
infiltrado predominantemente eosinofílico. O jejuno nos nutridos apresentou mais granulomas
nas camadas serosa e muscular, raros na submucosa e formações pseudoneoplásicas na serosa.
Poucos granulomas foram encontrados no intestino dos animais desnutridos. Sua presença no
baço, que é rara na espécie humana e em camundongos, foi observada tanto nos nutridos como nos
desnutridos. Conclusão: a alta mortalidade dos animais do experimento foi devida à infecção. O
estado nutricional do hospedeiro repercutiu na evolução da esquistossomose. Nos animais nutridos
a inflamação granulomatosa foi mais exacerbada com reações hiperplásicas. Nos desnutridos, oprocesso esquistossomótico aconteceu de forma mais branda e lenta. A presença de granulomas no
baço causou surpresa e indica a necessidade de investigação.

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Publicado

2007-10-03

Como Citar

COUTO, J. L. A.; VIEIRA, R. C. da S.; BARBOSA, anine M.; ROCHA, D. B.; FERREIRA, H. S. Esquistossomose murina associada à desnutrição: alterações histopatológicas no fígado, baço e jejuno. Revista de Patologia Tropical / Journal of Tropical Pathology, Goiânia, v. 36, n. 1, 2007. DOI: 10.5216/rpt.v36i1.1816. Disponível em: https://revistas.ufg.br/iptsp/article/view/1816. Acesso em: 9 nov. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES