TY - JOUR AU - Carvalho, Emilia Campos de AU - Bachion, Maria Márcia PY - 2017/06/01 Y2 - 2024/03/29 TI - Processo de enfermagem e sistematização da assistência de enfermagem – intenção de uso por profissionais de enfermagem JF - Revista Eletrônica de Enfermagem JA - Rev. Eletr. Enferm. VL - 11 IS - 3 SE - Editorial DO - 10.5216/ree.v11.47056 UR - https://revistas.ufg.br/fen/article/view/47056 SP - AB - <p>A Enfermagem tem se voltado para a revisão de termos empregados na prática profissional, bem como o seu significado e uso. Entre eles, estão “sistematização da assistência de enfermagem” e “processo de enfermagem”.</p><p>Sistematização pressupõe a organização em um sistema, que por sua vez implica em um conjunto de elementos, dinamicamente inter-relacionados. Estes elementos podem ser compreendidos, no caso da sistematização da assistência, por um conjunto de ações, uma seqüência de passos, para alcance de um determinado fim.</p><p>Existem diversos modos de sistematizar a assistência de enfermagem, entre as quais podemos citar os planos de cuidados, os protocolos, a padronização de procedimentos e o processo de enfermagem. Trata-se de diferentes formas de se desenvolver a assistência, ou seja, diversos métodos podem ser utilizados para se solucionar uma dada situação, em um dado contexto, em um determinado tempo, com a finalidade de produzir resultados positivos para a saúde das pessoas que cuidamos. Estas modalidades de agir não são excludentes e têm naturezas distintas.</p><p>O processo de enfermagem envolve uma seqüência de etapas específicas (obtenção de informações multidimensionais sobre o estado de saúde, identificação das condições que requerem intervenções de enfermagem, planejamento das intervenções necessárias, implementação e avaliação das ações), com a finalidade de prestar atendimento profissional ao cliente, seja ele indivíduo, família ou comunidade, de forma a considerar suas singularidades e de modo ampliado. Requer bases teóricas do campo da Enfermagem e de fora dela. Podemos dizer que se trata da expressão do método clínico na nossa profissão.</p><p>As diferentes formas de sistematização da assistência pressupõem a organização das condições, dos recursos materiais e humanos além da competência técnico-legal e valorização dada à sua contribuição, seja pela instituição, seja pelo profissional.</p><p>Dentre esses aspectos, destacamos a predisposição ou intenção de uso desses métodos.  Do ponto de vista dos modelos motivacionais<sup>(1)</sup>, o comportamento é função da intenção de agir e da percepção de controle sobre o comportamento; por sua vez a intenção de agir é determinada pela atitude relacionada ao comportamento (avaliações que o indivíduo faz em face dos resultados prováveis ou esperados), a norma subjetiva (pressão social percebida pela realização ou não do comportamento), e o controle comportamental percebido (percepções pessoais sobre sua capacidade para o desempenho do comportamento).</p><p>Cada um desses componentes tem um valor distinto segundo o comportamento em análise, situação ou grupo de pessoas. Tais elementos tem se mostrado efetivos para predizer a intenção de um dado comportamento. Ainda, deve se considerar, além da motivação para o comportamento, a implementação do comportamento, isto é a ação ou tarefa, a partir de seu planejamento, que contempla as respostas a quando, como e onde agir; pessoas que formulam tal planejamento apresentam maiores chances de agir conforme pretendido<sup>(2)</sup>.</p><p>Assim, podemos apontar iniciativas bem sucedidas de pessoas e instituições que buscam criar condições para utilizar os métodos de organizar a assistência de enfermagem<sup>(3)</sup>, não como um fim em si mesmo, mas como meios para alcançar a maior de nossas finalidades: prestar atendimento digno, sensível, competente e resolutivo, de modo a contribuir para a melhoria da situação de saúde da população.</p> ER -